Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JURÍDICA
BOOK
CARREIRAS JURÍDICAS
CAPÍTULO 5
Recado para você que está assistindo às videoaulas
Prezado aluno, a princípio, estamos trazendo algumas informações relevantes para você
que está assistindo às nossas videoaulas e complementará os estudos através do conteúdo do
nosso CERS Book. Portanto, você deve estar atento que:
O CERS book foi desenvolvido para complementar a aula do professor e te dar um suporte
nas revisões!
Um mesmo capítulo pode servir para mais de uma aula, contendo dois ou mais temas,
razão pela qual pode ser eventualmente repetido;
A ordem dos capítulos não necessariamente é igual à das aulas, então não estranhe se o
capítulo 03 vier na aula 01, por exemplo. Isto acontece porque a metodologia do CERS é baseada
no estudo dos principais temas mais recorrentes na sua prova de concurso público, por isso,
nem todos os assuntos apresentados seguem a ordem natural, seja doutrinária ou legislativa;
1
Assim, os assuntos de Direito Penal estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
3
SOBRE ESTE CAPÍTULO
O aluno vai perceber que o assunto tem grande incidência em provas objetivas e
subjetivas de Carreiras Jurídicas, tais como: Promotor de Justiça, Juiz Substituto, Procuradoria,
4
SUMÁRIO
Capítulo 5 .................................................................................................................................................. 7
5. Culpabilidade ..................................................................................................................................... 7
GABARITO ............................................................................................................................................... 53
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 58
6
DIREITO PENAL
Capítulo 5
8. Culpabilidade
8.1 Introdução
Conceito tripartido: fato típico e ilícito, praticado por agente culpável, sendo a
culpabilidade elemento do crime; ou
Conceito bipartido: fato típico e ilícito: a culpabilidade não integra o crime, mas
funciona como pressuposto para aplicação da pena.
Apenas para a teoria finalista da conduta o conceito analítico de crime pode ser tripartido
ou bipartido. Para os seguidores do sistema clássico ou causal, o crime deve ser analisado,
7
8.2 Conceito
Teoria idealizada por Franz von Liszt e Ernst von Beling. O pressuposto fundamental da
nexo psíquico entre o agente e o fato criminoso. O dolo e a culpa são espécies da culpabilidade
e não seus elementos. A imputabilidade é tratada como pressuposto da culpabilidade.
Essa teoria somente é aplicável no campo da teoria clássica da conduta, em que o dolo
e a culpa integram a culpabilidade.
Idealizada por Reinhart Frank, o conceito de culpabilidade passa a ser composta por três
Dessa forma, para essa teoria, somente é culpável o agente maior de 18 anos de idade e
mentalmente sadio (imputabilidade) que age com dolo ou com culpa e que, no caso concreto,
1
Vide questão 5 do material
8
podia comportar-se em conformidade com o Direito, é dizer, praticou o crime quando tinha a
Essa teoria surge com o finalismo penal de Hans Welzel. Assim, a adoção da teoria
normativa pura da culpabilidade somente é possível em um sistema finalista.
Ora, a culpabilidade passa a ser um simples juízo de reprovabilidade que incide sobre o
responsável pela prática de um fato típico e ilícito. O dolo passa a ser natural, no fato típico, ou
seja, sem a consciência da ilicitude (culpabilidade).
Dessa forma, Salim e Azevedo aduzem que a consciência da ilicitude (antes elemento do
dolo), passa a figurar como elemento da culpabilidade, ao lado da imputabilidade e da
diversa.
2
SALIM, Alexandre. AZEVEDO, Marcelo André de. Coleção Sinopses para Concursos – Direito Penal – Vol 1 – 2021, p. 305.
Salvador: Juspodivm.
9
A distinção entre elas está no tratamento dispensado às descriminantes putativas. Nas
descriminantes putativas, o agente, incidindo em erro, supõe situação fática ou jurídica que, se
existisse, tornaria sua ação legítima.
Segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo Código Penal, se o erro do agente
recair sobre uma situação fática, tratar-se-á de erro de tipo permissivo, e se disser respeito aos
A partir da reforma da parte geral, o Código Penal, adotou a Teoria Normativa Pura
em sua vertente limitada.
8.4 Coculpabilidade
Esses autores defendem que essa carga de valores sociais negativos deve ser considerada,
em prol do réu, como atenuante inominada, tendo em vista que parcela de responsabilidade
social é do Estado pela não inserção social, devendo, portanto, suportar o ônus do
comportamento desviante do padrão normativo.
3
Vide questão 10 do material
10
Todavia, o STJ não tem admitido à aplicação da teoria da coculpabilidade, pois usa
É uma criação brasileira, não citada por Zaffaroni. Suas perspectivas são:
está positivado no artigo 59, caput, do Código Penal, que permite considerar “graus de
culpabilidade” do agente, análise que influenciará na pena concretamente aplicada.
