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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DA GEOGRAFIA

Publicado em 27 de outubro de 2010 por Manuela Rocha Paixão

Manuela Rocha Paixão

Professora de Geografia, licenciada pela

Faculdade de Tecnologia e Ciências FTC/Ead e

especialista em Educação Ambiental pela Unidade

Baiana de Ensino Pesquisa e Extensão - UNIBAHIA

A Geografia é uma disciplina que instiga no aluno o observar, analisar, interpretar e pensar criticamente
a realidade, visando sua transformação. Restringindo a Educação Ambiental a tal saber pode-se dizer
que quase todos os conteúdos previstos em torno do Meio Ambiente podem ser abordados pelo olhar
da Geografia. Assim sendo, suscita a necessidade de discussão e de reflexão quanto à relevância do
ensino da Geografia na educação atual e na Educação Ambiental em particular. Tal inquietação se
justifica em virtude da Geografia ser uma disciplina que visivelmente tem estreita relação com as
questões ambientais, uma vez que ao longo da sua história sempre se tem preocupado com as relações
homem/meio Nessa perspectiva esta pesquisa objetiva identificar as relações entre o conteúdo da
Geografia e as práticas educativas relacionadas à Educação Ambiental nas séries finais do Ensino
Fundamental da rede pública do município de Poções - Bahia. Sendo assim, propõe-se, investigar os
aspectos teóricos e metodológicos que envolvem o ensino da Geografia vinculado às práticas de
Educação Ambiental. No aprofundamento da temática escolhida, foi consultado um referencial teórico
que integra Educação, Meio Ambiente e Geografia, permitindo associar as especialidades destas três
áreas, a fim de ratificar informações a este estudo e ao recorte proposto. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa-quantitativa, de caráter exploratório e descritivo, com base no estudo de caso. Para tanto,
faz-se necessário conhecer o perfil dos professores da área, enfatizando dados de sua formação e de seu
trabalho docente, com o intento de analisar a prática educativa desses profissionais, bem como a
transversalidade com as questões ambientais. Nessa perspectiva infere o reconhecimento da
importância de se trabalhar uma Geografia voltada à formação socioambiental dos alunos, no sentido
de despertar o habitual cuidado com o Meio Ambiente, promovendo teorias voltadas para ações
concretas dentro e além do meio escolar, a fim de suscitar mudanças de caráter ambiental no
pensamento e nas atitudes de uma parcela significativa da população. Espera-se contribuir para a
reflexão crítica quanto à importância de práticas significativas de Educação Ambiental nas escolas, em
especial, acompanhadas ao exercício do ensino da Geografia, destacando o valor educativo dessa
ciência.

Palavras-chave: Ensino. Geografia. Educação Ambiental. Meio Ambiente. Transversalidade.

1 INTRODUÇÃO

A Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das relações entre a sociedade e a natureza, e as
mudanças realizadas pelas sociedades estabelecendo novos valores sociais, criando novos espaços
geográficos. Também estuda a distribuição dos fenômenos físicos, biológicos e humanos, as causas
desta distribuição e as relações locais desses fenômenos.

Nessa perspectiva, esta disciplina instiga no aluno o observar, analisar, interpretar e pensar criticamente
a realidade, visando sua transformação. Sabendo que essa realidade é uma totalidade que envolve
sociedade e natureza, cabe a Geografia levar a compreender o espaço produzido pela sociedade em que
vivemos, relacionando suas desigualdades e contradições, bem como as relações de produção que nela
se desenvolvem e a apropriação que essa sociedade faz da natureza.

A Educação Ambiental se tornou uma fonte importante do conhecimento como ciência social,
implicando diretamente nas transformações mundiais, que se dão, no caráter da espacialidade de toda
prática social onde há uma dialética entre o homem e o lugar, pois este espaço contribui para a
formação do ser humano, contudo isto provoca alterações e transforma o espaço. Essa dialética deve
ser compreendida pelos alunos para que possam tomar consciência de que eles e toda a sociedade são
agentes no espaço, ou seja, são sujeitos das transformações ocorridas no lugar onde vivem, ou não. Este
espaço se refere tanto à realidade micro (sua rua, seu bairro e a região), quanto no macro (sua cidade,
seu estado, país e continente), sendo necessário analisar suas estruturas.

