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Bases históricas e legais da educação em tempo integral / Maria Cristina Elias Esper
Stival. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016.
78 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387-5419-0
CONTEXTUALIZAÇÃO A
PARTIR DAS
MATRIZES IDEOLÓGICAS
Objetivo:
Parte
DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS
FUNÇÃO DA ESCOLA
A implementação de políticas públicas destinadas aos estudantes
da classe popular deve levar em consideração as rápidas transforma-
ções econômicas e tecnológicas do mercado de trabalho que acabam
gerando, na maioria das vezes, violências e conflitos dentro e fora do
universo escolar.
A escola integral deve repensar sua função social e histórica, bem
como sua relação com os diversos problemas sociais, como falta de
perspectivas de emprego por parte dos adolescentes inseridos numa
sociedade capitalista, cujo modelo econômico excludente, fundamen-
tado no pensamento neoliberal, desencadeia aumento da criminali-
dade. Pensando nos problemas apontados, o aspecto da violência não
pode ser analisado como fenômeno isolado. É parte de um processo
mais amplo da sociedade, com causas complexas da estrutura econô-
mica (MARX, 1984) e cultural que influenciaram a história dos povos.
Outro fator relevante discutido é a formação contínua dos profes-
sores, que tem por finalidade permitir ao docente repensar suas prá-
ticas e saberes por meio das situações cotidianas do contexto escolar.
Para isso, é preciso entender que a escola integral deve apresentar
elementos importantes para a prática social de cada estudante, no
qual entenderá a verdadeira função da escola e sua intencionalidade
nos conteúdos trabalhados e não apenas preparando-o para o mercado
de trabalho. O entendimento desse contexto torna-se, portanto, im-
prescindível à formulação de políticas públicas educacionais efetivas,
de alto impacto, buscando-se entender as hipóteses do problema e
propondo ações concretas de modo a solucioná-lo ou atenuá-lo.
Extra
O artigo analisa a correlação entre os objetivos arrolados pela
política educacional e os dados da experiência concreta, a fim de com-
preender os avanços, desafios e limites da proposição de uma educa-
ção pública de melhor qualidade, a partir da Escola de Tempo Integral.
Vamos ler o artigo disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=
S0104-40362011000300003&script=sci_arttext>.
Atividade
A Lei 9.394/96 apresenta um significativo avanço no que se refere
à estrutura organizacional do ensino, tendo a educação básica sua fi-
nalidade. Na sua opinião, apresente aspectos das mudanças no campo
educacional e a finalidade da escola.
Referência
MARX, Karl. O Capital. crítica da Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, v. 1.
Tomo II, 1984.
Resolução da atividade
Parte
DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
A formulação de políticas públicas efetivas requer entendimento
dos contextos social, econômico e político atuais. É preciso contextua-
lizar as questões educacionais existentes que mascaram a realidade no
ensino público, que merece grande preocupação por parte dos profis-
sionais da educação e dos governantes, principalmente com relação à
baixa qualidade no ensino e à ineficiência da educação, necessitando
de amplo debate das questões enfrentadas no cotidiano das escolas e
que geram implicações na prática pedagógica.
Reconhecemos os altos índices de repetência e evasão escolar,
contratação de funcionários sem abertura de concurso público, fi-
nanciamento total da educação pública em todos os níveis, baixa ca-
pacidade de gestão, salas de aula lotadas, insuficiente capacidade e
formação continuada dos nossos profissionais, equipe pedagógica des-
preparada para a função, falta de material pedagógico, autoritarismo
na gestão da escola e na implantação das mudanças educacionais, bai-
xos salários – obrigando jornada de trabalho maior e não contemplan-
do as necessidades dos professores, reforçando o trabalho individual.
Nesse contexto, o que se pode perceber é que a escola integral,
o professor e o sistema educativo como um todo, não se colocam mais
no centro como agência socializadora, como agentes de mudança. A
própria cultura escolar é vista como mais uma forma de conhecimen-
to, concorrendo com outros meios e tecnologias de produção e de
transmissão do saber. Assim, é preciso destacar que as novas tecno-
logias e metodologias, incorporadas ao saber docente, modificaram
o papel tradicional do professor, que vê a necessidade de sua prática
pedagógica ser sempre (re)avaliada e atualizada.
Extra
A publicação “Tendências para Educação Integral” é resultado
de vários colóquios realizados nesses dois últimos anos e da pesqui-
sa “Perspectivas da Educação Integral”, realizada com 16 iniciati-
vas nesse campo (municipais, estaduais ou de organizações sociais).
Parte
DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS
Tal publicação, de 2011, é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Recomendamos a
leitura: <www.unicef.org/brazil/pt/br_tend_educ_integ.pdf>. Acesso
em: 4 nov. 2015.
Atividade
Tradicional
Renovadora
progressiva
Tendências liberais
Renovadora não
diretiva (Escola Nova)
Tendências Tecnicista
pedagógicas
brasileiras
Libertadora
Tendências
progressitas Libertária
“Crítico-social dos
conteúdos” ou
“Histórico-crítica”
Resolução da atividade
Parte
DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS
CONTEMPORANEIDADE
Os profissionais da educação apresentam dificuldades aparentes no
seu trabalho pedagógico e também para entender os problemas gerados
no âmbito da estrutura social. Dessa forma, compete exclusivamente
a eles a tarefa de resolver tais problemas. A complexidade e amplitu-
de nos diversos assuntos relacionados às situações socioeducacionais,
ambientais, à diversidade, violência, sexualidade e gênero na educa-
ção na sociedade contemporânea, desencadeiam nas escolas situações
corriqueiras que refletem nesse espaço a resolução dos fatos.
