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PIAGET E O DESENVOLVIMENTO MORAL NA CRIANÇA

Jean Piaget, a partir de observações minuciosas de seus próprios filhos e de várias outras crianças
concluiu que estas, ao contrário do que se pensava na época, não pensam como os adultos: certas
habilidades ainda não foram desenvolvidas.

Para ele, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes
sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus
valores, princípios e normas morais. Assim sendo, podemos concluir que esse processo requer tempo.

Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de processos de organização interna e


adaptação e essa ocorre na interação de processos denominados assimilação e acomodação.

Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento do indivíduo


e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas cognitivas e
conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele informações
consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental antiga para dominar o
novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina acomodação.

Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:

- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo
determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo
hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja
alimentado é um exemplo dessa fase.

- heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer


interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou
um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que
assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.
- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a
última fase do desenvolvimento da moral.
Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao
desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com
diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição
anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e
intelectual.

ARAGUAIA, Mariana. "Piaget e o desenvolvimento moral na criança"; Brasil Escola. Disponível em


<http://www.brasilescola.com/biografia/piaget-desenvolvimento-moral-na-crianca.htm>. Acesso em
15 de setembro de 2015.

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