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As bases jurídico-romanas inspiraram ordenamentos jurídicos na Europa Ocidental,

especialmente em Portugal, as quais o sistema jurídico brasileiro herdou, assim,


construindo sua história do Direito. Durante o período pré-clássico do Direito
Romano, marcado pela rigidez e formalismo, somente os pontífices e os patrícios,
sacerdotes supremos da religião romana e a elite romana, respectivamente,
conheciam as leis. Diante deste cenário, os plebeus ameaçaram abandonar Roma
caso as leis não fossem democratizadas para o conhecimento de todos, haja vista
que a plebe era constantemente derrotada nos processos judiciais por não possuir
acesso as leis vigentes. Dessa forma, a Lei das XII Tábuas surgiu como o primeiro
documento jurídico romano, disponibilizado entre os anos 451 e 450 antes de Cristo.
Neste documento, considerado a fonte de todo o direito romano as leis foram
escritas em doze tábuas, das quais inspiraram a formação de diversas leis no Direito
Brasileiro, como, por exemplo, na primeira tábua na qual estão contidos 11 itens, o
item 10: “Depois do meio dia, se apenas uma parte comparece, o pretor decidirá a
favor da que está presente”; É apontado como a origem da revelia, prevista no
processo civil brasileiro, que determina: Se o réu não contestar a ação, será
considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras alegações de fato formuladas pelo
autor (art.344 do Código de Processo Civil-CPC/ 2015), assim, demostrando a
influência na legislação brasileira, haja vista que o pretor tomava e fundamentava as
decisões jurídicas e no sistema moderno brasileiro os juízes também fundamentam
suas decisões na legislação codificada vigente. O Direito de propriedade e da posse
abordada na tábua VI, na qual o instituto da usucapião é tipificado no item 5: “As
terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as coisas
móveis depois de um ano.” também é um exemplo da influência das leis romanas na
formulação das leis brasileiras, pois a forma originária de aquisição de propriedade
no Brasil, prevista no Código Civil e na Constituição Federal é o usucapião,
entretanto, com prazos mais longos e algumas especificações como o previsto para
usucapião no Código Civil: 15 anos de posse para a hipótese de bem imóvel-
independentemente de justo título e boa fé. Regulada pelo art.1238 do Código.
Conhecida como usucapião extraordinária.

Logo, é notável a influência do direito romano na formulação das leis brasileiras.


Referências Bibliográficas: SCALQUETTE, Rodrigo A. Lições Sistematizada de
História do Direito; Grupo Almedina (Portugal), 2020. E-book. Código de Processo
Civil, Código Civil. Disponível em: www.jusbrasil.com.br. Acesso em:17/03/2024

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