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INTRODUÇÃO

Trata-se de uma ciência investigativa que analisa populações humanas por meio de
ferramentas estatísticas. Ela estuda, identifica e mapeia distribuição e magnitude de
doenças que afligem a sociedade, assim como seus fatores condicionantes e
determinantes a fim de tratar, controlar e prevenir patologias.
O estudo sempre parte de um desfecho, um evento geralmente atrelado a uma
exposição causal com fatores ambientais ou genéticos. Um grupo de estudo (quem),
um tempo específico, local e condição são primordiais. Resultados são dados em taxa,
incidência ou prevalência.
A doença é sempre produto do indivíduo e meio/ambiente, sendo necessário
considerar clima, maneira de viver, hábitos alimentares, dentre outros. Cada pessoa
possui características que protegem ou predispõe o indivíduo à patologias, seja
genético ou comportamental. Partindo do pressuposto de que há sempre correlação e
causalidade (não ao acaso), a finalidade é a cura do indivíduo e prevenção do coletivo.
John Snow foi o responsável por inaugurar raciocínio dedutivo na investigação
epidemiológica. Em seu tempo a teoria miasmática (cheiros fétidos e podres
transportavam e causavam doenças) nublava essa visão. Seu estudo determinou que a
propagação da cólera era causado pelo consumo de água contaminada. A análise
contou com uso de denominadores (taxas, nº de mortes /1000) ao invés de números
absolutos, possibilitando definir a fornecedora de água responsável.
Toda análise epidemiológica parte de dados, informações e desfecho de uma
variável de estudo. Os dados em si podem ser primários (obtidos pelo estudo) ou
secundário (obtido por terceiros, geralmente banco de dados), episódicos ou
contínuos. Sistemas de Informação em Saúde (SIS) é uma plataforma de coleta,
processamento, análise e transmissão de informações de saúde. (DATASUS –
Ministério da Saúde):
- SIS Pré-Natal (Gestação);
- SISNASC (Nascimento); 1990, registro pela Declaração de nascido Vivo (DN) em 3
vias (secretaria, família, arquivo), o responsável sendo o estabelecimento de saúde,
cartório do registro civil ou profissional de saúde cadastrado no SINASC. Informações
como sexo, peso, parto, escolaridade, situação conjugal, duração são variáveis
registradas.
- SISVAN (Crescimento e Desenvolvimento);
- SIH, SINAN (Eventos de Saúde); 1975, registra (48) agravos de notificação (segunda
lista nacional de doenças de notificação compulsória).
- SRAG (Banco de dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave); COVID-19,
Influenza.
- SIM (Sistema de Informações de Mortalidade); 1975, registro pela Declaração de
Óbito, preenchido unicamente pelo médico. Informações como causa (básica,
intermediária e terminal), sexo, idade, escolaridade, ocupação, local e assistência
médica são registradas. Assim como no SINASC são realizados 3 vias.
DISTRIBUIÇÃO DE DOENÇAS
O estudo epidemiológico de uma doença depende da população, clima, local,
situação financeira, sexo, idade entre outros fatores. A análise espacial e temporal
possuem especial importância tendo em vista que guiam a avaliação e permitem
acompanhar evolução e incidência da doença de estudo.
Surto, Endemia, Epidemia e Pandemia são conceitos que consideram proporção,
delimitação, espaço e tempo para classificar uma doença.
Características da pessoa também são determinantes na análise epidemiológica de
patologias na sociedade. Considerações de renda e vida (classe social) como condições
de moradia, pavimentação da rua, consumo, uso de serviços de saúde particulares são
relevantes. Informações sobre sexo (biológico) e gênero (social, além de raça/cor, faixa
etária, situação conjugal, profissão, educação, acesso a serviços e até estilo de vida.
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
MEDIDAS DE MORBIDADE
Indicadores de saúde são valores que refletem e mensuram as condições de uma
população em dado local e tempo, como pressão arterial, IMC, expectativa de vida,
morbidade e mortalidade. São variáveis importantes para direcionar tomada de ações
e reorganizar serviços, implantando ou cancelando programas caso necessário. São
classificados como gerais (população integral) ou específicas.
Valores relativos com proporção (fração afetada de um total /100%), razão (risco de
um grupo em relação a outro, como expostos e não expostos) e coeficiente/taxa
(representa intensidade de risco para determinado evento /10.000) tem mais peso que
os absolutos. Elas devem referir a população, localização e tempo específico.
Coeficientes como incidência (risco de novos desfechos), prevalência (todos os
casos pelo total) letalidade, e mortalidade (geral, específica, infantil, curva).
Índices por sua vez

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