1- Belarminda almeja ir para a Europa e adquiriu duas passagens aéreas: uma
para ela e outra para a filha. Ao comprar esse pacote de viagem Belarminda tinha além da bagagem de mão outras bagagens e o operador do transporte quer exigir dela uma declaração de valor de toda a bagagem. A empresa cobrou pelo transporte dessas bagagens adicionais.
PERGUNTAS:
a) Na sua opinião no caso acima necessariamente tem que haver dois
contratos? Explique. R= Sim, pois há o contrato principal que é o contrato de transporte de pessoas e o contrato acessório que se trata do contrato de bagagens, de acordo com o Art. 13, resolução nº 400/2016, ANAC: ‘O transporte de bagagem despachada configurará contrato acessório oferecido pelo transportado.’
b) Qual a natureza jurídica do contrato ou dos contratos no caso acima
relatado? Explique. R= A natureza jurídica dos dois contratos são as mesmas, ou seja, são: de adesão, bilateral ou sinalagmático, consensual, oneroso e comutativo.
c) Que espécie de transporte é esse? Explique.
R= É um transporte aéreo e internacional. É aéreo por causa do meio de deslocamento, que nesse caso é um avião e internacional pois ela viajara para a Europa.
d) Pode a empresa cobrar pelo contrato de bagagem?
R= Não pela bagagem de mão, pois de acordo com o Art. 14, resolução nº 400/2016, ANAC: ‘O transportador deverá permitir uma franquia mínima de 10 (dez) quilos de bagagem de mão por passageiro de acordo com as dimensões e a quantidade de peças definidas no contrato de transporte’. Já pela bagagem despachada poderá sim ser cobrada.
e) O operador do transporte pode exigir uma declaração de valor de toda a
bagagem. Justifique. R= Não. De acordo com o parágrafo único do art. 734 do Código de 2002 prevê que “é lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização”.
2- Os tratados e as convenções internacionais podem ser aplicados no nosso
Direito Pátrio no caso dos contratos de transporte? Explique esse assunto.
R= No caso dos contratos de transporte podem ser aplicados, desde que
não contrariem o Código Civil, o Código Brasileiro de Aeronáutica, a Convenção de Varsóvia e o Código de Defesa do Consumidor. Desse modo, não se pode admitir, no transporte aéreo, a indenização tarifada, estabelecida na Convenção de Varsóvia. A Constituição Federal de 1988 dispôs competir à União “explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária” (art. 21, XII,c). E o art. 37, § 6º, estendeu a responsabilidade objetiva, fundada no risco administrativo, às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (empresas aéreas permissionárias), sem estabelecer qualquer limite para a indenização.
3 – De acordo com CDC, que adota a teoria objetiva, qual é a garantia dada ao consumidor no transporte de pessoas e as suas bagagens? Fundamente.
R= O Código de Defesa do Consumidor é genericamente aplicável a essa
matéria, ele deve ser aplicado em diálogo com o Código Civil. A partir do momento que a relação existente em um contrato de transporte aéreo é, ou ao menos pode ser, de consumo, de início já se denota a aplicabilidade dos artigos 2º e 3º, do CDC, os quais, conforme já visto outrora, conceituam consumidor, fornecedor e serviço, ou produto. Sendo estes aplicáveis, toda a regulamentação prevista no CDC pode ser perfeitamente ajustada ao contrato de transporte aéreo de pessoas. E o artigo 734, do CC complementando: ‘O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.’
4 – De acordo com o que foi estudado, é possível se contratar um seguro
social? Qual a natureza jurídica do Contrato de seguro e o que pode ser assegurado no nosso país, de acordo com a nossa legislação? Explique
R= Não é possível contratar um seguro social, pois ele é realizado pelo
Estado diretamente ou por via de entidades autárquicas. A natureza jurídica do contrato de seguro é bilateral ou sinalagmático, oneroso, aleatório, consensual e solene. Quanto ao objeto temos o seguro de coisas e pessoas; os seguros de pessoas, por sua vez, classificam-se em: contra acidentes pessoais; de vida. Os seguros de vida, por seu turno, dividem-se em: da vida inteira; para certo e determinado período; com formação de capital; misto (de vida inteira com o de formação de capital); de duas vidas. Disciplina o seguro de pessoa nos artigos 789 a 802 do CC.
Resumo sobre aplicação do CDC em contratos de seguro DPVAT, cessão de direitos em contrato de participação financeira, contrato de transporte de mercadorias e ação proposta por condomínio