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BIOQUÍMICA CLÍNICA

 Os exames laboratoriais são divididos em três etapas:


- Pré-analítica: Nesta etapa corresponde diretamente ao médico veterinário, onde
ocorre cerca de 70% dos erros com a amostra, que vão desde a colheita do material
até o transporte ao laboratório.
-Analítica: Nesta etapa corresponde ao laboratório, que o médico veterinário
patologista será responsável pela realização do exame e emissão do laudo. Esta etapa
corresponde a 20% dos erros nos exames laboratoriais.
Pós-analítica: Nesta etapa ocorre a emissão do laudo e interpretação deste exame que
corresponde a cerca de 10% dos erros com exames laboratoriais.
Na hora de conversar com o proprietário e examinar o animal, determinar se o pedido
do hemograma do animal será apenas para rotina ou por motivo de alguma doença.

 Tipos de tubos:
O médico veterinário deve ter em mente todos os tubos e quais devem ser utilizados
para cada tipo de exame que será solicitado, abaixo temos a imagem dos tubos e quas
a função de cada um.

Azul (Citrato de sódio): utilizado para realizar teste sanguíneos relacionados a


coagulação sanguínea, como os exames TP e TTP.
Vermelho ou amarelo (com ou sem ativador de coágulo): é utilizado para realizar
testes bioquímicos.
Verde (Heparina): é utilizado para realização de hemogramas em aves e repteis.
Roxo (EDTA): Este tubo deve ser utilizado para realização do hemograma, sendo o
EDTA um anticoagulante, fazendo que o sangue não forme coágulo, caso seja
coletado/armazenado/transportado da maneira correta.
Cinza (Floureto com EDTA): deve ser utilizado para a realização da dosagem de glicose
presente no sangue.
 Cuidados que devem ser tomados com a amostra:
- Após a coleta deve ser feita uma homogeneização lenta da amostra (8-10 vezes).
- Enviar a amostra sempre refrigerada, em casos que a mostra será refrigerada com
gelo, não a deixar encostar no gelo para que não haja alteração desta amostra.
- Sempre deixar os tubos identificados, para que não haja problemas no laboratório.
Sempre colocar o nome do animal, nome da clínica e/ou veterinário.
- As amostras devem ser refrigeradas até no máximo 24hrs, pois após este período a
amostra poderá sofrer alterações que iram atrapalhar na interpretação do exame e
possível diagnóstico.
- Em casos que não seja possível realizar o envio em até 24hrs, o médico veterinário
deve realizar um esfregaço sanguíneo em lâmina para ser enviado ao laboratório.

 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O SORO E O PLASMA:

Plasma: o plasma é a parte do sangue onde os fatores de coagulação


se mantém preservados como a trombina, protrombina e fibrinogênio. Os dois
principais tipos de proteínas do plasma são albumina e globulinas. A albumina
é uma das menores dessas proteínas e é a mais abundante, sendo
responsável por, aproximadamente, 75% da pressão oncótica (pressão
osmótico-coloidal) do plasma vascular, a qual regula o conteúdo de água que
se difunde do sangue para os tecidos

Soro: O soro corresponde à fração líquida do sangue que resta após a


coagulação. Quando a amostra de sangue é coletada sem anticoagulante, a
coagulação subsequente da amostra resulta na transformação de todas as
moléculas de fibrinogênio em fibrina. Portanto, o soro não contém fibrinogênio,
mas sim albumina e globulinas remanescentes.

Divisões do Hemograma: -Hemaceas

-Hemoglobina
Eritograma
-Hematócrito

-VCM/CHCM

Hemograma Plaquetas -Contagem diferencial


e morfologia.

-Contagem total
Leucograma
-Contagem diferencial
(relativa e absoluta)

O soro pode ainda sofrer algumas interferências como se apresentar


ictérico, lipêmico, hemolisados e com isso o médico ter em mente que os
resultados podem ser alterados por conta dessas interferências.