As questões ambientais demandam a busca de novos valores e princípios que fundamentam as


necessárias mudanças nos conteúdos e orientações metodológicas dos diversos programas educativos,
tanto da educação formal quanto da educação não-formal. Conforme Carneiro (1993), a dimensão
ambiental da educação escolar diz respeito ao "conjunto integrado de perspectivas ou aspectos de
conteúdo e método para o desenvolvimento da educação ambiental no contexto de um dado currículo
escolar (...)", enfocando três dimensões: "a cognitiva ? conhecimentos científico-escolares e saberes de
professores e alunos e de outros atores sociais quanto à questão ambiental; a metodológica ?
tratamento pedagógico-didático da realidade ambiente como conteúdo de conhecimento; e a afetivo-
social ? desenvolvimento atitudinal de professores e alunos a respeito da questão ambiental.

Dentre as áreas do currículo, consideradas como principais parceiras para o desenvolvimento dos
conteúdos ambientais, está a Geografia, pela própria natureza do seu objeto de estudo (BRASIL, 1998, p.
49). Conforme Alexandre e Diogo (1997, p. 33) pode-se afirmar que a evolução recente da ciência
geográfica demonstrou claramente que, para além das questões puramente acadêmicas, o geógrafo
tem-se preocupado com um vasto leque de problemas de caráter social, dos quais o "Ambiente"
constitui uma das muitas variáveis. É neste contexto que Educação Ambiental e a Educação Geográfica
constituem dois grandes eixos estruturantes para a organização de uma sociedade sustentável.

Em evidência, há a necessidade de discutir e de refletir sobre a importância do ensino da Geografia na


educação atual em geral e, na Educação Ambiental em particular. Tal inquietação se justifica em virtude
da Geografia ser uma disciplina que visivelmente tem estreita relação com as questões ambientais, uma
vez que ao longo da sua história sempre se tem preocupado com as relações homem/meio.

Segundo Cavalcanti (2002) a Educação Ambiental, no sentido de formação para a vida no ambiente, está
cada vez mais presente nas formulações teóricas e nas indicações para o ensino de Geografia.
Considerando-se que os paradigmas de interpretação da realidade interferem no trabalho pedagógico e
afetam diretamente o que se pretende ensinar, faz-se pertinente a necessidade de entender quais os
fundamentos teóricos e metodológicos em que os professores de Geografia se baseiam na prática
pedagógica no que diz respeito à Educação Ambiental, bem como uma análise dessa práxis referente à
relação do Ensino da Geografia com as questões ambientais.

Nesse sentido, esta pesquisa objetiva identificar as relações entre o conteúdo da Geografia e as práticas
educativas relacionadas à Educação Ambiental nas séries finais do Ensino Fundamental da rede pública
do município de Poções - Bahia. Sendo assim, propõe-se, investigar os aspectos teóricos e
metodológicos que envolvem o ensino da Geografia vinculado às práticas de Educação Ambiental. No
aprofundamento da temática escolhida foi consultado um referencial teórico que integra Educação,
Meio Ambiente e Geografia, permitindo associar as especialidades destas três áreas, a fim de ratificar
informações a este estudo e ao recorte proposto. Trata-se de uma pesquisa qualitativo-quantitativa, de
caráter exploratório e descritivo, com base no estudo de caso. Para tanto, faz-se necessário, por meio de
diagnóstico de caráter objetivo/subjetivo conhecer o perfil dos professores da área, enfatizando dados
de sua formação e de seu trabalho docente, com o intento de analisar a prática educativa desses
profissionais, bem como a transversalidade com as questões ambientais

