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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

– Escola de Música –

Hermom Fernandes Silva Klein

Exercícios preliminares de aquecimento para a prática do violoncelo e as


suas influências no desempenho muscular

Belo Horizonte
2022
1

Exercícios preliminares de aquecimento para a prática do violoncelo e as


suas influências no desempenho muscular

Hermom Fernandes Silva Klein 1


Matheus Espinha de Oliveira2
Marcelo de Magalhães Cunha3
Resumo

O presente trabalho tem o intuito de apresentar aos estudantes de violoncelo a importância


fisiológica do aquecimento e direcionar o estudante à prática de exercícios preliminares
predeterminados ou desenvolvidos por eles próprios. Para tanto, embasou-se em literaturas
relacionadas ao desempenho neuromuscular do corpo humano, bem como em entrevistas com
professores especializados na área da saúde do músico e em métodos renomados para
violoncelo, como por exemplo L. Feuillard, B. Cossmann. Buscou-se nesses autores material
técnico específico, elaborando a partir deles propostas de exercícios para o aquecimento
específico. A conclusão deste trabalho, portanto, visa a entregar ao violoncelista a
possibilidade e a consciência da importância de nutrir a sua própria gama de exercícios
específicos para o aquecimento físico antes de tocar, melhorando destarte o desempenho
muscular na prática musical.

Palavras-chave: Violoncelo. Aquecimento físico. Exercícios preliminares. Desempenho


muscular.

Preliminary warm-up exercises for cello practice and their influences on the muscular
performance
Abstract

The present work aims to introduce the cello students to the physiological importance of
warming up and guide the student to the practice of preliminary exercises predetermined or

developed by themselves. Therefore, it is based on literature related to the neuromuscular

performance of the human body and on renowned methods for cello, such as L. Feuillard, B.
Cossmann. Specific technical proposals were sought in the content of those methods,
extracting from these the exercises for the specific warm-up. To conclude, this work aims to
give the cellist the possibility of nurturing his own range of specific exercises for physical
warm-up or technical maintenance, before playing, thus improving his performance in
musical practice.

Keywords: Cello. Physical heating. Preliminary exercises. Muscle performance.

1
Graduando em Bacharelado em Música, Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Escola de Música,
hermomteddy@hotmail.com
2
Mestre em música, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, mateus.oliveira@uemg.br.
3
Doutor em educação, UFMG, marcelo.cunha@uemg.br
2

Introdução

Num aspecto geral, os músicos instrumentistas dedicam grande parte do seu tempo à prática
instrumental, fortalecendo assim as conexões neuromusculares, de forma que a resposta aos
estímulos se torna mais rápida, possibilitando ao estudante um repertório mais robusto tanto
em duração temporal quanto no domínio técnico. Com o aprimoramento da habilidade técnica
no violoncelo, o músico passa a perceber que o ápice de seu desempenho muscular só é
atingido algum tempo depois do início da atividade, de forma que as primeiras notas tocadas
não retratam a habilidade integral do músico.

Ao se negligenciar o aquecimento, poucas fibras musculares estarão ativas e disponíveis, além


de o desempenho ficar muito aquém do desejado na atividade musical. Ou seja, quando o
estudante, a fim de otimizar o tempo, ou por falta deste, adota a estratégia de pegar o
instrumento e já começar a tocar um repertório de nível avançado, perceberá certa dificuldade
em atingir desempenho performático compatível com aquele já alcançado anteriormente.

Com as instruções e a experiência dos professores, é possível desenvolver estratégias


particulares de estudo. O aluno conta ainda com diversos artigos e métodos que direcionam
seus estudos de forma a ser capaz de identificar trechos difíceis tecnicamente e selecionar as
ferramentas de estudo compatíveis. Contudo, acredita-se que os exercícios feitos antes dos
estudos diários ou da performance sejam pouco supervisionados, ou até mesmo não
identificados como exercícios preliminares de aquecimento.

Assim, este artigo busca apresentar ideias e exemplos de estudos preliminares, e ainda mostrar
ao leitor a importância do aquecimento muscular no contexto da prática do violoncelo. Dessa
forma será possível estabelecer uma ponte entre o desempenho muscular de nível
performático e a estagnação.4

Aspectos relativos a como estudar de maneira mais eficiente, bem como práticas de caráter
psicológico, questões sobre o automatismo, as memórias de longa duração e os perigos de se
repetir erros misturados com acertos não são o foco deste artigo, apesar de essas questões vez
ou outra serem citadas ao longo do texto.