 Espectrofotômetro
Consiste em usar o espectro radiante para estudar as soluções
bioquímicas durante a análise prática, seja manual ou automatizado. Na
técnica básica, um feixe de energia atravessa a solução bioquímica em uma
cubeta e sua absorção oferece informações sobre a qualidade e quantidade
dos componentes presente.
Anemia

Anemia é a diminuição da quantidade de eritrócitos que resulta em


diminuição da oxigenação dos tecidos. A massa de eritrócitos é determinada
pela medição do volume globular (VG, ou seja, hematócrito), do teor de
hemoglobina no sangue ou da contagem de eritrócitos.
A anemia é resultante de uma doença primária, responsável pela
destruição de eritrócitos, podendo ser ocasionada pela perda de sangue
decorrente de hemorragia, pela diminuição da produção de eritrócitos ou por
alguma combinação desses eventos. Os sinais clínicos normalmente estão
relacionados com a diminuição da oxigenação dos tecidos ou com os
mecanismos compensatórios a ela associados, podendo incluir mucosas
pálidas, letargia, intolerância ao exercício, aumento da frequência respiratória
ou dispneia, aumento da frequência cardíaca e sopros induzidos pelo aumento
da turbulência do sangue.

 As anemias ainda podem ser classificadas de acordo com:


- Tamanho das hemácias
- Teor de hemoglobina
- Respostas medular
- Fisiopatogênese.

O tamanho das hemácias e o teor de hemoglobina pode ser medido pelo


hemograma (VCM e CHCM).

- VCM: volume corpuscular médio (tamanho):


- Micricrocítica: pequena
- Normocítica: normal
- Macrocítica: grande

- CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média (cor):


- Hipocrômica: pouca quantidade de hemoglobina
- Normocrômica: normal

- Resposta da medula óssea:


- A anemia é classificada como regenerativa ou não regenerativa com
base na quantidade de eritrócitos imaturos circulantes. (reticulócitos)
- Anemia regenerativa: eritrócitos jovens na corrente sanguínea.
- Anemia não regenerativa: não há eritrócitos jovens na corrente sanguínea.

As anemias regenerativas podem ser causadas por hemólise e/ou hemorragia.


- ANEMIAS HEMORRÁGICAS
AGUDAS: é a perda rápida de sangue e não dá tempo do animal entrar em
quadro morfológico típico de anemia. Muitas vezes é caso cirúrgico
para conter grande hemorragia.
CRÔNICAS: é a perda lenta e gradativa de sangue levando o animal a anemia
com quadro morfológico típico de anemia (quantidade de hemoglobina abaixo
da normalidade). Muitas vezes em razão dos Hemoparasitas sanguíneos.

- ANEMIAS HEMOLÍTICAS:
INTRAVASCULAR = são as que ocorrem dentro da circulação sanguínea
(vasos, capilares, arteríolas e artérias).
EXTRAVASCULAR = são as que ocorrem fora da circulação sanguínea

- Fisiopatológica:
A anemia não regenerativa é resultante de eritropoese defeituosa ou
diminuída. A diminuição da eritropoese pode ter interferência da produção de
neutrófilos e plaquetas que também podem estar diminuída (anemia aplásica)
ou se a produção de eritrócitos está reduzida (hipoplasia) ou ausente (aplasia).
Além disso, a produção de eritrócitos pode ser prejudicada por um
distúrbio intrínseco da medula óssea (causas primárias), como mielofibrose,
mielodisplasia, distúrbios mieloproliferativos ou induzidos por distúrbio
extrínseco (ou seja, doença renal crônica, algumas doenças endócrinas,
doenças inflamatórias, agentes infecciosos, , vírus da anemia infecciosa
equina, vírus da leucemia felina, destruição imunomediada de precursores de
eritrócitos e lesão induzida por medicamentos ou substâncias químicas) -
secundário.
Já a anemia regenerativa é causada por hemólise e hemorragia.

