Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
gadores
aos
restantes s nave-
No titulo de poema,
pressente-se a clara ironia do poeta,
TE é reforçada pelos jogos de palavras presentes na primeira ironia aua Outros haverão
de ter
haverão de ter/O que houvermos de quadra"Outros -
de perder.
perder". "Outros poderão achar/O O que
houvermos
em volta da figura do
Portugal Espanha
e
não achado,
navegador Cristóv o Colombo (descobridor da Foi achado, ou
dele história.
O poema
exemplifica, assim, o que os navegadores portugueses O Longe e faz
isso a s u a glória
representaram para outros navegadores, o valor de que se E por
revestiram, sendo dada
Colombo apenas o pálido reflexo dessa E justa auréola
grandeza maior, "auréola dada / luz emprestada.
Por uma luz
emprestada" Por uma
B6.87 O poeta, uma vez mais, associa Vil
as descobertas marítimas à
vontade de Deus ação do coniugar
ugaçãoda OCIDENTE
mãos o
PARTE Por obra do "Acaso, ou Vontade, Com duas céu
GUES
homem rasgou o "Ocicdente", ou
ou
Temporal, ocerto é quea mão do Desvendámos.
No mesmo gesto, ao
seja, as naus de Pedro Álvares Cabral facho trémulo
e divino
. descobriram o Brasil, em 22 de Abril de 1500. Uma ergue o
ent
véu.
outra afasta
o
O poema alude, assim, à descoberta do Brasil, Ea
que, segundo alguns
historiadores, aconteceu em virtude de uma forte havia
desviado as naus de Pedro Álvares Cabral tempestade que terá Fosse a hora que haver
ou a que
que rumavam ao oriente e não Ocidente o véu rasgou,
ao ocidente, não mão que ao
tendo chegado ao Brasil A
por objetivo definido. Ciência e corpo
a
Ousadia
Foi alma a
desvendou.
Da mão que
Vontade, ou
Temporal
ou
Fosse Acaso,
o
facho que luziu,
A mão que ergueu
Portugal
alma e o corpo
Foi Deus a
conduziu.
o
Da mão que
O poeta evoca a figura de Fernão
Magalhäes, navegador VII
em 1519, iniciou a
viagem de portuquec
cireum-navegação,
FERNAO DE MAGALH
Cingi-lo, dos
homens, oprimeiro-
fim sepulto.
Na praia ao longe
por
nem sabem que a alma ousada
Dançam,
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço
Que até ausente soube
cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
solidão;
O sabem, e dançam na
descompostas,
E sombras disformes e
horizontes,
Indo perder-se nos
Galgam do vale pelas
encostas
Dos mudos montes.
93
Vasco da Gama, um dos mais
conhecidos navegadores
portugueses, foi o
IX.
grande responsável pela descoberta do caminho ASCENSÃO DE VASCO DA GAMA
a India,
acontecimento que data de 1498.
maritimo portuqiue.
espara
Opoeta evoca a figura do nauta
portugués apósa sua
E o momento da
gloriosa ascensão de Vasco da Gama aos morte, recriando Os Deuses da
tormenta e os gigantes da
terra
nuvens e clarões.
E ao longe o rastro ruge em
e a flauta
terra é, o pastor gela,
Em baixo, onde a
à luz de mil trovões,
Cai-lhe, e em éxtase vê,
abismo à alma do Argonauta.
O céu abrir o
Xx.
Opoeta dirige-se ao mar, um mar responsável pelo sofrimento MAR PORTUGU S
as
dos filhos, das nolvas de todos aqueles que ousaram cruzar måes,
as suas
com o intuito de o dominarem-"Para que fosses nosso, 6 mar!" águas
Terá valldo a pena tanto sofrimento? "Tudo vale a do teu sal
pena /Se a alma O mar salgado, quanto
ndo é pequena". E mais uma nova maneira do poeta afirmar a
da vontade da alma humana, vontade sempre insaciável.
importáncia São lágrimas
de Portugal!
