Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
ESCOLA DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
RESUMO
Este estudo tem como objetivo investigar as práticas pedagógicas utilizadas no processo de
letramento de Língua portuguesa no ensino fundamental de primeiro segmento (5º ano) para
melhor entender o motivo dos alunos de ensino fundamental não completarem o letramento
esperado. Justifica-se por entender a necessidade de melhor compreensão acerca do
desenvolvimento do processo de letramento no ensino fundamental que deixam marcas na
habilidade linguística dos alunos. A metodologia encontra-se voltada para uma abordagem
qualitativa, levantamento bibliográfico, que compreendeu aspectos investigativos imprescindíveis para
a compreensão da temática estudada. Utilizou-se site de busca online e também livros de autores
renomados sobre o tema em estudo. Como resposta à pesquisa, conclui-se que o letramento é um
processo de aprendizagem que leva tempo na vida da criança, mas que precisa atingir níveis,
de acordo com fases do ensino aprendizagem, como no caso da alfabetização completa até o
final do primeiro segmento do ensino fundamental, mas nem sempre isso acontece, havendo
um número alto de alunos que ainda leem ou escrevem com dificuldades ao chegarem ao 5º
ano. Se faz necessário que o professor utilize estratégias criativas, que valorize o contexto
sociocultural de vida do aluno, motivando-o à descoberta do significado do que está lhe sendo
proposto a escrever e ler, bem como, utilizar a tecnologia, pois a mesma se faz presente na
vida do discente, levando-o a encontrar códigos durante a prática da leitura e escrita que
representem formas para sistematizar e assimilar o processo cognitivo.
1 INTRODUÇÃO
constante, isto é sem fim, pois o indivíduo se mantém em aprendizagem enquanto leitor ativo,
durante ou depois da escola, com abandono das formas de aprendizagem mecanicistas, de
tradicionalista da leitura, da escrita e da abrangência de novas possibilidades de encontrar o
caminho para a percepção sensorial das estruturas linguísticas utilizadas na comunicação.
A mudança no procedimento dos processos ensino-aprendizagem vem ocorrendo no
ensino de Língua Portuguesa no Brasil. As escolhas de novos paradigmas com teóricos
instrucionais estão em transformação desde o século XX até agora, século XXI, em ritmo
constante de acordo com as próprias evoluções humanas. Os paradigmas com objetivos
passaram do simples ensino-aprendizagem para a importante compreensão cognitivista com
interação sociocultural e comunicativa entre o homem e a escrita, impulsionada pelas
inovações tecnológicas ao invés de ensinar os códigos alfabéticos.
Por isso, as funções da língua materna e o modo operacional de ensino-aprendizagem
de Língua Portuguesa num paradigma sociolinguístico e cultural, serão motivações para base
deste estudo, pois é nas práticas de sala de aula, nas aulas de Língua Portuguesa que se
encontra a estrutura do letramento, e esta pesquisa vai analisar esta estrutura no ensino
fundamental de primeiro segmento.
Diante da conjuntura exposta, a motivação deste estudo sobre o ensino de Língua
Portuguesa para o nível fundamental de primeiro segmento é relevante tendo em vista a
contribuição na construção de novos paradigmas didáticos voltados para as abordagens do
professor em sala de aula, com a enumeração das inovações dos últimos anos no processo de
letramento que importem para a aprendizagem de leitura, escrita e oralidade neste idioma
materno. Também a busca de respaldo teórico e as práticas pedagógicas utilizadas no
processo de letramento de Língua Portuguesa no ensino fundamental de primeiro segmento
para solucionar o problema apresentado nesse estudo.
Para completar o ensino fundamental no Brasil o aluno leva nove anos letivos, em
todos estes anos escolares são ministradas aulas de Língua portuguesa, seu idioma materno.
No entanto, ao final, quando passa ao ensino médio por quê ainda apresenta muita dificuldade
de leitura, compreensão e interpretação oral e escrita, composição textual, e até mesmo
dicção, pois lhe falta habilidade e capacidade linguística?
O objeto desta investigação está centrado no letramento em língua portuguesa. Para a
abordagem deste letramento no ensino fundamental buscou-se o entendimento sobre a
conquista do valor social e não apenas intelectual.