Espera-se contribuir para a reflexão crítica quanto à importância de práticas significativas de Educação
Ambiental nas escolas, em especial, acompanhadas ao exercício do ensino da Geografia, destacando o
valor educativo dessa ciência.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Histórico do Ambientalismo Geográfico

A Geografia é considerada por muitos estudiosos como uma das mais antigas disciplinas acadêmicas.
Segundo Mamigonian (1999), a Geografia teve origem na Grécia antiga ? a primeira civilização a produzir
estudos geográficos ?, e uma segunda origem alemã, remonta o início do século XIX, a partir dos
trabalhos pioneiros do naturalista Alexander Von Humboldt (1769/1859), e do filósofo e historiador Karl
Ritter (1779/1859), que institucionalizou a Geografia como ciência, ambos de abordagem positivista[1] e
descritiva.

Segundo Mendonça e Kozel (2002) o ambientalismo geográfico naturalista compreende a fase que vai
desde a origem da geografia científica até meados das décadas de 50/60 do século XX. Nessa fase o
meio ambiente é compreendido apenas como a descrição do quadro natural, tais como clima, relevo,
solo, águas, flora e fauna, o homem estava dissociado da abordagem ambiental dessa época.

Humboldt descrevia os aspectos naturais dos ambientes e Ritter descrevia as várias organizações
espaciais dos homens sobre os lugares. Juntando os dois conhecimentos, ambos fundaram a geografia
científica. Nasce uma ciência que, desde a sua origem, estava preocupada diretamente com o que hoje
se entende por meio ambiente (MENDONÇA; KOZEL, 2002).

Alexander Von Humboldt (1769-1859) e Karl Ritter (1779-1859), reconhecidamente os dois fundadores
da Geografia Moderna, já demonstravam preocupações relativas ao meio ambiente. Humboldt era
naturalista, todavia apresentava interesse pelo homem em seus aspectos sociais e políticos, acreditando
que estes aspectos tinham "relação íntima com as condições naturais" (ANDRADE, 1987). Karl Ritter,
diferentemente de Humboldt, tinha uma formação voltada às ciências humanas (filósofo/historiador) e,
por isso, demonstra uma preocupação em explicar a evolução da humanidade no contexto das relações
entre o povo e o meio natural (ANDRADE, 1987). Conforme Moraes (1998), esse enfoque relacional
entre o homem e o meio natural era dado sob uma visão antropocêntrica, à medida que na opinião de
Ritter "o homem é o sujeito da natureza". Segundo, ainda, Moraes (2005), ele dá origem ao debate
geográfico sobre a relação sociedade-natureza, considerando-a como um dos principais focos da
Geografia.

Ainda no século XIX, mais precisamente em sua segunda metade, destaca-se Friedrich Ratzel (1844-
1904), que enfoca a Geografia como estudo da influência das condições naturais sobre a humanidade.
No primeiro volume de sua obra Antropogeografia, cunha a teoria do determinismo geográfico[2], no
qual admite que, além da influência das condições naturais, o homem também é condicionado pelas
condições históricas e culturais. Vale ressaltar que as proposições de Ratzel deram origem à chamada
escola ambientalista, caracterizada, mais recentemente, pelo estudo do homem em relação aos
elementos naturais do meio em que ele se insere. Esta escola propõe um determinismo atenuado, em
que o meio natural não é visto como determinação, mas como suporte da vida do homem (ANDRADE,
1987; MORAES, 1997; SANSOLO; CAVALHEIRO, 2003).
A Geografia alemã de Friedrich Ratzel (1844/1904) irá compreender o Estado como um organismo vivo,
e define o homem como determinante do meio geográfico.

Para Ratzel, os Estados necessitam de espaço, assim como as espécies, e "nenhum Estado existe sem o
domínio do território". Sua teoria influenciou e justificou o processo de unificação alemã, ajudou a
legitimar a nação, o Estado alemão e as ações de expansão territorial.