11
8.6 Graus de culpabilidade
8.7 Dirimentes
Imputabilidade
Potencial consciência da ilicitude
Inexigibilidade de conduta diversa.
possuem dirimentes legais, e visando facilitar a compreensão do aluno, traremos, logo após a
explicação, uma tabela:
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
Menoridade
Doença mental
Imputabilidade
Desenvolvimento mental incompleto
Embriaguez acidental completa
Potencial consciência da ilicitude Erro de proibição (ou escusável)
Coação moral irresistível
Inexigibilidade de conduta diversa.
Obediência hierárquica à ordem não manifestamente ilegal.
12
8.8 Imputabilidade penal
8.8.1 Conceito
completado 18 anos.
Importante trazer aqui uma diferenciação que Petrocelli faz entre capacidade penal e
imputabilidade. A capacidade penal é o conjunto das condições exigidas para que um sujeito
possa tornar-se titular de direitos ou obrigações no campo de Direito Penal. Ela se difere da
imputabilidade, pois a capacidade penal é anterior ao crime, consistindo num conjunto de
condições para ser titular de direitos e obrigações penais, enquanto que a imputabilidade é
contemporânea ao crime, sendo a capacidade de entender e querer a infração penal.
Essa diferenciação entre capacidade penal e imputabilidade foi cobrada na prova do MPE-
BA, em 2018.
13
perante o ordenamento jurídico-penal e, aplicável a qualquer relação hipotética que possa
existir. (CORRETA).
sujeito inimputável.
Conforme o Art. 26 caput, do Código Penal, a imputabilidade deve ser analisada ao tempo
da ação ou da omissão. Considera-se, portanto, a prática da conduta. As alterações posteriores
são irrelevantes.
tratado como imputável, limitando-se a nova causa a suspender o processo, até o seu
restabelecimento. É o que dispõe o art. 152, caput, do Código de Processo Penal.
Considera-se imputável todo ser humano ao completar 18 anos. Todavia, essa presunção
é relativa (iuris tantum), admitindo prova em contrário. São três os critérios (sistemas) para
aferição da inimputabilidade:
Biológico: Para alguém ser inimputável, basta uma causa mental deficiente. Apresentando
qualquer causa de deficiência mental a pessoa será considera inimputável.
Psicológico: Basta que a pessoa apresente uma alteração de comportamento no
momento da conduta para ser inimputável.
Biopsicológico: É a fusão dos sistemas anteriores. Entende que para alguém ser
inimputável é necessário que possua uma enfermidade mental que altera o seu
comportamento, no momento da conduta. Em regra, o Brasil adota o sistema
biopsicológico (art. 26, caput, do CP).
(CF, art. 228, e CP, art. 27), bem como o sistema psicológico, em relação à embriaguez
completa proveniente de caso fortuito ou força maior (CP, art. 28, § 1.º).
15
Desenvolvimento mental retardado (art. 26, caput); e
Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1.º).
MENORIDADE
A prova da menoridade deve ser feita por qualquer documento hábil, conforme:
Penal.
4
Vide questão 1 do material
16
Entretanto, se o adolescente praticou um ato infracional equiparado a delito de natureza
Salienta-se que o Código Penal Militar, em seu art. 50 prevê a imputabilidade para os
maiores de 16 anos em determinadas situações, mas tal previsão não foi recepcionada pela
Constituição Federal.
Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo completado
dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para entender o caráter
ilícito do fato e determinar-se de acordo com este entendimento. Neste caso, a pena
aplicável é diminuída de um terço até a metade.
Basta que esteja presente no momento da conduta e que suprimam do ser humano a
Importante mencionar que, o doente mental permanente que pratica a conduta durante
um intervalo de lucidez deve ser tratado como imputável. Trata-se de um reflexo do sistema
biopsicológico. Conclui-se, pois, que os doentes mentais, durante os intervalos de lucidez, são
penalmente imputáveis.
17
INIMPUTABILIDADE POR DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO E RETARDADO
Aqui a pessoa completou 18 anos, mas ainda não atingiu a plena capacidade mental para fins
penais. Cita-se, como exemplo, os indígenas.
Todavia, nem sempre os índios serão inimputáveis. Tal situação vai depender do grau de
assimilação dos valores sociais, a ser revelado pelo exame pericial. Assim, dependendo da
conclusão da perícia, o indígena pode ser:
Por outro lado, no desenvolvimento mental retardado o agente ainda não possui plena
capacidade, devido a uma lentidão, isto é, não se mostrando em sintonia com os demais
indivíduos que possuem sua idade cronológica. Exemplo, surdo-mudo, se ao tempo da ação ou
da omissão era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento. Concluímos, dessa forma, que surdo-mudo não é
automaticamente inimputável.
