Prof. Dr. Julimar Luiz Pereira (DEF/UFPR) 1-EFEITOS CRÔNICOS DO EF
Sabe-se que o exercício físico (EF) de qualquer intensidade
pode melhorar os marcadores de inflamação crônica, entretanto intervenções superiores a 8 semanas contínuas com exercícios de alta intensidade possibilita maiores reduções na inflamação crônica em relação ao exercício de menor intensidade em adultos de meia idade; melhores resultados são observados em programas de treinamento com 9 a 12 semanas de duração (Rose et al, 2020 – Austrália). 2-EF e INFLAMAÇÃO CRÔNICA SISTÊMICA
O exercício físico regular melhora a resistência a muitas
infecções via sinalização TLR, sendo que tanto o esforço aeróbico agudo como o esforço resistido crônico através da regulação da expressão TLR reduz a produção de citocinas inflamatórias levando em longo prazo a uma diminuição da inflamação crônica sistêmica (Scudiero et al, 2021 - Itália). 3-AF, INFECÇÕES VIRAIS e DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
A atividade física (AF) regular melhora o mecanismo de
defesa a patógenos e reduz a morbidade e a mortalidade a infecções virais e doenças respiratórias (Nieman, 2020 - EUA). 4-SEDENTARISMO E LOCKDOWN
A OMS classifica a inatividade física/sedentarismo como
quarta causa global de mortes, associada com 6% do total, seguida da diabetes (6%), tabagismo (9%) e a hipertensão (13%). Esse quadro pode ser agravado pelo comportamento sedentário observado nas práticas de enfrentamento do COVID-19. A reversão dos efeitos do sedentarismo e seu prejuízo sobre o aparelho locomotor pode ser muito mais lenta com o passar do tempo e o avanço da idade (Ricci et al, 2020 – Itália). 5-QUEDA DA A.F. NO LOCKDOWN Pesquisadores de diversos países, demonstraram que a pandemia COVID-19 levou a diminuição entre 30 e 40% na prática de AF intensa, moderada ou leve em todas as faixas etárias da população mundial. Além de um aumento de 5 para 8 horas no tempo reservado a atividades sentadas e piora no hábitos alimentares (Ammar et al, 2020; Wilke et al, 2021). 6-EF, SAÚDE MENTAL e LOCKDOWN
Estudo realizado durante o enfrentamento à pandemia do
COVID-19 no Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia e Austrália demonstrou que pessoas jovens (18 a 29 anos) demonstraram mais efeitos negativos relacionados à prática de exercícios físicos associado com pioras na saúde mental. Indivíduos que adotaram um comportamento positivo em relação à prática de atividade física reportaram uma melhor saúde mental e bem estar geral (Faulkner et al, 2020 – UK). 7-EF e SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES DURANTE O LOCKDOWN Estudos envolvendo 1.487 adolescentes demonstrou ser esse um grupo populacional fortemente atingido por sintomas depressivos associados ao estresse pandêmico, situação essa prolongada pós-quarentena. A presença de contaminação comunitária agravou os quadros depressivos, sobretudo em adolescentes mais velhos. Por outro lado, a prática de atividades físicas e a manutenção de rotinas diárias durante a quarentena, minimizaram os impactos na saúde mental dos indivíduos (Ren et al, 2020 - China). 8-SEDENTARISMO e COVID-19
Estudo realizado em Madri mostrou que a incidência
óbitos é 7,5 vezes maior em indivíduos sedentários do que em indivíduos ativos (Salgado-Aranda et al, 2021 - Espanha). 9-OBESIDADE e COVID-19
Em relação aos não obesos, indivíduos obesos
apresentaram 2 vezes mais possibilidades de internamentos em UTIs e óbito e quase 3 vezes mais necessidade de intubação (McNeill et al, 2021 - EUA). 10-COVID-19 e ATLETAS
Atletas que testaram positivo para o COVID-19
demonstraram melhor e mais rápida recuperação, com sintomas leves e, após o retorno às atividades normais, não tiveram nenhuma queda de desempenho na aceleração, tempo de reação, força ou resistência (Siopis, 2021 – Austrália). 11-ACADEMIAS, AULAS COLETIVAS, CENTROS ESPORTIVOS e LOCKDOWN • Em alguns países, como a Austrália, academias e outros centros esportivos ficaram fechados por pouco mais de dois meses. A abertura foi condicionada a protocolos de bio- segurança, com ênfase ao distanciamento social, utilização de máscaras, controle da temperatura, ventilação e higiene manual; não houve qualquer comprovação de contaminação nestes ambientes (Simons et al, 2021 – Austrália). • Atividades coletivas são desejáveis para garantir a aderência e engajamento em programas de treinamento físico contínuo e orientado. Seu retorno é possível com políticas sociais e implementação de protocolos adequados de bio-segurança (Denay et al, 2020 – ACSM). 12-CONTAMINAÇÃO PELO COVID-19 em ACADEMIAS • Em aulas de academia de alta intensidade na cidade de Chicago, 55 (68%) dentre 81 participantes tiveram confirmação ou suspeitas para COVID-19, destes apenas um foi hospitalizado. Detalhe: 3 de cada 4 não fizeram uso frequente de máscara durante a aula. • Em Honolulu, durante uma aula de bike indoor, um instrutor assintomático contaminou todos os 10 alunos. Detalhe: a sala possuía 130m2, com janelas e portas fechadas e os alunos, assim como o instrutor, não utilizavam máscara. Apenas um precisou de hospitalização. 13-EF e VACINAÇÃO Ao longo de duas décadas observou-se que a prática do exercício físico é elemento coadjuvante nas respostas imunológicas crônicas e agudas à vacinação, otimizando a sua eficácia, como já observado na H1N1 (Pascoe et al, 2014; Chen, 2020). Em idosos, respostas agudas ao treino de musculação, levaram a uma menor incidência de efeitos colaterais à vacinação de influenza (Bohn-Goldbaum et al, 2020).
Efeitos de Um Programa de Telerreabilitacao Sobre A Qualidade de Vida de Pessoas Com Doenca de Parkinson Durante o Isolamento Social Na Pandemia Da COVID 19 - 220314 - 212248