Ao refletir sobre a situação atual da escola brasileira, exige-se
remeter ao tema da formação continuada de profissionais que atuam
na Educação Básica, com base no conhecimento construído por meio
da articulação entre teoria e prática.
O momento histórico apresenta e impõe novas formas de redefinir
as práticas pedagógicas e concepções da escola brasileira. Atualmente,
existe um clima pedagógico e cultural em que determinadas situações
cotidianas do contexto escolar vêm se consolidando, nas situações de
“naturalização” por parte dos profissionais da educação.
Os problemas educacionais da sociedade contemporânea, pelo
modo como interferem em todas as dimensões fundamentais da vida
humana, exigem particularmente dos professores uma abordagem me-
todológica que contemple instrumentos, que elucide uma postura crí-
tica e interveniente e converta as responsabilidades do presente num
modo de olhar e programar o futuro, a partir de uma compreensão do
mundo com todos os seus encantos e desencantos, crises e violências,
na compreensão das contradições existentes na sociedade.
Extra
Leia o artigo de Maria Izabel Noronha: “APEOESP vai à Justiça con-
tra ensino médio em tempo integral”. É importante para a compren-
são de alguns aspectos sobre a questão da educação integral e sua im-
plantação. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/
apeoesp-e-contra-ensino-medio-em-tempo-integral>. Acesso em: 4 nov.
2015.
Parte
DAS MATRIZES IDEOLÓGICAS
Atividade
A escola integral expressa na sua dinamicidade os princípios que
fundamentam e organizam toda a prática pedagógica por meio das
quais são subsidiadas decisões, condução das ações, dos programas de-
senvolvidos na escola integral, os impactos dos problemas existentes
no contexto social.
Reflita sobre essa informação num pequeno texto.
Referência
DUARTE, Ana Carolina Soares; FANK, Elisane; CARVALHO, Paulla Helena Silva de. Os
Desafios Educacionais Contemporâneos e os Conteúdos Escolares: reflexos na
organização da proposta pedagógica curricular e a especificidade da escola pública.
2008. Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=44>. Acesso em: 4 nov. 2015.
Resolução da atividade
EDUCAÇÃO INTEGRAL
NA ANTIGUIDADE –
PAIDEIA GREGA
Objetivo:
Parte
ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA
GRÉCIA – RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO INTEGRAL
A Grécia do século V a.C. não possuía um Estado unificado, mas
era formada por cidades-estados independentes, as chamadas pólis.
Estas eram certas extensões territoriais, com bases religiosas cujas
cerimônias do culto buscavam responder aos desafios colocados pela
evolução dos acontecimentos históricos. Foram o berço da política, da
democracia e das ciências no Ocidente. Assim, transformaram a ma-
temática herdada dos orientais em aritmética, geometria, harmonia e
lapidaram o conceito de razão como um pensar metódico, sistemático,
regido por regras e também leis universais.
A Grécia foi o berço das primeiras teorias educacionais. Mesmo
reconhecendo seu valor, os povos da Antiguidade Oriental não dispu-
nham de uma reflexão voltada à educação, pelo fato de que o saber e
essa prática encontravam-se vinculados às tradições religiosas recebi-
das dos ancestrais. É por volta do século VI a. C. que começam a tomar
formas as primeiras ideias sobre as quais se assentaria o pensamento
ocidental.
Ao tratar da educação integral, a infância era pouco valorizada
em toda a cultura grega, vista como idade de passagem ameaçada
por doenças incertas no futuro. A criança controlada pelo “medo do
pai” que poderia vir a reconhecê-la ou abandoná-la, é alvo de poucos
investimentos afetivos (CAMBI, 1999). Assim, a família se constitui no
primeiro espaço de socialização de indivíduo, na qual adquiriu regras
de comportamento, assimilou sistemas de valores e concepções do
mundo.
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “Paideia: educação, socie-
dade e política na Grécia Antiga”, de Renato Gross. Disponível em:
<www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n1/PAIDEIA_
EDUCACAO,-SOCIEDADE-E-POLITICA-NA-GRECIA-ANTIGA.pdf>. Acesso em:
21 jan. 2016.
Atividade
Assista ao vídeo “Grécia e Educação”, produzido por alunos de
pedagogia da Unesp e faça um fichamento com as principais ideias
nele contidas.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=iCaap-6clJM>. Acesso
em: 21 jan. 2016.
Referência
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999.
Resolução da atividade
Resposta pessoal.
Parte
ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA
PAIDEIA E FORMAÇÃO INTEGRAL
A educação grega estava centrada na formação integral corpo-
-espírito, embora fosse toda voltada às questões do preparo militar
ou esportivo, mais para o debate intelectual, conforme a época ou o
lugar. E mesmo que a ampliação da oferta escolar representasse uma
“democratização” da cultura, a educação ainda permanecia elitizada,
atendendo jovens e famílias tradicionais da antiga nobreza ou perten-
centes a famílias de comerciantes com boas condições financeiras.
