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Unilúrio Business School

UBS

Tema:

Evolução da auditoria interna em Moçambique

Trabalho individual da
cadeira de auditoria
interna de carácter
avaliativo.
Docente: Gláucia Pedro

Discente: Saddam Janfar

Nampula, Abril de 2020


Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 3

1.2 Objectivos .............................................................................................................................. 3

1.2.1 Geral ................................................................................................................................ 3

1.2.2 Específico ........................................................................................................................ 3

2. Auditoria interna .......................................................................................................................... 4

3. Origem e evolução da auditoria interna ....................................................................................... 4

4. Evolução da auditoria interna em Moçambique .......................................................................... 6

5. Conclusão .................................................................................................................................... 8

6. Referencias Bibliográficas ........................................................................................................... 9

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1. Introdução
Etimologicamente, o termo auditoria deriva-se do latim audire, que significa ouvir. Inicialmente
foi traduzido pelos ingleses como auditing, para designar termos técnicos para a revisão dos
registos contabilísticos.sa opinar ou comentar a respeito de algo ou de alguma situação.

O conceito de auditoria tem evoluído com o passar do tempo, dado o aumento da dimensão das
organizações bem como a crescente complexidade das mesmas e dos seus objectivos. O
profissional de auditoria tem cada vez mais de se adaptar a esta constante evolução, assim como
às condições e necessidades que desta surgirão.

1.2 Objectivos

1.2.1 Geral
O trabalho tem como objectivo geral a compreensão da evolução da auditoria em Moçambique.

1.2.2 Específico
 Conceituar a auditoria interna;
 Descrever a origem e evolução da auditoria interna a nível;
 Conhecer a evolução da auditoria interna em Moçambique.

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2. Auditoria interna
A definição de auditoria tem sofrido várias alterações ao longo do tempo, passando após várias
décadas a agregar novas técnicas de recolha de informação como resposta à solicitação desta
actividade e consoante as crescentes necessidades dos auditores. Taborda (2006: 15) indica-nos
que «A palavra «auditor» tem a sua origem no latim: vem de Auditore, que significa «aquele que
ouve.»

Não existe uma única definição do que é a auditoria e são vários os autores e organizações que a
definem, bem como aos seus objectivos. Por mais diferentes que sejam essas definições acabam
por ser utilizados alguns termos semelhantes, bem como expressões.

De acordo com Costa (2014, p.56) menciona que: em termos gerais, uma auditoria destina-se a
verificar, de uma forma sistemática, a conformidade dos procedimentos adoptados e seguidos nas
diversas áreas organizacionais de uma entidade com os respectivos regulamentos, critérios, leis,
regras, políticas.

3. Origem e evolução da auditoria interna


São vários os indícios de que a auditoria remonta a cerca de 4000 antes de Cristo, em que já eram
feitas auditorias na Babilónia, China e Egipto. Nesses tempos as auditorias relacionavam-se com
a cobrança de impostos e com o controlo dos estoques de alimentação (Valencio e Ngueve, 2013,
p. 20).

O cargo de Auditor do Tesouro é criado em Inglaterra em 1314 e é neste mesmo país que a
auditoria passa por grandes desenvolvimentos. Como referido em Auditores (2002: 5), em 1559,
a Rainha Elizabeth I sistematizou e estabeleceu a Auditoria dos Pagamentos a Servidores
Públicos.

Em 1854 é criado o Institute of Chartered Accountants of Scotland (ICAS), o primeiro organismo


profissional de contabilistas e de auditores a nível mundial, e em 1880 surge o Institute of
Chartered Accountantes in England and Walles (ICAEW) na Inglaterra, que reúne as distintas
sociedades de auditores existentes em Londres, Liverpool, Manchester, Escócia e Sheffield (A.
Riquelme e F. de Valderrama, 2014, p.73).

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Ainda no decorrer desta década, de acordo com alguns autores, na França é criada a figura do
Comissário de contas, em Itália é reconhecida a figura do auditor independente e na Alemanha é
promulgado um código com referências específicas da revisão das contas.