 ERITROPOITINA
É um hormônio produzido principalmente nos rins (95%) e tem a
principal função estimular a medula óssea a produzir hemácias.
Pacientes com IRC possuem quadro anêmico característico (microcitose
e hipocrômica) e em muitos casos necessitam de transfusão.
O medicamento contendo eritroipoetina sintético é utilizado para ajudar a
Medula Óssea na produção das hemácias e hemoglobinas.
Alguns equipamentos bioquímicos automatizados de terceira geração
analisam este hormônio.
FERRITINA
A Ferritina é uma proteína que se localiza principalmente no Fígado,
mas também na Medula óssea, Baço, Coração, Pâncreas e Rins.
• A ferritina é a proteína de reserva do ferro e é encontrada em todas as
células, principalmente naquelas envolvidas na síntese, metabolismo e na
reserva do ferro. No interior de cada molécula da Ferritina é encontrada até
4.000 átomos de Ferro.
• A Ferritina só é dosada bioquimicamente quando está ligada ao Ferro.
• Quando não está ligada ao íon ferro é chamada de Ferritina livre ou
Apoferritina.
• Elevação da Ferritina: em resposta a infecções.
• Diminuição da Ferritina: na carência de ferro e pode ser devida a
perdas excessivas (hemorragias digestivas, ulcerações digestivas) ou à má
absorção de Ferro (diarréias e nas hemopasitoses sanguíneas).

 TRANSFERRINA
Transferrina é uma proteína plasmática do sangue que transporta o íon ferro.
Cada proteína de Transferrina pode transportar até 4 átomos de ferro.
Esta proteína é responsável pelo transporte do ferro do seu local de absorção
no nível intestinal ou nos locais de catabolismo da hemoglobina para os
precursores de células vermelhas na medula óssea ou para os locais de
estocagem de ferro no sistema reticuloendotelial na medula óssea, no fígado e
no baço.

 Perfil diabético Veterinário

 fisiopatologia da diabetes
O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio
denominado insulina. A insulina é responsável pela regulação da glicemia
(nível de glicose no sangue).
A glicose é a fonte de energia para o processo de respiração aeróbica e
necessário que a glicose esteja presente na célula.
Portanto, as células possuem receptores de insulina (tirosina quínase) que,
quando acionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose
presente na circulação sanguínea.
Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro
hormônio antagônico à insulina, chamada de glucagon. Portanto, o glucagon é
secretado pelo pâncreas visando restabelecer o nível de glicose na circulação.

DIABETES MELLITUS: Ocorre tanto em cães quanto em gatos. A Glicose vai


estar aumentado no sangue e dependendo do valor poderá aparecer na
urina

DIABETES MELLITUS EM CÃES:


Pode ser de dois tipos:
- Tipo I (ou diabetes mellitus dependente de insulina): é a mais comum
em cães. Ou seja: Glicemia alta com baixa produção de Insulina.
- Tipo II (ou diabetes mellitus insulinoindependente): é mais rara em
cães. Ou seja: Glicemia alta com quantidade de Insulina normal ou
elevada na corrente sanguínea.

DIABETES MELLITUS EM GATOS:


Pode ser de dois tipos:
- Tipo I (ou diabetes mellitus dependente de insulina): é menos comum
em gatos.
- Tipo II (ou diabetes mellitus insulinoindependente ou Diabetes Tardio):
é mais comum em gatos de forma parecida com a do Humano: pode
surgir após certa idade se houver descompasso na dieta e peso.

Sede excessiva
Aumento de peso ou perda de peso
Aumento do apetite
Falta de disposição
Formação de cataratas
Aumento da quantidade de urina (poligúria)
Urina atraindo formigas
Diagnóstico Laboratorial do Diabetes
GLICEMIA EM JEJUM
Jejum de 10 a 12 horas (cães e gatos):
Valor normal: 70 à 120 mg/dL (cães)
Valor normal: 70 à 150 mg/dL (gatos)
Resultados alterados:
até 20% à mais do limite = pode ser uma hiperglicemia não diabética (pré-diabética).
acima de 20% do limite = diabetes. Sugerese confirmar com segunda coleta em outro
dia.