A presente pesquisa justifica-se por entender a necessidade de melhor compreensão
acerca do desenvolvimento do processo de letramento no ensino fundamental que deixam
marcas na habilidade linguística dos alunos. Através de referencial teórico pode-se, portanto
6
entender o motivo dos alunos de ensino fundamental não completarem o letramento esperado,
bem como, ter acesso ao referencial teórico e as práticas pedagógicas utilizadas no processo
de letramento de Língua Portuguesa no ensino fundamental para solucionar o problema da
pesquisa.
Tem por objetivo geral investigar as práticas pedagógicas utilizadas no processo de
letramento de Língua portuguesa no ensino fundamental de primeiro segmento (5º ano) para
melhor entender o motivo dos alunos de ensino fundamental não completarem o letramento
esperado. E como objetivos específicos: Reconhecer que o letramento trabalha como uma
continuidade do alfabetismo, exigindo muito mais da educação linguística e comunicativa;
analisar a linguagem e o pensamento à luz de Lev Vigotsky e Jean Piaget, e a linguística
como forma que desenvolve com práticas de leitura e conversação; identificar as práticas
pedagógicas utilizadas no processo de letramento de Língua Portuguesa no ensino
fundamental do primeiro segmento (5º ano) através da escrita como resultado do letramento
efetivo e, estratégias tecnológicas e comunicação (TICs) no processo de letramento.
A metodologia encontra-se estruturada numa abordagem qualitativa, método
descritivo e tipo bibliográfico, que compreende aspectos investigativos imprescindíveis para a
compreensão da temática estudada.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Deste modo, haverá então uma nova perspectiva para o ensino linguístico para a faixa
etária juvenil, onde a preocupação está em trabalhar com as informações adquiridas e as
novas, visando a futura transmissão no processo de comunicação oral e escrita, que, com o
avanço tecnológico, transformou a relação do locutor e do interlocutor numa rede diretamente
interligada as habilidades e competências na construção da compreensão clara e objetiva,
exigindo muito mais da educação linguística e comunicativa, “En estas condiciones y para
decirlo rápidamente, la educación ya no podrá estar dirigida a la transmisión de
conocimientos y de informaciones sino a desarrollar la capacidad de producirlos y de
utilizarlos.”(TEDESCO, 2007, p.5). Ou seja, além de transmitir conhecimentos e
informações, se desenvolve agora a capacidade de produzi-los para usá-los em fins
específicos.
Durante as duas primeiras décadas do século XXI ficou evidente que a pós
modernidade com seus recursos comunicativos e informativos tecnológicos modificou todo o
pensamento dos indivíduos jovens neste tempo, inclusive do aluno na faixa etária do 5º ano,
fazendo com que a escola tradicional e seus métodos perdessem valor e precisassem também
se modernizar. As situações sociais vividas neste século deixaram marcas que chegaram ao
campo linguístico introduzindo não apenas palavras novas, mas expressões que fazem parte
de uma sociedade diversificada, e exigindo a consideração e valorização de novos sentimentos
relacionados ao humano que se traduzem em:
O fim do século XX foi marcado por crimes terríveis, e por reações das
grandes potências amplamente anunciadas como o início de uma notável
“nova era” nos assuntos humanos, caracterizada pela dedicação aos direitos
humanos e altos princípios que não tem precedentes em toda a história.
(CHOMSKY, 2008)
Sendo assim, a leitura, que continua como a base comunicativa e o texto, como o
instrumento concreto desta comunicação, contêm sentidos relativos a temas cotidianos que se
9
apresentam nos gêneros literários mais utilizados, por isso, a seguir são apresentadas teorias
sobre o sistema de aquisição linguística inserido no processo de aprendizagem e prática
leitora, no desenvolvimento que acontece depois do reconhecimento silábico e da efetiva
alfabetização, com foco em compreender a importância do letramento.
contribui para a construção do modo de linguagem próprio ou até mesmo modifica os modos
existentes a partir dos conhecimentos de vocabulários específicos utilizados pelos falantes
neste ambiente. Os sistemas de entendimento no meio em que se vive são afetados através da
mutação arbitrária de novos significados para os significantes existentes. Percebe-se que a
transformação da mutação arbitrária para a significante é realizada sempre com a preocupação
de respeitar os conceitos que se apresentam nos estudos da linguística com a compreensão do
sentido da linguagem. Ora, no que diz respeito à inteligência tanto na sua forma reflexiva
como na sua forma prática, voltamos a encontrar este fenómeno duplo da totalidade funcional
e da interdependência entre organização e adaptação.
