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Existem milhares de ETFs disponíveis para investires, muitos deles com características

semelhantes. Vejamos alguns indicadores a ter em conta, na hora de escolher um ETF:

Mercado em que pretendes investir


Volume de investimento
Tempo no mercado
Taxa de administração
Tracking Error
Bid-Ask Spread
Dividendos
Hedge/unhedged

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Os indicadores a ter em conta na escolha de um ETF são muito específicos deste
produto, portanto as fontes de informação que devemos ter em conta são também
muito desenhadas para ETFs.

Os melhores sites a ter em conta são o justetf.com, trackinsight.com, investing.com,


yahoofinance.com e trackingdifferences.com

Outra boa fonte de informação é a página do ETF no site da empresa gestora.

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Aconselho a alterares o teu domicilio para
Espanha, já que não existe a opção Portugal.
Caso escolhas UK, os ETFs que vão aparecer
quando fizeres uma pesquisa, vão estar, na sua
maioria, com a moeda em libra.

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Sendo um ETF um fundo que segue um índice da bolsa de valores, a tua primeira
escolha deve ser sobre esse índice.

O primeiro passo para fazer a escolha do índice, é saber exatamente o mercado em


que te queres expor. Pretendes seguir o mercado mundial? Energias renováveis?
Inteligência artificial? Tecnologia? Obrigações?

A partir do momento em que decides o mercado, é mais fácil decidir o índice.

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Queres seguir o mercado mundial? O índice MSCI World Index é composto por
grandes e médias empresas de 23 países desenvolvidos.

Preferes o mercado americano? O S&P500 segue o desempenho das 500 maiores


empresas dos EUA. É talvez o índice mais popular entre os investidores

Pretendes seguir o crescimento dos mercados emergentes? O índice MSCI Emerging


Markets é composto por várias empresas de 27 países de mercados emergentes

Vês grandes perspetivas de crescimento na área de ciber-segurança? O Indxx


Cybersecurity Index segue a performance de empresas desse setor

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O site www.investing.com/indices/ pode ajudar-te a encontrar índices para investir.

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Depois de já teres escolhido o índice a investir, está na hora de escolher o ETF que replica
esse índice.

Um dos primeiros indicadores a ter em conta é o volume de investimento, também


chamado de “ativos sob gestão”.

O volume de investimento é o valor de mercado total que um ETF tem investido em


ativos. Esse valor flutua consoante as alterações nos preços desses ativos e com o
capital que os investidores vão investindo no ETF.

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Imagina um novo ETF do S&P500, o XPTO.

No 1º dia, o XPTO angariou 10 000€ de


investidores, e investiu esse dinheiro nas
empresas do índice.

O volume de investimento nunca será ao certo


10 000€, pois vai variar diariamente conforme a
valorização ou desvalorização dos ativos.

À medida que os investidores forem investindo


no ETF, o volume de investimento também vai
aumentando.
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Quanto maior for o volume de investimento de um ETF, melhor.

Pode acontecer um ETF não conseguir angariar capital suficiente de investidores, e


tenha que encerrá-lo.

Tipicamente, acima de 100 milhões de euros já é um bom volume.

ETFs de índices mais populares costumam ter volumes maiores, enquanto que se for
de um índice em crescimento ou expansão, o volume de investimento tende a ser
mais baixo.

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Uma forma simples de saber o volume de investimento de um ETF, é através do
justetf.com

Tendo como exemplo o ETF VUSA, que segue o índice S&P500, vemos que ele tem um
volume de 27 mil milhões de euros. Um excelente volume.

O justetf categoriza ETFs acima de 500M€ como um volume seguro.

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Outro indicador a ter em conta é o tempo do ETF no mercado.

Quanto mais antigo for, melhor as análises que conseguimos fazer ao ETF, tal como a
sua performance passada, crescimento do volume, evolução dos dividendos
distribuídos, e evolução dos custos de administração, etc.

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Quanto mais antigo for um ETF, mais provas dadas tem no mercado.

Um ETF recente, além de geralmente ainda ter pouco volume de investimento, ainda não
provou se é capaz de oferecer aquilo que promete.

Não existe nenhum número padrão, mas na minha análise costumo procurar ETFs com
mais de 5 anos de antiguidade.

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Também através do justetf.com conseguimos
verificar o tempo de mercado de um ETF.

No caso do VUSA, a sua data de início foi a


22/05/2012. Já tem uma antiguidade
considerável e provas dadas no mercado.

