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COLÉGIO PEDRO II

Concurso Público de Provas e Títulos para preenchimento de cargos vagos da


Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – Edital nº 23/2018
PROVA ESCRITA – EDUCAÇÃO INFANTIL

PROVA ESCRITA DE EDUCAÇÃO INFANTIL


PRIMEIRA PARTE - LEGISLAÇÃO

1ª QUESTÃO
A Lei nº 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais. No que se refere ao processo administrativo
disciplinar, é correto afirmar que
(A) a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a
instauração imediata do processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla
defesa.
(B) como medida cautelar, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar
ao servidor seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, sem o
pagamento de remuneração.
(C) é assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por
intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas
e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
(D) no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, contados da instauração do
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão motivada, tendo por base as provas
juntadas aos autos, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.

2ª QUESTÃO
Nos termos da Lei nº 9.394/1996, “A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”.
No que se refere ao ensino médio, etapa final da educação básica, é INCORRETO afirmar que
(A) a carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não
poderá ser superior a oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de
acordo com a definição do Conselho Nacional de Educação.
(B) os currículos deverão considerar a formação integral do aluno, e nesse sentido deverão
adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação
nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.
(C) a Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem, conforme
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, e incluirá, obrigatoriamente, estudos e práticas
de educação física, artes, sociologia e filosofia.
(D) o currículo será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos,
que deverão ser organizados de modo a ofertar diferentes arranjos curriculares, observada
a relevância para o contexto local.

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3ª QUESTÃO
De acordo com o disposto na Lei nº 12.772/2012, a progressão na Carreira de Magistério do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico ocorrerá com base nos critérios gerais estabelecidos nesta Lei e
observará, cumulativamente,
(A) o cumprimento do interstício de 12 (doze) meses de efetivo exercício em cada nível e
aprovação em processo de avaliação de estágio probatório.
(B) o cumprimento do interstício de 24 (vinte e quatro) meses de efetivo exercício em cada nível
e aprovação em avaliação de desempenho individual.
(C) a exigência do título de doutor e o cumprimento do interstício de 12 (doze) meses de efetivo
exercício em cada nível.
(D) a aprovação em processo de avaliação de estágio probatório e titulação de mestrado e
doutorado.

4ª QUESTÃO
A Lei nº 8.069/1990 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dá outras
providências. No que se refere aos dispositivos desta Lei, analise as assertivas:
(I) Considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
(II) O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, de natureza jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
(III) Excepcionalmente, nos casos expressos em lei, aplica-se o Estatuto da Criança e do
Adolescente às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
(IV) Os profissionais que atuam no cuidado diário de crianças na primeira infância receberão
formação específica para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico.
Estão corretas
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.

5ª QUESTÃO
De acordo com a Constituição Federal de 1988, sem prejuízo de outras garantias, o dever do Estado
com a educação será efetivado mediante a garantia de
(A) progressiva universalização do ensino médio e pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas, com exclusividade para as instituições públicas de ensino.
(B) Educação Infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade e oferta
de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.
(C) Educação Básica obrigatória e gratuita dos 5 (cinco) aos 17 (dezessete) anos de idade e
gestão democrática do ensino público.
(D) gratuidade do ensino em estabelecimentos públicos e privados e progressiva
universalização do ensino médio.

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SEGUNDA PARTE – QUESTÕES OBJETIVAS

6ª QUESTÃO
Brougère (1998) afirma que “uma das características do jogo consiste efetivamente no fato de não
dispor de nenhum comportamento específico que permitiria separar claramente a atividade lúdica
de qualquer outro comportamento”. (BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. Revista da
Faculdade de Educação. São Paulo, v. 24, n. 2, Jul. 1998.)

Assinale a alternativa que melhor se coaduna com a afirmativa do autor.


(A) A interpretação dos envolvidos, consoante à imagem que fazem de uma atividade lúdica,
permite que o jogo seja tomado como tal.
(B) A identificação da cultura e do momento histórico de um jogo permite que possamos
entendê-lo como tal.
(C) O objeto em torno do qual se estrutura o jogo é imprescindível para sua caracterização como
atividade lúdica.
(D) A criação e o estabelecimento de regras distingue a atividade lúdica de outras atividades
humanas.

7ª QUESTÃO
Nas palavras de Profice e Tiriba,
“Nos contextos urbanos brasileiros, o emparedamento das crianças em
creches e escolas constitui mais a regra do que a exceção. Em um estudo
realizado nos Centros de Educação Infantil (CEIs) de Blumenau (SC),
verificou-se que na maioria das unidades que atendem por um período de
12 horas, as crianças permanecem em espaços entreparedes durante 8, 9,
10 horas ou mais (SILVA, Aida Maria Monteiro. TIRIBA, Léa (orgs.). Direito
ao ambiente como direito à vida: desafios para a educação em direitos
humanos. São Paulo: Cortez, 2014. p. 65-66)”.

De acordo com o conceito de emparedamento apresentado pelas autoras, é correto afirmar que
(A) no cotidiano da Educação Infantil, um passeio de trinta minutos duas vezes por semana em
ambiente natural garante o acesso a uma educação ambiental favorável.
(B) nas condições apresentadas no trecho citado, há pouca viabilidade de uma Educação
Ambiental adequada na educação infantil.
(C) o emparedamento das crianças garante a segurança na Educação Infantil, evitando
acidentes.
(D) os espaços emparedados contribuem para a diminuição dos índices de doenças na infância.

