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INTRODUÇÃO À
ECONOMIA FEMINISTA
Apresentação
Caras leitoras,
Essa cartilha foi desenvolvida a partir dos acúmulos do
Núcleo de Estudos e Práticas (NEP) em Economia Feminista e
por um Feminismo Popular Brasileiro, do Coletivo Arroz,
Feijão e Economia. Ao longo de um semestre, nos reunimos
quinzenalmente para apresentar formações e abrir debates
quanto aos temas centrais que incidem na Economia
Feminista, bem como no pensamento feminista em geral.
Além dos temas-base, nos aprofundamos em discussões que
eram de interesse maior dos membros do grupo, como
debates mais contemporâneos sobre a sexualidade feminina,
o direito ao aborto, o encarceramento, a luta antimanicomial,
etc.
Os textos aqui apresentados são definições curtas dos temas
discutidos, compiladas com o objetivo de apresentar a novas
estudantes as bases da Economia Feminista. Ao fim de casa
sessão, deixamos recomendações, também sucintas, de
leituras, vídeos e podcasts. Mais do que necessariamente
uma fonte acadêmica, o foco desta cartilha é a apresentação
inicial dos temas, de maneira didática e rápida.
Ao fim do documento, acrescentamos uma sessão de
biografia, em que contamos um pouco sobre as feministas
cujos estudos nos inspiraram e serviram de fonte. Esperamos
que a leitura auxilie na compreensão das nuances e da
materialidade da opressão de gênero na sociedade
capitalista, e que as inspire a iniciar uma jornada de
conhecimento pela Economia Feminista.
Bons estudos!
SUMÁRIO
Interseccionalidade -------------------------------------- 17
Biografias -------------------------------------------------- 23
Divisão Sexual do
Trabalho
Em outras palavras, a divisão sexual do trabalho significa que homens e mulheres, assim
designados socialmente, ocupam posições diferentes numa organização social, porque
exercem trabalhos diferentes, relacionados ao seu sexo. Esse fenômeno, tal qual definido
por Kergoat, possui duas características centrais: a separação e a hierarquização.
SEPARAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO
Se baseia na diferenciação dos Significa que, na separação dos
trabalhos realizados por homens trabalhos produtivo e reprodutivo
e por mulheres, com a realização entre os sexos, há uma priorização
das tarefas produtivas pelos do trabalho masculino (produtivo),
primeiros e das reprodutivas considerado mais valioso do que o
pelas últimas. Ou seja: enquanto feminino (reprodutivo).
os homens se encarregam de
realizar a produção de bens
materiais, as mulheres ficam
responsáveis por cuidar da
O trabalh
criação dos filhos, da saúde dos o das m
idosos e dos demais membros da
diferente ulheres é
comunidade, da alimentação e do dos ho
mesmo te mens e, a
da limpeza.
mpo vale o
que o dele menos do
s!
Há muitos exemplos da existência de uma divisão sexual do trabalho na sociedade
capitalista. Desde a baixa participação das mulheres nas carreiras STEM (ciências,
tecnologia, engenharia e matemática, na sigla em inglês) até a predominância dos casos
de mulheres que abandonam as carreiras para cuidar dos filhos, se comparados a casos
similares de homens - o trabalho de cuidado, como se define o trabalho da reprodução
da vida social, é majoritariamente desempenhado por mulheres, conforme relatório da
PNAD Contínua 2019 (IBGE):
Pessoas que realizaram cuidados de moradores, por sexo, segundo o tipo de cuidado (%)
90,0 91,6
85,6 87,6
78,5 75,8
74,6 71,8 70,5 72,6
71,2 72,9
67,9 66,8
60,1
Total
Homem
Mulher
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continua, 2019.
Nota: Pessoas de 14 anos ou mais de idade
Superfície (superestrutura)
Ações individuais
Base (estrutura)
Referências e Leituras
"Se vocês vieram para me ajudar, estão perdendo seu tempo. Mas se vieram
porque a libertação de vocês está ligada à minha, então trabalhemos juntas"
Referências e Leituras
Entrevista: Silvia Federici para Revista Cult - o capitalismo tenta destruir nossas
memórias. (https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-federici-o-capitalismo-tenta-
destruir-memorias/)
Texto: Um Feminismo Decolonial, Françoise Vergès, 1ª Edição, Ubu Editora - 2020.
