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Manuseio de

Cargas
Frigorificadas

MÓDULO 2
Sumário
Unidade 3 | Sistemas e Equipamentos dos Armazéns Frigorificados 4

1. Infraestrutura Básica dos Armazéns Frigorificados 6

2. Estrutura dos Sistemas de Refrigeração 6

2.1 Eficácia Energética (EE) 7

2.2 Gazes Refrigerantes 7

3. Equipamentos de Refrigeração 8

3.1 Compressores Herméticos 9

3.2 Compressores Semi-Herméticos 9

3.3 Compressores Abertos 10

Glossário 11

Atividades 12

Referências 14

Unidade 4 | Movimentação de Cargas Frigorificadas 15

1. Estruturas de Armazenamento 17

1.1 Equipamentos Unitizadores 17

1.2 Estruturas de Armazenagem: Porta-Paletes 19

2. Sistemas de Movimentação de Cargas 20

Glossário 21

Atividades 22

Referências 24

Unidade 5 | Condições de Armazenagem e Responsabilidade 25

1. Condições Gerais de Armazenagem 27

2. Operações Realizadas nos Armazéns Frigorificados 28

3. Responsabilidades na Armazenagem 29

4. Seguro 30

2
Glossário 31

Atividades 32

Referências 34

Unidade 6 | Recebimento e Retirada de Mercadorias 35

1. Recebimento 37

2. Retirada de Mercadorias 39

3. Operação de Veículos para Recebimentos e Retiradas 40

4. Aplicação e Pagamento das Tarifas de Armazenagem 41

Glossário 42

Atividades 43

Referências 45

Gabarito 46

3
UNIDADE 3 | SISTEMAS
E EQUIPAMENTOS DOS
ARMAZÉNS FRIGORIFICADOS

4
Unidade 3 | Sistemas e Equipamentos dos Armazéns
Frigorificados

ff
Para resfriar e congelar alimentos basta ter um bom freezer?
Qual tamanho ele deve ter? São necessários outros equipamentos
nos armazéns? Quais?

Os armazéns frigorificados são locais onde são estocados e manipulados produtos


perecíveis, em condições de temperatura controlada. Nesta unidade, apresentaremos
algumas características da infraestrutura presente nos armazéns frigorificados,
considerando os sistemas de refrigeração e os equipamentos utilizados.

A infraestrutura dos armazéns frigorificados deve proporcionar as melhores condições


possíveis para gerar frio e manter as temperaturas controladas com o menor custo
operacional, reduzindo desperdícios energéticos na armazenagem e movimentação de
cargas.

5
1. Infraestrutura Básica dos Armazéns Frigorificados

A maioria das câmaras frias é construída para funcionar como câmara autônoma,
ou seja, que funciona independente das demais. São compostas de uma estrutura
metálica, recoberta de placas isolantes e revestimentos específicos, que são aplicados
à estrutura antes do resfriamento das instalações. Em geral, são utilizadas espumas
sintéticas para garantir o isolamento e, em alguns casos, são utilizados revestimentos
anti-incêndio nas partes externas.

Para reduzir o consumo de energia, a espessura do isolamento tende a ser aumentada,


pois quanto maior a espessura, menor a variação de temperatura. Recomenda-se a
espessura de até 200 mm em câmara para armazenamento de produtos congelados
(-18 °C), e de até 140 mm para produtos refrigerados.

aa
É importante dar atenção especial ao teto do armazém, evitando
o aumento de temperatura por incidência solar. Em geral,
recomenda-se um segundo teto para aumentar a proteção ao
sol, chamado “guarda-sol”.

2. Estrutura dos Sistemas de Refrigeração

O sistema de refrigeração é um dos mais importantes nos armazéns refrigerados,


sendo o consumo de energia calculado em quilowatt-hora por metro cúbico. O custo
energético estimado é da ordem de 10% a 15% dos custos totais de funcionamento do
armazém.

Esse consumo depende de fatores, como: a qualidade da infraestrutura do armazém


(matérias, revestimentos, isolamento), o tipo de armazenagem (produtos refrigerados
ou congelados), o tamanho das câmaras, a velocidade de giro dos estoques, a
temperatura dos produtos, a temperatura exterior, entre outros.

6
2.1 Eficácia Energética (EE)

Medidas visando à Eficácia Energética (EE) podem ser adotadas para reduzir os custos
e ajudar a preservar o meio ambiente. Exemplos: aplicação de isolamento reforçado
e motores mais eficientes, melhor gestão da abertura e fechamento de portas,
instalação de portas automáticas e sistemas de controle. Essas medidas podem levar a
um aumento de até 50% na EE em relação às práticas comuns.

Considerando a EE, os armazéns mais modernos apresentam:

• Maior espessura dos revestimentos de isolamento;

• Uso de aberturas para entrada e saída de mercadoria no lugar de portas;

• Melhor escolha dos compressores e de “gazes refrigerantes”;

• Regulação das velocidades dos ventiladores;

• Utilização de detectores eletrônicos;

• Dimensionamento otimizado das tubulações e do isolamento;

• Melhorias nos dispositivos de iluminação;

• Sistema de controle automatizado e tratamentos dos dados.

