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Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos
costumes”.
As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra
relacionada com a moralidade e com os bons costumes.
Está associada aos valores e convenções estabelecidos colectivamente por cada cultura ou por
cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos
actos de paz e harmonia.
A ética, construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais, é um conjunto
de princípios morais que norteiam a conduta humana na sociedade. Embora não seja uma lei, a
ética está relacionada com o sentimento de justiça social e, buscando fundamentar as acções
morais exclusivamente pela razão, serve para que haja um equilíbrio entre pessoas, grupos e
classes sociais.
O carácter, qualidade inerente a uma pessoa desde seu nascimento e reflete seu modo de ser. É
o conjunto de características e traços particulares que caracterizam um indivíduo, e não sofre
influência do meio. Uma pessoa “de caráter” é aquela com formação moral sólida e
incontestável, enquanto a “sem caráter” é aquela desonesta, que não possui firmeza de princípios
ou moral.
A honestidade é a qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar ou enganar. É a honra,
de uma pessoa ou instituição. O respeito e a obediência incondicional às regras morais existentes.
Honesto é o que repudia a malandragem, a esperteza, aquele que é transparente e exige
transparência dos outros.
Vejamos a seguir, seguindo a caracterização feita por Adela Cortina e Emílio Martinez (2001).
1) A moralidade como aquisição de virtudes para alcançar a felicidade
Ser moral, para os pensadores antigos, sobretudo os da Grécia, era o mesmo que descobrir os
meios para se alcançar, por meio da razão, o máximo de felicidade. Há diversas formas de se
compreender a felicidade. Para os epicuristas, a felicidade era entendida como prazer. Para
Aristóteles, a faculdade principal do homem, sua maior virtude, é a racionalidade. Para ser feliz,
o homem precisa exercitar sua capacidade de pensar. Para alcançar a virtude, o homem precisa
escolher “o caminho do meio”, a justa medida das coisas, e agir de forma equilibrada.
Nesse sentido, o desenvolvimento pessoal tornaria possível que cada indivíduo se tornasse moral
e, assim, teria os recursos necessários para enfrentar os desafios da vida. Esse desenvolvimento
seria como o desenvolvimento de um desportista: se o desportista estabelece metas e desenvolve
suas habilidades a fim de alcançá-las, o indivíduo deve proceder da mesma forma a respeito do
seu desenvolvimento moral, isto é, ter um projecto vital de autor realização. Por isso, a
moralidade entendida assim é aplicável ao indivíduo, que é o agente moral, mas também poderia
ser aplicada a sociedades. Os espanhóis Ortega y Gasset e Aranguren destacam essa concepção
em suas obras.
3) A moralidade do dever
Para a compreensão da moralidade como base para se resolver conflitos é importante entender o
conceito de “reconhecimento recíproco” para George H. Mead: ao contrário dos enfoques que
ancoram a noção de moralidade no indivíduo, nesta concepção a moralidade não pode ser
pensada fora do âmbito social. Com isso, ele situa o problema moral em relação aos conflitos,
sejam individuais, sejam colectivos. Pela racionalidade, além de estabelecer para si mesmo leis
próprias, o homem deve ser capaz de decidir sobre elas por meio do diálogo.
Para essa noção de moralidade, entende-se o indivíduo em relação à sua comunidade concreta. O
ser humano constitui sua personalidade a partir do pertencimento a uma comunidade
(profissional, nacional, por exemplo), pois é a comunidade que, ao exigir virtudes daqueles que
estão a ela ligados, possibilita o desenvolvimento delas. Ao ter uma visão do que seria a
“excelência humana”, a comunidade se esforça para que todos os seus membros a desenvolvam.
Assim, a moralidade tem o sentido de “alcance solidário das virtudes” e sai do âmbito de deveres
e direitos.