Você está na página 1de 14

Esfregaço Sanguíneo

Sumário
Por que fazer este exame? ........................................................................................................... 2

A Amostra ................................................................................................................................. 2

Quando fazer este exame? .......................................................................................................... 3

O que está sendo pesquisado? .................................................................................................... 3

Preparação................................................................................................................................. 4

Como é utilizado? .................................................................................................................... 4

Alterações na lâmina ................................................................................................................... 4

Hemácias ................................................................................................................................... 4

Leucócitos ................................................................................................................................. 5

Plaquetas ................................................................................................................................... 6

Colorações ..................................................................................................................................... 7

Como fazer a coloração? ......................................................................................................... 8

Observação da lâmina.................................................................................................................. 9

Como deve ser feito o esfregaço?......................................................................................... 11

DESVANTAGENS ..................................................................................................................... 13

VANTAGENS ............................................................................................................................. 14
Esfregaço Sanguíneo

Por que fazer este exame?


● Para determinar se hemácias, leucócitos e plaquetas têm aspecto e número normal
● Para diferenciar os diferentes tipos de leucócitos e determinar suas percentagens
relativas no sangue
● Para auxiliar no diagnóstico de deficiências, doenças e distúrbios que envolvem a
produção, função e destruição de células do sangue
● Para monitorar a produção e a maturidade das células do sangue em doenças como
leucemias, durante radioterapia ou quimioterapia
● Para pesquisa de variantes da hemoglobina.

A Amostra
Pode ser uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço ou por uma picada no dedo,
orelha ou, no caso de bebês, no calcanhar

Seu profissional de saúde também pode solicitar um esfregaço sanguíneo se você


apresentar sintomas de um distúrbio do sangue. Esses sintomas incluem:
● Fadiga
● Icterícia
● Palidez
● Sangramento incomum, inclusive do nariz
● Febre
● Dor óssea
Quando fazer este exame?
● Quando os resultados do hemograma estão anormais (é examinado o esfregaço de
sangue é feita uma contagem diferencial de leucócitos para determinar a presença
de células anormais ou imaturas).
● É pedido principalmente para avaliar as populações de células quando o
hemograma com diferencial realizado por um contador automático indica a
presença de células anormais ou imaturas.
● Quando o médico suspeita de uma deficiência, doença ou distúrbio que possa
afetar a produção de células do sangue.
● Quando o paciente é tratado com medicamentos que podem afetar a produção de
células do sangue.
● Pode precisar de um esfregaço sanguíneo se foi exposto a carrapatos ou viajou para
um país em desenvolvimento, ou se o seu profissional de saúde achar que você
apresenta uma doença causada por um parasita, como a malária
● OBS: Não é necessária nenhuma preparação para fazer o exame (como no
hemograma que tem que estar de jejum)

O que está sendo pesquisado?


● O esfregaço de sangue permite avaliar leucócitos, hemácias e plaquetas. O número
de cada tipo de célula varia mas, em geral, é mantido dentro de limites específicos.
Os números podem ser alterados com doença, estresse, exercícios intensos ou
fumo.
● Permite avaliar se o tamanho, forma e aspecto das células correspondem ao que é
considerado normal
● É possível distinguir cinco tipos diferentes de leucócitos e determinar a proporção
de cada um contando pelo menos 100 leucócitos sucessivos
● A gota de sangue na lâmina contém milhões de hemácias, milhares de leucócitos e
centenas de milhares de plaquetas.

Preparação
Para preparar um esfregaço, é espalhada uma gota de sangue em uma camada fina sobre
uma lâmina de vidro e corada com corantes especiais. Depois de seca, a lâmina é
examinada por um especialista usando um microscópio.

Como é utilizado?
Se há suspeita de anormalidades de hemácias, leucócitos ou plaquetas anormais, o
esfregaço de sangue continua a ser o melhor método de avaliação e identificação
definitiva de células imaturas ou anormais.
Em condições normais, são liberadas na circulação apenas células maduras e normais. Há
algumas circunstâncias em que a medula óssea é forçada a liberar células imaturas ou mal
formadas na circulação. A presença de números significativos de células anormais sugere
uma doença subjacente.

Alterações na lâmina

Hemácias
Hemácias normais e maduras têm tamanho uniforme (7 µm) e não possuem um núcleo
como a maioria das outras células.
São redondas e achatadas (discóide), com uma depressão no meio (bicôncavas).
Devido à hemoglobina, sua cor é rosa com um centro pálido quando se usa a coloração de
rotina.
As irregularidades presentes podem incluir:
● Anisocitose – Hemácias de tamanhos variados. Menos de 7µm - chamada
microcitose, e mais de 7 µm - macrocitose.
● Poiquilocitose – Hemácias de formatos variados, podendo incluir equinócitos,
acantócitos, eliptócitos, ceratócitos, hemácias afoiçadas, hemácias em alvo,
hemácias em gota, esquizócitos e hemácias em rouleaux.