2.2 Gazes Refrigerantes

Antigamente, os gases utilizados para fins de refrigeração eram gases tóxicos: a


amônia, o cloreto de metil e o dióxido de enxofre. Posteriormente foram criados os
clorofluorcarbonos (CFCs), que eram considerados gases estáveis e seguros. A partir de
1980, alguns estudos apontaram os CFCs (principalmente o R-22) como responsáveis
por graves danos na camada de ozônio, gerando um intenso debate, principalmente
devido aos efeitos ambientais negativos.

7
Em substituição aos gases nocivos, algumas opções surgiram no mercado, e a escolha
do melhor produto depende do seu uso.

A amônia (R-717) é um gás refrigerante que possui excelentes qualidades


termodinâmicas e apresenta a vantagem de respeitar o meio ambiente. Porém, ela é
tóxica e inflamável e, em caso de vazamento, pode alterar a qualidade dos produtos
armazenados. Para o uso de amônia na refrigeração são necessárias medidas de
segurança específicas. A Nota Técnica n° 03/DSST/SIT regulamenta seu uso (BRASIL,
2005).

Os CFCs e HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) são proibidos e, atendendo à legislação,


podem ser trocados por hidrofluorcarbonetos (HFC), menos agressivos ao meio
ambiente.

Para aplicações industriais, a utilização da amônia (R-717) e do

ee
CO2 (R-744) em dois circuitos constituiu boa solução tecnológica.
Esses sistemas são chamados de “cascata NH3/CO2”. A carga de
amônia é reduzida, minimizando os riscos de acidentes, e o CO2
apresenta a vantagem de não ser prejudicial ao meio ambiente,
não ser tóxico e nem inflamável.

3. Equipamentos de Refrigeração

A geração de frio industrial é realizada por intermediário de compressores, disponíveis


em diversos modelos, conforme suas finalidades. A escolha do compressor deve estar
aliada a fatores como: custo, consumo energético, robustez, fluído refrigerante, custo
de eventuais acessórios, rendimento, ruído, custo de manutenção, regime de operação
etc.

Estão disponíveis no mercado os seguintes compressores:

• Herméticos, do tipo alternativo e Scroll;

• Semi-herméticos, do tipo alternativo e parafuso;

8
• Abertos, do tipo alternativo e parafuso.

3.1 Compressores Herméticos

Compressores selados, nos quais são instalados, dentro de uma carcaça soldada, o
motor elétrico e o conjunto mecânico. Em caso de problemas, recomenda-se a completa
substituição.

• Compressores herméticos do tipo


alternativo – geralmente aplicados
em sistemas compactos de ar-
condicionado ou refrigeração,
utilizados em altas, médias e baixas
temperaturas, principalmente
utilizando R-22. Para aplicação em
baixas temperaturas, deve-se optar
por fluídos refrigerantes de maior
densidade.

• Compressores herméticos do tipo Scroll – aplicados em sistemas de alta, média


e baixa temperatura de evaporação. São compactos e relativamente leves. Em
aplicações para baixas temperaturas de evaporação, é necessário resfriamento
adicional para evitar aquecimento excessivo e danos mecânicos.

3.2 Compressores Semi-Herméticos

São montados sob um bloco fundido, que comporta o motor elétrico e peças do
conjunto mecânico, fixadas no bloco por parafusos. São equipamentos robustos,
muito utilizados em supermercados e indústrias. Possuem custo de manutenção
relativamente baixo e médio custo de aquisição.

9
• Compressores semi-herméticos do tipo alternativo – podem ser desmontados
facilmente para eventuais reparos e verificações. Operam nos regimes de alta,
média e baixa temperatura de evaporação. Utilizando R-22 em baixa temperatura
é recomendável um sistema de resfriamento adicional. Em aplicação para
baixíssimas temperaturas (-70 °C), existe a opção de modelos de duplo estágio
que podem operar em sistemas de ultrabaixa temperatura (-90 °C).

3.3 Compressores Abertos

Compressores montados sob um bloco fundido, que comporta as peças do conjunto


mecânico fixadas por parafusos no bloco e, para evitar vazamentos para o meio externo,
possui na ponta do eixo um selo mecânico. Esses equipamentos são acionados por um
motor externo através de acoplamento ou correias e podem ser do tipo alternativo
ou parafuso. São largamente utilizados na indústria de processos e em grandes
supermercados.

• Compressores abertos do tipo alternativos – podem ser desmontados facilmente


para a realização de eventuais reparos ou verificações. Operam nos regimes
de alta, média e baixa temperatura de evaporação, utilizando R-22 ou R-717
(amônia). Em baixa temperatura é recomendável um sistema de resfriamento
adicional ou a utilização de compressores de duplo estágio.

• Compressores abertos tipo parafuso – também podem ser desmontados para


a realização de eventuais reparos ou verificações, mas sua instalação é mais
complexa, pois necessitam de separador de óleo, resfriador, bomba e filtros para
o óleo. Operam em diversos regimes de trabalho e podem ser aplicados com
diversos fluidos refrigerantes.

10
Resumindo

Segundo suas características e peculiaridades, os armazéns frigorificados


podem apresentar diferentes equipamentos e sistemas de refrigeração.

