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RESUMO
O artigo aborda a importância dos contratos de transporte aéreo e a responsabilidade
civil dos transportador. Os contratos de transporte aéreo são acordos jurídicos entre
a companhia aérea e o passageiro, que estabelecem as condições do transporte, é
comum que nessas operações haja um compartilhamento entre a companhia aérea e
terceiros contratados, como empresas de manutenção e abastecimento, e inclui a
responsabilidade pelos danos causados ao passageiro durante o transporte. Dessa
forma, encarar a responsabilidade civil no transporte aéreo é um grande desafio, já
que muitas vezes a vítima ou seus familiares precisam recorrer à justiça para obterem
seus direitos. A pesquisa é de cunho explicativo e bibliográfico pois há uma análise
da responsabilidade civil no transporte aéreo através de pesquisa em sites, jornais,
artigos e livros. Conclui-se que sendo uma relação de consumo o transportador é
obrigado a zelar pelo transportado, ressalvados os casos fortuitos e de força maior ou
quando há culpa total do transportado pelos danos causados.
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal, de 1988, revolucionou a regulação legal sobre a
responsabilidade civil dos transportadores aéreos, substituindo o ínfimo sistema
estabelecido pela convenção de Varsóvia e demais legislações complementares da
mesma. Entretanto, apesar de garantir no art. 37, § 6º, a responsabilidade objetiva
das companhias aéreas para indenizações e no art. 5, incisos V e X, a restituição de
danos morais, ainda ocorrem inúmeros casos de atrasos em voos, extravio de
bagagens e morte de pets, os quais são tratados como objetos pelas transportadoras.
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Paper apresentado à disciplina de Contratos Cíveis e Responsabilidade Civil do Centro Universitário
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco-UNDB.
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Aluno do 4° período do Curso de Direito da UNDB.
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Aluno do 4° período do Curso de Direito da UNDB.
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Aluno do 4° período do Curso de Direito da UNDB.
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Professora Doutora, Orientadora.
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Dessa forma, como podemos garantir a satisfação de indenizações por danos com
análise de responsabilidade na relação entre prestador e consumidor?
A fim de garantir a responsabilidade civil dos transportadores aéreos é
importante destacar que, em razão da especificidade do contrato de transporte aéreo,
no que se refere a celeridade e rapidez do meio de locomoção, as companhias aéreas
devem receber o encargo de indenizar as pessoas que sofreram algum dano em voos
atrasados, pois há responsabilidade objetiva. Todavia, em alguns casos, como fato de
terceiro, culpa da vítima ou força maior, não há. Portanto, é importante observar os
pontos circunstanciais antes de ingressar com uma ação indenizatória.
Tendo em vista as relações de consumo e a responsabilidade objetiva do
transportador, é importante solucionar o conflito de normas entre o Código do
consumidor, Tratado de Varsóvia e o Código Brasileiro de Aeronáutica no que tange
à responsabilidade parcial do dano causado e em como essa atitude fere o direito a
igualdade positivado pela Constituição de 1988.
Em primeiro plano, na esfera científica, é de suma importância o estudo
dos contratos de transporte aéreo e da responsabilidade civil, haja visto que para o
funcionamento correto de um sistema complexo e abrangente, é necessário seguir
diversas regras previstas e de conhecimento geral, objetivando maior redução de
problemas que possam dificultar o andamento das atividades prestadas
(GRAMACHO, 2022).
Nessa conjuntura, no prisma social, a abordagem do tema é essencial para
refletir sobre a parte legal dos transportes e como se adequar ao regimento tanto por
parte das pessoas físicas quanto por parte das pessoas jurídicas que atuam na
prestação dos serviços.
Nessa perspectiva, no âmbito pessoal, torna-se importante a análise
voltada para indivíduos enquanto consumidores, e dar conhecimento aos direitos
imersos em um contrato de adesão, como é o caso do transporte aéreo, e de que
forma deverão ser ressarcidos, uma vez que o Código de defesa do consumidor frisa
que a indenização deve ser integral e na proporção do dano sofrido, não comportando
limitações.