Por fim, a análise, nos dois casos acima, vai depender do caso concreto. Será realizada
PERÍCIA MÉDICA
inimputabilidade, imprescindível, que sequer pode ser substituído pela inspeção judicial, pois
18
o julgador não possui conhecimentos médicos para identificar deficiências na saúde psíquica do
réu.
Embora seja é obrigatória, o juiz não fica vinculado aos peritos, conforme dispõe o Art.
182 do CPP: “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou
em parte”. Assim, caso o Juiz não concorde com o laudo, cabe a ele rejeitar a conclusão técnica,
ordenando em seguida a realização de novo exame pericial.
Tramita em autos apartados (CPP, art. 153); suspende o processo (CPP, art. 149, § 2.º), mas não
suspende a prescrição. Pode ser instaurado de ofício pelo juiz ou mediante provocação de uma
O juiz não é obrigado a instaurar o incidente, quando provocado, deve haver uma
suspeita, uma dúvida fundada a respeito da higidez mental do acusado, em face da presença
de indícios plausíveis de que, ao tempo do fato, era incapaz de entender o caráter ilícito da
conduta ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
EFEITOS DA INIMPUTABILIDADE
Os inimputáveis submetem-se à justiça penal, com exceção dos menores de 18 anos que
se sujeitam à legislação especial (CF, art. 228): Lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Os inimputáveis serão processados e julgados como qualquer outra pessoa, mas não
podem ser condenados, tendo em vista que sem culpabilidade não se aplica a lei penal. Segundo
código penal, não cometem crimes, mas atos infracionais análogos.5 Eles, embora demonstrado
5
Vide questão 3 do material
19
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que
reconheça:
SEMI-IMPUTABILIDADE
Art. 26, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
Assim como na inimputabilidade, nesse ponto o Código Penal também acolheu o sistema
biopsicológico. Aqui, o réu deve ser condenado, mas, a penas será obrigatoriamente reduzida.
de diminuição da pena, que deve ser diminuída de um a dois terços. A diminuição é obrigatória,
reservando-se ao juiz discricionariedade unicamente em relação ao seu percentual, dentro dos
Por outro lado, o Código Penal, seguindo o sistema vicariante ou unitário, prevê a hipótese
de substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável. Nos termos do
art. 98, ocorrendo a semi-imputabilidade, e necessitando o condenado de especial
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação,
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos. O Código Penal aboliu o
6
Vide questão 7 do material
20
sistema duplo binário, que possibilitava a aplicação cumulativa e sucessiva de pena e
medida de segurança ao semi-imputável.7
magistrado, a pena pode ser substituída por medida de segurança, nos moldes do art. 98 do
Código Penal.
Sentença condenatória.
Diminuição da pena de 1/3 a 2/3, de acordo com o grau de afetação do agente.
Obs.: a diminuição é obrigatória, a discricionariedade do juiz está no quantum de
diminuição.
Substituição, caso seja necessário, da pena diminuída por medida de segurança.
cumpre uma das sanções penais, as quais, é importante repetir, não são cumuláveis.
1. Emoção e paixão
O Código Penal dispõe, em seu art. 28, I, que a emoção ou a paixão não excluem a
imputabilidade penal.
I - a emoção ou a paixão;
Utilizou-se, pois, de um critério legal, ao estatuir taxativamente que tais estados de ânimo
não elidem o apontado elemento da culpabilidade.
7
SALIM, Alexandre. AZEVEDO, Marcelo André de. Coleção Sinopses para concursos. Direito Penal Vol. 1 – 2021, p. 311. Salvador:
juspodivm.
8
Vide questão 2 do material
21
Emoção e paixão são perturbações da psique humana. O autor Cleber Masson traz a
distinção:
tal como na ira, medo, alegria, cólera, ansiedade, prazer erótico, surpresa e vergonha.
Paixão é a emoção mais intensa, ou seja, a perturbação duradoura do equilíbrio psíquico.
Dela são exemplos, entre outros, o amor, a inveja, a avareza, o ciúme, a vingança, o ódio,
o fanatismo e a ambição.
EMOÇÃO PAIXÃO
É transitória, a exemplo do medo, da É duradoura, a exemplo do amor, da inveja,
alegria, da ansiedade. da avareza, do fanatismo.
Em regra, não são causas de imputabilidade penal.
Devem ser tratadas como doenças mentais. Portanto, enquanto doenças mentais, podem
excluir a imputabilidade, com base no art. 26 do CP. Assim, ainda que em regra a emoção e a
paixão não excluam a imputabilidade penal, o Código Penal permite duas exceções a essa regra:
2. Embriaguez
Conceito
22
É a intoxicação aguda produzida no corpo humano pelo álcool ou por substância de
efeitos análogos, apta a provocar a exclusão da capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
O Código Penal, aqui, mais uma vez, se vale da interpretação analógica, trazendo uma
forma casuística (álcool) seguida de uma forma genérica (substâncias de efeitos análogos).