Revista Cult: Dossiê | O que é Feminismo Decolonial? (Entrevista Silvia Federici: O
capitalismo tenta destruir as nossas memórias
(https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-federici-o-capitalismo-tenta-destruir-
memorias/)
Exploração Econômica das Mulheres
Isso vale também para as mulheres. Como apontado por Davis, a herança dos
séculos de escravização das mulheres negras resulta na pobreza de suas famílias,
na falta de recursos e de acesso. Isso significa que, desde sempre, as mulheres
negras foram obrigadas a trabalhar, inclusive realizando o trabalho produtivo. Por
isso, argumenta a autora, tantas vezes as lutas das mulheres brancas, por
igualdade política, por exemplo, pareciam esvaziadas para as mulheres negras,
que sabiam que, mesmo com igualdade política, jamais estariam equiparadas às
mulheres e homens brancos, por questões econômicas.
Por isso, Angela conclui, é preciso levar em consideração a forma como gênero,
raça e classe estão entrelaçadas. Ainda que não possamos e não devamos reduzir
a exploração das mulheres no capitalismo ao âmbito econômico, compreendê-lo é
fundamental para orientar as reivindicações e as lutas que pautamos. Também, no
Brasil, a história se construiu de maneira misógina, racista e colonial, como
sabemos. E isso significa que as mulheres negras passam por maiores opressões,
se comparadas às brancas, inclusive porque é a partir dessas opressões que o
capitalismo se sedimenta.
- Lélia Gonzalez
Referências e Leituras
Livro: O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir (1949)- Volume I. 1 Parte Destino - Cap. O
ponto de vista do materialismo histórico
O feminismo marxista surge nas décadas de 1970 e 1980, a partir do diálogo entre
teóricas do marxismo e do feminismo. Seu principal objetivo é investigar e explicar as
maneiras pelas quais as mulheres são oprimidas por meio do modo de produção
capitalista e da propriedade privada.
Apesar de essa ser a definição concreta de feminismo
marxista, é necessário ressaltar a vigência de um
movimento simultaneamente marxista e feminista,
anterior às décadas de 70/80 e materializado nas figuras
hitóricas de lutadoras marxistas como Rosa Luxemburgo,
Clara Zetkin, Alexandra Kollontai e Olga Benário. Sua
atuação se baseava, principalmente, na luta pela
igualdade feminina, pelo socialismo e pela participação
das mulheres trabalhadoras dentro do movimento
socialista.
Tal movimento dentro dos ambientes marxistas da época
mostrou-se verdadeiramente revolucionário, visto a
incapacidade de militantes marxistas ortodoxos em
conceber outras formas de exploração para além do a r a l é m dessas
s
recorte de classe. As razões disso são múltiplas, mas pode- Como pen o gam tão b
em
u e d i a l
sq
se destacar o fato de que: categoria e d o s m i litantes
de part
1) As obras de Marx e Engels se referiam com gran da época?
especificamente à situação da classe trabalhadora marxistas
europeia, que era, em sua maioria, branca, masculina e
heterossexual;
2) O debate teórico do marxismo na Europa
era feito, majoritariamente, por homens que se
encaixavam nessa descrição.
O feminismo
marxista
Parte dos conceitos
desenvolvidos por
Marx e Engels
Para elaborar sua
crítica ao marxismo
ortodoxo e
reinterpretá-lo
De acordo com a teoria marxista, por não deter os meios de produção, ou as ferramentas
necessárias para produzir algo, o proletariado é levado a vender sua força de trabalho ao
capitalista, para poder garantir sua subsistência. Dessa maneira, a própria força de
trabalho/mão de obra torna-se uma mercadoria, à medida que será vendida em troca de
dinheiro (salário).
