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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Instituto de Química (IQ)


Departamento de Química Orgânica (GQO)
Química Orgânica XI Experimental (Turma ED)
Profª Isakelly Pereira Marques

PRÁTICA:
DESTILAÇÃO SIMPLES
Por
Victor Alves de Souza Guedes

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Niterói, 04 de novembro de 2022.
1. INTRODUÇÃO
Durante todo o processo da destilação de uma substância pura, a temperatura
medida no termômetro tende a ser constante, visto que substâncias puras possuem
temperatura de ebulição constante. Por outro lado, se tratando de uma destilação de
uma mistura de líquidos, geralmente, a temperatura varia, de modo a aumentar
durante a destilação. Isso acontece devido ao fato da composição do vapor a ser
destilado sofrer uma variação de forma contínua durante a destilação.¹ A relação
entre a temperatura e a composição de uma mistura é evidenciada na Figura 1.

(Figura 1: Diagrama de fases para uma mistura líquida de dois componentes. Fonte: RANDALL, 3ª ed,
p.176.)

Ainda referente a Figura 1, pode-se observar que quando há somente o


constituinte A puro (100%), a temperatura que o sistema começa a ebulir é 𝑡𝐴, a qual

se mantém constante durante a mudança da fase líquida para gasosa, uma vez que as
curvas de vapor e de líquido se encontram no ponto de ebulição. Esse mesmo fator
também pode ser percebido com o componente B puro.¹
Todavia, quando observa-se uma mistura de composição w constituída por A e
B terá um comportamento distinto ao decorrer do aquecimento. A temperatura de
ebulição aumenta até chegar no ponto de ebulição (t). A partir desse momento, o
líquido começa a entrar em ebulição, tal vaporização demonstrada pela linha xy.
Dessa forma, o primeiro vapor (z) obtido na destilação de uma mistura de A e B não
consiste em A puro, pois o mesmo contém mais quantidade de A (componente mais
volátil) do que a mistura original, ainda que apresente uma quantidade significativa
do componente B (menos volátil). Logo, não é possível separar completamente uma

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mistura de líquidos por destilação simples. Entretanto, se os pontos de ebulição de A
e B tiverem uma diferença entre si maior que 100°C, é possível obter uma separação
aceitável em componentes relativamente puros. ¹
Desse modo, na destilação de uma mistura de dois componentes com
diferença grande de pontos de ebulição, a temperatura permanece a mesma ao
decorrer do processo referente ao primeiro componente. A constância de uma
temperatura indica que uma substância relativamente pura está sendo destilada e ao
final da mesma é sinalizada pelo aumento da temperatura dos vapores.¹

2. OBJETIVO
Concentrar a solução de extrato de açafrão-da-terra através da destilação do
etanol puro.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Discussão do trabalho experimental
Primordialmente, foi colocado um elevador, sobre o suporte universal, com
intuito de elevar a altura da aparelhagem para que as demais vidrarias não batessem
na bancada, além de possibilitar a interrupção do aquecimento do balão de fundo
redondo, retirando o contato entre ele e a manta aquecedora. Em seguida, foi
inserido no balão de fundo redondo a solução de extrato de açafrão-da-terra (etanol
+ curcuminoides do açafrão), acompanhado de três pedras de porcelana
responsáveis por garantir uma ebulição mais homogênea e evitar uma ebulição
tumultuosa com possíveis projeções.
Temos, fundamentalmente, o vapor formado através do aquecimento subindo
pela a cabeça de destilação e chegou ao termômetro na marca de 78 °C. Este
termômetro foi colocado com seu bulbo poucos milímetros abaixo da entrada do
condensador, justamente para constatar se há mais de um líquido presente na
solução.
Entretanto, nesse caso, não era necessário ter uma preocupação maior com
este fator, em razão de que havia somente um líquido na solução a ser destilada, o
etanol, que se manteria em temperatura constante já que o líquido destilado era um
líquido puro. Caso houvesse, mais de um líquido a ser destilado, poderia ser
visualizado o aumento da temperatura influenciado pela diferença dos pontos de
ebulição. No momento em que essa alteração acontece e é detectada pelo

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termômetro, é preciso fazer a troca do balão de recolhimento, pois indica a chegada
de um novo líquido que foi destilado.
Vale ainda evidenciar que a destilação simples só pode acontecer entre
substâncias com diferença de pontos de ebulição acima de 80ºC, devido a limitação
de espaço para os vapores que, assim que saem do balão de fundo redondo, já entram
na cabeça de destilação e continuam até o condensador, não encontrando nenhum
obstáculo que impeça a passagem dos mesmos. Desse modo, quando observa-se
uma diferença de temperatura considerável, é possível identificar essa troca de
vapor.

4. CONCLUSÕES
Em geral, a execução da destilação ocorreu de forma eficiente, com uma
temperatura constante de 78°C, colocando em prova o fato de que o líquido destilado
foi o etanol puro. Vale ainda ressaltar que ao final do processo não foi realizada
nenhuma medição do líquido destilado ou da solução restante concentrada que
possibilitasse comparações quantitativas.

5. PARTE EXPERIMENTAL
5.1. Desenhos das aparelhagens

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(Figura 2: Estrutura da destilação simples.)

Legenda:
1. Suporte universal (3);
2. Elevador;
3. Manta de aquecimento;
4. Balão de fundo redondo;
5. Garras e mufas (4);
6. Cabeça de destilação;
7. Termômetro;
8. Condensador de tubo reto;
9. Mangueiras (2);
10. Terminal de destilação;
11. Elástico;
12. Balão de recolhimento (fundo redondo).

5.2. Procedimentos experimentais


Em primeira instância, foi feita a adição da solução de extrato de açafrão,
coletada na aula anterior, ao balão de fundo redondo. O mesmo foi posto numa
manta de aquecimento. Em cima do balão, foi colocada a cabeça de destilação, onde

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ficou alocado o termômetro. Ligado a cabeça de destilação, foi colocado um
condensador de tubo reto. Ao final do condensador, ficou o terminal de destilação e,
por fim, o balão de recolhimento.
A partir do aquecimento, a solução foi chegando ao seu ponto de ebulição e o
vapor emitido foi subindo através da cabeça de destilação. Assim, o termômetro
marcava qual era a temperatura desse vapor. O vapor saía pelo tubo lateral da cabeça
de destilação e chegava ao condensador, sendo resfriado e retornando a fase líquida.
Esse líquido passava pelo terminal de destilação e era gotejado no balão de
recolhimento.

5.3. Dados físicos


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5.3.1. Etanol

Fórmula molecular 𝐶2𝐻6𝑂

Massa molar 46,07 g/mol.

Aparência Líquido incolor.

Ponto de Fusão - 114°C .

Ponto de Ebulição 77 a 79°C.

Densidade 0,789 a 0,833 g/mL .

Toxicidade Irritação das vias respiratórias e


digestivas, náusea, vômito, tosse,
diarréia, dispnéia, possibilidade de
edemas.

Fórmula estrutural

(Figura 3: Molécula de etanol. Fonte: Google Imagens.)

6. BIBLIOGRAFIA
1. Randall G. Engel et al; Química Orgânica Experimental - Técnicas de
Escala Pequena. Cengage Learning. São Paulo. 3ª Edição Brasileira, p. 173-179,
2013.
2. CETESB. Ficha de Informação Toxicológica. São Paulo. Vol. 1, p. 1-3 ,
2012.

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