Para Coelho, a ênfase dada à formação integral deu origem a um
conceito complexo pela definição, ou seja, a palavra Paideia, que tem
como origem a educação dos meninos (pais, paidos, criança), por volta
do século V a.C.
Nesta conjuntura, há dois pontos que precisam ser res-
saltados: o primeiro, de que o período constitui a insti-
tuição pública de ensino – a escola – como lócus privi-
legiado desse trabalho educativo; o segundo, de que é
evidente que essa completude contém elementos pro-
postos anteriormente, desde a Paideia, mas também
descarta, ou pelo menos olvida outros que o pensamen-
to anarquista, construído ao longo dos séculos 18, 19 e
20, vai trazer à tona relevantes como, por exemplo, a
dimensão estética dessa formação completa. (COELHO,
2009, p. 86).
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “A educação em Plutarco”, de
Maria Aparecida de Oliveira Silva. Disponível em: <www.usc.br/biblio-
teca/mimesis/mimesis_v35_n1_2014_art_01.pdf>. Acesso em: 21 jan.
2016.
Atividade
Leia o artigo “A Paideia como formação integral do homem”,
de José Carlos Paraguaio, e elabore um fichamento com as principais
ideias nele contidas.
Disponível em: <www.mastereducacional.com/arquivos/PAIDEIA.
pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Referência
COELHO, L. M. C. C. (Org.). Educação Integral em Tempo Integral: estudos e
experiências em processo. Petrópolis: DP et al., FAPERJ, 2009.
Resolução da atividade
Resposta pessoal.
Parte
ANTIGUIDADE – PAIDEIA GREGA
ESPAÇOS EDUCATIVOS
Estudamos no passado uma educação voltada aos princípios aris-
tocráticos da qual se incumbia a família. No final do século VI a.C.,
já terminando o período arcaico, surgem novas estruturas de escolas
como espaços educativos. Mesmo que o Estado demonstrasse interesse
pelo estudo ofertado, o ensino não se tornou obrigatório nem gratuito,
então era prioridade da iniciativa particular.
Aos 7 anos de idade se iniciava a educação, sendo que crianças
do sexo feminino permaneciam no gineceu, local da casa em que as
mulheres se dedicavam aos afazeres domésticos, menos importantes
das atividades desempenhadas pela criança do sexo masculino. Assim,
o menino deveria se desligar da autoridade materna para iniciar o pro-
cesso de alfabetização e educação física e musical. Nesse processo,
era sempre acompanhado por um escravo, conhecido como pedagogo.
A palavra paidagogos significa literalmente “aquele que conduz a
criança”.
Os espaços educativos utilizados eram locais para práticas de
exercícios físicos, com orientação para fortalecer o corpo e ao mesmo
tempo o aprendizado do domínio sobre si mesmo, já que a prática da
educação física não estava atrelada à mera destreza corporal, mas
também vinha acompanhada pela orientação moral e estética.
Para educação musical, a criança teria que aprender lira ou outros
instrumentos, como a flauta. Era preciso explorar o canto e a decla-
mação de poesias, geralmente acompanhada por instrumentos musi-
cais. Esse tipo de formação integral se expressa na frase de Platão:
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “Pedagogia em espaços não
escolares: Qual é o papel do pedagogo?”, de Giani Peres Pirozzi.
Disponível em: <http://educareceunsp.net/revista/artigos/no2/arti-
go_4.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
Assista aos vídeos com os professores Leonardo Castro, Mônica
Menezes e Adriana Assumpção, do curso de Pedagogia à distância da
UERJ e comente como podem ser feitas práticas educativas em con-
textos não escolares.
Parte 1: <www.youtube.com/watch?v=6ZdJOF1VuJs>. Acesso em:
21 jan. 2016.
Parte 2: <www.youtube.com/watch?v=MvEqCGZd8x4>. Acesso em:
21 jan. 2016.
Referências
CAMBI, Franco. Histórica da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999.
PLATÃO. A República. Tradução de: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1993.
Resolução da atividade
Resposta pessoal.
Parte
SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA
JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO
FORMAÇÃO HUMANA
O século XVIII, entendido como século do triunfo burguês, apre-
sentou muitos desafios para a educação. Tratava-se de educar as mas-
sas populacionais que aportaram nas cidades em vista da expansão das
fábricas, privilegiando os ideais de liberdade e direito a todas as pes-
soas. Podemos considerar proposta ousada pela Revolução Francesa,
pelo fato de contemplar a educação como direito de todos e dever do
Estado.
A França era governada por monarquia absoluta, que se mantinha
no poder apesar do descontentamento dos grandes comerciantes e de
alguns elementos da nobreza. Logo, a vontade popular era ignorada e
o povo era tratado com desprezo pelos governantes.
Tal contexto é fruto do final do século XVIII, mais especificamente
1789, com a Revolução Francesa. Para Cambi (1999), as estruturas que
se difundiram entre a Revolução e a Restauração são as que virão a
marcar a época contemporânea:
[...] desde 1789 até 1848, depois até 1917 e até pós
1945, a história dos últimos dois séculos é marcada jus-
tamente pelas tensões revolucionárias, pelas rupturas
que elas implicam e pelas exigências que manifestam.