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A taxa de administração deve ser sempre cuidadosamente analisada.

Este é o valor que vais pagar anualmente por estares a investir no ETF.

Um ETF é um investimento passivo, ou seja, os seus gestores limitam-se a copiar a


composição do índice que seguem.

Visto o trabalho exigido por administrar um ETF ser pouco, a taxa de administração
também costuma ser baixa.

Ainda assim, alguns ETFs costumam praticar taxas mais altas do que a média, pelo que
é melhor estar atento.

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O gráfico abaixo representa a evolução a 30 anos de um investimento de 1000€ num
ETF, com 5% de rentabilidade ao ano. A diferença entre uma taxa de administração de
0,5% e uma de 2% é gigante, são mais de 1000€ perdidos em taxas.

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Por norma, as taxas de administração de um ETF costumam ser baixas.

ETFs de índices populares, como o S&P500, costumam ter taxas mais baixas do que
a média, visto haver muita concorrência.

ETFs de índices de crescimento, e com pouca oferta no mercado, costumam ter


taxas mais altas.

Devemos procurar valores abaixo de 0,5%. Acima disso estamos a pagar um preço
demasiado alto.

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Através do justetf.com conseguimos ver qual é a taxa de administração de um ETF.

É o valor correspondente a “Total Expense Ratio” e que neste caso é de apenas 0,07%.

É um valor bastante baixo, um dos mais baixos do mercado.

É este tipo de taxas que devemos procurar, de forma a pagar o menos possível por um
investimento passivo.

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O objetivo do ETF é que a sua composição seja uma cópia perfeita do seu índice. Esse é
o único trabalho que os seus gestores têm que fazer.

Dessa forma, a performance de ambos deve ser bastante idêntica.

O tracking error é a diferença da performance do ETF face ao índice, seja para menos,
quanto para mais.

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O ideal é que o tracking error seja o menor possível, idealmente abaixo de 0,5% de
diferença.

Se for mais alto do que isso, é porque o trabalho dos gestores do ETF a replicar o índice,
não está a ser o melhor.

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Recorrendo ao site trackingdifferences.com conseguimos facilmente encontrar o
tracking error do VUSA.

O ideal neste site é pesquisar pelo ISIN do ETF, que é o seu código identificador.

Para encontrares o ISIN, podes recorrer ao justetf.com

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Podemos verificar que o tracking error do VUSA, que está no campo “TD”, é de -0,28%.

Isto quer dizer que o seu retorno está a ser 0,28% menor do que o retorno do S&P500.

Como queremos tracking errors abaixo de 0,5%, este valor do VUSA acaba por ser
aceitável.

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No site podemos ainda ver o tracking error de anos passados, de forma a ver a sua
evolução, bem como a comparação da performance do ETF face ao índice.

Em média, o retorno do ETF é -0,3% face ao índice, o S&P500.

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Este indicador está muito ligado à liquidez de um ETF.

Ele representa a diferença entre o preço de compra e o


preço de venda.

A oferta de compra (bid) é o preço que um comprador está


disposto a pagar por um ativo. A oferta de venda (ask) é o
preço que um vendedor quer receber para entregar esse
ativo. A diferença entre as duas ofertas de compra e venda
mais próximas é chamada de spread.

Quanto maior for essa diferença, menos liquido é o ETF, e


maior é a dificuldade em ser negociado.
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Imagina que a última negociação do ETF XPTO foi a 100€.

As próximas ofertas de compra são 100 ações por 100,10€.

As próximas ofertas venda são a 100,50€.

O spread então as ofertas de compra e venda é, portanto, de 0,40€. Isso indica que é
um ativo que carece de maior liquidez, pois os compradores e vendedores estão
dispostos a negociar a valores um pouco distintos.

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ETFs de índices mais populares geralmente possuem o bid/ask spread em poucos
cêntimos.

Por outro lado, ETFs de índices ainda em crescimento, como têm menos volume de
investimento, também costumam ter um spread maior e menos liquidez.

Qualquer spread acima de 1€ é sinal de alerta.

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A melhor forma de consultar o Bid-Ask Spread de um ETF é através do site investing.com.

No caso do VUSA, o spread é de apenas 0,03€, o que representa uma liquidez


considerável.

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Tal como as ações ou os REITs, os ETFs, na sua generalidade, também pagam dividendos aos seus
investidores.

Os dividendos podem ser pagos de 2 formas:

Distribuição: Periodicamente o ETF distribui aos seus investidores, os dividendos recebidos pelas
empresas nas quais investe. Esses dividendos caem na carteira do investidor, pelo que têm de
ser tributados a 28% de imposto.