Leucócitos
Leucócitos, as células brancas, têm um núcleo cercado de citoplasma.
Todos os leucócitos derivam de células tronco da medula óssea. Nesta, elas se diferenciam
em dois grupos: células mieloides e células linfoides.

Formam, então, cinco tipos diferentes de leucócitos:

● Neutrófilos - Células que têm grânulos róseos ou púrpura no citoplasma.


Compreendem a maioria dos leucócitos no sangue de adultos normais.
● Eosinófilos - Reconhecidos com facilidade por seus grânulos grandes e
alaranjados. Em geral, são em pequeno número (1-3%), mas podem estar em
número maior em pessoas com alergias ou com parasitoses.
● Basófilos - Têm grandes grânulos negros e são o tipo menos encontrado (menos de
1%). É raro o aumento do número de basófilos, mas pode ser ocorrer em algumas
leucemias, varicela, colite ulcerativa e após imunizações.
● Monócitos - São os maiores leucócitos (12-20 µm), que ingerem e destroem
partículas estranhas (fagocitose), como restos celulares e bactérias.
● Linfócitos - São os menores leucócitos (10-12 µm), têm um citoplasma homogêneo
e um núcleo redondo e uniforme. São responsáveis pela produção de anticorpos
(imunoglobulinas).

Plaquetas
● São fragmentos de células gigantes da medula óssea chamadas megacariócitos.
● Quando há lesão de um vaso sanguíneo, as plaquetas se agregam, formando um
tampão que inicia a coagulação do sangue.
● É necessário um número suficiente de plaquetas para controlar hemorragias.
● O número de plaquetas baixo prejudica a capacidade de formar coágulos e pode
resultar em risco de vida.
● Em algumas pessoas, são produzidas plaquetas em excesso, o que interfere no fluxo
sanguíneo e aumenta o risco de trombose. Essas mesmas pessoas também podem
ter sangramentos porque as plaquetas têm função alterada, mesmo que
mantenham o aspecto normal.
A contagem de plaquetas em geral é parte do hemograma. Um número muito baixo ou
muito alto pode ser melhor avaliado com a preparação de um esfregaço de sangue para
observar anormalidades de forma ou de tamanho.

Colorações
Existem muitas variações como a coloração de Leishman, Giemsa, Wright ou May-
Grünwald. Tratam-se de modificações da coloração a base de corantes Romanovsky.
A mistura de corantes inclui um corante básico e um corante ácido, consistindo
basicamente em azul de metileno e eosina Y (ou similar).
● Coloração de Wright: Esta coloração é frequentemente utilizada para a análise de
esfregaços sanguíneos. Ela consiste em corantes como eosina e azul de metileno.
O corante eosina cora os componentes ácidos do citoplasma, enquanto o azul de
metileno cora os componentes básicos, como o núcleo das células.
● Coloração de Giemsa: Esta é outra coloração comumente usada em hematologia.
Ela consiste em uma mistura de corantes azul e eosina com metanol e glicerina. A
coloração de Giemsa é especialmente útil na identificação e classificação de células
sanguíneas, incluindo diferentes tipos de leucocitos e plaquetas.

Como fazer a coloração?


1. Fixação do esfregaço: Antes da coloração, o esfregaço sanguíneo deve ser fixado.
Isso é feito geralmente mergulhando o esfregaço em uma solução fixadora, como
metanol puro ou álcool metílico. A fixação ajuda a preservar a morfologia das
células sanguíneas e impede que elas se deformem durante o processo de
coloração.

2. Preparação da solução corante: A solução corante é preparada diluindo-se o


corante em um solvente apropriado. Por exemplo, a solução de Wright-Giemsa é
preparada diluindo-se o corante em uma solução tampão.

3. Coloração do esfregaço: O esfregaço fixado é então imerso na solução corante por


um período específico de tempo, geralmente alguns minutos. Durante esse tempo,
as células sanguíneas absorvem os corantes, resultando na coloração das diferentes
estruturas celulares.

4. Enxágue: Após a coloração, o esfregaço é cuidadosamente enxaguado em água


corrente ou em uma solução tampão para remover o excesso de corante e evitar a
formação de precipitados.

5. Secagem: O esfregaço é então deixado secar ao ar ou é seco com cuidado usando


ar comprimido ou outra fonte de calor suave.
6. Montagem: Após a secagem completa, o esfregaço pode ser montado em uma
lâmina de vidro e coberto com uma lamínula para proteção.