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8ª QUESTÃO
Galvão, ao escrever sobre o ritmo do desenvolvimento infantil pelo viés da psicogenética walloniana,
afirma que
o ritmo pelo qual se sucedem as etapas é descontínuo, marcado por
rupturas, retrocessos e reviravoltas [...]. Ao mesmo tempo, condutas típicas
de etapas anteriores podem sobreviver nas seguintes, configurando
encavalamentos e sobreposições. (GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma
concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis: Vozes, 1995, p.
41)

Assinale a alternativa que apresenta o pensamento de Wallon sobre o desenvolvimento infantil que
corrobora a afirmativa de Galvão.
(A) Os estágios são descontínuos e sistemáticos.
(B) Os estágios ocorrem independentes uns dos outros.
(C) A psicogenética walloniana contrapõe-se às concepções que vêem no desenvolvimento uma
linearidade, pois para ela não há uma linearidade no desenvolvimento da criança.
(D) O desenvolvimento se dá pela simples adição de sistemas progressivamente mais
complexos, que resultariam da reorganização de elementos presentes desde o início.

9ª QUESTÃO
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil,
O campo da Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de
concepções sobre educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção
e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e
do desenvolvimento das crianças (BRASIL. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. p.7).

Assinale a alternativa que explicita os avanços relacionados ao trabalho realizado junto às crianças
no cotidiano das instituições.
(A) A educação infantil tem suas próprias finalidades de trabalho, sendo a preparação para a
alfabetização apenas uma delas, mas não a mais importante.
(B) O trabalho nas creches e pré-escolas deve prever formas de garantir a continuidade no
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, sem antecipação de conteúdos
que serão trabalhados no ensino fundamental.
(C) Considerando as interações e a brincadeira como eixos norteadores das práticas
pedagógicas que compõem a proposta curricular nas creches e pré-escolas, a Educação
Infantil deverá se limitar a assegurar espaço para a brincadeira, alimentação e construção
de hábitos de higiene.
(D) Brincando com as palavras e fazendo das palavras espaço de interação, de intercâmbio de
experiências, de expressão de sentimento etc., os conteúdos que as crianças precisam
alcançar, expressos no texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil,
Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, poderão ser atingidos pelas crianças de forma
lúdica.

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10ª QUESTÃO

DUTHIE, Ellen. "Agora fique aí e pense bem no que acabou de fazer" in: Mundo Cruel.
São Paulo: Boitatá, 2017.

A ilustração apresenta uma cena em que três crianças castigam um adulto. As dinâmicas
educacionais das crianças pequenas, tanto na família quanto na escola, são atravessadas pelo
estabelecimento de acordos, regras e combinados e também pela aplicação de sanções para
situações em que as crianças fazem algo moralmente condenável do ponto de vista dos adultos.

Sobre os encaminhamentos docentes na Educação Infantil em situações conflituosas que se


manifestam no cotidiano escolar é importante considerar que
(A) aplicar sanções ou não aplicá-las no cotidiano escolar demanda cuidado e reflexão
constantes. Posições hierárquicas, hábitos familiares e subjetividades distintas interferem
diretamente na relação dos adultos com as crianças e das crianças com outras crianças.
Esta compreensão, na prática, implica no exercício, por parte dos sujeitos envolvidos em
cada situação, de encontrar diversas formas de encaminhamento não violentas.
(B) as crianças por ainda estarem em processo de aprendizagem de valores como civilidade e
fraternidade, muitas vezes reagem com agressividade contra outras crianças e
desrespeitam os adultos. Por isso, os castigos são necessários durante a infância para que
as crianças se tornem adultos com formação ética adequada.
(C) os castigos têm caráter pedagógico relevante. Quando não são cruéis, são positivos para a
formação das crianças, contribuem para que elas não voltem a repetir os mesmos erros e,
também, para que apreendam as formas de agir e se comportar adequadas para a
convivência em sociedade.
(D) situações de tensão que envolvem agressão física entre crianças demandam punições
veementes. Em situações de menor gravidade uma advertência verbal é mais indicada.
Estas regras devem ser apresentadas às famílias no início do ano letivo.

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11ª QUESTÃO
Pensemos no espaço não só em sua dimensão física – um lugar que permite
ou dificulta determinadas ações –, como também em seu aspecto simbólico
– como ambiente que comunica valores e concepções, definido por uma
estética e visualidade que contribuem decisivamente para a construção
cultural do olhar e, portanto, da sensibilidade. (OSTETTO, Luciana.
Educação Infantil e Arte: sentidos e práticas possíveis. Caderno de
Formação: didática dos conteúdos formação de professores, São Paulo:
Unesp; Universidade Virtual-SP, Cultura Acadêmica, v. 1, p. 33, 2011.)

Com base em Ostetto, assinale a alternativa que explicita corretamente a ação de um(a) docente
na Educação Infantil no que diz respeito aos espaços da escola.
(A) Decorar as paredes e murais da sala e da escola com reproduções de obras consagradas,
que exponham diferentes movimentos artísticos, bem como estilos e expressões do
patrimônio artístico e cultural no intuito de ampliar o repertório das crianças.
(B) Ocupar os espaços da escola com as produções das crianças, compartilhando saberes e
aprendizagens, observando as possibilidades diversas de exposição e a não interferência
com as movimentações e rotinas das outras turmas.
(C) Diversificar materiais e suportes para as produções das crianças bem como as formas de
exposição destas, selecionando junto às crianças locais dentro e fora da sala e deixando
paredes vazias que convidem a novas marcas e discursos.
(D) Identificar as preferências e gostos das crianças, respeitando a diversidade cultural que
compõe o cotidiano escolar, de modo que possa preencher os espaços da escola com
personagens e objetos já conhecidos do universo infantil.