A escolha do sistema de refrigeração deve considerar a capacidade de


armazenamento, os tipos de produtos armazenados e os resultantes de
sua eficiência energética.

Os CFCs e HCFCs são proibidos. Portanto, os sistemas escolhidos devem


utilizar gases mais modernos e menos agressivos para o meio ambiente.

Glossário

Nocivos: Que causa dano; prejudicial.

Termodinâmicas: É o ramo da física que estuda as relações entre calor, temperatura,


trabalho e energia.

11
Atividades

1) Marque V (verdadeiro) ou F (falso).

dd a. ( ) Os gases originalmente utilizados para refrigeração eram


tóxicos.

b. ( ) A maioria das câmaras frias é metálica, recoberta de


placas isolantes.

c. ( ) A amônia (R-717) é um gás refrigerante que não possui


qualidades termodinâmicas.

d. ( ) A instalação de portas automáticas pode ajudar a reduzir


o consumo de energia elétrica nos armazéns frigorificados.

2) A maioria das câmaras frias é construída para funcionar


como câmara autônoma, ou seja:

a. ( ) Que funciona associada às demais.

b. ( ) Que funciona na mesma temperatura das demais.

c. ( ) Que funciona independentemente das demais.

d. ( ) Que funciona automaticamente.

3) O sistema de refrigeração é um dos mais importantes


sistemas nos armazéns refrigerados e o consumo de energia
representa cerca de 50% dos custos totais de funcionamento
do armazém.

( ) Certo ( ) Errado

12
4) Para reduzir o consumo de energia, a espessura do
isolamento tende a ser aumentada, pois:

a. ( ) O revestimento é o primeiro a sofrer congelamento.

b. ( ) As câmaras devem ser isoladas umas das outras.

c. ( ) Quanto maior a espessura, maior a variação de


temperatura.

d. ( ) Quanto maior a espessura, menor a variação de


temperatura.

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Referências

ABIAF. Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada. Condições


Gerais de Armazenagem. Portal da internet ABIAF, 2016. Disponível em: <http://www.
abiaf.org.br/?abiaf=[condicoes]>. Acesso em: 28 set. 2016.

BALLOU, R. H. Logística Empresarial – Administração de Materiais e Distribuição


Física. São Paulo: Atlas, 1993.

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística Empresarial – O Processo de


Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

CHIAVENATO, I. Administração da Produção – Uma Abordagem Introdutória. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2004.

FAVERI, T. Gestão de estoque: uma comparação entre os métodos de avaliação na


movimentação dos estoques em uma agroindústria do sul do Estado de Santa Catarina.
Criciúma: UNESC, 2010.

14
UNIDADE 4 | MOVIMENTAÇÃO
DE CARGAS FRIGORIFICADAS

15
Unidade 4 | Movimentação de Cargas Frigorificadas

ff
As cargas frigorificadas possuem peculiaridades que as
diferenciam. Veja se você consegue responder às seguintes
questões. Quais os cuidados principais na movimentação dessas
cargas? Considerando suas características, quais são os
equipamentos mais empregados para sua movimentação e
armazenagem?

Os alimentos representam grande parte das cargas frigorificadas. Como podemos imaginar,
os cuidados com o manuseio, movimentação e armazenagem para esses produtos devem
ser diferenciados. Nesta unidade, serão apresentados equipamentos que facilitam a
movimentação de cargas nos armazéns e alguns sistemas utilizados para movimentação
de cargas nas áreas internas dos armazéns.

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A seguir, vamos conhecer as principais estruturas de armazenamento, incluindo os
equipamentos que facilitam a movimentação da carga, tais como os paletes, os racks e os
slip sheets (folhas finas de plástico, papel kraft ou papel cartão). Posteriormente, iremos
conhecer alguns sistemas de movimentação de cargas utilizados nos armazéns.

1. Estruturas de Armazenamento

Nos armazéns frigorificados encontramos diversas estruturas para movimentação


e armazenagem. Algumas delas servem para facilitar a movimentação dos produtos
enquanto outras facilitam a armazenagem.

1.1 Equipamentos Unitizadores

São equipamentos utilizados para agregar mercadorias, permitindo que mais de um


item seja transportado ao mesmo tempo. Em geral, são unitizados produtos idênticos
ou similares.

a) Paletes

Nos armazéns, as mercadorias chegam em embalagens primárias e secundárias


e são unitizadas, formando unidades logísticas. Os materiais mais utilizados para
armazenagem de produtos nas câmaras frias são os paletes, também conhecidos como
estrados ou cantoneiras.

As câmaras frigorificadas produzidas por grandes empresas são moduladas para


receber os paletes tipo ISO (International Standard Organization), que possuem
dimensões adequadas às embalagens, empilhadeiras, caminhões e contêineres da
maioria dos fabricantes do Brasil e do exterior.