4
Estagnação ou repouso muscular conforme usados aqui é quando o músico tem o primeiro contato com o
instrumento, seja para performance, seja nos estudos diários.
3

Obras importantes de diferentes autores na área da ciência neuromuscular foram utilizadas, as


quais buscam compreender o sistema muscular do corpo humano quando exposto ao exercício
físico, além das propostas metodológicas contidas em livros de consagrados professores de
violoncelo. Buscou-se ainda, por meio de entrevistas qualitativas semiestruturadas, conhecer
as experiências práticas de músicos e professores que têm trabalhos importantes na área de
saúde do músico.

1 Revisão bibliográfica

1.1 Aquecimento geral e aquecimento específico

A técnica do violoncelo vem se desenvolvendo por séculos e, na atualidade, procura-se


preencher pequenas lacunas do funcionamento físico mecânico do corpo humano em relação à
prática musical. Por meio da interdisciplinaridade, os músicos buscam soluções em outras
áreas do conhecimento. A Neurociência, a Cognição e a Educação Física têm avançado em
pesquisas relacionadas à atividade motora e neural, derivadas do estudo em músicos,
conforme afirma o violoncelista Joel Souza, doutor em performance (2020).

Segundo McArdle (1998), que foi professor no departamento de saúde e educação física do
Queens College da Universidade da Cidade de New York, o aquecimento físico antes de uma
atividade vigorosa é de extrema importância fisiológica e psicológica, tanto que essa prática é
amplamente consolidada no meio atlético, tornando-se até mesmo um conceito. Além disso, a
prática de exercícios específicos de cada atividade visa não só ao desempenho, mas também à
prevenção de lesões.

O aquecimento se divide em duas categorias: o aquecimento geral e o específico. O primeiro


abrange movimentos corporais gerais, com o alongamento e a movimentação de todos os
membros possíveis. O segundo tipo busca realizar movimentos semelhantes aos da atividade
real, visando a proporcionar um treinamento das habilidades necessárias ao evento por vir.

É muito comum se deparar com essa segunda categoria de exercícios ao se observar outras
atividades desportivas como por exemplo: “Balançar um taco de golfe, arremessar uma bola
de futebol ou de beisebol, [...] os pulos preliminares nos saltos em altura ou com vara são
exemplos de aquecimento específico” (MCARDLE, 1998, p. 445).
4

Em testes físicos realizados pelos fisiologistas Bergh, e Ekblom (1979), que compararam o
aquecimento corporal geral prévio com outro teste sem aquecimento, foi observado que no
primeiro minuto a resposta fisiológica era mais positiva para o teste com aquecimento prévio,
estimulando o aumento da temperatura muscular. Os autores observaram ainda que a queima
de substâncias energéticas, carboidratos e gordura, no músculo e no sangue, era mais baixa ou
mais bem aproveitada, e a captação de oxigênio mais alta, comparada ao mesmo esforço sem
aquecimento.

Em bases puramente fisiológicas, existem cinco mecanismos possíveis pelos


quais o aquecimento poderia aprimorar o desempenho físico e a capacidade
de realizar exercícios como resultado dos aumentos subsequentes no fluxo
sanguíneo e nas temperaturas muscular e central:
 Maior velocidade de contração e relaxamento dos músculos.
 Maior economia de movimento, por causa de menor resistência
viscosa dentro dos músculos ativos.
 Fornecimento facilitado de oxigênio pelos músculos, pois a
hemoglobina libera oxigênio mais prontamente nas temperaturas
mais altas.
 Transmissão neural e metabolismo muscular facilitados, como
resultado do efeito direto que a temperatura exerce sobre a
aceleração no ritmo dos processos corporais: um aquecimento
específico pode facilitar também o recrutamento das unidades
motoras necessárias para a realização da atividade [...]
 Maior fluxo sanguíneo através dos tecidos ativos à medida que o
leito vascular local se dilata com os níveis mais altos de
metabolismo e de temperatura muscular. (MCARDLE, 1998, p. 445,
grifo nosso)

O aquecimento geral e o específico se sobrepõem em dado momento. O segundo utiliza


exercícios mais focados e específicos da própria atividade, o que estimula o recrutamento 5 de
unidades motoras6 relacionadas à atividade específica, como, por exemplo, tocar violoncelo.
A Figura 1 mostra uma unidade motora.

5
“As unidades motoras são recrutadas em uma ordem sistemática, durante contrações voluntárias, de acordo
com o princípio do tamanho.” (CHAVES 2013, p.18).
6
Uma unidade motora é a menor parte do conjunto muscular e é composta, basicamente, por um neurônio motor,
suas ramificações nervosas e a fibra muscular. Ao se trabalhar uma habilidade, essas conexões nervosas se
tornam mais fortes e o tempo de resposta aos estímulos nervosos é melhor, (DUTTON, 2010, p. 33-34).
5

Figura 1. Unidade motora.