No que se refere às relações entre as partes e o todo, que definem a organização,
sabemos bem que cada operação intelectual se refere sempre a todas as outras e que os seus
próprios elementos são sempre regidos pela mesma lei. Cada esquema é, deste modo,
coordenado com todos, e constitui uma totalidade de partes diferenciadas. “Todo o ato de
inteligência supõe um sistema de implicações mútuas e de significações solidárias”.
(PIAGET, 1971, p. 20). Assim, o ensino da língua portuguesa deve primar pelo letramento ao
considerar que estão envolvidas as necessidades do ser humano e a aprendizagem. Desse
modo, o contexto visual, a comunicação falada e escrita é importante para que o estudante
conheça os caminhos do saber. Este caminho se inicia na infância e prossegue com o aluno
nas diversas fases que vai vivenciando sua escolaridade, sendo possível a aprendizagem com
a dependência do desenvolvimento para o alcance do conhecimento e do saber. Segundo
Vygotsky (2001, p. 94) “a aprendizagem depende do desenvolvimento, mas o curso do
desenvolvimento não é afetado pela aprendizagem que se aprende”.
Esta ocorrência é explicada pelo fato do indivíduo estar dentro do mundo
biopsicossocial sofrendo influência dos aspectos que o envolvem durante o desenvolvimento
com a interação entre os fatos sociais e as educações informal, não formal e formal. Entende-
se que para se aprender de forma significativa necessita-se desse desenvolvimento, embora o
rumo do desenvolvimento se torna inabalável pela aprendizagem que se assimila, isto é, pode
haver o desenvolvimento sem o aprendizado. Isso implica dizer que o desenvolver intelectual
percorre caminhos que não podem ser previstos, pois serão mutáveis de acordo com sistemas
mentais próprios, favorecidos pelos prazeres e sentimentos individuais que se formarão ao
longo de escolhas que podem ou não ser estimuladas pela escola, pelo professor, pela família
ou outros elementos do meio em que esteja inserido o aluno. Nessa conjuntura, pensa-se que
às convenções sociais são definidas por uma comunidade, ela se torna fixa, mas o tempo e o
desenvolver, modificam as normas e aplicações, sem ignorar a etimologia, mas recebe novos
conceitos e definições conforme os padrões sociais da época e das abordagens linguísticas
11
pelas quais tenha passado o falante. No entanto, como o letramento se constrói como o
desenvolvimento linguístico abrangente nas estratégias de leitura, de escrita e de
compreensão, é importante salientar que às vezes os procedimentos de desenvolvimento são
interrompidos por períodos de estagnação, com provocação da descontinuidade ao invés do
citado anteriormente avanço cognitivo, como Vygotsky (2010, p.127) expõe:
inteligência para sistematizar e assimilar este processo cognitivo. No entanto, o aluno não
apresenta problemas de aprendizagem pois é capaz de comentar sobre seu meio sociocultural
oralmente, e ainda que pouco escreva, parece haver uma barreira de impedimento entre sua
visão oral e escrita, seja um falante compreendido pelos que o rodeiam e consiga participar
ativamente da comunicação, sendo receptor e emissor de informações. Mas, estas
constatações estarão firmadas no relato abaixo sobre a teoria construtivista de Piaget (1986, p
148, in CARRETERO, 1997, p.44):
La idea central de toda la teoría de Piaget es que el conocimiento no es
copia de la realidad, ni tampoco se encuentra totalmente determinado por
las restricciones impuestas por la mente del individuo; por el contrario, es
producto de una interacción entre estos dos elementos. Por tanto, el sujeto
construye su conocimiento a medida que interactúa con la realidad. Esta
construcción se realiza a través de procesos, entre los cuales destacan la
asimilación y acomodación. (CARRETERO, 1997, p.44)
Compreende-se então que, a ideia central de toda a teoria de Piaget (1986, p.148) é
que o conhecimento não é uma cópia da realidade, nem se encontra totalmente determinado
pelas restrições impostas pela mente do indivíduo; pelo contrário é produto de uma interação
entre estes dois elementos. Portanto, o sujeito constrói seu conhecimento à medida que
interage com a realidade. Esta construção se realiza através de processos, entre os quais
destacam a assimilação e acomodação. Além disso, este indivíduo, após cumprir este processo
de construção do conhecimento se torna também um transmissor ativo no meio cultural em
que está inserido, e compõe uma corrente infinita de ensino-aprendizagem construtivista,
relacionado com um desenvolvimento da inteligência do indivíduo e a formação do processo
de compreensão leitora, com o mesmo que relata Piaget (2009, p. 15),
Pero si toda conducta, sin excepción implica así una energética o una
“economía” que constituye su aspecto afectivo, los intercambios que
provoca con el medio comportan igualmente una forma o una estructura
determinante de los diversos circuitos que se establecen entre el sujeto y los
objetos. Es en esta estructuración de la conducta donde reside su aspecto
cognoscitivo.