17
bb
Para conhecer os padrões estabelecidos pela ISO, consulte os
catálogos de padronização disponíveis no link a seguir. Confira!

http://www.iso.org/iso/iso_catalogue/catalogue_tc/catalogue_
tc_browse.htm?commid=48928

b) Racks

Permitem o aproveitamento vertical do armazém, pois podem ser empilhados e


transportados sem que haja transferência do peso para as mercadorias. Em geral, os
racks podem ser desmontados quando não estão em uso, facilitando o transporte e
possibilitando maior espaço livre de utilização do armazém.

aa
Na armazenagem frigorificada, o tipo de rack mais utilizado
apresenta a medida padrão de 1000 x 1200 x 1750 mm, que
corresponde ao padrão de 95% dos racks utilizados no Brasil.

No empilhamento, o primeiro rack chega a suportar até 6.000 kg. Eles são fabricados
em chapa de aço do tipo SAE 1100 e são compostos por 04 (quatro) colunas e 12 (doze)
travessas.

c) Slip Sheets

É uma folha longa, normalmente


feita de papel kraft (um tipo de fibra
vegetal sólida), composta por camadas
sobrepostas, e que pode, em muitos
casos, substituir com sucesso os paletes
tradicionais de madeira ou de outro
material. Ele também pode ser feito de
papel ondulado ou plástico, sendo este
último o mais adequado para uso em
ambientes úmidos e molhados, típicos de
armazéns refrigerados.

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O slip sheet pode ser produzido nas medidas e especificações adequadas a cada
produto. Para operar corretamente o equipamento, é necessário acoplar à empilhadeira
um acessório especial, chamado push-pull (mecanismo pantográfico que prende os slip
sheets).

1.2 Estruturas de Armazenagem: Porta-Paletes

O sistema porta-paletes é utilizado para armazenar produtos paletizados com excelente


aproveitamento do espaço vertical. Ele otimiza a movimentação de materiais, pois
cada palete é acondicionado em compartimento específico, o que possibilita que ele
seja acessado sem movimentar nenhum outro palete.

a) Porta-Paletes convencional (estrutura pesada)

Estrutura pesada e estática, na qual


as prateleiras são substituídas por um
plano de carga, constituído por um
par de vigas, encaixadas em colunas,
permitindo a regulagem na altura. Os
paletes são armazenados e retirados
individualmente por empilhadeiras ou
manualmente, dependendo do tipo de
produto a ser estocado.

b) Porta-Paletes dupla profundidade (estrutura pesada)

Semelhante ao sistema convencional no que se refere à forma construtiva,


diferenciando-se unicamente quanto à sua disposição pois são conjuntos de porta-
paletes duplos em que a carga pode ser retirada apenas por uma face. Para esse sistema
torna-se indispensável o uso de empilhadeira especial, com garfos pantográficos
(empilhadeira pantográfica).

19
c) Drive-In e Drive-Through

Estruturas para verticalizar cargas paletizadas por acumulação, com movimentação


interna da empilhadeira, ideal para trabalhar com grandes quantidades de um mesmo
produto. No caso do drive-in, a empilhadeira entra e sai pelo mesmo lado. Já no drive-
through existe acesso pelos dois lados.

d) Porta-Paletes dinâmico

Sistema dinâmico derivado do Drive-Through. A ideia de armazenagem dinâmica é


simples e singular: os paletes com as mercadorias são colocados em uma extremidade
da estrutura e deslizam, por meio da força da gravidade ou por velocidade controlada,
até o lado oposto da estrutura, caracterizando o sistema First in, First on – FIFO (primeiro
palete a entrar é o primeiro a sair).

e) Porta-Paletes Deslizante

Estrutura de armazenagem de alta densidade onde o corredor de circulação e acesso


é compartilhado em função do sistema eletromecânico de deslocamento lateral dos
conjuntos de estruturas porta-paletes.

f) Push-Back

Sistema de armazenagem por acumulação que permite armazenar até quatro paletes
em profundidade por cada nível. Ideal para a armazenagem de produtos de rotação
média.

2. Sistemas de Movimentação de Cargas

Os equipamentos mais clássicos para movimentação de cargas são as empilhadeiras


manuais ou mecanizadas. Uma empilhadeira clássica com garfos geralmente permite
empilhar paletes em 5 níveis, o que corresponde a armazéns com pé-direito da ordem de
10 m. No entanto, os armazéns frigorificados podem alcançar até 40 m de altura. Nesse
caso, é necessário o uso de transelevadores, que são equipamentos de movimentação
e armazenagem de cargas unitizadas com uma vasta gama de aplicações e três modos
de funcionamento: manual, semiautomático e automático.

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Os transelevadores foram desenvolvidos a partir da necessidade de aproveitamento
máximo da superfície disponível nos armazéns. São máquinas elaboradas para trabalhar
em corredores mais estreitos e que operam em alturas superiores a 30 metros. Existe
uma grande variedade de transelevadores com diversas características, projetados
para atender a capacidade da carga, suas dimensões, a altura da construção e os
tempos de ciclo (intervalos entre entradas e saídas do sistema).

Resumindo

Um armazém pode apresentar diferentes equipamentos para unitização da


carga em unidades logísticas.

São diversas as alternativas disponíveis de sistemas de movimentação de


unidades logísticas dentro do armazém.

A escolha dos equipamentos e sistemas adotados em cada armazém deve


considerar sua capacidade de armazenamento, as características dos
produtos armazenados e a rotatividade destes.