1.2 Aquecimento específico

Ao se falar de aquecimento específico por meio de exercícios preliminares, o que fica bastante
evidente é a forma como o corpo humano reage, mais especificamente as fibras musculares,
as quais compõem as unidades motoras, que por sua vez estimulam o recrutamento de outras
unidades motoras para a atividade.

Existem dois tipos principais de fibras musculares, as de contração rápida e as de contração


lenta. Cada músculo possui ambas. Algumas regiões do corpo têm uma ou outra em maior
concentração, segundo Dutton (2010). A questão é que as fibras de contração lenta são
ativadas em menor tempo e as de contração rápida são ativadas depois de alguns minutos do
início do estímulo nervoso ou da atividade.

Quando uma pessoa inicia uma atividade qualquer, as fibras de contração lenta são as
primeiras a atingir o desempenho máximo e, de acordo com a necessidade da atividade, outras
e mais fibras são ativadas segundo Dutton (2010).

Portanto, ao iniciar a atividade no violoncelo, as primeiras fibras a se ativarem são as que


compõe a complexa musculatura dos ombros, onde há uma predominância de fibras de
contração lenta. Contudo, a maioria das fibras de contração rápida dessa região estão
desativadas e menos ativas ainda ao longo dos braços, onde a quantidade de fibras de
contração lenta e rápida estão mais diversificadas.
6

Na prática, um exemplo bem comum para o violoncelista, é quando em apenas alguns


minutos tocando o instrumento, ocorre uma sensação de queimação nos braços a ponto de ser
insuportável continuar a atividade sem uma pequena pausa. O aquecimento específico evita
que as dores de início agudas venham a surgir durante a performance. “Nos dias atuais, há
evidências de que a fadiga provavelmente envolve vários fatores [...] e que dependem, de
certa maneira, do tipo de fibra muscular e do padrão de ativação” (DUTTON, 2010, p. 151).

A proposta dos exercícios preliminares é exatamente estimular as fibras musculares de forma


a se ter disponível para a atividade real o máximo de fibras musculoesqueléticas em condições
de desempenho compatível com a habilidade já adquirida pelo músico violoncelista.

As fibras de contração lenta estão presentes em maior número no centro do corpo. Em relação
à técnica violoncelística, há o fato de que o violoncelista, ao tocar, encontra-se sentado, as
pernas e o tronco mais estáticos, com a função de sustentação do corpo e principalmente dos
braços. O músico pode passar horas nessa postura, uma vez que essa região do corpo tem
predominância de fibras musculares de contração lenta, que por sua vez são mais resistentes a
cargas ou atividades estáticas.

As fibras de contração lenta [...] têm grande capacidade para receber


oxigênio. Portanto, são adequadas para atividades de longo tempo de
duração ou de grande resistência física, incluindo a postura.
[...]
As atividades posturais e as que exigem estabilização apresentam maior
envolvimento das fibras de contração lenta. Em humanos, a maioria dos
músculos dos membros contém distribuição relativamente igual de cada tipo
de fibra muscular, enquanto o dorso e o tronco demonstram a predominância
de fibras de contração lenta. (DUTTON, 2010, p.35)

A estrutura muscular que sustenta os braços envolve diretamente os ombros como explica
Dutton:

[...] [o ombro] funciona como uma unidade envolvendo uma complexa


relação entre suas diversas estruturas [...]. A função primária do complexo
do ombro é posicionar a mão no espaço, permitindo ao indivíduo interagir
com o ambiente e executar as funções motoras finas,” (DUTTON, 2010, p.
471).

Assim, o aquecimento específico por meio dos exercícios preliminares pode começar já nessa
estrutura, por ser ela uma das principais na atividade com o violoncelo. É importante que o
desempenho muscular dessa região esteja em nível elevado, evitando assim uma fadiga
muscular precoce. O objetivo do aquecimento específico é simular a atividade vindoura,
7

induzindo as fibras de contração rápida a ficarem disponíveis para o momento da


performance, quando o músico exige de si uma melhor resposta motora, possibilitando, assim,
que toda a musculatura envolvida na atividade esteja pronta integralmente para o trabalho a
ser feito.

As fibras de contração rápida levam alguns minutos para se ativarem completamente.


Segundo Dutton, “Esse fenômeno, chamado de “estado estável” (steady state), ocorre após
cerca de 5 a 6 minutos de exercício em nível de intensidade constante” (DUTTON, 2010, p.
153). Uma vez que o sinal elétrico é enviado às estruturas musculares, são recrutadas cada vez
mais unidades motoras, ou seja, cada fibra ligada a um neurônio motor começa a se ativar
devido não só aos estímulos que partem do sistema nervoso central, como também aos
estímulos proporcionados pela atividade de tocar violoncelo.

