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Nutrição no idoso: Diagnóstico e Tratamento

Benefícios da Dieta Mediterrânea na


Terceira Idade
Nutrição no idoso: Diagnóstico e Tratamento

Benefícios da Dieta Mediterrânea na Terceira Idade


Gabriela P. C. Oliveira

Data 1993 a introdução da clássica Dieta Mediterrânea pela Oldways, uma


organização educacional preocupada com a promoção de hábitos alimentares saudáveis,
juntamente com a Harvard School of Public Health e a European Office da Organização
Mundial de Saúde. Baseada nas tradições alimentares de Creta, Grécia e sul da Itália, está
relacionada à redução da incidência de doenças crônicas e aumento da expectativa de
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vida.
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Os principais componentes da dieta mediterrânea estão relacionados a seguir:

1. Grãos, vegetais e frutas. Estão presentes na maior parte das


refeições. São fontes importantes de vitaminas, minerais,
antioxidantes e fibras. Os grãos, em sua maioria, são ingeridos na
forma integral. As frutas podem ser frescas ou secas e o suco de fruta
sem açúcar.

2. Azeitona e azeite de oliva. Considerados o pilar deste padrão


alimentar, são universalmente utilizados. O azeite de oliva é a
principal fonte de gordura alimentar usada para cozinhar e temperar
os alimentos. Seus benefícios à saúde estão fortemente relacionados
à presença dos fitonutrientes e outros micronutrientes,
especialmente no azeite de oliva extra-virgem.

3. Nozes, feijão, legumes e sementes, boas fontes de gordura


saudável, proteína e fibras.

© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei no. 9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos
autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade
material e intelectual.
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4. Ervas e temperos. Conferem aroma e sabor aos alimentos,


reduzindo a necessidade de sal e gordura de adição. Ricos em uma
variedade de antioxidantes.

5. Queijo e iogurte. Consumidos em baixas a moderadas


quantidades, preferencialmente pobres em gordura.

6. Peixe, crustáceos e moluscos. Atum, arenque, sardinha, salmão e


dourado são ricos em ácidos graxos ômega-3. Geralmente não são
fritos na cozinha mediterrânea.

7. Ovos. Excelente fonte de proteína, especialmente para quem não


come carne. Geralmente são cozidos na cozinha mediterrânea.

8. Carne vermelha. Consumidas em pequenas porções e baixa


freqüência (340 a 450 gramas/mês), sendo os cortes magros
preferenciais.

9. Doces. Consumidos em pequenas porções; geralmente as frutas


são escolhidas para finalizar a refeição. Sorvete e sorbet são
consumidos poucas vezes na semana e em pequenas porções.

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10. Vinho. Consumo regular, mas moderado: 1-2 taças/dia para os


homens
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e 1 taça/dia para as mulheres.

11. Água. Consumo de 6 a 8 copos/dia.

A Pirâmide da Dieta Mediterrânea representa visualmente estas características (Figura 1).

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Figura 1. Pirâmide da Dieta Mediterrânea.

© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei no. 9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos
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Nutrição no idoso: Diagnóstico e Tratamento

Atualmente inúmeros benefícios para a saúde têm sido revelados para aqueles que
adotam este padrão alimentar, que na realidade é mais do que isto, é um estilo de vida:
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redução da mortalidade através da prevenção primária de doenças crônicas; redução dos
fatores de risco para doença cardiovascular (¯ LDL e ­ HDL, ¯ pressão sanguínea, melhora
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da resposta inflamatória, inibição da agregação plaquetária); redução da prevalência de
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obesidade, síndrome metabólica e câncer; melhora da função cerebral; redução do risco
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para depressão, doença de Alzheimer e de Parkinson e melhora da artrite reumatóide. Na
população idosa, destacam-se os últimos cinco benefícios.
A maior adesão à dieta mediterrânea tem sido
relacionada com a proteção e o rejuvenescimento
mental dos idosos. Recente estudo francês com 1050
idosos demonstrou que é possível proteger a saúde
mental com altos níveis sanguíneos de gorduras
saudáveis. Nesta população, a melhora da função
cognitiva foi relacionada com altos níveis de ingestão
de DHA e menor razão ômega-6: ômega-3, através da
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dieta mediterrânea. Pesquisadores americanos observaram os hábitos alimentares de
4.000 idosos e testaram a memória para palavras e matemática. Os idosos que seguiram o
padrão alimentar mediterrâneo com consumo regular de peixe, legumes, vegetais, vinho,
frutas e azeite de oliva, tiveram um declínio cognitivo mais lento ao longo do tempo
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comparado com aqueles que seguiram o U.S. Dietary Guidelines.
Idosos que consomem mais azeite de oliva, um dos pilares da dieta mediterrânea, podem
ter o risco de acidente vascular cerebral (AVC) reduzido. Um estudo realizado com 7.000
pessoas com idade acima de 65 anos na França, por mais de 5 anos, revelou que as
pessoas que consumiram mais azeite de oliva diminuíram seu risco de ter um AVC em
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41%.
Alta aderência à dieta mediterrânea, através do consumo de frutas, nozes, ácidos
graxos monoinsaturados e legumes, tem um potencial papel protetor na prevenção de
desordens depressivas.15 Mais recentemente, a relação entre dieta mediterrânea e
depressão em idosos com doença cardiovascular também foi estudada. Os sintomas
depressivos nesta população aumentaram o risco de recaídas; no entanto, nos idosos com
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maior adesão à dieta mediterrânea esta relação não foi encontrada.
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As intervenções da dieta mediterrânea demonstram efeitos positivos na prevenção e


gestão de várias condições crônicas em idosos. Para tanto, são necessárias técnicas de
mudança de comportamento são comumente relatadas, com instruções sobre o que
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consumir, apoio social e fornecimento de informações de uma fonte confiável.

Bibliografia
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2. Sofi F, Cesari F, Abbate R, et al. Adherence to Mediterranean diet and health status: meta-analysis. BMJ.
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particles. J Nutr Biochem. 2006 Oct;17(10):645-58.
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incidence: the Greek EPIC cohort. Br J Cancer. 2008 Jul 8;99(1):191-5.
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Bibliografia
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decline in a community population. Am J Clin Nutr. 2011 Mar;93(3):601-7.
14. Samieri C, Féart C, Proust-Lima C, et al. Olive oil consumption, plasma oleic acid, and stroke incidence:
17
The Three-City Study. Neurology. 2011 Aug 2;77(5):418-25.
15. Sánchez-Villegas A, Delgado-Rodríguez M, Alonso A, et al. Association of the Mediterranean dietary
pattern with the incidence of depression: the Seguimiento Universidad de Navarra/University of Navarra
follow-up (SUN) cohort. Arch Gen Psychiatry. 2009 Oct;66(10):1090-8.
16. Chrysohoou C, Liontou C, Aggelopoulos P, et al. Mediterranean diet mediates the adverse effect of
depressive symptomatology on short-term outcome in elderly survivors from an acute coronary event.
Cardiol Res Pract. 2011;2011:429487. Epub 2011 May 9.
17. Turner A, LaMonica HM, Flood VM. Behaviour Change Techniques Used in Mediterranean Diet
Interventions for Older Adults: A Systematic Scoping Review. Nutrients. 2023 Feb 27;15(5):1189.

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