Assim, pode-se afirmar que o álcool embriaga, mas outras substâncias (ainda que não previstas
na Portaria do Ministério da Saúde) também são aptas a embriagar o agente, tais como, o éter,
a morfina, o clorofórmio.
Denominação
Caracteriza-se pelo exagero no consumo do álcool. Não é apta para excluir a imputabilidade.
23
2.ª fase – Agitada: o agente fica nervoso, voz pastosa, andar cambaleante. Alteram-
Na fase eufórica e na fase agitada o ébrio pode praticar crimes comissivos ou omissivos.
O estado comatoso pode até se tornar irreversível, com a morte do ébrio, o que pode ser
facilitado com a exposição ao frio.
3.ª fase – Comatosa (“do coma”): o sono se instala progressivamente, até que o
ébrio entre em como profundo. Conhecida como a “fase do porco”. Na fase comatosa
pode praticar apenas crimes omissivos próprios ou impróprios.
Espécies de embriaguez
Quanto à intensidade
Quanto à origem
24
Fortuita ou Acidental: é a embriaguez que resulta de caso fortuito ou força maior.
No caso fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância
de efeitos análogos, ou desconhece uma condição fisiológica que o torna
submisso às consequências da ingestão do álcool. Exemplo: o agente faz
tratamento com algum tipo de remédio, o qual potencializa os efeitos do álcool.
Na força maior, o sujeito é obrigado a beber, ou então, por questões profissionais,
necessita permanecer em recinto cercado pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
acordo com esse entendimento, exclui a imputabilidade penal (CP, art. 28, § 1.º).
Art. 28, § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente
de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
Art. 28, § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
25
de medida de segurança, o sujeito é imputável, e não inimputável; não é portador de doença
Prova testemunhal.
for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada
26
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art.
jurídicas.
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetidos a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância
Infração – gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;
Há quem defenda, contudo, a não aceitação desta regra, tendo em vista que o motorista
seria obrigado a produzir prova contra si mesmo, uma vez que serão provocados reflexos na
seara criminal, relativamente ao delito tipificado pelo art. 306 da Lei 9.503/1997 – Código de
Trânsito Brasileiro:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
27
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei nº
12.760, de 2012):
Antes das Leis 12.760/2012 e 12.971/2014, e agora com a inovação da Lei nº 13.840, de
2019, a constatação do delito dependia de prova pericial (exame de sangue) ou método
equivalente (etilômetro ou teste em aparelho de ar alveolar, popularmente conhecido como
“bafômetro”).
Em síntese, o motorista não está obrigado a submeter-se à perícia, o que não afasta a
com base em sinais diversos, pela embriaguez do condutor, a este será assegurado o direito de
passar pela perícia, com a finalidade de comprovar a integridade da sua capacidade psicomotora
no âmbito penal.
28
Ademais, a culpabilidade (em seu sentido amplo) é aferida no momento em que o agente
ingere a substância e não no momento do crime. Registre-se que a culpabilidade aqui foi tratada
no sentido de responsabilidade subjetiva (análise de dolo e culpa, embora sejam estes aspectos
Conhecida como teoria da ação livre em sua causa. Fundamenta-se no princípio segundo
o qual “a causa da causa também é a causa do que foi causado”. Foi criada para solucionar os
crimes praticados em estado de embriaguez preordenada, em que o agente se embriaga com
Essa teoria responde a seguinte indagação: Qual o momento adequado para aferir a
imputabilidade penal na embriaguez? Despreza-se o tempo em que o crime foi praticado. A
São os casos em que alguém, no estado de não imputabilidade, é causador, por ação ou
Por outro lado, na embriaguez voluntária (não quer praticar nenhum crime, mas quer
embriagar-se) e na embriaguez culposa (não quer se embriagar, mas acaba embriagado pela
sua imperícia) o agente não possui dolo de praticar o crime. Mas, mesmo assim, não são causas
de exclusão da imputabilidade, pois o Código Penal adotou a Teoria da Actio Libera in Causa.
29
Paulo José da Costa Júnior, critica veementemente o acolhimento da teoria da actio libera
Por fim, vale destacar que, no tocante à embriaguez acidental ou fortuita, não se aplica a
teoria da “actio libera in causa”, porque o indivíduo não tinha a opção de ingerir ou não o álcool
ou substância de efeitos análogos.