GLICEMIA PÓS-PRANDIAL
Toda pós-prandial = será sempre após 2 horas após a dieta (ração habitual).
Valor normal: 70 à 200 mg/dL
Resultados alterados:
➢ acima de 200 mg/dL = suspeita de diabético

GLICEMIA CAPILAR
É a punção de vaso capilar: sugere-se descartar a primeira gota e usar a segunda gota
para mensurar no aparelho portátil.

CURVA GLICÊMICA
Realizado em animais Diabéticos (Glicemia alta).
Pode ser realizado em cães e gatos, mas o animal tem que estar hospitalizado.
Antes da Curva deve medir a Glicemia em jejum.
Se for Curva Glicêmica = injeta-se Insulina na veia e a cada duas horas, por um período
de 24 horas, coleta sangue do animal para avaliação da Glicemia

FRUTOSAMINA
Outras proteínas além da hemoglobina também estão ligada à glicose.
Frutosamina é o nome que damos a esse complexo proteína-glicose,
sendo a principal proteína a ALBUMINA.
A dosagem da Frutosamina nos fornece uma estimativa da glicemia nas
últimas 4 a 6 semanas, pois a vida média de uma albumina é de apenas
1 mês, não sendo assim, tão bom quanto a hemoglobina glicosilada.
A frutosamina é muito útil nos pacientes com anemia grave e na anemia
falciforme.

ANÁLISE DA URINA TIPO I


Análise bioquímica da glicose e corpos cetônicos glicosúria = normal é ausência na fita
bioquímica.
Importante = presença de Glicosúria em Urina é indicativo de Glicemia elevada ou
acima da normalidade.
Toda espécie tem um limiar constante de Glicose no sangue e acima desse valor parte
tende a ser elimina pela urina.
Cetonúria = Normal é estar ausente na urina.
Cetonúria presente na fita reativa urinária = é uma indicação que pode estar
ocorrendo um déficit (deficiência) no metabolismo da glicose no organismo e começa
a ocorrer uma reação cetoacidose. Acompanha a Diabetes Mellitus descompensado.
Tem que ser analisado até duas horas após a coleta porque é muito volátil, dispersa
através de seringas e potes plásticos.
 PERFIL RENAL VETERINÁRIO:

Azotemia: A azotemia é o parâmetro laboratorial que melhor indica problemas


relacionados com o sistema urinário e pode ter origem pré-renal, renal e pós-
renal. A azotemia pré-renal ocorre na hipovolemia (p. ex., desidratação,
choque). A azotemia renal é causada por lesões em um dos cinco locais:
glomérulo, túbulo, interstício, pelve renal ou vasos sanguíneos. A azotemia pós
renal pode ser decorrente de obstrução em qualquer local após o néfron ou na
ruptura de estruturas do sistema urinário.

SDMA (Dimetilarginina simétrica): é um biomarcador presente no rim que


auxilia no diagnóstico precoce de insuficiência renal com acometimento de
apenas 25% do rim. Dosado no sangue.
CISTATINA C: dosado no sangue, detecção precoce da lesão dos glomérulos
(HUMANO)
PROTEINÚRIA: presença de Proteínas na Urina é um sinal que precisa ser
investigado a função renal.
CREATINÚRIA: ideal coletar por cistocentese e dosar creatina.