Trabalhadores Capitalistas
Se antes do sistema capitalista cada pessoa produz para suprir suas próprias
necessidades, com a implementação desse sistema a produção passa a ser voltada
para a lógica do lucro. As ideias de mais-valia (mais-valor, mais-trabalho, etc) e
valor da força de trabalho explicam a forma como se dá a exploração da classe
assalariada pelos capitalistas.
Jornada de Trabalho
A mais valia representa a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo
trabalho. Dessa maneira, ela pode ser entendida como o trabalho não pago, ou seja,
são horas que o trabalhador cumpre/valor que ele gera pelos quais ele não é
remunerado. O trabalho realizado durante, por exemplo, 2 horas de trabalho diárias
pelas quais o trabalhador efetivamente é remunerado, é chamado por Marx de
trabalho necessário, pois é o tempo de trabalho que proporciona a ele as condições
para sua subsistência. As outras 6 horas de trabalho, cujo valor é apropriado pelo
capitalista, é denominado trabalho excedente. A mais valia, por sua vez, é o valor
gerado pelo trabalho excedente.
No entanto, uma questão central necessária à compreensão da lógica de produção
capitalista se refere ao valor da força de trabalho, que será o quanto é pago a um
trabalhador médio por seu trabalho. Esse valor é definido pelos meios de subsistência
que devem ser comprados para garantir a subsistência do trabalhador e de sua família,
fornecendo assim as condições para que a classe trabalhadora se mantenha e se
reproduza (por exemplo, aluguel, compras no mercado, boletos, etc).
ental
Isso também é fundam
ia, mas
para sua sobrevivênc
o
não entra no cálculo d
como
salário porque é visto
algo gratuito!
Esse trabalho esquecido, de criação, educação, alimentação e limpeza é
frequentemente esquecido, tanto pelas teorias marxistas quanto por outras
correntes de análise. A ele chama-se trabalho de cuidado e, longe de ser uma
obrigação feminina, é um trabalho designado às mulheres pela divisão sexual do
trabalho e na maioria das vezes não remunerado, ou com baixíssima
remuneração.
A reinvindicação das feministas marxistas, portanto, é, em linhas simples, a do
reconhecimento do trabalho de cuidado como trabalho fundamental para a
geração de valor e o funcionamento da economia capitalista. Por isso, como
discutido anteriormente, elas enxergam a solução para as opressões de gênero
no fim do capitalismo, que acabaria com a divisão sexual do trabalho e com a
exploração gratuita do trabalho das mulheres, além da libertação dos
trabalhadores como um todo.
- Silvia Federici,
filósofa, marxista e
feminista
Referências e Leituras
Livro: A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Friedrich
Engels. Disponível para download gratuito.
Referências e Leituras
Texto: A Interseccionalidade na Discriminação de Raça e Gênero - Kimberlé Crenshaw
Vídeo: TED Talk: The urgency of intersectionality | Kimberlé Crenshaw (vídeo em inglês
com legendas disponíveis em português). Disponível no YouTube.
Sexualidade Feminina
SEXUALIDADE
}
comportamentos
relações
práticas
atos sexuais intimamente ligados aos usos dos corpos.
Estas normas irão direcionar com quem é possível realizar tais atos.
Fonte: UNICEF, 2013. Child protection from violence, exploitation and abuse.
A mutilação genital feminina é um exemplo desta punição, ela tira a autonomia das
meninas e mulheres, além de violar seus direitos humanos. Ela reflete a posição
social inferior das pessoas do sexo feminino, reforçando a desigualdade de gênero,
alimentando ciclos intergeracionais de discriminação e vulnerabilidades.
Fonte: UNFPA e UNICEF
Medicina
Os Direitos Civil e Penal que estipulam as leis que regulam quais são as
possíveis relações sexuais. Estas normas estão intimamente ligadas com a
instituição do casamento. São elas que informam com quem e quando se
pode casar. Geralmente funcionam da seguinte maneira: quanto antes a
mulher casar, melhor, pois se o casamento é a instituição que legitima e
prescreve as relações sexuais, e os usos dos corpos das mulheres são
legislados e controlados pelo patriarcado, é interessante que a mulher já
esteja sob domínio do seu varão para que possa exercer sua sexualidade.