Glossário

Convencional: estabelecido pelo uso ou pela prática; tradicional.

Peculiaridades: característica daquilo que é particular, peculiar.

21
Atividades

1) Nas câmaras frias, os unitizadores mais empregados são:

dd a. ( ) Estrados de madeira

b. ( ) Paletes

c. ( ) Prateleiras e racks

d. ( ) Porta-paletes

2) As câmaras frigorificadas fabricadas por grandes empresas


são moduladas para receber os paletes tipo ISO,
________________.

a. ( ) que possuem medidas específicas para câmaras


brasileiras.

b. ( ) que são padronizadas para cada produto armazenado.

c. ( ) que possuem dimensões padronizadas em todo o


mundo.

d. ( ) que são descartáveis e recicláveis.

3) Os equipamentos de unitização são empregados para


juntar várias unidades de produtos em um único volume,
facilitando seu transporte.

( ) Certo ( ) Errado

22
4) O sistema porta-paletes é utilizado para armazenar
produtos ________________ com excelente aproveitamento
do espaço vertical.

a. ( ) desembalados

b. ( ) tipo carga unitária

c. ( ) tipo carga geral

d. ( ) paletizados

23
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Rede de Frio. 3. ed. Brasília: Ministério da


Saúde: Fundação Nacional de Saúde, junho de 2001.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Nota técnica nº 03/2004: refrigeração


industrial por amônia: riscos, segurança e auditoria fiscal. Brasília: MTE, SIT, DSST, 2005.

PEREIRA, D. Importância da Cadeia de Frio na Segurança Alimentar de Produtos


Congelados e Refrigerados. Escola Superior Agrária de Coimbra, Mestrado Engenharia
Alimentar, Segurança Alimentar, 2010/2011.

24
UNIDADE 5 | CONDIÇÕES
DE ARMAZENAGEM E
RESPONSABILIDADE

25
Unidade 5 | Condições de Armazenagem e
Responsabilidade

ff
Quando uma mercadoria é depositada em um armazém, seu
operador passa a ser responsável por ela e por sua correta
manutenção. No entanto, nem todos conhecem exatamente o
que essa transferência de responsabilidade significa. Quais
condições de armazenagem são necessárias para proporcionar
às mercadorias? Quais são as responsabilidades do operador do
armazém na manutenção dessas condições?

Nesta unidade, apresentaremos informações relacionadas ao funcionamento dos


armazéns frigorificados. Vamos esclarecer junto com você as principais responsabilidades
da armazenagem de cargas frigorificadas, e conhecer as condições gerais necessárias a
esse tipo de armazenamento.

26
Os armazéns frigorificados ficam responsáveis durante o período de permanência,
pelos produtos entregues aos seus cuidados. Portanto, existem regras determinadas de
recebimento e de entrega, que devem ser cumpridas para garantir a boa execução do
serviço.

1. Condições Gerais de Armazenagem

A armazenagem frigorificada consiste na conservação de


produtos congelados ou resfriados em câmaras frigorificadas,
com temperatura adequada à sua correta conservação (ABIAF,
2016).

Quando recebe mercadorias congeladas, o armazém deve garantir em suas


câmaras uma temperatura ambiente geralmente inferior à -18 ºC, com variações de
aproximadamente 3 ºC. Já as mercadorias resfriadas são normalmente recebidas a
temperaturas entre 0 ºC e 16 ºC.

Como ressalta a Associação Brasileira da Indústria de

ee
Armazenagem Frigorificada (ABIAF), cabe ao proprietário da
mercadoria indicar a temperatura para o armazenamento. Por
outro lado, o armazém deve garantir a manutenção das
condições solicitadas durante todo o processo de armazenagem.

Importante, ainda, ressaltar que as mercadorias recebidas com temperaturas acima


da solicitada levam algum tempo até atingirem a temperatura contratada para
armazenagem.

27
2. Operações Realizadas nos Armazéns Frigorificados

A ABIAF (2016) organizou e descreveu as principais operações realizadas nos armazéns


frigorificados. Veja, a seguir, como a Associação descreve essas atividades.

a) Manuseio de entrada

Compreende a descarga dos produtos dos veículos estacionados na porta da


plataforma da antecâmara do armazém, conferência, paletização, transporte interno e
empilhamento dos paletes nas câmaras de estocagem (ABIAF, 2016).

b) Manuseio de saída

Localização e desempilhamento dos paletes na câmara, transporte para a antecâmara,


conferência e carregamento dos produtos nos veículos estacionados na porta da
antecâmara do armazém (ABIAF, 2016).

c) Manuseio interno

Localização e desempilhamento de paletes que estejam em câmara ou túnel de


congelamento, reembalagem, reensaque, marcação, pesagem, paletização e posterior
transporte para câmara ou túnel (ABIAF, 2016).

d) Recuperação de frio e congelamento

Retomada da temperatura ideal de frigoconservação, para produtos que apresentem


elevada temperatura quando chegam ao armazém (ABIAF, 2016).

e) Separação de mercadorias

Consiste na separação de dois ou mais itens de produtos que chegam para estocagem,
transportados num mesmo veículo, bem como, no picking (separação e preparação de
pedidos) e/ou fracionamento de lotes de produtos para saídas parciais ou totais com
destinos distintos (ABIAF, 2016).

