Você está na página 1de 44

I FORMAÇÃO INTERNACIONAL

O BRINCAR E SUAS
MANIFESTAÇÕES
de 05 a 12 de junho de 2017
AULA 02

JOGOS E BRINCADEIRAS
CONCEITOS E REFLEXÕES
Com Prof. Me. Alipio Rodrigues Pines Junior
JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA
• O significado dos jogos,
das brincadeiras e dos
brinquedos vem sendo,
há muito tempo,
investigado e estudado
por pesquisadores de
várias áreas de atuação,
e cada um compartilha
a sua contribuição.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA
• É com a prática de jogos e das
brincadeiras que as crianças
ampliam seus conhecimentos
sobre si, sobre os outros e
sobre o mundo que está ao
seu redor, desenvolvem as
múltiplas linguagens, exploram
e manipulam objetos,
organizam seus pensamentos,
descobrem e agem com as
regras, assumem papel de
líderes e se socializam com
outras crianças, preparando-se
para um mundo socializado.
SILVA; GONÇALVES, 2010.
BREVE HISTÓRICO
• Jogo: latim jocus
(diversão, brincadeira)
• O jogo é anterior à
própria cultura, ou seja,
o ser humano está a
gosto de se relacionar
com o imprevisto, ou
seja, o jogar.

HUIZINGA, 1971.
BREVE HISTÓRICO
• Homo Sapiens: o homem que raciocina.

HUIZINGA, 1971.
BREVE HISTÓRICO
• Homo Faber: o homem que fabricava/trabalhava.

HUIZINGA, 1971.
BREVE HISTÓRICO
• Homo Ludens: o homem que se diverte

HUIZINGA, 1971.
BREVE HISTÓRICO
• Os primeiros estudos
sobre o jogo foram
realizados em Roma e
na Grécia, durante o
século XVI, quando os
jogos tinham como
objetivo o aprendizado
da linguagem escrita.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BREVE HISTÓRICO
• Com o aparecimento do
cristianismo, ocorreu o
desinteresse pelos
jogos, pois a religião
visava a uma educação
disciplinadora, não os
possibilitando como
estímulos à construção
do pensar e do saber. Peter Bruegel. Children’s Games (1560)

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BREVE HISTÓRICO
• No período
renascentista, o jogo
passou a ter,
novamente, a aprovação
da sociedade, sendo
utilizado por crianças e
jovens como forma de
diversão.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BREVE HISTÓRICO
• A introdução das
brincadeiras e dos jogos
no contexto infantil
iniciou-se com as
propostas de Froebel
(1782-1852), de criação
de jardins de infância,
quando se despertam
nas crianças capacidade
e dons mediante vários
estímulos.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO X BRINCADEIRA
• Atualmente, percebe-se
uma grande confusão
nas definições de jogos
e brincadeiras.
• Aparentemente são
termos semelhantes,
como é defendido por
alguns autores; outros
defendem suas
diferenças.
SILVA; GONÇALVES, 2010.
JOGO X BRINCADEIRA
• O primeiro ponto em
comum é que brincar e
jogar são culturais,
carregam em sua
formação e no seu
desenvolvimento traços
da sua civilização de
origem.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO X BRINCADEIRA
• Outra semelhança é na
presença do lúdico, ou
seja, o homem brinca ou
joga com o objetivo de
divertimento, gerando
alegria e prazer.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO
• A primeira diferença
está no termo
complexidade. O jogo
apresenta maior
complexidade em vários
itens quando
comparado com a
brincadeira, nos
seguintes aspectos:

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO
• Exploração e cumprimento das regras;
• Maior envolvimento das emoções;
• Limites de espaço e tempo;
• Desafios envolvidos (motores, cognitivos e
sociais);
• Espontaneidade na sua participação.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO
• O jogo é uma atividade
voluntária exercida dentro
de certos e determinados
limites de tempo e espaço,
segundo regras livremente
consentidas, mas
absolutamente obrigatórias,
dotado de um fim em si
mesmo, acompanhado de
um sentimento de tensão e
alegria e de uma consciência
de ser diferente da vida
cotidiana.

HUIZINGA, 1971.
JOGO
• O jogo possui características que são definidas
essencialmente como atividade:
– Livre, com caráter de não obrigação em sua
prática;
– Delimitada, circunscrita a limites de espaço e
tempo rigorosos e previamente estabelecidos;
– Incerta, pois o seu desenrolar não pode ser
determinado, nem o resultado pode ser obtido
previamente;

CAILLOIS, 1967.
JOGO X BRINCADEIRA
• O jogo possui características que são definidas
essencialmente como atividade:
– Improdutiva, porque não gera nem bens nem
riquezas;
– Regulamentada, pois está sujeita a convenções
que suspendem as leis normais e instauram
momentaneamente uma legislação nova;
– Fictícia, acompanhada de uma consciência
específica de realidade ou de franca irrealidade
em relação à vida normal.