E um movimento vasto e profundo, que atingem áreas
geográficas, povos e culturas que se rediscutem, ope-
ram rupturas com as tradições, tendem a renovação
radical; e são movimentos orientados de maneira diver-
sa, ora político, ora social, ora tecnológico, ou entrela-
çados entre si, mas que caracterizam em profundidade
as sociedades contemporâneas. (CAMBI, 1999, p. 378).
Extra
Atualmente, muito se ouve falar em democratização da escola
pública, tendo em vista a universalização da instrução. Entretanto,
esses discursos tiveram na história um ponto alto com a Revolução
Francesa no final do século XVIII.
Assista ao vídeo que apresenta uma reflexão sobre a educa-
ção e a Revolução Francesa, disponível em: <www.youtube.com/
watch?v=Zq7OXpV0SM8>.
Atividade
Nesse período tivemos as contribuições de Condorcet, que dividiu o
ensino em cinco graus de instrução com as seguintes designações: “1.°
Escolas primárias; 2.° Escolas secundárias; 3.° Institutos; 4.° Liceus;
5.° Sociedade nacional das ciências e artes” (CONDORCET, 2010, p. 25).
Parte
SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA
JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO
Somente o último grau de instrução não seria gratuito: “en estos cua-
tro grados de instrucción, la enseñanza será totalmente gratuita”
(CONDORCET, 1997, p. 272).
Pesquise sobre a vida de Condorcet e faça relação com as escolas
brasileiras de educação integral.
Referência
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de: LORENCINI, Álvaro. São Paulo:
Unesp, 1999.
Resolução da atividade
VISÃO DE HOMEM
Após ensinamentos cívicos orais e patrióticos, um novo tipo de
instituição educacional ocorreu no fim do século XVIII, motivado prin-
cipalmente pela Revolução Francesa: educação com objetivos nacio-
nalistas. Tal fato resultou numa divergência da educação promovida
pelas democracias absolutistas no aspecto ideológico, se a outra era
uma educação voltada para o desenvolvimento intelectual do edu-
cando, esta se tornou extremamente cívica e patriótica e era exigida
como um dos direitos do homem e do cidadão.
As características principais e básicas da educação nacionalista
podem ser relacionadas da seguinte forma:
• a obrigatoriedade da frequência no ensino primário que, por
sua vez, era gratuito e oferecido a todas as crianças;
• a educação passaria a ser controlada pelo Estado, não se ad-
mitindo nenhuma interferência da igreja substituindo o ensi-
no religioso;
• a educação visaria os princípios democráticos e de liberdade;
• uma educação como proposta para o exercício da cidadania;
• o ensino secundário era gratuito.
Desse modo, o sistema educacional conseguiu reproduzir, por
meio das relações de dominação, ou seja, a estrutura de classes, a
ideologia da classe dominante. Diante disso, vale retomar um pouco
a reflexão sobre o papel do professor na sociedade atual: o sistema
educacional está formando o professor para exercer efetivamente a
função de educador?
Parte
SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA
JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO
Partindo do pressuposto de a escola ser agência socializadora, o
professor pode ainda comprometer-se com a educação emancipadora,
ou seja, tornar-se sujeito de crítica e transformação, visto que a socie-
dade atual minimiza os problemas da profissão, a desqualifica não dá
respaldo para efetiva atuação do professor como educador.
Extra
Em Toulouse, na França, crianças são eleitas e desenvolvem pro-
jetos em conselho mirim. Vale a pena conhecer o referido projeto.
Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/experiencias
internacionais/em-toulouse-na-franca-criancas-sao-eleitas-desenvolvem
-projetos-em-conselho-mirim/>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
Podemos utilizar aulas expositivas, dialogadas, exploratórias,
práticas na educação integral, dependendo do que formos abordar.
Lembramos que as diferentes formas podem ser usadas simultanea-
mente. Com a definição da metodologia de trabalho, devemos esta-
belecer os recursos necessários à execução desta. Antes de falarmos
sobre recursos didáticos, precisamos definir os tipos de aula apresen-
tados. Escolha um tipo de aula e explore seu encaminhamento.
Referência
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de: LORENCINI, Álvaro. São Paulo:
Unesp, 1999.
Resolução da atividade
Parte
SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA
JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO
VISÃO DE SOCIEDADE
A França era governada por monarquia absoluta, que se mantinha
no poder apesar do descontentamento dos grandes comerciantes e de
alguns elementos da nobreza. A vontade popular era ignorada e o povo
era tratado com desprezo pelos governantes. Nesse contexto, havia
basicamente quatro classes sociais: nobres, clero, grandes comercian-
tes e o povo.
Os nobres não pagavam nenhum imposto e ocupavam cargos de
destaque na direção do Estado. Mesmo sendo privilegiados, havia a
intencionalidade de aumentar ainda mais o poder. Já o clero era for-
mado por elementos vindos da nobreza e do povo. Aqueles que vinham
da nobreza usufruíam de grandes prestígios e possuíam muitos bens.