8.9.1 Introdução
Com o finalismo, o dolo e a culpa migraram para a conduta (fato típico), a consciência
Se o agente atua ou se omite sem ter a consciência da ilicitude do fato, surge o erro de
proibição. Apesar de o agente possuir a consciência e vontade de praticar o fato, não possui a
consciência da ilicitude desse fato. Não se trata de conhecer ou não os mandamentos ou
proibições da esfera penal, mas sim o que é certo ou errado. Exemplo: mulher pratica aborto
(de forma consciente e voluntária) sem ter conhecimento de ser o aborto proibido (erro sobre
9
SALIM, Alexandre. AZEVEDO. Marcelo André de. Coleção Sinopses para Concursos. Direito Penal, Vol 1. 2021, p. 315. Salvador:
Juspodivm
30
8.9.2 Erro de proibição
O erro de proibição foi disciplinado pelo art. 21, caput, do Código Penal, que o chama
de “erro sobre a ilicitude do fato”. A sua natureza jurídica é variada, tanto pode funcionar como
Assim, a simples omissão, ou mesmo conivência do Poder Público no que diz respeito ao
combate da criminalidade não autoriza o reconhecimento do erro de proibição.
Anteriormente, o erro de direito era considerado como uma mera atenuante genérica.
Hoje, porém, o erro de proibição relaciona-se com a culpabilidade, podendo ou não excluí-la,
Erro de proibição escusável, inevitável ou invencível: o sujeito, ainda que no caso concreto
tivesse se esforçado, não poderia evitá-lo. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade, em face da
10
SALIM, Alexandre. AZEVEDO. Marcelo André de. Coleção Sinopses para Concursos. Direito Penal, Vol 1. 2021, p. 341. Salvador:
Juspodivm
31
Erro de proibição inescusável, evitável ou vencível: aquele que poderia ser evitado se
houvesse o emprego de diligências normais. Subsiste a culpabilidade, mas a pena deve ser
diminuída de um sexto a um terço, em face da menor censurabilidade da conduta.
Art. 21, Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter
ou atingir essa consciência.
maior ou menor diminuição. E, embora o art. 21, caput, disponha que o juiz “poderá” diminuir
a pena, a redução é obrigatória, pois não se pode reconhecer a menor censurabilidade e não
diminuir a sanção.
11
Vide questão 9 do material
32
seja, art. 23 do Código Penal: Estado de necessidade; legítima defesa; estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.12
Erro de proibição mandamental: o agente, envolvido em uma situação de perigo a
determinado bem jurídico, erroneamente acredita estar autorizado a livrar-se do dever
de agir para impedir o resultado, nas hipóteses previstas no art. 13, § 2.º, do Código
Penal.
Em todas essas modalidades incidem os efeitos previstos no art. 21, caput, do Código
Penal: se inevitável o erro de proibição, isenta de pena; se evitável, autoriza a sua diminuição
de um sexto a um terço.
agente atua acreditando que seu comportamento constitui crime ou contravenção penal, mas,
na realidade, é penalmente irrelevante.
No erro de tipo, o sujeito desconhece a situação fática que o cerca, não constatando em
sua conduta a presença das elementares de um tipo penal. O erro de tipo, escusável ou
inescusável, exclui o dolo. Mas, se inescusável, subsiste a punição por crime culposo, se previsto
em lei.
12
Vide questão 8 do material
33
8.10 Exigibilidade de conduta diversa
8.10.1 Conceito
uma conduta diversa daquela que foi deliberadamente adotada pelo autor de um fato típico e
ilícito.
Nos termos do art. 22 do CP, “Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem”. Assim, em situações anormais, como na coação moral irresistível e na
obediência hierárquica, é inexigível conduta diversa, hipótese em que não haverá a culpabilidade.
Estabelece o art. 22 do Código Penal: “Se o fato é cometido sob coação irresistível [...], só
é punível o autor da coação”.
coação ou da ordem.
13
Vide questão 6 do material
34
Embora mencione somente “coação irresistível”, refere-se exclusivamente à coação moral
irresistível. A coação moral irresistível depende dos seguintes requisitos:
Ameaça do coator, ou seja, promessa de mal grave e iminente, o qual o coagido não é
obrigado a suportar. Exemplo: o coator ameaça está com uma arma na cabeça do filho
do gerente do banco, ameaçando apertar o gatilho caso o cofre não seja aberto.
Inevitabilidade do perigo na posição em que se encontra o coagido: se o perigo puder
por outro meio ser evitado, seja pela atuação do próprio coagido, seja pela força policial,
não há falar na dirimente.
Caráter irresistível da ameaça: além de grave, o mal prometido deve ser irresistível.
Presença de ao menos três pessoas envolvidas: coator, o coagido e a vítima do crime
por este praticado.
culpabilidade) para executar o crime. Não há concurso de pessoas entre coator em coagido,
visto que não há vínculo subjetivo (vontade livre de concorrer para o crime) entre eles e que
Se a coação moral for resistível, ambos irão responder pelo crime em concurso de pessoas.