12ª QUESTÃO
No artigo 13 da Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, que institui as Diretrizes Operacionais
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial, são apresentadas as atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado.

Assinale a alternativa que corresponde a essas atribuições.


(A) Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das
estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
(B) Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade
e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da
Educação Especial, dentro e fora da escola.
(C) Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, apenas a partir do
Ensino Fundamental, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos e de acessibilidade.
(D) Orientar professores, famílias e profissionais da área de saúde sobre os recursos
pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno dentro e fora da escola.

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13ª QUESTÃO
Uma criança de 4 anos, ao ver uma lagarta no chão da escola, bem longe das plantas, chamou
seus colegas e a professora para ajudá-la a levar o bicho para alguma planta com terra. Uma outra
criança pediu para deixá-la em uma caixa, para que todos pudessem vê-la se transformar em uma
borboleta. Outra criança tentou matá-la, alegando que ela poderia machucar alguém. A professora
pegou a lagarta com cuidado, fez uma roda com as crianças para que todas as propostas pudessem
ser ouvidas e discutidas. Após um tempo de discussão, propôs levar a lagarta para terra, perto de
uma planta e combinou com o grupo que iriam buscar mais informações sobre as lagartas para
saber se elas poderiam machucar as pessoas, entender melhor sobre a transformação em borboleta
e tentar descobrir o que fazer quando encontrar uma lagarta longe da terra, além de buscar
respostas para as outras questões que surgiram na roda. Assim, todas as crianças ajudaram a levar
a lagarta para perto de uma planta.

De acordo com os princípios dispostos no artigo 6º das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (BRASIL, 2009), podemos afirmar que a vivência acima relatada respeitou os
princípios
(A) éticos (respeito ao meio ambiente), políticos (exercício da criticidade) e estéticos (da
sensibilidade).
(B) éticos (respeito ao meio ambiente) e políticos (exercício da criticidade), mas não respeitou
os princípios estéticos (da sensibilidade).
(C) políticos (exercício da criticidade) e estéticos (da sensibilidade), mas não respeitou os
princípios éticos (respeito ao meio ambiente).
(D) estéticos (da sensibilidade) e éticos (respeito ao meio ambiente), mas não respeitou os
princípios políticos (exercício da criticidade).

14ª QUESTÃO
Os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil avaliam a dimensão das interações que ocorrem
nesse segmento da educação. (BRASIL. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2009.)
Foram apresentadas a uma turma de Pedagogia os seguintes pontos, que constariam das
orientações presentes no documento citado acima:
I – O respeito à dignidade das crianças.
II – A valorização de qualquer expressão realizada pelas crianças.
III – O respeito à identidade, desejos e interesses das crianças.
IV – As interações entre crianças e crianças.
V – O respeito às ideias, conquistas e produções das crianças.
VI – A manutenção das rotinas herdadas do passado da instituição educacional em questão.

Os pontos que de fato constam deste documento são


(A) I, II, IV e V.
(B) I, III, IV e V.
(C) I, III, V e VI.
(D) II, III, IV e VI.

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15ª QUESTÃO
Leia o relato de uma observação realizada em uma turma com crianças de 4 e 5 anos:

Na sala, pendurados como bandeirinhas de São João em barbantes,


estavam os trabalhos já feitos. Folhas mimeografadas (tamanho de uma
folha A4 cortada ao meio) traziam no topo uma resposta – escrita em letra
maiúscula de imprensa –, no meio, um desenho e, embaixo, uma pergunta.
As crianças tinham como tarefa colar ou colorir algum elemento nos
desenhos elaborados pelas professoras. Tratava-se de uma parlenda. Na
primeira folha se lia: “Cadê o docinho que estava aqui?”, com o desenho de
um doce em uma forminha de papel crepom colada pelas crianças, seguido
da frase: “o gato comeu, cadê o gato?!?” Na segunda folha se lia: “Está no
mato”, com o desenho de uma cuca e, sobre ela, uma colagem de papel
celofane verde, seguida da frase: “Cadê o mato?!?” Na terceira folha se lia:
“Pegou fogo”, com o desenho de uma mula sem cabeça e, sobre o fogo da
mula, no lugar da cabeça, também uma colagem de celofane laranja,
seguida da frase: “Cadê o fogo?!?” Na quarta folha se lia: “A água apagou”,
com o desenho de uma Iara colada sobre uma folha de papel celofane azul,
seguida da frase: “Cadê a água?!?” Na quinta folha se lia: “O boi bebeu”,
com o desenho de um boi do bumba meu boi colorido, seguido da frase:
“Cadê o boi?!?” Na sexta folha se liam as frases: “Está amassando o trigo,
cadê o trigo?” e “A galinha comeu”, com o desenho da galinha. Os desenhos
mimeografados e a mesma proposta para dar cor ao trabalho deixavam as
produções muito parecidas umas com as outras. (NUNES, M. F. R;
CORSINO, P; KRAMER, S. Nos murais da escola: leituras, interações e
práticas de alfabetização. In: Retratos de um desafio: crianças e adultos
na educação infantil. São Paulo: Ática: 2009 p. 203)