Temos então uma realidade dividida, a parte pobre, vinda do
povo, insatisfeita, sobretudo calada e obediente frente às ordens es-
tabelecidas pelos poderosos.
Os grandes comerciantes estavam descontentes com os pesados
impostos que pagavam e com a impossibilidade de desfrutarem dos
privilégios da nobreza. O povo, formado por trabalhadores da cidade e
camponeses, reclamava do excessivo preço dos impostos e da ausência
total de justiça. Em todas as classes sociais era um número significati-
vo de pessoas descontentes.
Para os filhos das classes trabalhadoras, a escola representava
uma ruptura no que refere aos valores e saberes de sua prática, que
são desprezados, ignorados e desconstruídos na sua inserção cultural,
ou seja, necessitavam aprender novos padrões ou modelos de cultura.
Dentro dessa lógica, é evidente que para alunos filhos das classes
dominantes, alcançar o sucesso escolar torna-se bem mais fácil do que
para aqueles que precisam desaprender uma cultura para aprender um
novo jeito de pensar, falar, movimentar-se, enfim, enxergar o mundo e
inserir-se nesse processo para se tornar um sujeito ativo na sociedade.
Extra
Escolas de Saint-Étienne usam soluções democráticas para desen-
volver novas práticas em ambientes como biblioteca, pátio e refei-
tório. Recomendamos a leitura do artigo disponível em: <http://
porvir.org/cidade-francesa-repensa-espacos-para-melhorar-educacao/>.
Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
A educação infantil vem se consolidando nesses últimos anos, fru-
to de trabalho educativo nas instituições, sejam elas creches, pré-es-
cola ou até mesmo escolas. A criança pequena deve ser acolhida no
espaço que não é mais sua casa, porém as instituições devem propor-
cionar segurança e prazer nas atividades realizadas. Como a educação
integral poderá destacar tais ideias na educação infantil?
Parte
SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO FRANCESA – PERSPECTIVA
JACOBINA DA FORMAÇÃO DO HOMEM COMPLETO
Referências
BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. A Reprodução. Elementos para uma teoria do sistema
de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
Resolução da atividade
EDUCAÇÃO INTEGRAL
NO BRASIL – INICIATIVAS
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Objetivo:
Parte
INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO (BA) –
1950
A escola-parque, ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em
Salvador, Bahia, alcançou repercussão no Brasil e em diversos outros
países. Podemos considerar o conjunto escolar pela arrojada concep-
ção pedagógica, embora construída e inaugurada em 1950, sendo um
marco importante na vida educacional brasileira, não só por sua ins-
talação, em 1949, mas por ser uma proposta inovadora para os novos
rumos escolares. De acordo com Coelho:
Retrocedendo, então, até a segunda metade do sécu-
lo 20, lembramos novamente Anísio Teixeira e sua luta
em prol dessa educação, experimentada no já citado
Centro Educacional Carneiro Ribeiro, germe das es-
colas-classe/escolas-parque também construídas no
Distrito Federal. Como vimos, a proposta de Anísio
Teixeira fundava-se em uma concepção de educação
que a incluía como possibilidade real de alavancar o
progresso e o desenvolvimento científico e tecnológico
no País. (2009, p. 91).
Extra
Assista ao vídeo “Escola-Parque: 62 anos de Educação em Tempo
Integral”, disponível em: <www.youtube.com/watch?v=mFzEbCQYgfo>.
Aproveite e explore o canal do YouTube da escola. Acesso em: 21 jan.
2016.
Atividades
Vamos ler atentamente a matéria “Sonho de Brizola, escola de
turno integral fracassa no RJ e RS”, disponível em: <http://noticias.
terra.com.br/educacao/sonho-de-brizola-escola-de-turno-integral-
fracassa-no-rj-e-rs,819842ba7d2da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.
html>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Agora faça um levantamento dos problemas vivenciados nos CIEPS
do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Parte
INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Referência
COELHO, Ligia Martha Coimbra da Costa. História(s) da Educação Integral. In: Aberto,
v. 22, p. 83-96, 2009.
Resolução da atividade
Parte
INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Percebe-se que as diferentes concepções e práticas educativas,
no programa da educação integral, podem estar respaldadas em co-
notações equivocadas de educação sem aprofundamento das reais ne-
cessidades de formação humana dos estudantes, há necessidade de
atividades que pudessem despertar um novo olhar para a sociedade.
Portanto, o foco em analisar tais questões para promover a melhoria
da qualidade de ensino, deve ser meta das políticas públicas educa-
cionais no Brasil.
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “Escolas na Vitrine: centros
integrados de educação pública (1983-1987)”, de Ana Chrystina
Venancio Mignot, disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S0103-40142001000200005&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 jan.
2016.
Atividade
Profic – Programa de Formação Integral da Criança na rede es-
tadual de ensino em São Paulo. Além de um mapeamento amplo das
escolas que implantaram o programa, de 1986 até o primeiro semestre
de 1988, realizou-se também um estudo em profundidade em duas
dessas escolas. Os resultados indicam que o Profic assumiu caracterís-
ticas centralistas, tanto em sua formulação quanto na implantação;
que o índice de adesão das escolas da rede foi baixo; que o processo
de implantação foi precário, criando vários problemas para as escolas
que o adotaram. Quais seriam os problemas?
