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Os Gêneros Textuais Na Construção Social Da Leitura e Da Escrita (Parte 1)
Os Gêneros Textuais Na Construção Social Da Leitura e Da Escrita (Parte 1)
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, compreenderemos a importância dos gêneros textuais na
construção social da leitura e escrita e como eles podem auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem de Língua Portuguesa, a fim de facilitar o trabalho do educador.
Bons estudos.
Portanto, seu desafio é selecionar três gêneros textuais que sejam reconhecidos pelos estudantes e
possíveis de se trabalhar nessa faixa etária. Em seguida, justifique sua escolha e apresente os
resultados esperados.
Infográfico
Observe, no infográfico a seguir, algumas dicas para ser um leitor e produtor de textos eficientes.
Conteúdo do livro
As constantes transformações sociais e o crescente desenvolvimento tecnológico e científico são
responsáveis pela criação de novas demandas de uso das habilidades de leitura e escrita. Essas
habilidades são demandadas tanto em relação aos gêneros textuais mais tradicionais, como
daqueles que surgem nos ambientes digitais.
Sendo a escola a principal responsável por oportunizar a formação de sujeitos competentes no uso
da Língua Portuguesa, cabe à ela inserir, em suas práticas educativas, gêneros textuais diversos, que
possibilitem aos indivíduos uma atuação crítica e participativa na vida em sociedade.
Nesse capítulo você irá conceituar os gêneros textuais e compreender como eles devem ser
inseridos nas práticas educativas, refletir sobre a relevância do domínio das diferentes linguagens
para a atuação em sociedade e conhecer as propostas da Base Nacional Comum Curricular para o
ensino da Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Boa leitura!
CONTEÚDO E
METODOLOGIA DO
ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Os gêneros textuais
na construção
social da leitura
e da escrita
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
> Reconhecer o uso dos variados gêneros textuais no ensino da língua por-
tuguesa.
> Identificar o poder social da expressão verbal.
> Aplicar os variados gêneros textuais na produção autônoma nos anos iniciais.
Introdução
No ensino da língua portuguesa, o texto sempre esteve presente, sendo utilizado
de diferentes maneiras e de acordo com a concepção de linguagem adotada
pelos professores. As discussões sobre as funções sociais da leitura e da escrita
e sobre a necessidade de formação de usuários competentes nessas habilidades
em contextos variados trouxeram o texto e os gêneros textuais para o centro das
práticas educativas.
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de gênero textual e reconhecer a sua
importância na formação de sujeitos competentes no uso da leitura e da escrita em
contextos diferentes. Você também vai refletir sobre a importância das práticas
2 Os gêneros textuais na construção social da leitura e da escrita
[...] temos vários gêneros na nossa cultura, nesse momento, que circulam em várias
esferas (acadêmica, científica, jornalística, escolar, religiosa, de consumo, literária,
entre outras): artigos de opinião, notícias, reportagens, classificados, receitas
culinárias, receitas médicas, bulas de remédios, contos de fadas, contos policiais,
4 Os gêneros textuais na construção social da leitura e da escrita
Uma parte considerável das crianças e jovens que estão na escola hoje vai exercer
profissões que ainda nem existem e se deparar com problemas de diferentes ordens e
que podem requerer diferentes habilidades, um repertório de experiências e práticas
e o domínio de ferramentas que a vivência dessa diversificação pode favorecer. O
que pode parecer um gênero menor (no sentido de ser menos valorizado, relacio-
nado a situações tidas como pouco sérias, que envolvem paródias, chistes, remixes
ou condensações e narrativas paralelas), na verdade, pode favorecer o domínio de
modos de significação nas diferentes linguagens, o que a análise ou produção de
uma foto convencional, por exemplo, pode não propiciar (BRASIL, 2017, p. 69).
(Continua)
Os gêneros textuais na construção social da leitura e da escrita 9
(Continuação)
Referências
BRAKLING, K. L. Orientações didáticas fundamentais sobre as expectativas de aprendi-
zagem de língua portuguesa. São Paulo: Secretaria de Educação, 2013. Disponível em:
https://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/963.pdf. Acesso
em: 7 dez. 2021.
BRASIL. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2017.
BRASIL. Parâmetros curriculares de língua portuguesa. Brasília, DF: Ministério da
Educação, 1997.
Os gêneros textuais na construção social da leitura e da escrita 11
Leituras recomendadas
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.;
MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (org.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lu-
cerna, 2002.