Considerando as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação


Infantil (Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009), no que tange ao trabalho com a
linguagem oral e escrita, em relação à atividade realizada pela professora, é correto afirmar que
(A) um dos princípios do trabalho com a leitura e a escrita na Educação Infantil é a compreensão
de que a língua precisa ser captada primeiro pela sua forma e posteriormente por seu
conteúdo expressivo.
(B) a proposta realizada com as crianças chama atenção pelo serviço a que a parlenda foi
submetida, sendo transformada de produção literária, com dimensão estética, em material
instrucional, ou seja, de ensino.
(C) a forma como a professora encaminhou a proposta, unindo personagens dos mitos e lendas
às frases da parlenda, facilitou a leitura das crianças, atendendo aos objetivos do ensino da
leitura e da escrita de forma lúdica na Educação Infantil, considerando a importância de que
as frases estejam sempre acompanhadas de imagens que funcionem como legendas.
(D) a estratégia da professora de apresentar na folha da atividade primeiro a resposta, e depois
a pergunta, invertendo toda lógica do jogo que esse gênero textual suscita, facilitou o
encontro das palavras pelas crianças de forma fácil, respeitando os objetivos do trabalho
com a leitura e a escrita na Educação Infantil, quando o importante é registrar aquilo que se
pode ler.

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16ª QUESTÃO
Considere o seguinte registro de vivências produzido por uma dupla de professores que atuam na
Educação Infantil:

Realizamos na última semana o plantio da jabuticabeira da Turma Sorvete.


A árvore Gina Mariana que no primeiro dia de aula, junto com as famílias, foi
plantada em um vaso foi repassada para a terra onde esperamos que,
futuramente, possa gerar sombra em nossa varanda. O momento contou
com a participação do jardineiro da escola, Edson, que com muita solicitude
e empenho em tornar aquele momento significativo para as crianças, pensou
em estratégias para que elas pudessem participar cavando e afofando a
terra e, depois, regando a árvore. Após essa vivência, Gina Mariana voltou
a assumir um lugar especial em nosso cotidiano. Diariamente, as crianças
vão ao solário, geralmente no início do dia, para conferir a saúde da árvore,
observam se ela está seca ou não, conversam com ela e compartilham
observações. Em algumas ocasiões fomos juntos com as crianças regá-la,
em outras observamos o senhor Edson fazer isso. Estamos cuidando
também de uma outra muda plantada ao lado da Gina Mariana, um
flamboyant, doado pela família do Arthur (Centro de Referência em
Educação Infantil de Realengo – CREIR, Colégio Pedro II, 2017).

O planejamento e o registro são instrumentos fundamentais para a prática docente. Sobre a


produção e a função desta documentação na Educação Infantil é imprescindível observar que
(A) o registro e o planejamento possibilitam uma construção narrativa sobre o vivido,
assegurando que o planejamento docente seja um verdadeiro reflexo dos interesses e
desejos das crianças.
(B) a documentação escolar, que inclui os planejamentos e outros registros produzidos pela
dinâmica das diferentes instituições, elaborada para atender requisitos legais, configura-se
como um dever do docente que deve mantê-la sempre atualizada e disponível.
(C) o registro do planejamento é fundamental para que as professoras e professores organizem
suas aulas, propostas e atividades de modo que o planejamento curricular do ano letivo seja
contemplado. É preciso que o planejamento seja flexível para incluir também os interesses
das crianças.
(D) o planejamento e o registro, formas de testemunhar as trajetórias vivenciadas por um grupo,
constituem parte do processo de escuta de cada criança e da turma. Esses instrumentos
devem considerar o caráter relacional das vivências projetadas e narradas, e se configuram
como exercício analítico e interpretativo.

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17ª QUESTÃO
A 2ª modernidade caracteriza-se por um conjunto associado e complexo de
rupturas sociais, nomeadamente a substituição de uma economia
predominantemente industrial por uma economia de serviços, a criação de
dispositivos de mercado à escala universal, a deslocalização de empresas,
[...] a conclusão do processo de descolonização dos países africanos, a
emergência de uma situação ambiental crítica, as rupturas no mercado de
trabalho pela subida das taxas de desemprego, a crise de subsistência dos
Estados-Providência, a crescente presença e reclamação na cena
internacional de movimentos sociais e protagonistas divergentes das
instâncias hegemónicas, a afirmação radical de culturas não ocidentais,
nomeadamente de inspiração religiosa, etc. (SARMENTO, Manuel Jacinto;
PINTO, Manuel. As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª
modernidade. In: SARMENTO, Manuel Jacinto; CERISARA, Ana Beatriz
(Org.). Crianças e miúdos: perspectivas sociopedagógicas da infância e
educação. Porto: ASA, 2004.)

Sarmento (2004) enfatiza que as mudanças apontadas impactam o “estatuto social da infância” e
as condições de vida das crianças.

Assinale a alternativa que explicita as implicações de tais mudanças.