Resolução da atividade
Parte
INICIATIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL (ETI-SP) – A PARTIR
DE 2006
As escolas de tempo integral de São Paulo têm como objetivo
do trabalho com a Prática Pedagógica, propiciar a potencialização da
aprendizagem dos estudantes, em consonância com o binômio quali-
dade/intensidade do tempo (BRASIL, 2009, p. 29). Para isso, não basta
apenas oferecer atividades de acompanhamento ou reforço escolar,
mas sim integrá-las considerando o desenvolvimento de competências
cognitivas básicas, relacionadas à expressão oral, leitura e produção
escrita, bem como à capacidade de decisão e às habilidades de comu-
nicação e interação social (CENPEC, 2002, p. 65).
Sendo implementada, a Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013
(DOE de 19-01-2-13, p. 20) dispõe sobre a reorganização curricular do
ensino fundamental, na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providên-
cias correlatas:
O Secretário da Educação, considerando: a necessidade
de ajustes na organização curricular do ensino funda-
mental das escolas participantes do Projeto Escola de
Tempo Integral, instituído pela Resolução SE 89, de 9 de
dezembro de 2005, com vistas ao melhor atendimento à
especificidade didático-pedagógica que as caracteriza;
o contínuo aperfeiçoamento da organização curricular
vigente nessas unidades, flexibilizando-a com alterna-
tivas que promovam soluções singulares e otimizem os
avanços já conquistados;a necessidade de viabilizar con-
dições para a inserção futura das ETIs no Programa de
Ensino Integral, instituído pela Lei Complementar 1.164,
de 4.1.2012, alterada pela Lei Complementar 1.191, de
28-12-2012.
Extra
Faça a leitura da Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013 (DOE de
19-01-2-13 p. 20). Dispõe sobre a reorganização curricular do ensino
fundamental na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providências cor-
relatas. Disponível em: <www.dersv.com/RES_SE_2_ETI_18-01-2013.
pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
O trabalho com as práticas do acompanhamento pedagógico con-
sidera que a aprendizagem acontece por meio de relações dos estu-
dantes com o meio, com objetos de conhecimento, sempre mediadas
pelas interações sociais. Quais atividades podemos desenvolver na es-
cola de educação integral?
Referências
Resolução SE 2, de 18 de janeiro de 2013. Dispõe sobre a reorganização curricular do
Ensino Fundamental, na Escola de Tempo Integral (ETI), e dá providências correlatas.
Diário Oficial do Estado, 19 de jan. 2013. p. 200.
Resolução da atividade
Sistema de escrita alfabético, oralidade, leitura, escrita e análise
linguística e enfatizar o eixo da leitura e trabalho com a literatura.
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
na faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos,
assegurando atendimento educacional especializado
complementar e suplementar ofertado em salas de re-
cursos multifuncionais da própria escola ou em institui-
ções especializadas;
Extra
A implantação da educação integral, meta 6 do Plano Nacional de
Educação, vai além de manter os alunos na escola por mais tempo na
escola.
Assista a reportagem “O que é educação integral, meta 6 do
Plano Nacional de Educação”, do Jornal Futura – Canal Futura.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=1pGWqxF9H4c>. Acesso
em: 21 jan. 2016.
Atividade
As metas e estratégias estabelecidas pelos planos municipais de
educação, quando estiverem em consonância com as metas e estraté-
gias dos planos estaduais e nacionais, farão com que os planos cum-
pram seu papel de articuladores dos sistemas municipais, estaduais e
nacionais, como consta na meta 6: “oferecer educação em tempo in-
tegral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas,
de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as)
alunos (as) da educação básica”.
Aponte algumas dificuldades que os municípios enfrentam ou en-
frentaram para cumprir a referida meta.
Referências
BRASIL. Conferência Nacional de Educação (Conae). Construindo o Sistema Nacional
Articulado de Educação: o plano nacional de educação, diretrizes e estratégias.
Documento final. 2010.
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
______. Lei Federal n. 13.005/2014. Plano Nacional de Educação (2014-2024).
Brasília, 2014. Disponível em: <www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/
Lei/L13005.htm>. Acesso em: 2 ago. 2015.
Resolução da atividade
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
No entanto, a composição global do PDE agregou, já
na origem, outras 29 ações que, no processo de execu-
ção do plano, foram ampliando-se de tal modo que, em
março de 2009, o site do MEC estampa, no âmbito do
PDE, 41 ações. Na verdade, o denominado PDE aparece
como um grande guarda-chuva que abriga praticamen-
te todos os programas em desenvolvimento pelo MEC.
(SAVIANI, 2009, p. 5).
Extra
O Decreto 6.094/2007, trata sobre a implementação do Plano de
Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em
regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e
a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e
ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social
pela melhoria da qualidade da educação básica.
Recomendamos a leitura do Decreto na íntegra. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/
d6094.htm>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
Você acredita que há diferença de aprendizagem entre os estu-
dantes do ensino regular de quatro horas e os estudantes que estudam
na educação integral? Dê sua opinião.
Referências
BRASIL. Decreto n. 6.094/2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com
Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade,
mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização
social pela melhoria da qualidade da educação básica. 2007.