Até o ano de 2005 no art. 107, VII e VIII do Código Penal, existia a
previsão de extinção da punibilidade caso o estuprador se casasse com a
vítima ou, se cumpridos alguns requisitos, a vítima se casasse com outro
homem.
Esses incisos foram revogados pela lei 11.106/2005.
O Projeto de Lei 781/21 estabelece que não se considera legítima defesa o
ato praticado com a suposta finalidade de defender a honra, a intimidade
ou a imagem do autor do crime ou de terceiros, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Em análise na Câmara dos
Deputados, a proposta insere a medida no Código Penal.
(10 de maio de 2021) Fonte: Agência Câmara de Notícias
Classificar/Prescrever
}
HOMOSSEXUALIDADE
SÉC PERVERSÃO
XIX SEXUAL
TERCEIRO SEXO
SÉC
XX LIBERAÇÃO SEXUAL
QUANDO É POSSÍVEL UMA MULHER AMAR OUTRA MULHER?
Todas estas normas emergem em uma questão: É possível uma mulher amar outra mulher? É
possível uma mulher fazer sexo com outra mulher? Este questionamento é extremamente
importante, pois a norma vigente é a heteronormativa e a sociedade é fálica. Como seria
possível haver sexo sem haver um pênis/penetração?
Feita esta reflexão, é importante pensarmos sobre a vida sexual da mulher, já que a sua
sexualidade é apreendida para satisfazer as necessidades do homem, anulando e/ou
desconhecendo seus desejos. Em que o orgasmo feminino chega a ser questionado a fim de
legitimar a anulação da sexualidade da mulher: ele existe? ele é possível? O resultado disto é
um grande número de mulheres, sobretudo heterossexuais, que nunca exerceram sua
sexualidade para se satisfazerem e sim aos seus parceiros.
E como seria possível uma mulher exercer sua sexualidade, quando esta costuma ser tratada
enquanto uma questão de saúde, reprodução da família, uma maneira de satisfazer as
necessidades de seu parceiro, mas nunca a si mesma?
Referências e Leituras
Texto: Sexualidade, Brigitte Lhomond. Dicionário Crítico do Feminismo, 1ª edição -
Editora Unesp, 2009.
Artigo: Projeto de lei reitera proibição da tese de legítima defesa da honra.
(https://www.camara.leg.br/noticias/753198-projeto-de-lei-reitera-proibicao-da-tese-
de-legitima-defesa-da-honra-em-crimes-de-feminicidio/)
Revista: Por que a sexualidade da mulher é tratada como questão de saúde?
(https://azmina.com.br/reportagens/por-que-a-sexualidade-da-mulher-e-tratada-
como-questao-de-saude/)
Revista: Sem prazer, a culpa é do machismo.
(https://azmina.com.br/reportagens/sem-prazer-a-culpa-e-do-machismo/)
Biografias
Alexandra Kollontai
Kollontai (1872-1952) foi uma líder revolucionária
russa e teórica do marxismo, membro do partido
bolchevique e militante ativa durante a
Revolução Russa de 1917, na qual foi uma das
únicas lidanças femininas. Também foi a
responsável pela organização das mulheres no
partido socialista e autora de obras importantes,
como A Base Social da Questão Feminina (1908)
e A Moral Sexual (1921).
Angela Davis
Angela Davis, nascida em 1944, é professora de
filosofia e militante feminista. Durante os anos
1970, militou no Partido Comunista dos Estados
Unidos e no movimento dos Panteras Negras.
Esteve na lista de dez fugitivos mais procurados
do FBI por suas ações de militância! É uma das
maiores teóricas e ativistas do feminismo negro,
e tem como obra mais famosa seu livro
Mulheres, Raça e Classe.
Clara Zetkin
Clara Zetkin (19857-1933) foi uma professora,
jornalista, feminista e socialista alemã, a quem
se atribui, juntamente a Alexandra Kollontai, a
criação original do Dia da Mulher, um dia em
homenagem aos direitos femininos, às
mulheres trabalhadoras e ao socialismo.