Na segunda metade do Século XIX, dadas as novas exigências da Revolução Industrial em


Inglaterra e a expansão do capitalismo, a auditoria sofre uma grande evolução. Houve um
aumento da dimensão das empresas, e consequentemente a necessidade de atribuição de novas
funções e actividades. Nesta fase de expansão de capitalismo, um factor crítico para o sucesso das
empresas era a obtenção de financiamento, o que levou a um maior desenvolvimento da auditoria
externa. (Filho e Oliveira, 2001, p.16).

Em 1887 foi criado o órgão que publicou os primeiros documentos técnicos sobre auditoria, o
American Institute of Accountants (AIA), e teve o seu sucessor em 1957, o American Institute of
Certified Public Accountants (AICPA), que foi decisivo para a prática de auditoria, pois foi este o
primeiro órgão a publicar normas de auditoria em 1948 (Costa, 2014, p.67). O crescimento da
economia em meados do século XX causou uma mudança do crescimento, desenvolvimento e
também aperfeiçoamento técnico da auditoria da Inglaterra para os Estados Unidos da América.

Em 1941 é criada a entidade responsável pela divulgação e promoção de melhores práticas de


auditoria interna, o Institute of Internal Auditors (IIA). Surgiu face a um acordo assinado por
várias entidades profissionais representantes de vários países da Europa, a Union Européenne des
Experts Comptables Economiques et Financiers (UEC) em 1951, sendo que Portugal estava entre
os vários países. Esta organização lançou a sua primeira norma em 1978. De acordo com Costa
(2014. P,77).

Para a publicação de normas e preparação das demonstrações financeiras e para que fosse
possível a elaboração de informação financeira harmonizada entre os países, foi criado o
International Accounting Standards Committee (IASC) em Junho de 1973, que mais tarde, em
2001 passou a International Accounting Standards Board (IASB) (Miranda, 2011. p,5). Em 1977
é criada a International Federation of Accountants (IFAC) e a primeira norma de auditoria por
esta lançada data de 1980.

Em 1985 surge nos EUA a Comissão Treadway que resultou da junção de cinco organizações,
nomeadamente o AICPA, a American Accounting Association (AAA), o Institute of Internal
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Auditors (IIA), o National Association of Accountants (NAA) e o Financial Executives Institute
(FEI), cujo objectivo inicial era o estudo de medidas para combater a fraude, tendo mais tarde
evoluído para estudos relativos ao controlo interno.

A profissão de auditoria cresceu substancialmente na década de 90. A auditoria desenvolveu-se


em torno do risco de negócio e, defensores desta perspectiva são da opinião de que quando estes
não são controlados podem afectar as demonstrações financeiras e, com a sua compreensão é
possível ao auditor posicionar-se para identificar assuntos relevantes em tempo útil, (Teck-Heang
e Ali, 2008. p,5).

Surge em 2002 o International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), que
inicialmente era conhecido como International Auditing Practices Committee (IAPC), este último
criado em 1978. O IAASB tem como objectivo o desenvolvimento de um conjunto de normas
internacionais geralmente aceites. Actualmente procura-se uma harmonização de procedimentos
relativos a auditoria, através da adopção de Normas Internacionais de Auditoria e através de
Directivas que tratem esta temática.

4. Evolução da auditoria interna em Moçambique


A primeira vez que surgiu em Moçambique alguma função similar à auditoria interna foi no
código comercial, aprovado pelo decreto-lei n.º 2/2005 de 27 de Dezembro. Isto segundo a
OCAM – Ordem dos contabilistas e auditores de Moçambique, no seu actual artigo 436.º -
fiscalização e 437.º - competências.

No Código Comercial de Moçambique de 2005 já eram definidos os responsáveis pela


auditoria/fiscalização que visto serem os sócios, demonstra que não havia grande preocupação
pela independência.