Resolução da atividade
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “Dossiê o valor do tempo em
educação: jornadas escolares ampliadas, educação integral e ou-
tras experiências sobre o uso e o significado do tempo educativo
escolar”, de Janaína S. S. Menezes. Disponível em: <www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602012000300010>. Acesso
em: 21 jan. 2016.
Parte
PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
Atividade
A Lei 11.494/2007, que trata sobre o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais
da Educação (FUNDEB), prevê que os recursos do Fundo destinam-se
a financiar a educação básica nas suas etapas: creche; pré-escola;
ensino fundamental; ensino médio e as modalidades: educação de
jovens e adultos, educação especial, educação indígena e educação
profissional. Podemos considerar que após a homologação da referida
lei, obtivemos avanços educacionais, no que tange à valorização dos
profissionais da educação?
Referências
BRASIL. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do
Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de
colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias
e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira,
visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2007.
Resolução da atividade
AVANÇOS E RETROCESSOS
DA EDUCAÇÃO EM
TEMPO INTEGRAL
Objetivo:
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
ORDENAMENTO JURÍDICO
A gestão democrática na educação, princípio e diretriz política já
consolidada na legislação brasileira, ainda é um desafio, um processo
a ser aprimorado pelos sistemas e instituições de educação e ensino
na perspectiva da formação humana para a cidadania. Nesse cenário,
a efetivação do estado democrático de direito pressupõe a garantia da
apropriação dos conhecimentos sistematizados e acumulados histori-
camente, mediante o acesso à educação.
A Constituição Federal de 1988 destaca a cidadania e a dignidade
humana como fundamentos do Estado Democrático de Direito, confor-
me enunciado no Artigo 1.º:
Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político (BRASIL, 1988).
Esse entendimento decorre do contido na Constituição Federal do
Brasil de 1988, que assevera o caráter democrático da educação, bem
como a responsabilidade do Poder Público em relação à sua oferta:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
básica, de acordo com as suas peculiaridades e confor-
me os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elabo-
ração do projeto político pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares e equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
escolares públicas de educação básica que os integram
progressivos graus de autonomia pedagógica e adminis-
trativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público. (BRASIL, 1996).
No Parecer CNE/CEB 7/2010, as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para Educação Básica (2010) apontam a gestão democrática
como fundamento a ser observado na organização curricular das insti-
tuições de educação e ensino, destacando que:
Na instituição escolar a gestão democrática é aquela
que tem, nas instâncias colegiadas, o espaço em que
são tomadas as decisões que orientam o conjunto das
atividades escolares: aprova o projeto político peda-
gógico, regimento escolar, os planos da escola (peda-
gógicos e administrativos), as regras de convivência.
(BRASIL, 2010, p. 56).
Extra
Recomendamos a leitura do texto “Políticas educacionais, ordena-
mento legislativo e a educação integral e(m) tempo integral: aproxima-
ções Iniciais”, da autora Sheila Cristina Monteiro Matos. Disponível em:
<www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2010/Politicas_Publicas_e_
Gestao_Educacional/Trabalho/08_33_20_POLITICAS_EDUCACIONAIS,_
ORDENAMENTO_LEGISLATIVO_E_A_EDUCACAO_INTEGRAL_E(M)_TEMPO_
INTEGRAL_APROXIMACOES_INICIAIS.PDF>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
A Constituição Federal de 1988 reserva um capítulo todo para as
questões relativas ao direito das pessoas à Educação. No artigo 205
da referida Constituição, está explicito que: “A educação, direito de
todos e dever do estado e da família será promovida e incentivada com
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pes-
soa, seu preparo para o exercício da cidadania e de sua qualificação
para o trabalho” (BRASIL, 1988a). Diante desse contexto, mencione
seus apontamentos a respeito desse artigo, ressaltando as implicações
para a educação. É importante refletir em suas considerações acerca
do dever do Estado e da família ao direito de acesso à educação, e
sobre o desenvolvimento do exercício da cidadania na sociedade.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 1988.
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
________. Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Básica. Parecer n. 7,
de 14 de dezembro de 2010 – Estabelece Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação
Básica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 15 dez. 2010,
seção 1, p. 34. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&id=14906&Itemid=866>. Acesso em: 5 dez. 2015.
Resolução da atividade
O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 traz a compreensão
de que o Estado tem o dever de garantir o acesso à educação. Para
tanto, é de responsabilidade desse órgão oferecer escolas e creches,
com número suficiente de vagas para atender às necessidades da po-
pulação. À família cabe a responsabilidade de matricular e garantir a
frequência das crianças nas escolas. Com isso, pretende-se que todas
elas tenham seu direito à educação garantido.
É importante ressaltar que, além da garantia de acesso, a qua-
lidade dessa oferta deve ser considerada, visto que, como aponta o
artigo 205 da Constituição Federal de 1988, é imprescindível o desen-
volvimento pleno da criança para o exercício da cidadania. Lembrando
que essa formação deve estar voltada para a criticidade, reflexão e
participação do cidadão na sociedade.
A educação, assim como outras esferas do campo social, é de
suma importância para o Estado, pois ela é peça fundamental na es-
trutura e na organização das sociedades. Assim, a educação na atua-
lidade está consolidada entre os cidadãos brasileiros como direito de
todos e dever precípuo do Estado.