Para o coator haverá a incidência de uma agravante genérica (art. 62, II, do CP) e para o coagido
35
Por fim, cumpre distinguir o Temor reverencial da coação moral irresistível. O temor
reverencial é o fundado receio de decepcionar pessoa a quem se deve elevado respeito. Não se
equipara à coação moral irresistível. Consequentemente, não exclui a culpabilidade. Destaca-se
que no Direito Civil o temos reverencial não é apto anular negócio jurídico.
(cumulativos):
36
Por fim, a ordem do superior hierárquico pode ser:
37
QUADRO SINÓPTICO
CULPABILIDADE
A culpabilidade é um juízo de reprovabilidade (de censura) sobre
a formação e a manifestação de vontade do agente, pelo qual se
CONCEITO
conclui se o sujeito envolvido na prática de uma infração penal
deve ou não suportar uma pena.
Teoria psicológica: idealizada por Franz von Liszt e Ernst von
Beling, culpabilidade é um vínculo psicológico entre o agente
imputável e o fato típico ilícito.
Teoria normativa ou psicológico-normativa: Idealizada por
Reinhart Frank, o conceito de culpabilidade passa a ser composta
por três elementos: imputabilidade, dolo ou culpa e exigibilidade
de conduta diversa. A imputabilidade deixa de ser pressuposto da
EVOLUÇÃO DO culpabilidade, para funcionar como seu elemento.
CONCEITO DE Teoria normativa pura: divide-se em: 1. Extremada, extrema ou
CULPABILIDADE estrita; 2. Limitada. Para teoria normativa pura, extremada, extrema
ou estrita: as descriminantes putativas sempre caracterizam erro
de proibição.
Já para a teoria normativa pura limitada, as descriminantes
putativas podem caracterizar erro de proibição ou erro de tipo, a
depender das peculiaridades do caso concreto. A partir da reforma
da parte geral, o Código Penal, adotou a Teoria Normativa Pura
em sua vertente limitada.
Desenvolvida por Zaffaroni. Defende que essa carga de valores
sociais negativos deve ser considerada, em prol do réu, como
atenuante inominada. STJ não tem admitido.
COCULPABILIDADE
Coculpabilidade às avessas: fundamenta-se na reprovação penal
mais severa no tocante aos crimes praticados por pessoas dotadas
de elevado poder econômico
38
São assim chamadas as causas de exclusão da culpabilidade. A
culpabilidade é composta por três elementos, quais sejam:
DIRIMENTES
Imputabilidade; Potencial consciência da ilicitude; e Inexigibilidade
de conduta diversa.
IMPUTABILIDADE
Capacidade mental de entender o caráter ilícito do fato de querer
CONCEITO (autodeterminação) o seu resultado.
39
Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
maior: se completa, capaz de ao tempo da conduta tornar o
agente inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determina-se de acordo com esse entendimento, exclui a
imputabilidade penal.
A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
SEMI- mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de
IMPUTABILIDADE entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. É causa obrigatória de diminuição da
pena.
CAUSAS NÃO Emoção e paixão.
EXCLUDENTES DA A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
IMPUTABILIDADE efeitos análogos.
40
Erro de proibição mandamental: o agente, envolvido em uma
situação de perigo a determinado bem jurídico, erroneamente
acredita estar autorizado a livrar-se do dever de agir para impedir
o resultado.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
É o elemento da culpabilidade, que sustenta que a culpabilidade
só estará presente quando o agente praticar o fato típico e ilícito
CONCEITO
em uma situação de normalidade, isto é, quando lhe era exigível
uma conduta diversa.
Coação moral irresistível: o coagido é ameaçado/intimidado pelo
coator. O fato é típico e ilícito, mas exclui a culpabilidade pela falta
de exigibilidade de conduta diversa.
EXCLUDENTES DE
Obediência hierárquica: É a excludente da culpabilidade, fundada
EXIGIBILIDADE DE
na inexigibilidade de conduta diversa, que se verifica quando o
CONDUTA DIVERSA
funcionário público subalterno pratica um fato típico e ilícito no
estrito cumprimento de ordem não manifestamente ilegal, emitida
pelo seu superior hierárquico.
41
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
Comentário:
Questão 2
42
I Os maiores de dezesseis anos de idade que ainda não tiverem alcançado a maioridade são
III A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição de pena, mas não
torna o agente inimputável.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
Comentário:
§ 2º - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente, por embriaguez, proveniente
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
43
IV - Correta. É isento de pena o agente que, era, por doença mental ou desenvolvimento
entendimento.