1.3 Outros fatores que afetam o desempenho muscular

O recrutamento de unidades motoras, a força necessária e a velocidade das contrações


musculares se baseiam na necessidade da atividade. Logo, o exercício preliminar pode
compensar alguns fatores que afetam o desempenho muscular de alto nível.

Um dos fatores é a própria estrutura musculoesquelética7, na qual as fibras musculares, os


ligamentos, os tendões etc. por si só oferecem um tipo de resistência ao movimento. Um
segundo fator é a própria força da gravidade, que interfere no desempenho muscular.

Os exercícios preliminares proporcionam ao músico uma percepção desses fatores de


resistência. Logo, o sistema nervoso central pode enviar sinais cada vez mais precisos, tendo
eficiência em superar esses obstáculos.

A gravidade, por exemplo, influencia na ação dos músculos, que podem trabalhar com
ângulos muito variáveis, seja “na mesma direção da gravidade, para baixo, ou em sentido
oposto, além de um sentido perpendicular, na mesma direção ou oposta, porém com diferentes
variações angulares” (DUTTON, 2010, p.151).

7
“O tecido conjuntivo e o tecido muscular esquelético formam, juntos, o sistema musculoesquelético. [...] O
tecido conjuntivo é encontrado em todo o corpo humano e serve de apoio estrutural e metabólico para outros
tecidos e órgãos do corpo. Ele inclui os ossos, a cartilagem, os tendões, os ligamentos e o tecido sanguíneo.”
(DUTTON, 2010, p. 17).
8

A direção em que um músculo trabalha determina a influência da gravidade ao se opor ao


movimento daquele músculo, que por sua vez busca neutralizar a força gravitacional. Por
exemplo: levantar o arco do violoncelo em sentido oposto ao da gravidade exige vencer tal
resistência. Não diferentemente, ao abaixar o arco, o músculo trabalha contra a força
gravitacional, para controlar a velocidade de abaixar.

Por fim, os exercícios preliminares têm por objetivo a estabilidade muscular para que o
violoncelista possa ter uma experiência mais saudável e mecanicamente mais eficiente na
atividade musical, e assim diminuir as variáveis capazes de comprometer o uso integral das
habilidades adquiridas durante anos de estudos de violoncelo.

O foco da prescrição do exercício deve ser o de melhorar a força e a


coordenação dos movimentos funcionais e específicos do esporte com
exercícios que aproximem as demandas da atividade desejada (velocidade,
agilidade, força, potência, resistência etc.) (DUTTON, 2010, p. 168).

2 A fisiologia associada à prática musical

Nesta seção serão abordados alguns textos de autores que estudaram as atividades musicais
pelo viés fisiológico.

Souza (2020), em seu estudo intitulado "Memória muscular por meio de um estudo
interdisciplinar sobre a performance no violoncelo", buscou embasamento em conceitos das
áreas de Neurociência, Cognição, Psicologia Cognitiva e Educação Física. Souza (2020) usa o
termo “cérebro automático”, mais conhecido como memória muscular, e afirma que esse tipo
de memória inconsciente é um estágio da mente capaz de processar até 200 mil vezes a mais
que a mente consciente. Uma vez que na performance não há tempo suficiente para processar
muitas informações, compreendendo desde aspectos técnicos a aspectos musicais, a
necessidade de informações automatizadas pode proporcionar uma performance fluida,
orgânica e convincente.

Quando uma habilidade é aprendida e executada várias vezes, o córtex motor fica marcado, de
forma que, ao acessar um movimento parecido com aquele já aprendido, o cérebro faz alguns
ajustes apenas, não sendo necessário reaprender todos os fundamentos a cada novo
movimento (LASHLEY, 19518 apud SOUZA, 2020, p. 50) propõe o termo motor chunking,9
que designa a aprendizagem somada à habilidade de concluir uma sequência de forma mais
8
LASHELEY, Karl Spencer. The problem of serial order in behavior. New York, 1951.
9
Bloco ou agrupamento motor.
9

rápida e mais precisa. A performance começa a mostrar formações de agrupamentos


temporais específicos ou chunks que, uma vez adquiridos, podem ser usados no contexto de
novas sequências motoras.