DIREITO À EDUCAÇÃO
É de total importância ter a compreensão de quem é a criança
que ingressa na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Hoje as
crianças são produtoras de um espaço social próprio e de cultura. São
atores sociais capazes de articulação, julgamento e crítica diante das
circunstâncias que vivem. Veem o mundo sob uma ótica própria e vi-
vem sentimentos de maneira intensa, colocando-se inteiras em suas
experiências e interações. São sujeitos de direitos, de ter uma edu-
cação de qualidade, adequada às suas necessidades, com acesso ao
conhecimento sistematizado, à cultura, às artes e à tecnologia.
A Emenda Constitucional 59/2009 alterou o Artigo 208 da
Constituição Federal de 1988 e estabeleceu a obrigatoriedade da edu-
cação para a faixa etária de crianças de 04 e 05 anos, definindo prazo
para sua efetivação.
Art. 1.º Os incisos I e VII do art. 208 da Constituição
Federal, passam a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efeti-
vado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua-
tro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada in-
clusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria;
[...]
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementa-
res de material didático escolar, transporte, alimenta-
ção e assistência à saúde.
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
Art. 6.º O disposto no inciso I do art. 208 da Constituição
Federal deverá ser implementado, progressivamente,
até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação,
com apoio técnico e financeiro da União.
Extra
Recomendamos o vídeo com o 14.º Fórum “Miguel Arroyo – O
DME e a gestão do direito à educação e ao conhecimento”.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=DBij_EgQBV4>. Acesso
em: 21 jan. 2016.
Atividade
Leia o artigo “Miguel Arroyo: a escola tem que se integrar com
uma pluralidade de forças para dar conta da educação integral”, e
faça um fichamento com as principais ideias do texto.
Disponível em: <https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/
miguel-arroyo-a-escola-tem-que-se-integrar-com-uma-pluralidade-de
-forcas-para-dar-conta-da-educacao-integral/>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Referência
ARROYO, M. G. Imagens Quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. 7. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
Resolução da atividade
Resposta pessoal.
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
DIREITO À APRENDIZAGEM
Além do acesso à educação, outros fatores precisam ser observa-
dos para a devida implementação do direito à educação e da aprendi-
zagem, uma vez que as instituições de educação integral representam
um local efetivo de aprendizagem, visando ao atendimento das ne-
cessidades básicas das crianças e adolescentes, jovens e adultos em
atenção aos dispositivos normativos delineados e, sobretudo, consi-
derando-se o direito à educação como fração indissociável do próprio
princípio da dignidade da pessoa humana.
Todos os estudos acerca da prática educativa são de fundamental
importância para o trabalho educacional no universo escolar e devem
ser garantidos pela equipe pedagógica e administrativa, oportunizan-
do momentos pedagógicos para que os docentes possam refletir e re-
pensar ações da prática pedagógica.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 (nove) anos, Parecer 11/2010, Educação em Tempo Integral, nos
apontam o seguinte:
O currículo da escola de tempo integral, concebido
como um projeto educativo integrado, deve prever
uma jornada escolar de, no mínimo, 7 (sete) horas diá-
rias. A ampliação da jornada poderá ser feita mediante
o desenvolvimento de atividades como as de acompa-
nhamento e apoio pedagógico, reforço e aprofunda-
mento da aprendizagem, experimentação e pesquisa
científica, cultura e artes, esporte e lazer, tecnologias
da comunicação e informação, afirmação da cultura
dos direitos humanos, preservação do meio ambiente,
promoção da saúde, entre outras, articuladas aos
Extra
Recomendamos a leitura do artigo “Miguel Arroyo: a escola tem
que se integrar com uma pluralidade de forças para dar conta da
educação integral.”
Disponível em: <https://educacaoeparticipacao.org.br/acontece/
miguel-arroyo-a-escola-tem-que-se-integrar-com-uma-pluralidade-de
-forcas-para-dar-conta-da-educacao-integral/>. Acesso em: 21 jan. 2016.
Atividade
O estudante Ricardo foi matriculado pelos pais no Centro de
Educação Integral e frequenta a Pré-escola. Ele apresenta Transtorno
do Espectro Autista (TEA). Paralelo ao trabalho na Educação Infantil, o
estudante tem atendimento especializado em determinada clínica no
contraturno. A equipe multidisciplinar (psicólogo, fisioterapeuta, mé-
dico) compareceu na unidade escolar para repassar os procedimentos
e o trabalho que desenvolvem com o Ricardo e mais esclarecimentos
Parte
DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
referentes ao atendimento de uma criança com necessidades espe-
ciais na educação básica. Destacaram a necessidade de um currículo
adaptado, com objetivo de proporcionar a autonomia do Ricardo para
realização das atividades propostas na Educação Infantil, frente suas
potencialidades e limitações. Indique como o currículo adaptado deve
ser priorizado para intensificar o atendimento de qualidade na inclu-
são do Ricardo.
Referência
______. Parecer CEE/CP n.º 11/2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos, Parecer 11/2010. Disponível em: <www.cee.pr.gov.br/
arquivos/File/pdf/Pareceres_2015/CP/pa_cp_12_15>. Acesso em: 7 dez. 2015.
Resolução da atividade