explicado abaixo:
A relação entre fala e ação é dinâmica no decorrer do desenvolvimento das
crianças. A relação estrutural pode mudar mesmo durante um experimento.
A mudança crucial ocorre da seguinte maneira: num primeiro estágio, a fala
acompanha as ações da criança e reflete as vicissitudes do processo de
solução do problema de uma forma dispersa e caótica. Num estágio
posterior, a fala desloca-se cada vez mais em direção ao início desse
processo, de modo a, com o tempo, preceder a ação. Ela funciona, então,
como um auxiliar de um plano já concebido, mas não realizado, ainda, a
nível comportamental. (VYGOTSKY, 2001, p.22)
Assim, o ponto de vista citado acima entende-se que as tarefas de aula criadas pelo
professor irão motivar o aluno na descoberta do significado, levando-o a encontrar códigos
durante a prática da leitura, e acumular conhecimentos culturais na compreensão de
procedimentos humanos implícitos em textos expostos em livros, revistas, jornais e outros
materiais pedagógicos, assim, o professor que intenciona elevar o nível de letramento dos seus
alunos estará utilizando uma abundância de materiais de leitura na construção dos
planejamentos didáticos anuais. Ainda que, no decorrer de períodos de estudos tenham que ser
flexíveis estes planejamentos, e de acordo com uma análise dos conhecimentos adquiridos
pelo grupo de alunos em questão, observando-os de perto e reestruturando-os de acordo com
as necessidades apresentadas para alcançar um avanço desejado de letramento dos alunos da
fase em questão, que normalmente tem apresentado altos níveis de dificuldade de
compreensão leitora e escrita nas escolas brasileiras e se tornado um desafio a cumprir-se
nesta sociedade.
Quando o professor se encontra com um aluno que está em um nível de letramento
muito baixo, suas atitudes a seguir devem ser de analisar até que ponto este aluno tem
capacidades linguísticas ainda não alcançadas e decidir por ações que provoquem um
desenvolvimento imediato e outro mais distante, no entanto, estas ações requerem novos
materiais didáticos com objetivos específicos, mas abundantes em diversidade cultural, para
apreender a atenção do aluno, principalmente de ensino fundamental do primeiro segmento
em faixa etária de 9, 10 a 12 anos, como relata Vygotsky, “Um fato empiricamente
15
estabelecido e bem conhecido é que o aprendizado deve ser combinado de alguma maneira
com o nível de desenvolvimento da criança.” (VYGOTSKY, 2001, p. 57). O letramento pelas
atividades diversificadas e divertidas aproxima o aluno da leitura e do conhecimento criando
um foco no saber, ou seja, a leitura está objetivada no conhecer.