A pesquisa realizada é explicativa, uma vez que visa analisar e discutir de
forma esclarecedora o sistema aéreo nacional e as regências necessárias para o ideal
funcionamento, a partir dos contratos de transporte aéreo e da responsabilidade civil
do transportador (GIL, 2008). Além disso, é também de cunho bibliográfico, nesse
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sentido, foram pesquisados nos sites de busca Scielo e Google Acadêmico, artigos,
matérias jornalísticas e uma legislação, publicados entre 1988 e 2022.
Os principais objetivos da pesquisa são a análise dos contratos de
transporte aéreo e como ocorre a responsabilidade civil dos transportadores aéreos.
De modo mais específico, buscam-se o destaque na legislação dos aspectos
importantes do contrato de transporte aéreo e sua relação com a responsabilidade
civil, a exposição do entendimento jurisprudencial para a reparação de danos nos
transportes aéreo, marítimo e terrestre. Por fim, é essencial discutir as implicações
nos contratos em decorrência do ressarcimento de danos causados pela companhia
de transporte aéreo à terceiros.
passageiro, não é elidida por um terceiro, contra o qual se deve buscar ação
regressiva. Portanto, há o dever de ressarcir o acidente causado com passageiro que
tenha ocorrido por caso fortuito, tendo nexo causal com o serviço prestado e
caracterizando fortuito interno. Entretanto, na lide formada para essa discussão, o ato
libidinoso praticado por usuário contra passageira é uma ocorrência estranha ao
serviço prestado e foge completamente do alcance preventivo da transportadora,
caracterizando um fortuito externo.
A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o agravo de regimento RE
636.331-RG/RJ enfatiza que as convenções de Varsóvia e Montreal se aplicam de
forma exclusiva aos contratos de transporte aéreo internacional de pessoas ou cargas,
nos contratos de transporte aéreo nacional prevalece o Código de Defesa do
Consumidor. Com um entendimento similar, o Superior Tribunal de Justiça no REsp
n. 1992.870/SP decidiu que nos contratos de transporte marítimo, onde há uma
relação de consumidor final, se sobressai a utilização das disposições do Código de
Defesa do Consumidor, pois os tratados internacionais devem ser utilizados nas
relações de insumo, advindas de um contrato de transporte marítimo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das disposições específicas dos contratos de transporte aéreo é
importante para garantir a segurança e sucesso do voo, evitando casos de acidentes,
mas, muitas vezes, as companhias aéreas não tomam medidas rígidas suficientes
para prevenção devido a cultura da impunidade, o que leva a responsabilização civil
posterior dos danos causados. Além disso, pontuar alguns entendimentos
jurisprudenciais relacionados à responsabilidade civil nos transportes aéreo, marítimo
e terrestre corroborou para uma melhor compreensão sobre o assunto, a fim de citar
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REFERÊNCIAS
Art. 5º, XLIX da CRFB – “é assegurado aos presos o respeito à integridade física
e moral.”
DINIZ, Maria Helena. CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO. v.7 – 20. ed. rev. e
atual. de acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10-1-2002) e o projeto
de Lei n. 6.960/2002, São Paulo: Saraiva, 2006.
Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 11 jan.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2 ASPECTOS LEGAIS IMPORTANTES SOBRE AS ESPECIFICIDADES DO
CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO E SUA RELAÇÃO COM
RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................. 3
3 ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL REFERENTE AO TRANSPORTE
AÉREO, MARÍTIMO E TERRESTRE, E A POSSIBILIDADE DE REPARAÇÃO ..... 5
4 DISCUSSÃO DAS IMPLICAÇÕES CONTRATUAIS EM DECORRÊNCIA DO
RESSARCIMENTO DE DANOS CAUSADOS PELA COMPANHIA DE
TRANSPORTE AÉREO À TERCEIROS .................................................................. 6
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 8
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 10