 PERFIL HEPÁTICO:
O fígado é constituído principalmente por células hepáticas (ou hepatócitos)
que se agrupam formando lóbulos hepáticos, ficam juntos ou separados por
vasos sanguíneos e tecidos conjuntivos
Uma das principais funções do fígado é filtrar o sangue e eliminar as toxinas,
mas também possui muitas outras funções importantes como produzir
proteínas, fatores de coagulação, triglicerídeos, colesterol e bile (em alguns
animais fica armazenado na vesícula biliar para o momento da digestão)
Síntese proteica: o fígado renova suas próprias proteínas e sintetiza várias
outras para o organismo como albumina, fibrinogênio, protrombina e as
lipoproteínas.
Secreção de bile (em alguns animais): função exócrina. Os principais
componentes da bile são a bilirrubina (degradação da hemoglobina) e os
ácidos biliares.
Depósito de metabólitos: glicogênio, vitamina A, gorduras neutras.
Metabolismo: gliconeogênese.
Desintoxicação e Neutralização: muitas toxinas são neutralizadas pelos
processos de oxidação.
Alanina aminotransferase (ALT) ou TGP: Alanina aminotransferase (ALT),
anteriormente denominada transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), é uma
enzima de extravasamento que se apresenta livre no citoplasma. Em cães e
gatos, a maior concentração de ALT é verificada em hepatócitos
(especialmente naqueles da região periportal) e o teste de ALT está incluído no
perfil bioquímico sérico dessas espécies. Às vezes, a determinação da
atividade de ALT é o único teste utilizado para detectar a lesão de hepatócitos
em cães e gatos porque a ALT é muito mais hepatoespecífica do que a AST.
Todavia, a enzima ALT não é totalmente hepatoespecífica; doença ou lesão
muscular grave pode causar aumento da atividade sérica de ALT.
A atividade de ALT no músculo é menor do que no fígado (a atividade de
ALT no músculo esquelético e no músculo cardíaco corresponde a,
aproximadamente, 5% e 25% da atividade hepática, respectivamente).
No entanto, como a massa muscular total é muito maior do que
a massa hepática, o músculo pode ser uma fonte significativa de
extravasamento de ALT.
Em geral, embora o aumento da atividade sérica de ALT em cães e gatos
possa indicar morte de hepatócitos ou lesão subletal dessas células, também
se deve considerar a possibilidade de necrose ou de lesão subletal de células
musculares. Quando há aumento da atividade de ALT, é importante mensurar a
atividade sérica de uma enzima mais específica para lesão muscular (p)
para determinar se a lesão muscular é a possível causa do aumento de ALT.
A concentração de ALT nos hepatócitos de equinos e ruminantes é baixa;
consequentemente, nessas espécies, a atividade sérica de ALT não é útil na
detecção de doença hepática. Quantidade moderada de ALT é constatada em
músculos de equinos e ruminantes; nessas espécies, nota-se aumento
moderado da atividade sérica de ALT quando há lesão muscular;9 assim, ALT
não é incluída no perfil bioquímico sérico de grandes animais. Outras enzimas
músculo-específicas (CK) são mais comumente utilizadas na detecção de lesão
muscular nessas espécies. Também é possível notar aumento da atividade
sérica de ALT em cães com hiperadrenocorticismo ou naqueles que receberam
corticosteroides. Em geral, esse aumento é discreto (duas a cinco
vezes); entretanto, o aumento da atividade de ALT pode variar amplamente
entre os cães submetidos à terapia com corticosteroide, dependendo da dose
do medicamento e da duração do tratamento.
Alguns cães que recebem anticonvulsivantes pode desenvolver hepatopatia
tóxica; nesse caso, pode haver aumento marcante da atividade de ALT devido
à lesão de hepatócitos.
➢ALT MUITO ALTO = na maioria dos casos é hepático

➢ALT MUITO BAIXO = fígado com função quase parado


➢ALT NORMAL E FÍGADO AUMENTADO (no ultrassom) = indicativo
de estar ocorrendo lesão tóxica aguda que ainda não causou lesão no
fígado.