Sobre recrutamento motor, o neurocientista (LENT, 2010 10 apud SOUZA, 2020, p. 81) afirma
que o sistema motor está envolvido não só na produção do movimento, mas também em seus
processos representacionais, imaginativos. Uma parte dos mecanismos neurais envolvidos na
produção de um movimento é recrutada durante o estado de simulação. Num estudo feito com
pianistas e com não músicos, em que ambos ouviam uma música tocada ao piano, observou-
se um aumento da atividade neural nos pianistas e nenhum aumento da atividade neural nos
não músicos.

O contrabaixista Borém (2010) afirma que um raciocínio sobre a mecânica do corpo e do


sistema muscular é necessário para que se conheçam as características, exigências posturais,
repetição e força dos elementos que compõem um movimento. Nessa senda, o violoncelista
Souza (2020) analisa o modo de fazer um movimento, e seu estudo tem o intuito de identificar
tendências funcionais e não funcionais.

Outro estudo, feito por Knop (2017), mestre em música na área de criação e interpretação
musical, "Exercícios auxiliares: concerto para violoncelo de Haydn n°2 em ré M – 1° mov.",
propõe exercícios que auxiliam o violoncelista em peças avançadas. Uma das definições do
estudo do violoncelo que Knop (2017) apresenta é a utilização de métodos, 11 no qual procura-
se uma técnica específica e estuda-se a mecânica da técnica. Knop sugere que a busca desse
aprimoramento técnico seja feita com o auxílio de livros métodos já renomados, como
Dotzauer, Janos Starker e Feuillard, além de escalas.

3 Entrevistas

Nesta seção é apresentada uma análise comparativa entre algumas referências bibliográficas e
os relatos de dois entrevistados por meio de videoconferências.

O primeiro professor entrevistado foi o Dr. João Gabriel, músico e médico, doutor em
Medicina pela UFMG, professor aposentado da Faculdade de Medicina e professor da Escola
de Música da UFMG.

10
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: Conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro, 2010.
11
Excertos técnicos que visam ao ato de tocar.
10

O segundo entrevistado foi o professor Abel Moraes, mestre em performance pela Thames
Valley University de Londres, bacharel em música e doutor em Educação Musical pela Escola
de Música da UFMG. Como músico profissional, atuou por mais de vinte anos como
instrumentista de orquestra e camerista, apresentando-se no Brasil e no exterior (EUA e Grã-
Bretanha). Desde 1997, é professor universitário, ingressando na Universidade do Estado de
Minas Gerais (UEMG), e posteriormente na Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ), onde é professor de violoncelo e performance musical. Possui publicações nas áreas
de educação musical, ensino instrumental em grupo, didática e psicologia da performance
musical.

Abel Moraes, no relato a seguir, mostra concordância com McArdle (1998), que escreve sobre
a importância física e psicológica do aquecimento físico no meio atlético e como isso se
tornou até mesmo um conceito:

Não existe um aquecimento muscular isolado sem o aquecimento mental,


sem uma preparação psicológica da coisa!

A questão muscular é uma questão de se preparar para a ação. Então, se um


músculo está frio, se o músculo está em repouso, uma ação imediata é uma
ação que força muito o movimento.

Ele não está oxigenado, ele não está relaxado o suficiente para ele funcionar
da melhor maneira possível do ponto de vista muscular, fundamental.
(MORAES, 2021, em entrevista concedida ao autor). (informação verbal)12.

Dutton (2010) e McArdle (1998) observam uma melhor resposta ao relaxamento muscular e
ao aumento da eficiência mecânica, o que Dutton chama de steady state (estado estável), que,
como já mencionado, é exatamente o equilíbrio muscular que permite o exercício sem fadiga
precoce.

12
Informação fornecida por Moraes em entrevista por meio da plataforma Google Meet® em 16 de dezembro de
2021. Todos os depoimentos de Moraes foram adquiridos por meio desta mesma entrevista.
11

Todo músculo é composto por um conjunto de fibras, cada qual com tempos diferentes de
ativação para resposta ao estímulo do movimento. Essa divergência dos tempos de ativação
pode causar uma assincronia, como afirma o Dr. João Gabriel:

Essa assincronia entre diferentes tipos de fibra muscular é uma das causas
mais importantes das contraturas musculares. Uma contratura muscular é
uma contração muscular que não se relaxa. Por que isso acontece?

Pelo desequilíbrio entre esses diferentes tipos de fibra muscular. [...] uma
contratura muscular é uma contração excessiva, uma contração assimétrica.
(FONSECA, 2021, em entrevista concedida ao autor). (informação verbal)13.