28
3. Responsabilidades na Armazenagem

Os funcionários dos armazéns não conhecem todas as condições anteriores à chegada


do produto, inclusive aspectos de transporte, fabricação, e no caso de alimentos
perecíveis, as condições de colheita e preparo.

aa
No momento do recebimento da mercadoria, deve ser realizada
uma inspeção visual com o intuito de identificar danos aparentes,
os quais devem ser apontados no procedimento de entrada.

Quando armazenadas na temperatura correta contratada, o armazém não responde


por mercadorias que tenham sofrido alterações de peso ou de qualidade dentro das
câmaras frigorificadas. O armazém também não se responsabiliza por alterações de
cor em consequência de tempo de armazenagem ou qualquer dano proveniente do
armazenamento ou acondicionamento das mercadorias, desde que seja comprovado
que foram mantidas as condições contratadas.

Casos de faltas ou avarias de mercadorias ocorridas por falhas no processo de


armazenagem acarretam responsabilidade pelos danos por parte do armazém. Quando
ocorrerem diferenças na descarga entre produto e nota fiscal, os responsáveis pelo
armazém devem informar imediatamente o ocorrido, verbalmente ou por escrito, para
que sejam tomadas as devidas correções fiscais.

Caso seja detectada a falta ou avaria nos produtos armazenados,

ee
a responsabilidade financeira do armazém se limita ao valor
declarado pelo depositante das mesmas, na ocasião do depósito
ou correções posteriores.

O armazém não responde por (ABIAF, 2016):

• faltas ou avarias em mercadorias, quando constatadas fora do estabelecimento.

29
• eventuais danos causados aos produtos armazenados em virtude de interrupção
do fornecimento de energia elétrica oriundas de caso fortuito ou de força
maior, quando efetivamente comprovado que tais falhas foram geradas pela
concessionária da rede pública de abastecimento e de distribuição de energia.

4. Seguro

A ABIAF (2016) também esclarece


eventuais dúvidas a respeito do seguro
das mercadorias. De acordo com a
Associação, cabe ao armazém contratado
tomar as providências necessárias à
emissão dos seguros para amparo dos
bens sob sua guarda, contra danos
aleatórios, com montantes de cobertura
equivalentes aos valores de reposição de
tais bens, limitados, sempre no máximo,
ao valor declarado pelo Contratante na
Nota Fiscal entregue ao responsável do armazém, quando da recepção de tais bens.

Ressalta-se que o armazém não se responsabiliza por perdas provenientes de danos


aleatórios, ou seja, aqueles de origem súbita, imprevisível e acidental, sofridos pelos
bens declarados em contrato. Ficam excluídas do seguro as perdas derivantes de vício
próprio ou intrínseco, má qualidade, mau acondicionamento, fermentação e combustão
espontânea de tais bens.

30
Resumindo

Os armazéns são responsáveis pela manutenção da carga nas mesmas


condições em que foram recebidas, considerando-se a temperatura
estabelecida em contrato.

O proprietário da mercadoria deve indicar a temperatura para o


armazenamento, e o armazém deve garantir a manutenção das condições
solicitadas durante todo o processo de armazenagem.

O armazém deve providenciar o seguro das cargas sob sua guarda.

Glossário

Avarias: estragos, danos, prejuízos.

Perecíveis: que tende a perecer; que se deteriora; deteriorável: alimento perecível.

Proveniente: originário; que teve sua origem em; que provém de.

31
Atividades

1) O armazém frigorificado recebe mercadorias congeladas,

dd
garantindo em suas câmaras uma temperatura ambiente:

a. ( ) Geralmente superior a 0º.

b. ( ) Geralmente inferior à -18º.

c. ( ) Sempre superior a 10º.

d. ( ) Sempre positiva.

2) A atividade de manuseio de entrada compreende:

a. ( ) Carga, recarga, transporte e consumo.

b. ( ) Descarga, transporte, embalagem e consumo.

c. ( ) Descarga, conferência, paletização, transporte interno e


empilhamento.

d. ( ) Desempilhamento, transporte, conferência e


carregamento.

3) A recuperação de frio e congelamento consiste na


recomposição da temperatura ideal de frigoconservação,
para produtos que apresentem elevada temperatura na
chegada ao local de estocagem.

( ) Certo ( ) Errado

32
4) O armazém não responde por faltas ou avarias em
mercadorias quando as mesmas forem constatadas
________________________.

a. ( ) durante a embalagem

b. ( ) durante a armazenagem

c. ( ) dentro do armazém

d. ( ) fora do armazém

33
Referências

PEREIRA, V. F.; DORIA, E. C. B.; CARVALHO JÚNIOR, B. C.; NEVES FILHO, L. C.; SILVEIRA
JÚNIOR, V. Avaliação de temperaturas em câmaras frigoríficas de transporte urbano
de alimentos resfriados e congelados. Ciência &Tecnologia de Alimentos, Campinas,
v. 30, n. 1, jan./mar. 2010.

POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo: Editora


Ática, 2008.