Assim, durante a II Guerra Mundial, há o renascimento da Geografia Ratzeliana com um novo nome: a
Geopolítica. Nesta época surgem expressões como: "espaço é forma de vida" e "espaço é poder", suas
idéias originaram a política do "espaço vital" e do direito de conquista dos povos "inferiores pelos
"superiores", mais tarde utilizada por Hitler para justificar sua expansão nazista através da Europa.

Contemporâneo de Ratzel, Paul Vidal de La Blache (1845-1918), acreditava que o objeto da Geografia
era a região, pois nela estavam sintetizados os aspectos naturais e a intervenção humana (SANSOLO;
CAVALHEIRO, 2003). Se opondo a Ratzel, ele classificava o homem como um ser dinâmico que é
influenciado pelo meio natural, mas que também atua sobre ele e modifica-o por meio da sua ação. La
Blache, fortemente influenciado por sua formação original em História, criticou a visão passiva do
homem nas teorias de Ratzel, defendendo o aspecto criativo (liberdade) nas ações humanas, que não
seriam apenas uma resposta às imposições do meio. Sua forma relativizada de conceber as relações
entre o homem e o meio físico deu origem à teoria denominada de possibilismo[3] francês em reação ao
determinismo ambiental alemão, que inaugurou uma nova visão, segundo a qual, a natureza passou a
ser vista como possibilidade para a atividade humana e os diferentes tipos de meios dariam origem a
diversos gêneros de vida (ANDRADE, 1987; MORAES, 1997). La Blache também redefine o conceito de
gênero de vida, herdado do determinismo: trata-se não mais de uma conseqüência inevitável da
natureza, mas de "um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitam utilizar os
recursos naturais" (CORRÊA, 1995)

Na abordagem da Geografia positivista de La Blache, que ficou conhecida como Geografia Tradicional,
não havia explicação dos fatos, apenas sua descrição. Nos bancos escolares e nos livros didáticos obras
de Aroldo de Azevedo caracterizam esta abordagem que influenciou principalmente o período de 50 a
70 do século XX.

No ensino, essa Geografia se traduziu (e muitas vezes ainda se traduz) pelo estudo descritivo das
paisagens naturais e humanizadas, de forma dissociada dos sentimentos dos homens pelo espaço. Os
procedimentos didáticos adotados promoviam principalmente a descrição e a memorização dos
elementos que compõem as paisagens como dimensão observável do território e do lugar. Os alunos
eram orientados a descrever, relacionar os fatos naturais e sociais, fazer analogias entre eles e elaborar
suas generalizações ou síntese (BRASIL; 1998).

Com o início do século XX, desenvolve-se na Geografia uma corrente que propunha outra forma de
conceber os fenômenos, a Geografia Regional. Esta, caracterizada por ser menos empírica e mais
voltada para uma metodologia dedutiva. Alfred Hettner (1859-1941) e Richard Hartshorne (1899-1992)
foram os pioneiros de tal perspectiva. Pode-se dizer que esta corrente racionalista enriqueceu os
estudos acerca das relações homem-natureza, encontrando um ponto de equilíbrio entre o
determinismo e o possibilismo (MORAES, 1997; SANSOLO; CAVALHEIRO, 2003). Para Hartshorne (1939)
in Silva; Oliveira (1998) a Geografia era uma ciência destinada a estudar as diferenciações entre as áreas
da superfície terrestre, sendo uma ciência, ao mesmo tempo, da sociedade e da natureza. Na concepção
de Hettner e Harshorne, os estudos geográficos deveriam preocupar-se com a "diferenciação da
superfície terrestre", a partir das inter-relações dos elementos ou fenômenos no espaço. Eles
acreditavam que a Geografia era ao mesmo tempo uma ciência da natureza e do homem, pois em suas
óticas, o homem e a natureza são intrínsecos ao caráter particular das áreas, não se podendo separar
um do outro. Hettner vinculava o conhecimento geográfico à ecologia, na medida em que se preocupava
com a ação do homem, usando e degradando a paisagem natural (ANDRADE, 1987; MORAES, 1997;
SANSOLO; CAVALHEIRO, 2003).