(A) As crianças encontram seu lugar nas culturas da infância, as quais se reestruturam
continuamente, em consonância às condições materiais que estruturam e definem gerações
em diferentes momentos históricos.
(B) Atualmente, mais do que em qualquer momento histórico, observamos uma convergência
nos modos de ser e estar das crianças em um complexo processo cultural que nos permite
reconhecer a emergência de uma verdadeira Cultura da Infância.
(C) Observa-se uma reinvenção da infância, como se começasse tudo de novo, tal como as
crianças em suas interações recriam continuamente os seus mundos de vida, concedendo-
lhe maior autonomia e tornando mais fáceis as suas condições de existência.
(D) Um dos aspectos que marcam a 2ª modernidade é a reentrada da infância na esfera
econômica, com o aumento do trabalho infantil, bem como, consequentemente, a
reafirmação da escola em seu papel de garantir o direito das crianças à infância e de
instrumento para a coesão social.

18ª QUESTÃO
“No Brasil, notoriamente os meios de comunicação ainda mantêm forte investimento no 'ideal'
branco europeu. O padrão de beleza ainda é o de um corpo esguio, etnocentricamente valorizado,
a ser olhado, desejado e comprado. Trata-se de modelos magérrimas, altas, de pele clara e, na
maioria das vezes, de cabelos lisos.”

SOUSA, Andréia Lisboa de. Nas malhas das imagens e nas trilhas da resistência:
heroínas negras de ontem e de hoje. Leituras compartilhadas:
Revista de (in)formação para agentes de leitura, fasc. 19, p. 59, mar. 2009.

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Assinale a alternativa que, de acordo com o texto, apresenta uma compreensão de como valores
hegemônicos em determinadas culturas se relacionam com a prática educativa.
(A) Políticas públicas de inclusão e reparação social, como a Lei nº 10.639/2003, que torna
obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira, asseguram o efetivo combate ao
racismo e à desigualdade.
(B) A escola cumpre o dever de desconstruir padrões estéticos e o racismo estrutural que os
balizam quando inclui no seu currículo anual atividades sobre o tema, ao longo do mês de
novembro, em ocasião do Dia da Consciência Negra.
(C) A tolerância é o principal conceito que deve orientar as práticas docentes, de modo a incluir
a diversidade e a diferença na escola. Aceitando as parcelas minoritárias da sociedade,
nossa nação poderá viver em igualdade, paz e harmonia.
(D) Para refletir e transformar as relações sociais excludentes na escola é importante
compreender que os dispositivos de poder e a afirmação de discursos dominantes
produzem um apagamento destas diferenças, reificando com isso concepções específicas
de raça, padrões de comportamento de gênero e valores estéticos e morais.

19ª QUESTÃO
Sob um conceito universalizado de infância estão crianças singulares, com tradições familiares
próprias, com vivências em contextos sociais específicos, que são influenciados e tensionados por
dimensões de gênero, etnia, raça e classe social. Pesquisas na área da educação, desde a
perspectiva crítica da sociologia da infância, e também daquelas que se inserem no campo dos
saberes decoloniais, tensionam um imaginário construído sobre os conceitos de infância e criança
com dimensões específicas das infâncias vividas em diferentes contextos sociais e históricos.

De acordo com essas perspectivas, sobre a coexistência de diferentes experiências de infância nas
Instituições de educação infantil, é correto afirmar que
(A) as crianças de estratos sociais empobrecidos não possuem acesso à verdadeira infância,
pois não têm seus direitos fundamentais assegurados, como o direito ao cuidado e à
brincadeira.
(B) as crianças têm direito a terem suas particularidades respeitadas e, por isso, crianças que
habitam regiões periféricas nas cidades precisam que seu repertório cultural seja elevado
ao mesmo nível do das crianças que possuem melhores condições de acesso a bens de
consumo e lazer.
(C) os professores das escolas públicas encontram muitas dificuldades para o exercício da
docência porque, de modo geral, as crianças atendidas apresentam níveis de
desenvolvimento intelectual e cognitivo em desacordo com aqueles esperados para a faixa
etária em que se encontram.
(D) as desigualdades nas condições de vida e oportunidade entre as crianças são fatores
constitutivos dos conceitos de infância e criança forjados na modernidade, no entanto, esses
conceitos, simbolicamente propagados como consensuais, foram inspirados por uma
racionalidade desenvolvimentista e eurocêntrica.

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20ª QUESTÃO
Uma turma de crianças de 3 anos desenvolve um trabalho artístico atendendo a uma solicitação
das professoras no Ateliê de Artes Visuais. Arabela, uma das crianças, afirma que quer fazer algo
diferente: um vulcão. As professoras acolhem a ideia e a auxiliam a dar forma à proposta. Quando
o tempo da turma no Ateliê de Artes está próximo ao fim, uma das professoras pergunta à criança
se já finalizou ou está finalizando seu vulcão, ao que essa responde negativamente. A professora
então lhe solicita que o finalize, pois o tempo está acabando. A criança olha para a professora e diz:
“A arte não tem tempo”.

Assinale a alternativa que expressa uma perspectiva não escolarizada para as relações entre arte
e educação infantil sobre a situação relatada.
(A) A arte, como nos diz a voz da criança, não tem tempo, ou antes, tem um tempo de espera,
o que exige do docente previsão do tempo de concepção e produção do que as crianças
devem expressar, sendo necessária uma cuidadosa consideração do que será solicitado.
(B) A acolhida às diferentes expressões e linguagens das crianças é fundamental nas propostas
educacionais e políticas contemporâneas para a educação da primeira infância, atentando
aos limites impostos ao indivíduo como constituinte de um coletivo, o que exige de docentes
que atuam nesta etapa educativa o controle rigoroso do tempo.
(C) As possibilidades de criação ampliam-se ao compartilharmos ideias que aumentam nossos
universos imaginários, provocando desejos que nos movem em buscas por expressões em
linguagens diversas, na escolha de técnicas, materiais e suportes, implicando um tempo que
frequentemente se opõe ao tempo linear, impositor de ritmos e limitador de experiências.
(D) A centralidade do planejamento curricular na criança, bem como a importância da
socialização e compartilhamento de saberes e experiências faz pensar em estratégias
possíveis que possam de forma criativa abrir espaço e tempo para a arte na escola, como
convidar os colegas de Arabela a finalizar com ela seu vulcão, para que acabe no tempo
da aula.