Lent (2010) afirma que o recrutamento motor não está ligado somente à produção do
movimento, mas também a seus processos representacionais, ou à maneira como se imagina
fazer aquele movimento. Já o professor Abel Moraes (2021) tece comentários sobre o
equilíbrio mental e como isso torna o corpo mais disponível para a atividade musical . Ele
afirma que o aquecimento muscular não pode ser feito de forma alienada, é preciso fazê-lo de
forma consciente, pois o aquecimento muscular é primeiramente mental. (informação verbal).

Por sua vez, o Dr. João Gabriel cita um habilidoso pianista, bem como o tipo de preparo que
esse músico fazia:

Um dos maiores pianistas do século XX, Arthur Rubinstein [...] ele tinha
uma consciência da relação dele, da postura dele, da musculatura dele, do
preparo, ele tinha uma frase que eu acho uma coisa emblemática. A frase é
assim, mais ou menos assim:

‘Quando eu deixo de praticar um dia, eu percebo. Quando eu deixo de


praticar uma semana, o regente percebe. Quando eu deixo de praticar um
mês, o público percebe.’

Ele está se colocando como sensor, ele está mostrando através dessa frase o
quanto que a auto percepção é fundamental. (FONSECA, 2021, em
entrevista concedida ao autor). (informação verbal).

O contrabaixista Fausto Borém (2010) afirma que, para conhecer os elementos que compõem
um movimento, é necessário raciocínio sobre a mecânica muscular e sobre as exigências de
força, postura e outros elementos da prática de uma atividade. Isso não difere da fala do
entrevistado Dr. João Gabriel (2021), o qual afirma que “o aquecimento é tudo que prepara a
pessoa para a performance”, “como por exemplo, observar a postura ao se assentar para tocar,
qual o padrão de movimento do braço esquerdo, do braço direito.” (informação verbal).
13
Informação fornecida por Fonseca em entrevista concedida por meio da plataforma Teams® em 29 de
dezembro de 2021. Todas os depoimentos de Fonseca foram colhidos por meio desta mesma entrevista.
12

Sobre a preparação de uma rotina anterior à performance, o professor Abel Moraes enfatiza o
preparo mental aliado ao preparo físico:
[Como é] que você deve começar a estudar? Se motivando, ouve uma
música, ouve alguma coisa, relaxando, senta na cadeira, pega o violoncelo,
sente o violoncelo...como é bonito esse instrumento, que cor bonita...produz
sonoridade, respira.
Não começa com escala, porque a escala já começa a ter uma expectativa de
afinação, de sonoridade, você já pensa em técnica, abertura, extensão,
mudança de posição14.
Então você deve começar sentando, respirando, lembrando para o seu corpo
[como é] o movimento mais natural do braço para produzir um som simples.
Numa corda, na outra corda.
Produz uns sons um pouco aleatórios, usa a sua criatividade, nada muito
complicado. (MORAES, 2021, em entrevista concedida ao autor)
(informação verbal).

O Dr. João Gabriel (2021), ainda citando como exemplo o pianista Arthur Rubinstein, mostra
como esse músico se preparava antes de tocar:

Para se preparar para tocar antes de entrar no palco, por exemplo, ele tocava
escalas no piano, ele fazia alguns exercícios de abertura de mão, ele fazia,
dependendo do que ele ia tocar, exercícios específicos, se tinha saltos no
piano, por exemplo, você acertar notas distantes, ele praticava aquilo.
(FONSECA, 2021, em entrevista concedida ao autor). (informação verbal).

Dutton (2010) observa que os exercícios devem ser indicados para melhorar a coordenação
dos movimentos funcionais e específicos e para que se aproximem das demandas da atividade
desejada.

A progressão dos exercícios se aproxima cada vez mais da atividade real. Abel Moraes (2021)
deixa clara essa relação quando diz: “[Pode-se] começar com escalas, pode-se começar com
exercícios técnicos, aí você pode começar com o que você quiser. O ideal é que tenha uma
certa progressividade mesmo. Começa com escala, trabalha um pouco de estudo melódico".
(informação verbal).

14
A escala para o violoncelo tem um grau maior de dificuldade em relação ao piano, que tem afinação fixa; no
violoncelo, por sua vez, as notas da escala são ajustáveis.
13

É muito importante entender que os exercícios preliminares têm o intuito de ativar uma
habilidade já desenvolvida, o melhor potencial muscular relativo àquela aptidão. Enquanto
Lashley (1951) usa o termo motor chunking, o professor Abel Moraes fala em programa
motor ou esquemas. Abel discorre brevemente sobre esse assunto:

Esquemas são tijolinhos de função ou de aprendizagem que a gente tem


desde que a gente nasce, que a gente vai construindo.
É uma sequência progressiva de agrupamentos de esquemas, ou de
agrupamento de habilidades. Por exemplo: o empunhamento do arco é um
agrupamento de várias habilidades e agora você não precisa pensar nelas,
elas funcionam juntas.
O grau de desenvolvimento das habilidades é completamente diverso. Você
tem habilidades que já estão automatizadas e habilidades que você está
aprendendo agora. Então esse convívio é um convívio difícil. (MORAES,
2021, em entrevista concedida ao autor). (informação verbal).