Também foi uma das responsáveis pela
organização da Internacional Socialista de
Mulheres.
Danièle Kergoat
Danièle Kergoat é uma socióloga, acadêmica e
feminista francesa. A ela são atribuídas grandes
considerações na definição dos conceitos de
relações sociais de sexo e divisão sexual do
trabalho. Além disso, é conhecida pela definição
do conceito de "consubstancialidade", que
ressalta a importância de reconhecer a
coexistência e o entrelaçamento das opressões
de gênero, classe social e raça.
Françoise Vergès
Françoise Vergès nasceu em 1952, em Paris,
França. Ela é cientista política, historiadora e se
especializa em estudos pós-coloniais. Entre 2009 e
2012, presidiu o comitê nacional francês de
preservação da memória e da história da
escravidão. Publicou diversos artigos sobre
abolicionismo, colonialismo, pós-colonialismo,
psiquiatria, memória da escravidão, entre outros.
Heleieth Saffioiti
Heleieth Saffioti (1934-2010) foi uma socióloga
marxista, estudiosa da teoria feminista e militante.
Graduada em Ciências Sociais pela faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da USP, defendeu sua tese
de livre-docência pela UNESP. Orientada pelo
sociólogo Florestan Fernandes, a tese foi
transformada em um livro, Mulher na Sociedade de
Classes (1976), obra pioneira na discussão da situação
feminina no Brasil a partir da perspectiva marxista.
Helena Hirata
Kimberlé Crenshaw
Kimberlé Williams Crenshaw é uma
defensora dos direitos civis americana e uma
das principais estudiosas da teoria crítica da
raça. Ela é professora em tempo integral na
Faculdade de Direito da UCLA e na Columbia
Law School, onde se especializa em questões
de raça e gênero.
Lélia Gonzales
Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma intelectual,
autora, política, professora, filósofa e
antropóloga brasileira. Foi pioneira nos estudos
sobre Cultura Negra no Brasil e co-fundadora do
Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do
Rio de Janeiro, do Movimento Negro Unificado e
do Olodum. Filha de empregada doméstica e
ferroviário, Lélia é uma das maiores referências
do movimento negro brasileiro e um símbolo de
resistência e luta.
Olga Benário
Olga Benário Prestes (1908-1942) foi uma militante
comunista alemã, de família judaica, que se juntou à
organização do partido comunista alemão com
apenas 15 anos. Ela foi enviada ao Brasil, por
determinação da Internacional Comunista, em 1934,
onde então se casou com Luiz Carlos Prestes, seu
companheiro de luta. Foi presa em 1936, após auxiliar
na tentativa de uma revolução armada no Brasil, e
deportada, grávida, por Vargas à Alemanha nazista.
Rosa Luxemburgo
Antimilitarista, defensora da democracia no seio da
revolução, Rosa Luxemburgo (1871-1919) é
considerada a dirigente marxista mais importante da
história. Fundadora do Partido Comunista da
Alemanha, a filósofa e economista possui
contribuições muito relevantes ao entendimento do
capitalismo do século XX, além de ser uma das
grandes referências do pensamento marxista.
Simone de Beauvoir
Nascida em Paris, Simone de Beauvoir (1908-1986)
foi uma escritora, intelectual, filósofa
existencialista, ativista política, feminista e teórica
social francesa. Beauvoir teve uma influência
significativa tanto no existencialismo feminista
quanto na teoria feminista. Sua obra mais famosa
é O Segundo Sexo, em que ela profere a famosa
frase: não se nasce mulher, torna-se mulher.
Silvia Federici
Silvia Federici (Parma, 1942) é uma filósofa
contemporânea, professora e ativista feminista
italiana radicada nos Estados Unidos. Ela foi nos anos
1970 uma das pioneiras nas campanhas que
reivindicavam salário para o trabalho doméstico. É
autora dos livros consagrados do feminismo
marxista, como Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e
acumulação primitiva e Mulheres e caça às bruxas:
da Idade Média aos dias atuais.