choraram,
quantas m es
Por te
cruzarmos,
estrofe, o mesmo mar aparece assoclado à conquista do absoluto.O mar ficaram por
casar
Quantas noivas
encerra perigo" e "abismo, mas também espelha o céu; ou ó mar!
seja, ofered Para que fosses
nosso,
poético deposita a
esperança de um futuro Tanta foi a tormenta ea
redentor. Se, na primeira vontade!
quadra, domina um sentimento de Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
ea disforia se torna notória, no resto do poema sucede desencanto
nem tudo é irremediável a certeza de que O universal e a saudade.
de que é mar
ou
apenas golpe de vontade e, uma vez erga, basta Dá o sopro, a aragem
-
um
o
esforço ganhará forma e, de novo, levantado o
sopro, a aragem, Com que a chama do esforço se remoça,
haverá a certeza de a Distância
Distância" Esta diståncia não tem conquistar a
-
será, sobretudo, "nossa, ou necessariamente que ser a do mar, mas Do mar ou outra, mas que seja
nossa!
do desencanto do
seja, essa "Distância"'
será a condição redentora
povo português. O tom das
duas quadras é,
um claro
apelo à ação, numa antevisão de pois, o de
Império um império não mais material,
-
um novo
império o Quinto -
porque eterno.
Este texto, que abre a terceira parte de PRIMEIRo
Mensagem, é o
segundo Doer D. SEBASTIÃO
pessoano dedicado a D. Sebasti o. ema
utilizando um discurso de primeira pessoa,
O poema,
inicia-se com
um
apelodo rei aos portugueses, a quem o monarca transmite a
de um futuro promissor.
Para o rei, a "hora
esperanca Sperai! Caí no areale na hora adversa
adversa"
do presente nãoé mais concede aos seus
do que o intervalo" necessário
para o início da realizaç o de um Que Deus
grande alma imersa
que esteja
a
sonho universal e eterno "EO que eu me sonhei Para o intervalo em
que eterno dura"- que
são Deus.
ultrapassará a precariedade do momento em que o D. Sebastião Em sonhos que
aquele que desapareceu em Alcácer-Quibir, caiu no areal. histórico,
a desventura
A derrota em areal e a morte e
Alcácer-Quibir é, assim, apresentada como um 'mal Que importa o
necessário' para se ultrapassar a dimensão Se Deus me guardei?
material e efémera do império com
português- 'o arealea morte e a desventura"-e se EO que eu me sonhei que eterno dura,
começar a construir uma
outra grandeza possuidora de uma dimensão espiritual e E Esse que regressarei.
eterna, o Quinto
Império, inspirado na figura do rei -"É Esse que regressarei.: O rei assume-se
como uma
espécie de Messias, um enviado de Deus
aos seus"; "Se com Deus -"Que Deus concede
me guardei?" -, um salvador que conduzirá o seu
povo à glória eterna.
Neste poema, Pessoa assume, de forma
anunciando ao longo de Mensagem: o futuro xplicita, o que já vinha SEGUND0
o QUINTO IMPÉRIO
redentor de
indissociavelmente ligado à construção de um império de Portugal est
espirituais e eternas, o Quinto Império. caracteristirae
sticas
As primeiras três estrofes
constituem uma reflexão sobre a Triste de quem vive em casa,
humana. Partindo de afirmações condicão
provocatórias controversas Contente com o seu lar,
/ Contente comoseu lar" e Triste de quem é -Tristete
e
de quem vive em casa, de
Sem que um sonho, no erguer
asa,
de Mais que
para uma nova era, designada como "dia claro" Esta nova era distancia-se Ter por vida a sepultura.
das glórias
materiais-"Quem vem vivera verdade/Que
-e
apresenta-se comoa continuadora das matrizes
morreu
D.Sebastião?" somem
Eras sobre eras se
ocidental), Roma (a potência que expandiu os origem da civilizaçåão descontente é ser homem.
fundamentos greco-latinos), Ser
Cristandade (a dimensão espiritual e humanista Que as forças cegas
se domem
europeia), Europa (influencia alma tem!
europeia no resto do mundo, operada após a Pela visão que a
Cala a voz, e
há só o mar.