Acumulação: Em vez de serem distribuídos aos investidores, os dividendos são reinvestidos


diretamente no próprio ETF, pelo que não levam com a carga tributária. Sempre que reinveste
dividendos, o ETF está a criar o efeito de juro composto, pois compra mais ativos com os
dividendos que recebe. Ao fazer isso, o preço do ETF sobe e o investidor ganha com isso.

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Dependendo do teu objetivo, na hora de escolher um ETF terás de optar por escolher entre
acumulação ou distribuição de dividendos.

Geralmente, a distribuição é mais indicada para quem quer


ter uma 2º fonte de rendimentos, visto periodicamente ires
recebendo os dividendos na carteira.

A acumulação é mais indicada para quem quer acumular


património, pois o facto de os dividendos serem reinvestidos
no próprio ETF, sem o investidor ter de pagar qualquer
imposto, serem mais benéficos a isso.

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Para sabermos a política de pagamento de dividendos do VUSA, podemos consultar o
justetf.com

Como vemos, ele é de distribuição de dividendos, de forma trimestral.

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Tal como vimos na aula 29, os ETFs podem ser de 2 tipos, no que toca à forma como se
expõe ao efeito do câmbio entre moedas:

Hedged: Retira a exposição ao câmbio de moeda em investimentos internacionais.


Pode ajudar a proteger-te das flutuações cambiais negativas que possam haver,
mas também não te deixa beneficiar de possíveis flutuações positivas.

Unhedged: Um ETF unhedged (comum) está sempre exposto à flutuação do câmbio


da moeda, que pode ser benéfica ou não. Além da valorização ou desvalorização do
preço do ETF, a tua carteira também irá ser impactada pela flutuação do câmbio da
moeda estrangeira.

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A escolha entre um ETF hedged ou unhedged vai depender sobretudo dos teus objetivos
e das moedas que estás a considerar.

Os fatores a ter em conta estão todos na aula 29.

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Utilizando novamente o justetf.com, podemos encontrar facilmente a politica de câmbio
do VUSA.

Ele é unhedged, portanto, se investires nele numa bolsa negociada em Euro, a sua
variação de preço vai estar dependente do câmbio entre o euro e o dólar.

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Mercado Volume de investimento Tempo no mercado Taxa de administração Tracking Error
S&P500 $27 mil milhões Inicio: 2012 0,07% -0,28%
O índice de referência do Com um volume de Tendo sido criado em Uma taxa de Como queremos tracking
VUSA é o S&P500. investimento sob gestão 2012, o VUSA já tem administração de 0,07% errors abaixo de 0,5%,
bastante alto, podemos uma antiguidade é uma das mais baixas este valor do VUSA acaba
considerar o VUSA como considerável para do mercado. Indicador por ser aceitável.
um ETF estável e seguro um ETF muito positivo

Bid-Ask Spread Dividendos Política de câmbio


0,03€ Distribuição Unhedged
No caso do VUSA, o spread é de A política de dividendos é de Sendo um ETF unhedged, os
apenas 0,03€, o que representa uma distribuição, de forma trimestral. investidores do VUSA estão
liquidez considerável. expostos à variação do câmbio
entre o dólar e o euro, caso
optem por investir nele numa
bolsa negociada em euro.

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Depois de já termos analisado os indicadores, e escolhido o ETF, partimos então para o
investimento, na prática.

Aqui deparamo-nos com mais uma dúvida: O mesmo ETF pode estar presente em várias
bolsas de valores, e com várias moeda diferentes. Qual é que eu devo escolher então?

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Os indicadores mais importantes para a escolha são:

Volume de negociação: Nº de unidades do ETF que foram negociadas durante um


dia. Quanto mais volume de negociação tiver, mais fácil será a compra e venda do
ETF.

Moeda: Moeda corrente a que o ETF negoceia. Em algumas corretoras é cobrada uma
taxa de câmbio para investimentos em moeda estrangeira (na Degiro é 0,1%).

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EAM LSE

Na LSE, o VUSA tem um volume de negociação substancialmente maior, o que representa mais
segurança e liquidez.
A moeda é em libra, portanto terás ainda a taxa de câmbio, e estarás exposto ao câmbio de
moeda entre a libra e o dólar. Se este facto tiver um peso maior na tua escolha, então a melhor
opção talvez seja a EAM, que é negociada em euro.
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