21ª QUESTÃO
Estudos da Sociologia da infância demonstram como determinadas concepções historicamente
construídas sobre os conceitos de infância e criança produziram implicações nas políticas públicas
que se voltaram para a infância nos estados de direito contemporâneos. Segundo Sarmento:

A interdição simbólica de pensar as crianças a partir da positividade das


suas ideias, representações, práticas e ações sociais – por outras palavras,
a ruptura dos adultos com o pensamento infantil, não como pensamento
distinto, mas como pensamento ilegítimo, incompetente, impróprio e
inadequado –, sendo filosófica e pedagogicamente construída, teve efeitos
consideráveis historicamente na regulação das relações sociais e no modo
de funcionamento das instituições, especialmente no Ocidente
(SARMENTO, M. J. Gerações e alteridade: interrogações a partir da
sociologia da infância. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n.91, p.
361-378, maio/ago. 2005. p.368).

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Nesse sentido, o aparato jurídico-político que afirma a criança como sujeito de direito e produtora
de cultura pode ser compreendido como
(A) principal garantia de que as crianças passaram a ser também portadoras de cidadania, uma
vez que os regimes democráticos asseguram direitos e deveres iguais para todos.
(B) o único modo possível de reconhecer as crianças como capazes de participação política e
como o caminho para que elas venham a se tornar cidadãs críticas e conscientes de seus
direitos e deveres.
(C) uma delimitação necessária da diferença entre adultos e crianças e a impossibilidade de as
crianças receberem um estatuto político que assegure que suas relações sociais possam
ser estabelecidas com base em suas ideias e lógicas próprias.
(D) reflexo de uma transformação histórica da infância como categoria política, mas que, ao
mesmo tempo que politiza a infância, a mantém sob tutela dos adultos e regulada por
instituições, alçando, paradoxalmente, as crianças à condição de sujeitos políticos, porém
ainda como concessão da racionalidade adulta.

22ª QUESTÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 apresenta orientações acerca do funcionamento escolar.
A esse respeito, as seguintes afirmativas foram apresentadas como constantes na Lei:
I - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e
aprendizagem das crianças.
II - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de
60% (sessenta por cento) do total de horas.
III - garantia de funcionamento do ano letivo nas creches públicas sem interrupção para férias ou
recessos.
IV - os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade,
da cultura, da economia e dos educandos.

Assinale a alternativa que contém as orientações corretas, segundo a LDB.


(A) I, II, e III.
(B) I, II, e IV.
(C) I, III, e IV.
(D) II, III, e IV.

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23ª QUESTÃO
Durante uma conversa com uma turma de crianças de 4 e 5 anos, uma professora diz:
– Eu trouxe uma poesia. Quem sabe o que é poesia?
Uma das crianças responde prontamente:
– Poesia é uma menina pequenininha.

A maneira como se escuta e se compreende o que dizem as crianças está diretamente relacionada
a determinada compreensão de linguagem e conhecimento.

Ao analisar a resposta da criança, à luz da legislação atual e dos estudos contemporâneos sobre
educação infantil, é correto dizer que
(A) trata-se de uma fala que demonstra a pureza e a ingenuidade das crianças, dimensões
comuns nas falas infantis. O olhar das crianças precisa ser valorizado e reconhecido por sua
especial beleza e capacidade de transformar.
(B) a criança ainda não alcançou o desenvolvimento linguístico e cultural necessário para
compreender a pergunta da professora e seu vocabulário deverá ser enriquecido pelas
vivências e experiências oferecidas a ela na educação infantil. Por essa razão, sua resposta
foi incoerente e descontextualizada.
(C) a resposta indica a compreensão de poesia da criança, expressando os conhecimentos que
ela adquiriu nas aulas sobre gêneros textuais e demonstra que ela está em processo de
apreensão deste conceito, no entanto, é capaz de refletir e dialogar com a professora,
mesmo se tratando de um conceito complexo.
(D) a resposta permite ver que os princípios de estruturação dos sentidos e a relação com a
linguagem por parte das crianças são fundamentalmente diferentes daqueles pelos quais se
orientam os adultos. A experiência da linguagem na infância não depende de sentidos e
lógicas habitualmente usados para comunicar e, com isso, possibilitam uma abertura para
formas de racionalidade não hegemônicas.

24ª QUESTÃO
Uma turma de crianças de 4 anos brincava na horta, fazendo escavações. Encontraram tesouros:
pequenos pedaços de carvão. De volta à sala, compartilharam suas ideias sobre como aqueles
pedaços de carvão surgiram na horta:

Leandro: Alguém cavou e botou muito carvão e foi embora e amassou a terra e ficou até
secar.
Ester: Eu acho que alguém colocou muita areia lá e colocou pedra e sumiu embaixo da areia.
Gustavo: Quando colocou uma coisa bem bem preta em cima da terra e aí quando pega uma
máquina de carvão e de areia e mistura muito bem e aí, depois… Então eu já sei o que
aconteceu: foi isso que o Paulo e o Geraldo acharam na areia.