A criança de 9,10 a 12 anos escolhe bem as temáticas que lhe agradam, por isso
trabalhar qualquer assunto com apoio de jornais e revistas atualizados, páginas de internet e
vídeos, faz com que o professor esteja aproximando o aluno, a realidade cultural e o
entendimento temático ao mesmo tempo, permitindo uma visão ampla dos fatos, que leva o
indivíduo a um caminho pelos saberes. Portanto, na escolha de materiais didáticos nos últimos
tempos, os tecnológicos têm sido exigidos e considerados pelos próprios alunos em faixa
etária juvenil, fato que tem chamado a atenção do professor e da escola, e todo o esforço de
acompanhar a modernidade nos sistemas comunicação, possibilita um leitor mediado por
instrumentos que também aproximam o aluno das experiências reais de linguagem e o
internaliza em temáticas abrangentes, de acordo com o que foi dito:
Por fim, a escola de ensino fundamental do primeiro segmento (5º ano) e o professor
de língua portuguesa, estando em sua função de orientador e mediador do conhecimento, em
momento de planejamento das aulas de língua materna, estarão considerando a importância de
novos materiais didáticos tecnológicos para criar aulas mais interessantes e interativas para
grupos de alunos do ensino fundamental, principalmente na faixa etária de 5º ano,
considerando as novidades vividas por estes alunos no âmbito escolar e social.
mas saber utilizá-las no contexto oral e escrito, com a formulação de ideias e organização do
pensamento crítico que acrescente a sociedade valores que formem uma identidade cidadã.
Para isso, é preciso ser mais do que alfabetizado, ser letrado, e como relata kleiman (2008,
p.17) “ser letrado significa ter desenvolvido e usar uma capacidade metalinguística em relação
à própria linguagem”. O letrado não somente decodifica a escrita mas compreende os
significados explícitos e implícitos, que o levam a reações seguintes ao entendimento, o faz
compartilhar o saber indicado pelo relato escrito e lido.
O letramento permite ao aluno a conquista da cidadania, pois o letrado busca meios de
acesso aos conhecimentos através da leitura e seleciona as informações que mais lhe
interessam, se tornando um aprendiz autônomo e preparado para a vida acadêmica superior,
pois o aluno dá lugar a um cientista, e cumpre a tarefa pretendida pelo professor. Por isso, a
escrita é o instrumento de comprovação do alcance do letramento e também o que mais
evidencia o fracasso do ensino da língua materna nas escolas, quando se observa que:
O ensino da norma culta somente recebe valor para o uso em situações específicas da
vida dos alunos quando traz significado para ele, pois em situações cotidianas se tem tornado
cada vez mais comuns e o estilo coloquial de linguagem ganha valor no trato pessoal
cotidiano, fazendo com que seja a escola o único caminho de aprendizagem das formalidades
linguísticas exigidas no futuro do indivíduo. Isto não retira valores da escola, mas agrega
cada vez mais, valorizando o letramento na escola, que já visto, se inicia no período pré-
escolar e não é findado na vida acadêmica, e é aí que se compreende a relação da língua
falada e a escrita, numa aquisição de uma consciência fonológica da linguagem, já que:
As leituras feitas até aqui ganham particular sentido se pensarmos que sendo
a nossa língua escrita de tipo alfabético, ou seja, adotando um sistema em
que os fonemas são representados através de grafemas e onde se estabelecem
regras de correspondência entre ambos, a criança deve perceber que a
ortografia não tem, obrigatoriamente, uma relação direta com a fonologia,
pois uma letra pode ter vários sons e um fonema pode ser representado por
diversos grafemas. (FRIAS, 2014, p.45)
17
Há a compreensão, de que a criança que não consegue atribuir uma relação entre o
signo linguístico e o significado, precisará receber estratégias de aprendizagem tardias melhor
elaboradas e relativas a uma prévia avaliação individual do que possa ter gerado esta
dificuldade, no entanto, o professor de língua portuguesa do 5º ano não poderá seguir
totalmente seu programa de ensino para esta série com todos os alunos do grupo escolar em
que trabalhe, precisará abster-se a um olhar diferenciado para aquele que não alcançou a
habilidade de escrita. Por isso, este professor, em seus planejamentos, fará uso de atividades
que retornem à motivação das análises de vocábulos e suas construções, fazendo uma
interação com os textos lidos, com foco individual nos vetores que podem provocar a
aquisição das competências de compreensão e interpretação dos signos e dos significados,
considerando aprendizagem da consciência fonológica e a correlação com os símbolos.