4 Exercícios preliminares

A proposta dos exercícios preliminares apresentada aqui é para que sejam feitos da forma
mais simplificada e de maneira que o aluno se sinta desde o grau de maior conforto até o
menos confortável, ou do mais fácil ao mais difícil, buscando movimentos técnicos
semelhantes aos da atividade real.

O primeiro exemplo mostra um estudo do livro método B. Cossmann, que apresenta certa
dificuldade. Mesmo assim é possível extrair elementos mais simples para construir um
exercício preliminar.

Figura 2. Trecho do exercício proposto no livro método B. Cossmann (1876, p. 6-8).

Esse trecho do estudo bastante conhecido de B. Cossmann pode ser visto como um exercício
preliminar, ou seja, um exercício de aquecimento específico para a mão esquerda e também
para fixação de ponto de contato do arco com a corda. Contudo, esse é um exercício que por
si só impõe um preparo físico de resistência 15 e seria um estudo preliminar avançado. Ao se
iniciar o aquecimento com esse estudo, estariam em evidência as mesmas questões apontadas

15
Resistência aqui é quanto tempo a musculatura envolvida consegue fazer uma atividade sem fadiga.
14

anteriormente sobre o tempo que as fibras musculares levam para estarem ativas, a
assincronia e as dores provenientes dessa prática.

Portanto, a sugestão é que primeiramente seja separada a mão direita da mão esquerda. A
começar pelo arco, que nesse trecho do estudo está na corda lá, o exercício preliminar ficaria
conforme a figura 3:

Figura 3. Exemplo de exercício para o arco em que as notas da mão esquerda são retiradas, mantendo-
se apenas a corda em que as notas retiradas são tocadas.

Como esse pequeno exemplo, existem inúmeras possibilidades que o estudante pode ajustar
da forma que julgue mais adequada para seu aquecimento preliminar. É importante que as
cordas Ré, Sol e Dó sejam contempladas, assim como no exercício original, que passa por
todas as cordas.

Partindo desse exemplo, chegou-se a uma variação que abrange as questões de velocidade do
arco, divisões do arco, diversos pontos de contato da crina do arco com cada corda e as
diferentes sensações táteis, conforme a figura 4.

Figura 4. Exemplo de exercício preliminar visando a mão direita apenas.

Geralmente os métodos de violoncelo trazem a legenda letra G quando o autor tem a intenção
de usar todo o arco. Foi a mesma legenda utilizada nesse exemplo.
15

Esse pequeno trecho se inicia com arcos numa velocidade média, que caminham para arcos
mais lentos com figuras rítmicas maiores e por fim faz-se o caminho inverso com figuras
rítmicas cada vez menores, indo-se aos poucos para arcos mais rápidos, os quais utilizam a
região de ponto de contato mais próximo do espelho do violoncelo 16 e exigem menos esforço
muscular, porém mais velocidade, e à medida que essa velocidade do arco diminui devido às
figuras de maior duração, o esforço para manter o som e a velocidade do arco constantes é
maior.

Já para a mão esquerda, ainda com base nesse estudo, pode-se utilizar as mesmas figuras
rítmicas, porém com outra sequência de notas, arcos com ligaduras menores e que percorram
a mesma extensão do estudo sugerido (Figura 5).

Figura 5. Exercício preliminar para mão esquerda. Autoria própria.

A proposta é que se inicie na mesma nota do estudo, Mi, a partir da qual o violoncelista utiliza
semitons cromáticos do Mi até o Sol, sendo Mi, Fá, Fá# e Sol. Ao chegar no Sol, o arco muda
de direção e a digitação da mão esquerda desce em semitons até o Mi novamente. Ainda nessa
sequência, pode-se optar por usar um mesmo arco para subir e descer o trecho cromático, o
que se transformaria em uma sequência de seis notas onde ao voltar para a nota Fá com o
dedo 2, o salto seria de um tom para a nota Mib com o dedo 1, em vez de dois grupos de
quatro notas e saltos de semitons apenas com o dedo 1.

Uma vez decidido a quantidade de notas, segue-se para a próxima sequência no semitom
abaixo, Mib, e assim sucessivamente até passar por todas as cordas e chegar na última nota do
trecho, corda Dó solta. Construção da figura 6, baseada na figura 7.