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Paulo: Eu acho que as formigas botaram no sol e ficaram queimadas até ficar preta, e botaram
numa máquina para ficar muito mais preta.
Mariana: Olha, eu acho que a aranha colocou lá. Aí, misturou, misturou, misturou até colocar
na terra. Aí, depois, jogaram. Aí, depois, colocaram aquele tesouro lá e aí alguém achou, o
Leandro e todo mundo. Aí, eu acho que esse tesouro era para todo mundo dessa sala.
José: Eu acho que quando a pedra fica muito velha… aí, eu acho que é preta.
Germano: Olha, a pedra era muito preta, muito preta e ficou cinza e secou, secou, secou,
secou… e ficou cinza e ficou enorme, enorme, enorme etc., pequenininha, enorme,
pequenininha, enorme. Toda hora. Aí, a pedra ficou crescendo, crescendo.
Alessandro: Eu acho que eles pintaram a pedra e depois secou muito e depois e o sol...
depois cresceu por causa do sol, só isso.
Geraldo: Eu acho que alguém pegou pintou, pintou e deixou até secar, deixou lá no sol, e
secou rapidinho e ficou lá na areia.
Iracema: Quando as pedrinhas cresceram, alguém pegou e tampou. Aí, o Paulo e o Geraldo
pegaram, e o Vinícius também.
Gilmar: Eu acho que alguém pegou lá, e aí jogou lá nas plantas, e aí jogou lá no céu, e voltou
e caiu lá na cabeça.

As narrativas infantis – verbais, plásticas, gestuais – assumem importante papel na imbricação das
noções contemporâneas de criança e infância e, consequentemente, no desenvolvimento do
currículo e do cotidiano nas instituições de educação infantil.

Assinale a alternativa que articula corretamente essas noções com a vivência relatada acima.
(A) A diversidade e a riqueza das narrativas das crianças a respeito de seu achado dá pistas
sobre a etapa em que se encontram no desenvolvimento da oralidade e na estruturação de
seu discurso, inclusive na observação de como algumas das crianças apresentam ainda
traços gestuais em sua fala.
(B) As narrativas das crianças, e os interesses que fazem notar, apresentam uma excelente
oportunidade para o desenvolvimento de um projeto que explore os conhecimentos da
geologia, uma vez que fica claro que pouco ou nada real sabem sobre o assunto, apoiando
suas explicações em noções fantasiosas.
(C) As fronteiras entre realidade e fantasia, e a aparente dicotomia existente entre essas, não
se sustentam ao nos referirmos à maneira como as crianças se apropriam da realidade,
transpondo-a e reconstruindo-a criativamente pelo imaginário.
(D) A capacidade de transposição imaginária e a não literalidade marca uma etapa específica
no desenvolvimento infantil, que deve ser incentivada e enriquecida de modo que em um
momento posterior a criança possa distinguir corretamente realidade e fantasia.

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25ª QUESTÃO
“No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias e não das
coisas [...].”. (VYGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
1998. p. 128)
Considere as seguintes situações:
I – Duas crianças pegam blocos lógicos para brincar. Enquanto uma criança constrói um trem com
as peças, a outra pega apenas as peças circulares e as joga no chão para rolarem, uma a uma, até
baterem na parede.
II – Diante de uma bandeja com canetinhas para colorir e folhas de papel, uma das crianças tira
todas as tampas das canetas e as põe em seus dedos. Após o feito, verbaliza: “eu sou um monstro!”.
III – Um grupo de crianças pega um jogo de memória e as crianças sentam juntas para brincar, já
sabendo respeitar as regras, sem precisar da mediação da professora.
IV – Ao usar um chapéu de bruxa, a criança dá uma gargalhada esganiçada, tentando assustar seu
colega

As situações que exemplificam a afirmação de Vygotsky são


(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) III e IV.

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TERCEIRA PARTE – QUESTÕES DISCURSIVAS

1ª QUESTÃO
Valor total da questão: 25 pontos
Valor do item a: 12,5 pontos
Valor do item b: 12,5 pontos

Procurei falar da escola como elemento básico da vida social e cultural,


trazendo para o debate quatro aspectos que, no meu entender, são os
elementos básicos da própria ação da escola: cidadania – que chamei de
água, evocando a necessidade de forjar a consciência da qualidade da
escola pública para todos como a da água que bebemos; cultura – que
relacionei ao ar que respiramos, para destacar a importância
simultaneamente da tradição cultural de cada grupo, de seus valores, suas
trajetórias, suas experiências, seu saber, e do acesso ao acervo cultural
disponível a cada momento da história; conhecimento que chamei de terra,
para falar da importância do saber científico e do direito de todos a dele
tomar posse e com ele produzir e criar; por fim, falei da paixão pelo
conhecimento e da formação que, como a indignação, a resistência e a luta
pela mudança, chamei de fogo. (KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Leite.
(orgs.). Infância e produção cultural. Campinas: Papirus, 2010, p. 22).

Considerando a citação de Kramer:


a) Como podemos entender o tema da cidadania no trabalho pedagógico na Educação Infantil?
(Até 10 linhas)

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b) Articule o texto de Kramer com outra frase da própria autora: “Contra uma escola que busca
a homogeneidade, penso que a escola precisa aprender a lição de que a heterogeneidade
é riqueza, não obstáculo.” (KRAMER, 2010, p. 23) (até 10 linhas).