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Exercícios
A) A linguística textual atingiu o seu ápice em 1960, no Brasil, quando a preocupação dos
linguistas era descrever os fenômenos sintático-semânticos ocorrentes em enunciados.
B) A linguística textual atingiu o seu ápice quando os linguistas elaboraram a gramática de frases,
instrumento essencial para qualquer língua.
C) O estudo dos diversos gêneros textuais tornou-se pouco eficiente para o processo de ensino-
aprendizagem, visto que os linguistas perceberam que a língua e a linguagem não devem
mudar nos diversos textos. Além disso, para eles, é preciso produzir textos utilizando a norma
culta da língua.
D) Os linguistas perceberam que o estudo de diversos gêneros textuais pode ser bastante viável
para aumentar a eficiência da aprendizagem, pois os gêneros textuais trazem textos
construídos com propriedades estruturais específicas, como verdadeiras unidades linguísticas,
e não apenas sequências de sentenças isoladas.
E) A elaboração da gramática de textos foi de suma importância para a linguística textual, sendo
ela a principal fonte de consulta para a análise de textos apenas escritos, os quais sempre
devem seguir a norma padrão da língua, ao contrário dos textos orais que, em nenhum
momento, precisam ser formais.
2) O contexto e a situação comunicativa começam a ter relevância nos estudos do texto, uma
vez que a pesquisa em linguística textual ganha uma nova dimensão. Agora, não se trata
mais de pesquisar a língua como um sistema autônomo, mas sim o seu funcionamento nos
processos comunicativos de uma sociedade concreta. Diante disso, os textos deixam de ser
tratados como estruturas prontas e acabadas e passam a ser considerados como elementos
constitutivos de intenções sociais e comunicativas dos usuários da língua, isto é, uma
estrutura complexa, mas passível de modificações. A perspectiva adotada pela linguística
textual é a:
E) Perspectiva pragmática.
3) No início dos estudos linguísticos havia o predomínio da análise de textos e, depois, num
segundo momento, esta foi agregada com a adoção da ideia de que os fatores contextuais
passam a ser reconhecidos nas práticas comunicativas. Posteriormente, o contexto social,
histórico e cultural também foi valorizado no estudo da linguagem, uma vez que ele está
representado na memória do indivíduo pelos modelos cognitivos. Em outro momento, os
sujeitos passaram a ser considerados como os próprios construtores de textos, ou seja, é
como se o texto passasse a ser o próprio lugar da interação, e os interlocutores se tornassem
os sujeitos ativos que nele se constroem e por ele também são construídos. Entre as
alternativas, a sequência que melhor representa a evolução ocorrida na linguística textual,
com suas diferentes abordagens, é:
C) O discurso de acusação feito por promotores e advogados, por exemplo, é um tipo de gênero
textual.
D) Um verbete de enciclopédia não pode ser considerado um gênero textual, pois o estudo de
gêneros não considera frases soltas, tampouco palavras individuais que não produzem
sentido.
E) A cultura literária ficcional, por se tratar de "mera ficção", não pode ser considerada parte do
domínio social de comunicação, diferentemente das instruções e prescrições que têm caráter
formal, sendo elas textos jurídicos e científicos, respectivamente.
5) Considerando que os gêneros textuais são textos que possuem funcionalidade e objetivo,
bem como linguagem e público-alvo específicos, é possível afirmar que:
A) Não é necessário que haja uma sequência previamente elaborada para a aprendizagem dos
gêneros pelos alunos, visto que cada gênero é diferente e os alunos deverão habituar-se a
trabalhar com eles no dia a dia, nas diversas situações de fala, escrita, comunicação etc. Ou
seja, isso não deve ser uma preocupação dos professores.
C) Nenhuma produção final deverá ser exigida dos alunos, pois a aprendizagem é um processo
contínuo. Fazer com que o aluno elabore um trabalho final é o mesmo que dizer que ele já
alcançou o objetivo da aprendizagem, que está apto e não precisará mais produzir textos
daquele gênero, repetidamente.
D) O estudo dos gêneros textuais é muito importante. É claro que os professores devem ater-se
apenas àqueles gêneros textuais com os quais os alunos já tiveram algum tipo de contato. É
importante observar se tais gêneros fazem parte do universo estudantil, pois, do contrário,
isso poderá causar aversão e desinteresse nos alunos, prejudicando suas aprendizagens.
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