Contrariamente ao que é comum aceitar-se, o mito do QUINTO
um novo
santo nem herói,
futuro para Portugal: "O Império por Deus mesmo visto. Não foi nem
ANTÓNIO VIEIRA
António Vieira, missionáriojesuita a quemo poema exalta, nasceu em Lisboa
1607 e morreu na Bala, Brasil, em 1696. E, sem dúvida alguma, a
em figqura
cimeira do século XVil português, não só pelo seu papel fundamental na grandeza.
o azul e tem
defesa dos direitos dos indios brasileiros contra os desmandos dos colonos, O céu 'strela
teve a fama eàglória tem,
mas também pela ação, junto das principais cortes europeias, no reconhe- Este, que
portuguesa,
da lingua
cimento da restauração da independência portuguesa após os sessenta Imperador
também.
céu
anos do domínio flipino. Mas a importância de Vieira assenta, sobretudo, Foi-nos um
claro do luar,
nários que acredita que a Portugal estará reservada uma missão superior prenúncio
Surge,
El-Rei D. Sebastião.
e divina: a construção de um Quinto Império, universal e eterno -A
madrugada irreal do Quinto Império': Daí que o poeta atribua a Vieira uma etéreo.
é luar: é luz do
não
ânsia de absoluto e de infinito -
Encoberto,
ó
Quando virás,
portugues,
Sonho das
eras
incerto
sopro
mais que o
Deus fez?
Tornar-me
anseio que
De um grande
voltando,
quererás,
Ah, quando amor:
esperança
Fazer minha
quando?
da saudade
Da névoa e
meu
Senhor?
Sonhoe
meu
Quando,
Fste Doema narrativo evoca a saga maritima dos irmãos Corte-Real: aspar, PRIMEIRo
Miquel e Vasco. Os dois primeiros perderam-se no mar da Terra Nov e, NOITE
quando o último pediu autorização ao rei D. Manuel I para partir em busc
Partindo deste episódio factual da nossa história, o poeta faz dele A nau de um deles tinha-se
perdido
os dois irmãos perdidos -'o Poder e o Renome"- sim-
No mar indefinido.
uma leitura simbólica:
bolizam a grandeza perdida, enquanto o irmäo que o rei não deixou O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
partir, aquele que vive na "vil(...)prisãoservil',
éo retrato de um país perdido
à espera de recuperar a gloria do passado: "Ea busca de quem somos, na Da descoberta ir em procura
distância/De nós". Do irmão no mar sem fim ea névoa escura.
Se, no primeiro momento do texto, é o Rei que impede o herói de
missão, no final do poema é Deus que se opõe a que o destino Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
cumprir a sua
do homem (e, por extensäo, o da nação que encarna, Portugal) se cumpra. Volveu do fim profundo
Atente-se, ainda, na carga negativa do titulo do poema, que se opõe Do mar ignoto à pária por quem dera
à esperança que a manh de nevoeiro sebastianista transmite. O enigma que fhzera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
El-Rei negou.
Licença de os buscar, e
Como a um cativo, O ouvem a
passar
Os servos do solar.
E, quando o veem, veem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
138.13 Este poema e OMostrengo de Mar Portugues constituem como que o verso
ANTEMANH
realidade.
eoreverso de uma mesma
faz que "lembrar /Que desvendou o Segundo Mundo, / Nem o Terceiro quer
A madrugada do novo dia,
S TEMPOS
Do novo dia sem acabar;
desvendar?:
A imagem do mostrengo que tenta acordar aquele que"foi outrora E disse, «Quem é que dorme a lembrar
Quarto
ntemanhà
Senhor do Mar simboliza a revolta daqueles que se recusam a aceitar Que desvendou o Segundo Mundo,
o desencanto do presente e que acreditam que é possível recuperar, Nem o Terceiro quer desvendar?»
embora de modo diverso, a grandeza do passado, através co desvendar
do Terceiro Mundo, ou seja, o Quinto Império. Eo som na treva de ele a rodar
Faz mau o sono, triste o sonhar.
Rodou e foi-se o mostrengo servo
ÉaHora
Valete, Frutres
SCOLASEc.