Em meados do século XX, o Brasil começa a sofrer modificações radicais do ponto de vista social e
econômico. É o início do desenvolvimentismo, o país entra no processo de modernização incentivando a
substituição de importações, há intenso processo de urbanização, mecanização e industrialização da
agricultura. Em escala mundial, surge após a 2ª Guerra Mundial, na Inglaterra, Estados Unidos e Suécia a
Geografia Teorética-Quantitativa, também chamada de Nova Geografia, primeiramente proposta por
Manley (1966) in Silva; Oliveira (1998). Essa Nova Geografia foi sustentada metodologicamente pelo
Positivismo, tendia-se a um estudo que procurava explicações objetivas e quantitativas da realidade, na
qual se utilizaram freqüentemente técnicas estatísticas e matemáticas com o emprego da geometria e
de modelos normativos. Essa foi a Geografia oficial do Brasil durante o período da ditadura militar. As
relações do homem com a natureza eram estudadas de forma objetiva, desprezando-se as relações
sociais, abstraindo assim do homem o seu caráter social. A didática baseava-se principalmente na
descrição e na memorização dos elementos que compõem as paisagens, tendo em vista que esses
constituem a dimensão passível de observação do território ou lugar.

Paralelamente a Geografia teorética, desenvolve-se uma corrente de pensamento que fará análises
sobre os aspectos ideológicos, econômicos e sociais para compreensão da realidade. Com este fim, uma
tendência crítica a Geografia tradicional surge nos anos 60 com a Geografia Marxista que utiliza o
método do materialismo histórico dialético (método proposto pelo marxismo) desenvolvido no fim do
século XIX. A Geografia Radical teve como destaque as obras de Marx e Engels, trouxe como
preocupação estudar as relações de trabalho na sociedade, as formas de apropriação da natureza e do
território a fim de compreender as desigualdades na distribuição da renda, da riqueza e de como se
manifestam no espaço, surge uma corrente geográfica preocupada em ser crítica e atuante. Com a
geografia marxista, a ciência geográfica passou a ter um papel político transformador e desmistificador.
Assim, procurando seguir outras sendas filosóficas, que constetam a linhagem positivista, a Geografia
Radical, a Geografia Humanística[4] e a Geografia Idealista são três tendências que ganharam ímpeto
nos últimos anos. (SILVA; OLIVEIRA, 1998).

Dessa forma, a partir das décadas de 60, 70 e 80, especialmente a partir do desenvolvimento da
"Geografia Radical", de cunho marxista, que adota um posicionamento contestatório e crítico quanto à
organização e produção do espaço geográfico, ou seja, está voltada ao engajamento político-ideológico,
em busca de uma sociedade mais igualitária, propondo transformações da realidade social. A Geografia
ficou extremamente voltada para a crítica das relações capitalistas de produção, contudo contribuiu
muito pouco para a discussão da temática ambiental, mostrando-se quando o fez muito pobre e
limitada (MENDONÇA, 2002). Segundo ainda Mendonça (2002), não é possível afirmar que haja "uma
total semelhança entre geografia crítica e geografia ambiental"; assim, a perspectiva ambiental parece
não ter tomado uma feição tão marcante para ser considerada como um novo segmento ou uma nova
corrente do pensamento geográfico.

A corrente humanística do pensamento geográfico tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu
Tuan, Anne Buttiner, Edward e Mercer e Powell, e possui a fenomenologia existencial como a filosofia
subjacente, possuindo raízes mais antigas, em Kant e em Hegel. Estudam os aspectos do homem que
são mais distintamente humanos: significações, valores, metas e propósitos (ENTRIKIN, 1976 in SILVA;
OLIVEIRA, 1998).