Questão 3
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal - Curso de Formação
- 1ª Prova) Mateus, de quatorze anos de idade, filho de Leandro, policial rodoviário federal,
sofria bullying na escola. Um dia, aproveitando-se de um descuido de seu pai, Mateus pegou a
arma de fogo, que estava em cima da mesa, e a levou para a escola, com intuito de vingar-se
de Pedro, um de seus colegas de sala. Ao chegar à aula, o adolescente ameaçou dar um tiro
em Pedro, caso ele não parasse de perturbá-lo. Em seguida, efetuou um disparo fatal. De
imediato, a diretora da escola chamou a polícia militar. Mateus empreendeu fuga ao escutar a
sirene da viatura. Os policiais militares, então, iniciaram uma perseguição, alcançando Mateus
duas quadras depois da escola, prendendo-o em flagrante.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Os policiais militares agiram de forma errada porque Mateus era inimputável, sujeito passivo da
situação e não deveria ter sido preso em flagrante delito.
( ) Certo
( ) Errado
Comentário:
Correta. Os menores são inimputáveis, segundo código penal, logo não cometem crimes,
mas Atos Infracionais Análogos. A terminologia correta não é Flagrante delito adolescente
é apreendido. Os procedimentos são distintos. Enquanto os adultos são processados
segundo as regras dos códigos Penal e Processual Penal, para os adolescentes valem as
normas previstas no ECA, que baseia-se na ideia de que o menor tem direito a proteção,
44
especialmente se comete infração, para que possa tornar-se, mais tarde, um cidadão capaz
de se fazer respeitar e de respeitar o direito dos outros. Por isso, para cada tipo de infração,
o estatuto prevê uma medida de proteção que deve incluir, conforme cada caso,
Questão 4
(Banca: TJ-AP - 2019 - Estagiário - Direito) Após a morte da mãe, Aline recebeu, durante um
ano, a pensão previdenciária daquela, depositada mensalmente em sua conta bancária, em
virtude de ser procuradora da primeira. Descoberto o fato, Aline foi denunciada por apropriação
indébita. Se a sentença concluir que a acusada (em razão de sua incultura, pouca vivência, etc.)
não tinha percepção da ilicitude de sua conduta, estará reconhecendo:
A) Erro de proibição;
Comentário:
A) Correta. Erro de proibição: Erro quanto à ilicitude o agente comete o fato achando que
sua conduta não é proibida. (Erro de proibição direto "em razão de sua incultura, pouca
vivência" não tinha potencial consciência da ilicitude)
B) Errada. Erro sobre o objeto: Incide em erro sobre a coisa. O agente pretende subtrair
uma valiosa obra de arte. Entra à noite na residência mas acaba furtando um quadro de
pequeno valor, por confundir com a obra pretendida.
C) Errada. Erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo: falsa percepção da realidade -
Art. 20 CP.
45
D) Errada. Descriminante putativa: O agente incide no erro acreditando que está presente
Questão 5
(Banca: TJ-AP - 2019 - Estagiário -Direito) Em relação à estrutura analítica do crime, o juízo
da culpabilidade avalia:
Comentário:
46
conduta, assim, não basta que a ação seja típica e ilícita, é necessário que também haja
Questão 6
A) Nas hipóteses de coação física ou moral irresistíveis há fato típico, mas é excluída a
culpabilidade. Só é punível o autor da coação, sendo a pena agravada. A coação moral irresistível
constitui um exemplo de autoria mediata. No caso de coação moral resistível, ambos (coator e
coacto) respondem pelo crime, porém o coator tem a pena aumentada e o coagido deve ser
beneficiado com atenuante da sanção penal. A coação moral resistível não é exemplo de autoria
mediata.
B) A obediência hierárquica, como dirimente ou eximente, só tem valor nas relações de direito
público. Não pode ser invocada, portanto, nos casos de obediência religiosa ou familiar.
C) Pela teoria da coculpabilidade, adotada por Zaffaroni e Pierangeli, quando a sociedade é
mais severa quanto aos crimes praticados por pessoas dotadas de elevado poder econômico e
que abusam dessa vantagem no cometimento de delitos em regra prevalecendo-se das
facilidades proporcionadas pelo livre trânsito nos centros de controle político e econômico.
47
Comentário:
A) Errada. A coação pode se dar de forma física ou moral. Quando a coação irresistível é
moral, afasta-se a culpabilidade; quando a coação irresistível é física, afasta-se a tipicidade.
relações de direito público. Não pode ser invocada, portanto, nos casos de obediência
religiosa ou familiar.
do agente, ela também contribui para o delito. Assim, haveria coculpabilidade entre o autor
da infração e a própria sociedade, devendo o juiz reduzir a pena a ser imposta ao acusado.
reprovação penal mais severa quanto aos crimes praticados por pessoas dotadas de
elevado poder econômico e que abusam dessa vantagem no cometimento de delitos em
regra prevalecendo-se das facilidades proporcionadas pelo livre trânsito nos centros de
Questão 7
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito) Pedro, com vinte e
dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados pela prática de furto
contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo
afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de imputabilidade
penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e aplicação de pena.