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UNIDADE 6 | RECEBIMENTO E
RETIRADA DE MERCADORIAS

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Unidade 6 | Recebimento e Retirada de Mercadorias

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Como sabemos, o armazém é o responsável pela manutenção da
qualidade das mercadorias enquanto elas estiverem sob sua
guarda. Veja se você está preparado para responder a estas
questões: Quais são os cuidados necessários no recebimento de
mercadorias? Como é realizada a operação de retirada das
mercadorias? Como operar os veículos nas atividades de
recebimento e retirada?

Os armazéns ficam responsáveis durante certo período pelos produtos entregues a seus
cuidados. Portanto, existem certas regras de recebimento e entrega que devem ser
cumpridas para garantir a boa execução do serviço. Nesta unidade, vamos saber um pouco
mais sobre os procedimentos de recebimento e de retirada de mercadorias, e alguns
cuidados com a operação dos veículos frigorificados.

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1. Recebimento

Os funcionários do armazém recebem as mercadorias, identificando-as de acordo com


o número de volumes recebidos e a descrição do produto. Estas informações devem
constar na Nota Fiscal de armazenagem. O armazém deverá devolver os produtos nas
mesmas unidades de volume em que foram recebidos e conforme descrição da Nota
Fiscal.

Mercadorias consolidadas em embalagens que necessitem de trabalhos, conferência


e separação diferentes do convencional devem ter o preço de separação calculado,
utilizando-se como base o custo de equipamentos e pessoal necessários.

As mercadorias de origem animal depositadas no armazém são fiscalizadas pelo


DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Para garantir
o cumprimento das legislações nacional e estrangeiras, o DIPOA conta com as
Superintendências Federais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos Estados e
com os Serviços de Inspeção Federal – SIF.

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Conheça melhor as atividades do DIPOA acessando a página do
órgão diretamente no portal do Ministério da Agricultura
através do link a seguir.

http://www.agricultura.gov.br/animal/dipoa

Segundo a ABIAF (2016), mercadorias classificadas ou compostas de produtos


químicos somente poderão ser descarregadas se estiverem acompanhadas das fichas
de instruções, nas quais devem constar a formulação, a composição, e recomendações
claras sobre manuseio e estocagem, além de especificar os procedimentos de
emergência para eventuais acidentes. O armazém poderá recusar o recebimento de
produtos químicos cuja formulação, qualidade de embalagem ou grau de risco sejam
considerados perigosos, e de produtos que não se enquadram nas normas de segurança
do estabelecimento.

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O armazém pode – desde que solicitado pelo depositante –

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reembalar as mercadorias recebidas com embalagens
danificadas e/ou insuficientes. O depositante deve fornecer
material e arcar com o custo da operação.

Durante o processo de recebimento, as mercadorias terão suas temperaturas medidas


em três pontos: início, meio e fim da carroceria do veículo transportador. Para fins de
registro, a temperatura considerada para o recebimento será a média das três medidas
de temperatura.

a) Recebimento de congelados

As mercadorias que na ocasião do recebimento no armazém tiverem temperaturas


superiores a -18ºc sofrerão automaticamente uma recuperação ou reforço de frio e/ou
congelamento, de acordo com as faixas abaixo, baseadas no item “congelamento” da
proposta comercial:

Temperatura de recebimento Congelamento

Até -12 ºC 20% da taxa de congelamento

De -11,99 ºC até -6 ºC 60% da taxa de congelamento

De -5,99 ºC até -2 ºC 80% da taxa de congelamento

De -1,99 ºC em diante 100% da taxa de congelamento

b) Recebimento de resfriados

As mercadorias que, na ocasião do recebimento, estiverem com temperaturas em


desacordo com a solicitada pelo depositante, ou fora dos padrões exigidos para a
devida conservação do produto (caso tenham sido transportada em veículo aberto,
baú carga seca ou qualquer outro veículo não adequado para manter a temperatura de
conservação) sofrerão automaticamente uma recuperação de frio, baseada em custo
constante da proposta comercial.

Em ambos os casos (congelados e resfriados) a armazenagem não responderá pela


perda de qualidade do produto e/ou mercadoria. O armazém poderá recusar o
recebimento de mercadorias nas seguintes condições:

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• Com temperatura inferior a 0 ºC e superior a 16 ºC para produtos resfriados;

• Com temperatura superior a -16 ºC para produtos congelados;

• As que não estejam em perfeito estado de conservação;

• As que estejam com embalagens deficientes;

• As mercadorias com odores não compatíveis;

• As perigosas e que possam causar danos a outras mercadorias, ou interditadas


pelo Serviços de Inspeção Federal (SIF);

• As que estiverem com data de validade vencida.

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A devolução de mercadorias nestas condições não desobriga os
contratantes pela reserva de espaço já contratado, mesmo que,
em virtude dessa devolução, o proprietário não venha a ocupá-
lo.

O armazém também deve recusar o recebimento de mercadorias que não estejam


acompanhadas de documentos fiscais, sanitários ou quaisquer outros exigidos pelas
autoridades.

2. Retirada de Mercadorias

Para toda operação de retirada de


mercadorias, o armazém coloca-se à
disposição do depositante para que
este, ou um representante seu, assista
à operação e faça a conferência. Na
ausência do cliente ou representante
para conferência, são consideradas
aceitas as quantidades e temperaturas
declaradas pelo armazém.