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2ª QUESTÃO
Valor total da questão: 25 pontos

Um pequeno grupo de crianças de 4 anos observa alguns besouros sendo carregados e devorados
por formigas e logo sua atenção é capturada por manchas em um muro acima de uma pequena
depressão no terreno. As crianças começam a conversar sobre o que está escrito no muro e pedem
à professora Angelina que leia. Ela diz que não consegue, que não sabe o que está escrito. As
crianças começam a ler as manchas na parede, marcando o ritmo da leitura com as mãos passando
pelas manchas:

– Aqui tá escrito: cemitério. – diz Maurício


– Aqui não! Tá escrito: Cuca. – contrapõe Igor.
– Acho que não tá escrito isso. – comenta Maurício.
– Olha: uma Cuca tá aqui. – elabora Igor.
– Não, eu acho que não tá escrito isso! Tá escrito: alguém morreu. Tá escrito isso: alguém
morreu. – defende Maurício.
– Não! Mentira! Tá escrito: a Cuca morreu. – afirma Igor.
– É, tá escrito isso: a Cuca morreu. – concorda Maurício.
– Ih, será que ela tá enterrada aqui? Bora ver! – sugere Igor.
As duas crianças começam a cavar. Um colega se aproxima, e Igor e Maurício compartilham
suas leituras. José Paulo, então, pergunta à Angelina sobre o que está escrito no muro, que
reafirma não saber.
– Sabe sim. Você sabe ler tudo! – José Paulo comenta.
– Sabe sim. Você sabe ler um livro todo. Você lê tudo. – reafirma Maurício.
– Não sei. Não consigo ler o que está escrito no muro. Eu sei ler muita coisa, mas não consigo
ler tudo. – explica Angelina.
José Paulo vai embora brincar de outra coisa. Estela se junta a Igor e Maurício que voltam a
compartilhar suas leituras:
– Tá escrito: jacaré. Uma criança de outra turma falou que tem um jacaré enterrado aqui. É
melhor a gente não cavar. – fala Maurício.
– Tá escrito: tubarão. – diz Igor.
– Não. Tá escrito: tesouro! Acho que tem um tesouro enterrado aqui! – contrapõe Maurício.

Igor, Maurício e Estela começam a cavar novamente, revigorados pela expectativa de descobrir
tesouros enterrados.

Comente a situação relatada, considerando as relações entre as crianças e o mundo letrado e as


possibilidades que se abrem à ação docente na Educação Infantil. (Até 20 linhas).

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3ª QUESTÃO
Valor total da questão: 25 pontos

Quando se pode falar sobre sentimentos (repito: raiva, amor, medo,


confiança, tristeza, dor), eles deixam de ser assustadores. Precisamos
aprender a ter esse tipo de escuta também. O desenvolvimento dos
sentimentos, a educação na sensibilidade, permite-nos refletir de uma forma
nova e crítica e eliminar velhos preconceitos. Os sentimentos nos pedem
para assumir responsabilidades em relação a eles mesmos, o que demanda
coragem: a coragem de admiti-los e descrevê-los. (RINALDI, Carla.
Diálogos com Reggio Emilia: escutar, investigar e aprender. Tradução
Vania Cury. São Paulo: Paz e Terra, 2012. p. 176).

Nesse texto, Rinaldi traz a importância de falar e escutar sobre os sentimentos na creche e
pré-escola, entendendo que esse assunto trata das relações construídas com base no
conhecimento de si.
Em situações cotidianas, de que forma o(a) professor(a) pode dialogar com as crianças sobre os
sentimentos? Indique, em sua resposta, mediações possíveis. (Até 20 linhas)

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4ª QUESTÃO
Valor total da questão: 25 pontos

As crianças encontraram pela escola marcas de tinta que identificaram como pegadas. Elas
espontaneamente levantaram suas hipóteses.
Daniela diz:
– Eu sou uma detetiva e acho que é uma onça com as garras.
João responde:
– Não existe onça, só existe leão.
Algumas crianças perceberam que havia uma pista que indicava que o suposto animal havia
visitado a escola e depois entrado pelo mato para voltar à sua casa na floresta (as crianças
se referiam ao terreno vizinho à escola, que tinha algumas árvores, como “floresta”).
Diego explicou:
– O leão passou por ali na floresta, veio aqui e depois voltou por ali.
Aurora se animou:
– Eu tive uma ótima ideia! Que tal a gente procurar uma roupa de detetive e investigar essas
pegadas do leão, do dinossauro, de tudo? Aí a gente se transforma em detetive.
Daniela, então, conclui:
– Essa bola é mágica e vai levar a gente até o caminho. A gente vai precisar de espelho para
os olhos e roupa de detetive.

De acordo com Hoffmann,


abordar o tema “Avaliação e Educação Infantil” é bastante complexo, porque
não se pode deixar de articulá-lo a questões que lhe são pertinentes, tais
como a concepção de infância na atualidade, as teorias de construção do
conhecimento, as questões curriculares e a constituição do cenário
educativo para crianças de zero a seis anos. (HOFFMANN, Jussara.
Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre as crianças.
Porto Alegre: Mediação, 1996. p. 10)

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Escreva um trecho do relatório individual de uma das crianças mencionadas no relato, considerando
a afirmação de Hoffmann sobre avaliação e educação infantil (Até 20 linhas).

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