Observação da lâmina
1. Cabeça da lâmina: região imediatamente após o local em que estava a gota
sanguínea. Nessa região, com frequência, há aumento do número de leucócitos
(principalmente de linfócitos).
2. Corpo da lâmina: região intermediária entre cabeça e cauda. É nessa região que
os leucócitos, hemácias e plaquetas estão distribuídas de forma mais homogênea.
É a área de escolha para a análise qualitativa e quantitativa da distensão sanguínea.
3. Cauda da lâmina: região final da distensão sanguínea. Nessa região, há encontro
de alguns esferócitos e elevação de monócitos e granulócitos, que podem
apresentar maior distorção morfológica.
Como deve ser feito o esfregaço?
Para realizar a técnica dos esfregaços sanguíneos, é utilizada uma lâmina limpa, sem
resquícios de gordura ou outros materiais e outra lâmina distensora igualmente limpa.
O esfregaço ideal deve ser livre de falhas e paradas, não muito espesso, nem fino demais
e sem falhas na cauda.

Material: Lanceta ou agulha de injeção, papel filtro, álcool e lâminas lavadas com álcool
e secas.

1. A lâmina deve ser limpa com álcool e seca com papel filtro para iniciar o procedimento.
2. Com uma lanceta estéril deve-se coletar a amostra.
3. A amostra deve ter de 1 a 2 cm de diâmetro para iniciar o procedimento.
4. Colocar o lado da lâmina com o qual se fará o esfregaço sanguíneo num ângulo de 45°
com a face superior da lâmina.
5. Fazer com a lâmina preparada um ligeiro movimento para trás até encostar-se à gota
de sangue, deixando então, que a gota se difunda uniformemente, ao longo de toda borda
por capilaridade.
6. Levar a lâmina preparada para frente de modo que ela carregue a gota de sangue, que
se estenderá numa camada delgada e uniforme. É essencial escorregar a lâmina de uma
vez, sem detê-la.
7. O movimento de extensão deve ser uniforme. O sangue deverá ser puxado pela lâmina
preparada e não empurrado pela mesma. Secar ao ar livre. Não se deve aquecer o esfregaço
sanguíneo para secá-lo.
8. Deve-se identificar a lâmina com lápis.

Ver imagem na próxima página.


DESVANTAGENS
● Os achados do esfregaço de sangue nem sempre são diagnósticos. Muitas vezes
indicam a presença de uma doença e sua gravidade, e sugerem a necessidade de
outros exames diagnósticos.

● Um esfregaço sanguíneo pode não fornecer informações suficientes para o seu


profissional de saúde fazer um diagnóstico. Se algum resultado do esfregaço
sanguíneo não for normal, seu profissional de saúde provavelmente solicitará mais
exames.

● Por ser espalhado, ocupa maior área da lâmina, o que dificulta a identificação de
baixa parasitemias

● É sujeito a variações técnicas (a qualidade varia de acordo com a habilidade do


técnico

● Só fornece informações, principalmente, sobre a morfologia das células e não


fornece informações da sua função ou composição

● A interpretação requer experiência e treinamento adequado para avaliar as


anomalias.

Algumas situações que podem afetar ou invalidar os resultados de um esfregaço


de sangue incluem:
● O paciente recebeu uma transfusão de sangue recente.
● O paciente tem níveis elevados de proteínas.
○ Níveis elevados de proteínas no sangue podem afetar a viscosidade e a densidade
do sangue, o que pode influenciar na distribuição e na aparência das células
sanguíneas no esfregaço
● Amostra coagulada.
○ A formação de coágulos sanguíneos compromete a dispersão uniforme das células
sanguíneas no esfregaço
● Sangue colhido no tubo errado ou em quantidade insuficiente.
● Preparação ou coloração do esfregaço inadequado.
○ Se a preparação ou a coloração do esfregaço não forem realizadas corretamente,
isso pode dificultar a identificação e a interpretação precisa das células sanguíneas

VANTAGENS
● Há pouquíssimo risco em fazer um exame de sangue. Você pode ter uma leve dor
ou hematomas no local em que a agulha foi inserida, mas a maioria dos sintomas
desaparece rapidamente.

● Você não precisa de qualquer preparação especial para um esfregaço sanguíneo


(ficar em jejum)

● Baixo custo (em comparação com outras técnicas como a análise de DNA)

● Exige equipamentos menos sofisticados e mais acessíveis


● Por ser fixado e não submetido à desemoglobinação, a perda de parasitos é menor
que a gota espessa
● Processo rápido e acessível para avaliar a morfologia das células sanguíneas
● É útil para diferenciar os diferentes tipos de células sanguíneas e suas anomalias
morfológicas
● Monitoramento de tratamento:
○ O esfregaço sanguíneo pode ser usado para monitorar a eficácia do
tratamento de certas condições médicas, como anemia, leucemia e
distúrbios de coagulação, permitindo uma avaliação visual das mudanças na
morfologia das células sanguíneas ao longo do tempo.

Você também pode gostar