Figura 6. Trecho do fim do exercício preliminar chegando à ultima nota do trecho, corda Dó solta.
Autoria própria, baseado em B. Cossmann.

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Espelho é uma superfície de madeira rígida em que o músico pressiona os dedos sobre a corda a qual se apoia
nessa madeira. Geralmente é uma peça de madeira de cor preta, que faz parte do conjunto do braço do
violoncelo.
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Figura 7. Trecho do exercício de B. Cossmann.

Podem ser feitos outros exercícios utilizando-se os mesmos requisitos. A - Primeira nota Mi
da quarta posição; B - Percorrer o braço do instrumento a partir desse Mi da quarta posição
até chegar o mais próximo possível da nota Dó da corda de Dó solta; C – Utilizar figuras
rítmicas semelhantes. Nenhum desses requisitos é fixo, são utilizados apenas como ponto de
partida para a criação de pequenos trechos de exercícios.

A figura 8 mostra uma variação utilizando-se alguns dos requisitos, somados à ideia de um
desenho linear que os dedos percorrem no espelho do violoncelo. Figura 8 e figura 9.

Figura 8. Representação da figura 9 em desenho, buscando mostrar as linhas que se imaginam quando
o exercício é executado. Desenho de própria autoria.

Figura 9. Notas digitadas pensando-se nas linhas desenhadas na figura 8.

Outro exercício preliminar que pode ser desenvolvido, parte dos estudos 34, 35 e 36 do livro
método de exercícios diários de L. Feuillard (1919, p. 41-43). Por si só são estudos um tanto
produtivos que pode ser realizado integralmente. Contudo, a proposta dos exercícios
preliminares simplifica ainda mais esses três estudos, de forma que apenas a mão direita faz o
percurso indicado.

Como exercício preliminar, é possível ativar músculos envolvidos nas trocas de cordas, arcos
rápidos e extensos, de forma que se usa todo o arco. Com isso, é possível observar detalhes
que acontecem nos dedos, punho, antebraço, cotovelo, ombro, pescoço etc. na transição entre
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o início do arco, no talão, até a ponta, e observar também como todo o conjunto do braço
trabalha. Além do ajuste de força requerida para conduzir e controlar o arco, sob influência da
força da gravidade, tem-se a percepção da quantidade de aderência necessária para se buscar
uma boa qualidade sonora.

É possível trabalhar também golpes de arco diversos. A dificuldade é a quantidade de opções


de exercícios ou variações oferecidas nesses três estudos, podendo o músico passar horas
apenas nesses exercícios. Para melhor organização, a sugestão é que se use cada número de
exercício correspondente ao dia do calendário e, para os exercícios além do número 30, usa-se
apenas o dígito de unidades. Por exemplo, no dia 4, os exercícios feitos são os de número 4,
34, 44 e assim por diante.

Em se falando especificamente desse estudo como exercício preliminar, a mão esquerda não
executa as notas propostas, apenas o arco executa as cordas relativas às notas sugeridas para a
mão esquerda. As figuras a seguir trazem parte dos estudos citados, apenas como exemplo.

Figura 10. Parte do exercício 34 do livro método Feuillard.


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Figura 11. Parte do exercício 35 do livro método Feuillard.

Figura 12. Parte do exercício 34 do livro método Feuillard.

Seguindo o número do exercício 4 citado anteriormente, os exercícios preliminares


funcionariam da seguinte forma:

Figura 13. Exercícios 4 e 34 do estudo 34 do livro método Feuillard. A legenda M significa que se
deve usar a região do meio do arco.
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5. Considerações finais

Ao finalizar estes estudos, é possível perceber a importância da consciência de um bom


preparo físico antes de começar a exigir que o corpo execute habilidades de níveis avançados.
Essa consciência leva a um aquecimento mental, ou melhor, a um equilíbrio mental no qual
corpo e mente trabalham juntos a fim de obter um melhor desempenho performático.

Fica evidente, ainda, que o simples fato de tocar violoncelo tem reflexos físicos de níveis
microscópicos, e que uma técnica não funcional pode prejudicar o desempenho dos músculos
envolvidos na atividade, causando fadiga e até mesmo lesões.

Por fim, é importante que cada músico tenha consciência do seu próprio corpo e de suas
limitações, e que procure o preparo para a performance mais adequado para si. Este estudo
evidencia não só a importância de exercícios anteriores à performance, mas também a
exposição e identificação desses exercícios, facilitando assim a organização e o preparo
mental que antecedem uma performance instrumental.

Referências

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Graduação Profissional em Música - Universidade Federal da Bahia, Escola de Música,
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