A partir da metade da década de 1970, alguns geógrafos passaram a apresentar preocupações com a
problemática do meio ambiente, denunciando o desenvolvimentismo progressista e defendendo
juntamente com os movimentos ambientalistas, uma política mais humana e mais ecológica. Nesse
contexto de preocupação com o problema do meio ambiente surge a Geografia Ecológica. Muitos
geógrafos da área de Geografia Física passaram de trabalhos específicos de morfologia, clima,
hidrografia etc, para pesquisas sobre o meio ambiente, ou permaneceram em suas especificidades,
contudo utilizando os conhecimentos especializados nos estudos sobre impacto dos elementos naturais
pela sociedade (ANDRADE, 1987).

A perspectiva de degradação das condições de vida diante da problemática ambiental disposta nas
últimas décadas tornou-se um dos principais problemas para a humanidade. Cientistas, em geral; e
geógrafos, em particular, não poderiam ficar de braços cruzados sobre o risco de conveniência com os
crimes que sucessivamente vem sendo cometidos contra a natureza. Com isso, um grupo de geógrafos
fundou uma corrente, onde a preocupação com os problemas ambientais é o cerne de seus estudos.
Como figuras de grande importância dessa corrente podemos citar o agrônomo René Dumont e o
economista Ignacy Sachs.

Em nível internacional, Jean Tricart (geógrafo francês) foi um dos expoentes desse movimento,
utilizando o método dialético[6], trabalhou em países subdesenvolvidos e publicou um livro que
apresenta uma visão global de uma Geografia Ecológica, Ecogeographie. Em nosso país, destacam-se
nesta perspectiva: os geógrafos Hilgard O´Railly Sternberg, Aziz Nacib Ab?Saber, Reinhard Maack e
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, que incorporam em suas produções a preocupação com temas
como: os problemas da devastação das florestas pela expansão agrícola e urbano-industrial; o impacto
ambiental provocado pela construção de barragens; a poluição do ar dos centros urbanos em
decorrência da industrialização (emissão de gases poluentes produzidos pelos veículos e fábricas) e sua
influência no clima (geração das "ilhas de calor" e da "inversão térmica"), entre outros (ANDRADE, 1987;
MENDONÇA, 2002).
Desde sua institucionalização como ciência até meados do século XX, a Geografia concebeu o ambiente
(ambientalismo) e a natureza (naturalismo) como sinônimos; sendo este o primeiro momento da
abordagem ambiental no âmbito do pensamento geográfico (MENDONÇA, 1993).

Nessa conjuntura, conforme Mendonça (2002), ocorre um segundo momento do ambientalismo, em


que alguns geógrafos, ao romperem com a característica essencialmente descritiva do ambiente natural,
passam a abordá-lo na perspectiva da interação sociedade-natureza, propondo intervenções de
recuperação da degradação e melhoria das condições de vida.

Nas décadas seguintes, ou seja, 1980 e 1990 até os dias de hoje, ocorre um avanço no debate teórico
acerca da questão ambiental, passando de uma predominância do enfoque ecológico, baseado na
vertente naturalista, preocupada essencialmente com a defesa do meio natural (recursos naturais), para
uma perspectiva calcada no ambiente, em que sociedade e natureza interagem dialeticamente.
Portanto, "nesta corrente, a problemática ambiental na geografia deixa de ser identificada apenas como
ligada à geografia física e passa a ser geográfica" (MENDONÇA, 2002). Assim, para que se efetive um
trabalho na perspectiva da Geografia Socioambiental, é imprescindível a reflexão em torno das tensões,
conflitos e problemáticas resultantes da interação sociedade-natureza, sendo elas próprias referências
ao tipo de enfoque necessário, ora mais ligado à dimensão natural, ora mais ligado à dimensão social;
contudo, sempre buscando as soluções de problemas, já que esta é a meta fundamental dos estudos
ambientais (MENDONÇA, 2002).

Diante do exposto percebe-se que os princípios básicos e os objetivos principais, assim como o objeto de
estudo da geografia, desde a sua origem como ciência, são de caráter eminentemente ambientalista. A
geografia é, sem sombra de dúvida, a única ciência que desde a sua formação se propôs o estudo da
relação entre os homens e o meio natural do planeta ? o meio ambiente atualmente em voga é
propalado na perspectiva que engloba o meio natural e social. Observando-se a história da evolução da
ciência moderna percebe-se que a geografia é a única ciência de cunho ambientalista desde sua origem,
sendo que as outras são mais específicas no tratamento da referida temática.

