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Contos
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Solidão e convivialidade.
O título «Sempre é uma companhia» remete para a companhia que a rádio
vinha trazer à população isolada, invadindo a taberna e as suas vidas, com
as notícias da II Guerra Mundial.
A intriga
O espaço
O tempo
• Tempo histórico: anos 40 do século XX (referência à eletricidade e à
telefonia).
• Passagem do tempo condensada: “há trinta anos para cá”, “todas
as manhãzinhas”.
• Tempo sintetizado: da chegada do vendedor à partida do vendedor
e prazo de entrega do aparelho – um mês.
O narrador
• O narrador de terceira pessoa narra os acontecimentos, comenta,
conhece o passado e o mundo interior das personagens (presença:
não participante; ponto de vista: subjetivo; focalização:
omnisciente)
• O narrador centra a atenção do leitor no abandono e solidão
sentidos pelo protagonista.
A atualidade
• Isolamento e falta de convivialidade.
• Relações entre homem e mulher.
• Vícios sociais: o alcoolismo, a violência doméstica.
• As inovações tecnológicas e alterações de hábitos sociais.
1
Plural 12 ano, Raiz, 2018.
Liliana Vieira Conde
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2
Renato Quintella de Oliveira, «George», a errância em busca de liberdade in
https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/download/9703/6390
Liliana Vieira Conde
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velha que George, em oposição à Gi, Georgina passa a aconselhar a artista plástica
renomada. A narrativa dá diversos indícios de que se trata, de fato, de um
desdobramento do próprio sujeito que finge ser outro, ao projetar-se, agora no
futuro. À maneira de Fernando Pessoa, Maria Judite de Carvalho constrói um ser
disperso, sem unidade aparente. George aparece multifacetada e, tentando
compreender-se, trava um intenso diálogo (ou monólogo?) consigo própria. O
narrador apresenta ao leitor o que se passa no espaço interior de George: o
confronto incessante entre esses diferentes “eus”. Tentando compreender e
esquecer o que foi, George dialoga com Gi, jovem de 18 anos e ainda ingênua e
inexperiente em relação às decisões importantes da vida. Tentando visualizar seu
futuro, George dialoga com Georgina, senhora de quase 70 anos, já vivida,
experiente e fisicamente decrépita, que não é, contudo, quem George quer ser.
Nesta busca incessante e permanente, a personagem George procura uma
explicação que confira sentido à sua existência interior. Terá encontrado? Ou
julga ter encontrado pelo fato de ser bem sucedida, artística e financeiramente?