Aspartato aminotransferase (AST ou TGO): está presente em maior


concentração nos hepatócitos e nas células de todas as espécies.
AST é uma enzima de extravasamento encontrada predominantemente no
citoplasma; cerca de 20% estão presentes nas mitocôndrias.
Em equinos e ruminantes, com frequência, determina-se a atividade de
AST como teste de
detecção de rotina da lesão de hepatócitos, pois essa enzima está
incluída na maioria dos perfis bioquímicos séricos de grandes animais e por
causa da baixa concentração de ALT nos hepatócitos (discutida anteriormente).
Nessas espécies, o aumento da atividade sérica de AST pode ser ocasionado
pelas mesmas doenças hepáticas (subletal e necrótica) mencionadas para a
ALT.
O principal problema da AST na detecção de lesão de hepatócitos é sua
baixa de hepatoespecificidade. Como acontece em cães e gatos, o aumento da
atividade sérica de AST em equinos e ruminantes pode ser decorrente não
apenas de lesão de hepatócitos, mas também de lesão muscular. Esse
problema pode ser minimizado, até certo ponto, pela determinação da atividade
de uma enzima músculoespecífica, como a CK, juntamente com AST. É
possível notar aumento da atividade de AST, com atividade de CK normal,
quando a origem de AST for o fígado, sugerindo que houve lesão de
hepatócitos.
No entanto, em tal caso, permanece a dúvida, porque a meia-vida de CK
é menor do que a de AST (Figura 26.4). As atividades séricas de ambas as
enzimas podem estar aumentadas quando há lesão muscular; entretanto, a
atividade de CK pode retornar ao normal antes da atividade de AST.
Esses problemas com o emprego de AST para a detecção de lesão de
hepatócitos em equinos e ruminantes têm levado ao uso de enzimas de maior
hepatoespecificidade (SDH) nessas espécies.
➢ É encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas
mitocôndrias do fígado, músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas
e eritrócitos.

Desidrogenase lática (DHL):


É observado em lesões hepatocelulares de modo geral.
Fosfatase alcalina (FA): Trata-se não de uma enzima, mas de uma
família de enzimas, presente em praticamente em todos os tecidos; no
fígado, é encontrado principalmente na superfície hepatócitos.
O aumento da fosfatase alcalina hepática é mais evidente na obstrução
biliar, onde ocorre acúmulo de sais biliares.
Uso de glicocorticóides pode causar FA aumentada.

Gama-GT (ou Gamaglutamiltransferase ou GGT):


É uma enzima encontrada em grande quantidade no fígado, rins,
pâncreas, intestino e próstata, mas também está presente em vários
outros tecidos. Pode ocorrer elevação nos animais em uso de
anticonvulsivantes e glicocorticóides.

Fatores da coagulação e atividade de protrombina:


O fígado tem papel central na hemostasia, sintetiza a maioria dos fatores
e inibidores da coagulação, além de algumas proteínas do sistema
fibrinolítico e elimina enzimas ativas dos sistemas de coagulação e
fibrinólise; assim, doenças hepáticas severas costumam cursar com
alterações na coagulação.
A falta de fatores de coagulação pode ocorrer por perda da função dos
hepatócitos, mas também por falta de "matéria prima" para a sua síntese
(a síntese da maioria dos fatores de coagulação é dependente da
vitamina K, que não é produzida no nosso organismo e precisa ser
absorvida da dieta).

Albumina:
É principal proteína circulante no organismo e é responsável entre
outras coisas, pelo transporte de substâncias (entre elas medicamentos)
pelo sangue.
O fígado é o principal órgão responsável pela produção da albumina.
Como a meia-vida da albumina é relativamente alta (cerca de 20 a 30
dias), a redução da síntese pelo fígado pode demorar vários dias para
se manifestar laboratorialmente (pela dosagem da albumina no sangue).
Bilirrubinas:
A bilirrubina é o principal componente dos pigmentos biliares, é o
produto da destruição da porção "heme" da hemoglobina e outras
hemoproteínas.
A primeira bilirrubina a ser produzida nesse processo é a bilirrubina
indireta (também chamada de bilirrubina não conjugada): ou seja, não é
conjugada pelo fígado, mas proveniente de hemólise fisiológica ou
patológica das hemácias
Os termos "direta" e "indireta" referem-se ao método criado para
diferenciá-las por van denBergh e Muller em 1916, mas que persistem
até hoje (gerando confusão desnecessária):
- Bilirrubina Direta (BD) = é a conjugada (pelo fígado)
- Bilirrubina Indireta (BI) = é a NÃO conjugada (hemólise)
- Bilirrubina Total (BT) = BD + BI BI = BT - BD

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