48
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena
imposta a ele poderá ser reduzida.
( ) Certo
( ) Errado
Comentário:
Correta. Quando se fala "não era inteiramente capaz" - O agente é considerado semi-
imputável, podendo assim ter sua pena diminuída de 1/3 a 2/3. Quando se fala "era
inteiramente incapaz" - O agente é considerado inimputável, sendo assim isento da pena.
Questão 8
D) O erro de tipo permissivo possui consequência de erro de tipo essencial, quando plenamente
Comentário:
49
A) Correta. O erro de proibição indireto incide em erro sobre uma das causas de
justificação, qual seja, art. 23 do Código Penal: Estado de necessidade; legítima defesa;
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
B) Errada. Erro de subsunção não é nem erro de tipo e nem de proibição. Erro de subsunção
é uma ignorância quanto a um conceito jurídico. Ex.: Jurado que subornando jurado, ao
ser presa alega não saber que o jurado é funcionário público. Não é erro de tipo e nem
de proibição. Conceito trazido pela doutrina, sem previsão legal. (Rogério Sanches).
D) Errada. O erro de tipo permissivo (isento de pena, art. 20, § 1º, CP) não possui a mesma
consequência de erro de tipo essencial (exclui o dolo, art. 20, caput, CP).
Questão 9
(Banca: CIEE Órgão: DPU Prova: CIEE - 2019 - DPU) Assinale a alternativa correta:
Comentário:
ordem.
C) Errada. Só seria punível o autor da ordem caso a ordem NÃO fosse manifestamente
ilegal.
D) Errada. Nesse caso, o agente responde como se tivesse atingido a vítima à qual visava
atingir, ainda que tenha atingido outra. Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos
meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se
ao disposto no § 3o do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa
Questão 10
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público) Considerando o Código Penal
brasileiro, julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao
tratamento conferido ao erro.
Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de agente que recaia sobre pressupostos fáticos
de uma causa de justificação configura erro de tipo permissivo.
( ) Certo
( ) Errado
Comentário:
51
Correta. Segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo Código Penal, se o erro
do agente recair sobre uma situação fática, tratar-se-á de erro de tipo permissivo, e se
disser respeito aos limites ou existência de uma causa de justificação, tratar-se-á de erro
52
GABARITO
Questão 1 - B
Questão 2 - C
Questão 3 - CORRETA
Questão 4 - A
Questão 5 - D
Questão 6 - C
Questão 7 - CORRETA
Questão 8 - A
Questão 9 - A
Questão 10 - CORRETA
53
QUESTÃO DESAFIO
Qual tese de defesa pode ser apresentada para excluir a imputabilidade penal de José, o
qual praticou determinada infração penal, após ter sido amarrado e injetado em sua veia
quantidade suficiente de álcool que o deixou completamente embriagado?
Máximo de 5 linhas
54
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
José deverá ter excluída a sua imputabilidade penal tendo em vista a sua embriaguez
completa acidental ou fortuita, a qual tornou o agente inteiramente incapaz de
Direito Penal - Parte Geral; 13 ed.; Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019, p. 375)
Conforme o artigo 26, caput, do Código Penal: a imputabilidade deve ser analisada ao tempo
da ação ou da omissão.
conforme o teor da Súmula 74 do STJ, por documento hábil), doença mental, desenvolvimento
mental incompleto ou retardado e a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
maior.
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (MASSON, Cleber; Direito
Penal - Parte Geral; 13 ed.; Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019, p. 387)
55
Quanto à origem, a embriaguez pode ser classificada como: voluntária, culposa, preordenada
Acidental ou fortuita é a embriaguez que resulta de caso fortuito ou força maior. No caso
fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de efeitos análogos ou
a embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior que reduza ou anule a
capacidade de discernimento do agente quanto ao caráter ilícito de sua conduta, é causa de
56
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Inimputáveis
Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil.
Emoção e paixão
Embriaguez
Inimputabilidade
Semi-Imputável
57
JURISPRUDÊNCIA
COCULPABILIDADE
É possível, a depender do caso concreto, que o juiz reconheça a teoria da coculpabilidade como sendo uma
atenuante genérica prevista no art. 66 do Código Penal.
58
MAPA MENTAL
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SALIM, Alexandre. AZEVEDO. Marcelo André de. Coleção Sinopses para Concursos. Direito Penal, Vol 1. 2021.
Salvador: Juspodivm
Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 14. ed. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.
60