Posto isto, Havendo necessidade de criar uma entidade que regule as profissões de contabilistas e
de auditar, É criada a Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique e aprovado o
respectivo Estatuto, Lei nº 8/2012 de 8 de Fevereiro. Aprovado pela Assembleia da República,
aos 30 de Novembro de 2011.

Tendo como funções/atribuições:

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a) Organizar e manter actualizado o cadastro dos seus membros e atestar, sempre que lhe for
solicitado, que os mesmos se encontram no pleno exercício da sua capacidade funcional
nos termos do presente Estatuto;
b) Definir, difundir, promover e fazer cumprir os princípios e as normas de ética e
deontologia profissional de contabilidade e de auditoria;
c) Definir normas e padrões técnicos de exercício da profissão tendo em consideração as
normas internacionalmente aceites designadamente os emanados da Federação
Internacional dos Contabilistas;
d) Propor às autoridades competentes medidas legislativas, regulamentares ou de qualquer
outra natureza relativas ao Sistema de Contabilidade do Sector Empresarial e aos restantes
planos sectoriais de contabilidade e, de forma genérica, às matérias que possam contender
com os direitos e interesses legítimos e com a ética ou deontologia dos seus membros;
e) Emitir parecer sobre quaisquer projectos de legislação ou regulamentação relativos às
matérias referidas na alínea anterior, quando solicitado.

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5. Conclusão
O presenta trabalho da cadeira de auditoria interna com o tema de evolução da auditoria interna
em Moçambique, em que se conclui que a auditoria interna está em constante evolução e com o
intuito de se adaptar às exigências do mercado e corresponder às necessidades das organizações,
tem de assumir uma postura de autoridade, responsabilidade e proactividade para conseguir
cumprir com os seus objectivos e os da organização.

Pode-se dizer que a um nível global, que a auditoria interna tem ganho bastante importância no
seio das organizações. Como é compreensível a importância dada à mesma difere de organização
para organização tendo em conta a sua dimensão e estrutura.

Quantos aos objectivos propostos houve algumas limitações na revisão da literatura no que
concerne a evolução da auditoria interna em Moçambique, visto que quase não existem autores,
manuais e artigos que abordam sobre a temática. Outra limitação, a um nível geral, prende-se
com a informação existente não ser muito actual, tendo das leis, decretos e estatutos serem
publicados há mais de 8 anos.

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6. Referencias Bibliográficas
ALVARADO RIQUELME, María; FERNÁNDEZ DE VALDERRAMA, José Luis S.– Teoría y
práctica de la auditoría I: Concepto y metodologia. 5.ª ed. Ediciones Pirámide, 2014.

AUDITORES, Martinelli – Curso básico de auditoria interna. [Em linha]. (Jan. 2002)
[Consult. 20 Nov. 2015]. Disponível em http://pt.slideshare.net/gilsonsena/auditoria-interna-
9666744.

COSTA, Carlos B. - Auditoria financeira: Teoria & prática. 10.ª ed. Lisboa: Rei dos Livros,
2014.

FILHO, André D.; OLIVEIRA, Luís. M. – Curso básico de auditoria. São Paulo: Editora Atlas,
2001.

MIRANDA, Mónica Filipa Ribeiro – O papel das multinacionais de auditoria na actuação do


International Accounting Standards Board. Viana do Castelo: Instituto Politécnico de Viana
do Castelo. 2011.

OCAM – Estatuto da OCAM. (Fev.2012) [Consultado. 16 de Abril de 2020]. Disponível em


http://www.ocam.org.mz/index.php/ocam/estatutos-da-ocam-lei-n-8

TECK-HEANG, Lee; ALI, Azham M. – The evolution of auditing: An analysis of the historical
development. Journal of modern accounting and auditng, (2008).

VALENCIO, Manoel & NGUEVE Francisco - A ética e a deontologia na auditoria


empresarial. Bloogminton: AuthorHouse, 2013.

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