CAILLOIS, 1967.
JOGO
• Piaget (1990) estruturou uma classificação de
jogos de acordo com a maturação no
desenvolvimento motor:
– Jogo de exercício: até 18 primeiros meses de vida.
O jogo ocorre pelo simples prazer na exploração
dos movimentos do próprio corpo;

PIAGET, 1990.
JOGO
– Jogo simbólico: dos 2 aos 6 anos, com o
aparecimento da representação e da linguagem.
Ligação entre imagem (significante) e conceito
(significado). Simboliza ou representa situações do
cotidiano.

PIAGET, 1990.
JOGO
– Jogo de regras: dos 4 a 7 anos, marcando a
transição da atividade individual para a
socializada. O jogo vai se tornando coletivo e, com
o aparecimento de regras, oferecendo relações
sociais;

PIAGET, 1990.
JOGO
– Jogo de construção: no qual a criança cria algo na
ação.

PIAGET, 1990.
JOGO
• Ação de caráter voluntário, pois o jogador
toma a iniciativa de jogar em busca de um
sentimento de prazer;
• Existência de regras, as quais são pré-
estabelecidas no início ou construídas durante
a prática e devem ser cumpridas à risca;
• Assume identidade única, pois cada jogo
assumirá caráter com ações inéditas;

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO
• Se bem conduzido, apresenta aos indivíduos
valores de participação e integração, baseado
nos conceitos éticos e morais;
• Tem por objetivo o desenvolvimento de
alguma habilidade motora ou a sua aquisição,
sendo quase imprescindível para que joga.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• A brincadeira é uma
atividade inerente ao ser
humano,
desempenhando,
durante a infância, papel
fundamental na
formação e no
desenvolvimento
integral do futuro
adulto.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• É o caminho natural do
desenvolvimento
humano, apresentando
aos participantes a
ausência da tensão e o
não compromisso com
resultados.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• A liberdade é quase
total, sendo limitada
apenas pela falta de
motivação, assim
determinada por um
tempo de prática.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• Demonstra também
uma dimensão simbólica
por aqueles que
brincam, criando um
mundo imaginário maior
que o mundo real,
desenvolvendo, de
forma harmônica, os
campos cognitivo e
emocional.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• As brincadeiras servem
de elo entre o mundo
inventivo e imaginário
da criança e o mundo
social e real no qual ela
está inserida.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• Caracteriza o ato de divertimento, segundo as
diretrizes da ludicidade, não se preocupando
com a razão ou a formatação da brincadeira;
• Existência, ou não, de regras simples;
• Ausência de tensão e não compromisso com
resultados;

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRA
• Liberdade na sua construção e ao praticar;
• Tem por objetivo a diversão, em busca de
prazer e alegria;
• Enorme dimensão simbólica, criando ponte
entre os mundos imaginário e real.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO X BRINCADEIRA
JOGO BRINCADEIRA

SIMBOLISMO Menor Maior

COMPLEXIDADE Maior Menor

SILVA; GONÇALVES, 2010.


JOGO X BRINCADEIRA
• Nem todos os jogos e
brincadeiras são
sinônimos de
divertimento, pois a
perda pode ocasionar
frustração, insegurança,
rebeldia e angústia.

SILVA; GONÇALVES, 2010.


BRINCADEIRAS
• As brincadeiras apresentam duas funções:

• Lúdica, (visa diversão e o prazer, quando


escolhido voluntariamente);

• Educativa (ensino ou acréscimo de algo na


formação intelectual da criança).

KISHIMOTO, 1998.
REFERÊNCIAS
CAILLOIS, R. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa:
Cotovia, 1967.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São


Paulo: USP, 1971.

KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho,


imagem e representação. 3.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.

SILVA, T. A. C.; GONÇALVES, K. G. F. Manual de lazer e recreação: o


mundo lúdico ao alcance de todos. São Paulo: Phorte, 2010.
MUITO OBRIGADO!
Prof. Me. Alipio Rodrigues Pines Junior

Facebook: Alipio Rodrigues Pines Junior


E-mail: alipio.rodrigues@gmail.com

Você também pode gostar