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Para poder retirar a mercadoria, o depositante deverá solicitá-la pela descrição
do produto constante da sua nota fiscal de armazenagem. Caso queira algum lote
específico, deverá mencionar o número da nota fiscal de entrada da mercadoria que o
armazém fornece.

O armazém se reserva o direito de exigir comprovação da liquidação de todos os


débitos financeiros e/ou fiscais referentes às operações do depositante, antes da
retirada de qualquer quantidade e/ou saldo de estoque. Ao armazém assiste o direito
de retenção de mercadorias para pagamento de todos os débitos vencidos ou a vencer,
até que eles sejam saldados.

3. Operação de Veículos para Recebimentos e Retiradas

Em geral, os armazéns mantêm um regime de programação para todas as movimentações


de carga ou descarga de mercadorias. Com isso, os depositantes que programarem
suas operações terão prioridade no atendimento. Nesse sentido, a chegada de
veículos com mercadorias para estocagem deve obedecer a prévia programação entre
o cliente e o armazém. Qualquer modificação na programação deverá ser objeto de
novo entendimento entre as partes.

Os veículos que se apresentarem no armazém para uma operação, sem a prévia


programação, serão atendidos por ordem de chegada, em fila diferente dos veículos
já programados. O armazém se exime de qualquer responsabilidade por demoras na
carga ou descarga de veículos que estiverem fora de sua programação.

Em geral, os armazéns comprometem-se a concluir a operação

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de carga e descarga no menor tempo possível, de no máximo 24
horas após a chegada do veículo, desde que programada, salvo
existam acordos diferentes entre as partes.

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4. Aplicação e Pagamento das Tarifas de Armazenagem

Para cobrir o custo do espaço, o armazém aplica uma tarifa de armazenagem. Os outros
serviços são cobrados conforme suas respectivas tarifas, constantes da proposta
comercial e/ou dos acordos específicos firmados entre o armazém e o depositante.
As taxas de armazenagem são calculadas por períodos mensais ou quinzenais,
obedecendo-se aos critérios:

• O cálculo é efetuado no último dia da quinzena ou mês.

• A base para cálculo é sempre o saldo em estoque no período anterior, acrescido


das entradas ocorridas no período seguinte.

• Por quaisquer atrasos no pagamento de débitos, incorrerão as cobranças


de atualização monetária, de acordo com as condições vigentes no mercado
financeiro.

• Serviços especiais, cujas tarifas não constem da proposta comercial, deverão ser
alvo de acordo específico entre as partes, resguardando-se ao armazém o direito
de não os executar antes de tal acordo.

Resumindo

Para garantir a qualidade do serviço e o respeito por parte dos contratantes


de serviços, os armazéns frigorificados devem seguir certas normas de
recebimento e retirada das mercadorias, como em qualquer tipo de
armazém.

As operações de recebimento e retirada de mercadorias seguem padrões,


e devem considerar as características especiais ligadas ao tipo de mercadoria
armazenada, especialmente aquelas relacionadas à temperatura.

O armazém deve aceitar somente mercadorias acompanhadas de


documentos fiscais que atendam à legislação em vigor.

Cabe ao depositante analisar se o procedimento fiscal adotado pelo


armazém atende às características específicas da sua operação.

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Glossário

Estocagem: ação de desenvolver ou criar estoque (mercadoria acumulada);


armazenamento.

Manuseio: manejo; ação de manusear.

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Atividades

1) As mercadorias que estiverem com temperaturas

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ligeiramente elevadas no momento do recebimento devem
passar pelo procedimento de:

a. ( ) Recuperação do calor.

b. ( ) Liberação do frio.

c. ( ) Descongelamento.

d. ( ) Recuperação de frio.

2) As mercadorias constituídas por produtos químicos


somente poderão ser descarregadas se tiverem fichas de
instruções, onde constem sua formulação, composição, e
recomendações claras sobre manuseio e estocagem.

( ) Certo ( ) Errado

3) As mercadorias de origem animal depositadas no armazém


são fiscalizadas pelo:

a. ( ) MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário.

b. ( ) DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de


Origem Animal.

c. ( ) MMA – Ministério do Meio Ambiente.

d. ( ) DTA – Departamento de Tecnologia de Alimentos.

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4) Marque V (verdadeiro) ou F (falso).

a. ( ) O armazém poderá recusar o recebimento de mercadorias


que estiverem com temperaturas muito elevadas.

b. ( ) Todo armazém é proibido de estocar qualquer produto


perigoso.

c. ( ) No recebimento, os produtos devem ter as mesmas


unidades de volumes descritos na nota fiscal.

d. ( ) O armazém deve recusar o recebimento de mercadorias


vencidas.

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Referências

BALLOU, R. H. Logística Empresarial – Administração de Materiais e Distribuição


Física. São Paulo: Atlas, 1993.

BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial – O Processo de


Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

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Gabarito

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4

Unidade 3 V-V-F-V C E D

Unidade 4 B C C D

Unidade 5 B C C D

Unidade 6 D C D V-F-V-F

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