19
A inovação comunicativa deste século fez com que o ensino de linguagem ganhasse
novas ideias e na escola se cria uma representação específica nas aulas de língua portuguesa
inserindo todas as novidades ao conteúdo já existente, explanando através do uso de aulas
com tecnologias. As dificuldades nos planejamentos destas aulas aparecerão e precisarão ser
superadas pelos professores, que buscando capacitação e também participar desta realidade
linguística podem alcançar o domínio e a destreza no pensar e agir oralmente e verbalmente,
na escrita e na fala.
O processo desafiador da aprendizagem de uso das tecnologias nos coloca
agora diante de novos questionamentos. O conhecimento da manipulação
das máquinas e dos equipamentos eletrônicos é apenas um primeiro passo,
muito pequeno, em relação a todos os demais desafios, que nos circundam e
os que se aproximam. Não há tempo a perder. O futuro é hoje. Constrói-se
com as decisões que tomamos baseados nos desafios que se apresentam no
cotidiano. Ou com o que compreendemos por meio das nossas próprias
vivências e das pesquisas e reflexões sobre os impactos das novas
21
A aula não é mais somente na sala, mas em vários ambientes da escola, mas material
tecnológico precisa ser fixado também nas salas pois os professores de todas as disciplinas
também estão utilizando TICs modernas em suas aulas, tem sido um recurso didático de
imprescindível importância para a escola, o uso de televisores, aparelhos de DVD, aparelhos
de áudio e vídeo, caixas de som acústico, projetores acoplados a computadores portáteis ou
notebooks, e agora até mesmo à celulares móveis que tem recursos cada vez mais modernos,
não podem mais faltar à escola.
interagir como instrumentos pedagógicos. A relação entre linguagem visual não verbal e a
linguagem verbal escrita é o principal instrumento do sistema comunicativo da Internet, e de
uso consagrado nas principais redes sociais, por isso, a mostra de mensagens com imagens é
um material diversificado e interessante na produção de tarefas relacionadas ou não a estes
gêneros textuais, até mesmo para falar de poemas é possível planejar uma atividade com estes
materiais. Observando sempre que estes materiais tenham temáticas atualizadas e orientadas
aos grupos aos quais serão aplicadas pois:
O uso da língua como um objeto de identidade de um grupo social também não pode
ser esquecido e será importante na construção dos objetivos do ensino na escola básica do
primeiro segmento, assim, as discussões sobre as reformulações dos currículos de ensino
passam pela importância de manter uma atualização das temáticas nas principais relações
sociais pós-modernas e, as formulações de estratégias estarão livres aos professores com
oferecimento de suportes tecnológicos para as produções linguísticas orais e escritas mais
aproximadas as necessidades deste novo mercado de trabalho, cada vez mais atrelado aos
instrumentos digitais e virtuais, que se expressarão na exposição da Base Nacional Curricular
já apresentada para ensino fundamental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/portal_ideb/o_que_sao_as_metas/
Artigo_projecoes.pdf Acesso em: 14 Dez. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. CNE. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para
Educação Infantil e Ensino Fundamental. Homologada no dia 20 de dezembro de 2017.
CHOMSKY, Avram Noam. Noam Chomsky e o poder da retórica global em face das
intervenções humanitárias. Revista Lua Nova, 2008. https://doi.org/10.1590/S0102-
64452008000100006.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da Informação. 6. ed. São
Paulo: Papirus, 2007.
LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para Principiantes. Editora Summus, São Paulo, 1980.
MICARELLO, Hilda A. L. S; MAGALHÃES, Tânia Guedes/2014. Letramento, linguagem e
escola. Bakhtiniana., vol.9, n.2, p.153 ISSN 2176-4573. Disponível
em:http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S217645732014000200010&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 18 Fev. 2023.
TEDESCO, Ruan Carlos. Los pilares de la educación del futuro. Revista Iberoamericana de
Educación- 2007- 43(5) License CC BY 4.0.
POURTOIS, J.-P.; DESMET, H. "Mesurer les attitudes éducatives", Revue belge de psycho-
logie et de pédagogie,1999, 40, n° 163-164, pp. 65-79.
________. Formação Social da Mente. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2001.