Pode-se afirmar que existe uma forte aliança entre a educação geográfica e a educação ambiental, pois
elas têm um domínio em comum: a relação sociedade-meio natural. Dentre as várias leituras que a
Geografia deve fazer hodiernamente em relação ao espaço geográfico, está aquela relacionada à
problemática socioambiental, ou seja, analisar o espaço geográfico sob a perspectiva das mudanças, das
interferências que as práticas sociais vêm causando ao meio, enfim, das relações que estão sendo
estabelecidas entre a sociedade e o meio natural. Na realidade, a Geografia, desde suas origens, tratou
conteúdos ambientais. Conforme Mendonça (2001):

Desse modo, a profícua parceria entre a Geografia escolar e a educação voltada ao meio ambiente,
exige como ponto de partida:

[...] a eleição de novos paradigmas que, no mínimo, sejam capazes de não tomar Homem e Natureza
como pólos excludentes. A adesão a tais pressupostos nos impõe, em decorrência, que nos recusemos a
ver a natureza como mera fonte de recursos ilimitados à disposição de um Homem-centro do mundo
(GONÇALVES, 2002).

O desenvolvimento desses valores ambientais na educação geográfica leva o professor a possibilidade


de transmitir ao educando o raciocinar geograficamente sob a abordagem socioambiental, a partir da
"localização, das estruturas, dos processos espaciais e, principalmente, das causas desses elementos"
(ALEXANDRE; DIOGO, 1997).

Diferentemente da maioria das ciências, a Geografia tem em comum com a Educação Ambiental a
preocupação "com a degradação dos meios onde a vida se passa" (DEBESSE-ARVISET, 1974), ou seja, as
respostas da natureza à interferência humana e os resultados das profundas transformações realizadas
no meio ambiente sem cuidados prévios, fazem parte dos estudos de ambas (PACHECO; FARIA 1992).

2.2 A educação ambiental no mundo e suas repercussões no Brasil

Em meados da década de 60, os problemas sócio-ambientais passaram a ecoar mundialmente,


mobilizando diversos grupos sociais. No ano de 1962 o Livro "Primavera Silenciosa" de Rachel Carson -
alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente, como por exemplo, o
uso de pesticidas. (MEC, 2009)

Por volta de 1968 nasce o Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido. Neste mesmo ano, surge
o primeiro alerta político, um relatório intitulado "Os limites do crescimento" (The limits to growth), do
Cube de Roma (1968) liderado por Dennis L. Meadows, (MEC, 2009)que fez um diagnóstico dos recursos
terrestres concluindo que a degradação ambiental é resultado principalmente do descontrolado
crescimento populacional e suas conseqüentes exigências sobre os recursos da terra, e que se não
houver uma estabilidade populacional, econômica e ecológica os recursos naturais que são limitados
serão extintos e com eles a população humana. Estes estudos lançaram subsídios para a idéia de se
desenvolver, mas preservando, denotando a necessidade da diminuição significativa das atividades
produtivas em todo o mundo.

Em 1970 entidade relacionada à revista britânica The Ecologist elabora o "Manifesto para
Sobrevivência" onde insistiam que um aumento indefinido de demanda não pode ser sustentado por
recursos finitos. (MEC, 2009)

Contudo, só a partir da I Conferência Mundial do Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, que
as nuances ambientais ganharam dimensões políticas mundiais (NUNES, 2007). Promulga a Declaração
Sobre o Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo, cujo conteúdo versa sobre a necessidade de,
"tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecidas como direito fundamental, a vida
num ambiente sadio e não degradado" (TAMANES, 1977 in MEC,2009); a partir das discussões
formuladas em tal documento, a ONU dá origem ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
- PNUMA, sediado em Nairobi. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro curso de
pós-graduação em Ecologia do país. (MEC, 2009)

Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, em 1975 a Organização das Nações


Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um
Encontro Internacional em Educação Ambiental onde criou o Programa Internacional de Educação
Ambiental - PIEA que formulou os seguintes princípios orientadores: a Educação Ambiental deve ser
continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais
(MEC, 2009). A Carta de Belgrado constitui um dos documentos mais lúcidos e importantes gerados
nesta década. Fala sobre a satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da Terra. Propõe
temas que falam que a erradicação das causas básicas da pobreza como a fome, o analfabetismo, a
poluição, a exploração e dominação, devam ser tratadas em conjunto. Nenhuma nação deve se
desenvolver à custa de outra nação, havendo necessidade de uma ética global. A reforma dos processos
e sistemas educacionais é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento. A juventude
deve receber um novo tipo de educação que requer um novo e produtivo relacionamento entre
estudantes e professores, entre escolas e comunidade, entre o sistema educacional e sociedade. Finaliza
com a proposta para um programa mundial de Educação Ambiental.

Houve em 1976 a criação dos cursos de pós-graduação em Ecologia nas Universidades do Amazonas,
Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas Aéreas - INPA em São José dos
Campos. (MEC, 2009)

Realizada em 1977 a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi (ex-URSS)


organizada pela UNESCO com a colaboração do PNUMA. Foi o ponto culminante da primeira fase do
Programa Internacional de Educação Ambiental, iniciado em 1975. Definiram-se os objetivos, as
características da Educação Ambiental - EA, assim como as estratégias pertinentes no plano nacional e
internacional. No Brasil, o Conselho Federal de Educação - CFE tornou obrigatória a disciplina Ciências
Ambientais em cursos universitários de Engenharia. (MEC, 2009)

Por volta de 1978 os cursos de Engenharia Sanitária já inseriram as matérias de Saneamento Básico e
Saneamento Ambiental. (MEC, 2009)

Realização do Seminário de Educação Ambiental para América Latina, realizado pela UNESCO e PNUMA
na Costa Rica no ano de 1979. No mesmo ano o departamento do Ensino Médio/MEC e a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB publicam o documento "Ecologia - Uma proposta para o
Ensino de 1º e 2º graus". (MEC, 2009)

A ONU criou em 1983 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD, a qual
foi presidida por Gro Harlem Brundtland primeira ministra da Noruega (que ficou conhecida como
Comissão Brundtland) e tinha os seguintes objetivos: reexaminar as questões críticas relativas ao meio
ambiente, e reformular propostas realísticas para abordá-las; propor novas formas de cooperação
internacional nesse campo de modo a orientar as políticas e ações no sentido das mudanças necessárias,
e dar a indivíduos, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos uma compreensão maior
desses problemas, incentivando-os a uma atuação mais firme (CMMAD, 1991).

Os trabalhos foram concluídos em 1987, com a apresentação de um diagnóstico dos problemas globais
ambientais. A Comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental,
surgindo assim uma nova forma denominada desenvolvimento sustentável, que recebeu a seguinte
definição: "Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades dos presentes sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades" (CMMAD,
1991).

No Brasil em 1985 parecer 819/85 do MEC reforça a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos
ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus, integrados a todas as áreas do
conhecimento de forma sistematizada e progressiva, possibilitando a "formação da consciência
ecológica do futuro cidadão". (MEC, 2009)

Estratégia Internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 90 -


documento final do Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativas ao Meio-ambiente,
realizado em 1987 em Moscou, Rússia, promovido pela UNESCO. Ressalta a importância da formação de
recursos humanos nas áreas formais e não formais da EA e na inclusão da dimensão ambiental nos
currículos de todos os níveis. Plenário do CFE aprovou por unanimidade, a conclusão da Câmara de
Ensino a respeito do parecer 226/87 que considerava necessária a inclusão da Educação Ambiental
dentre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de 1º e 2º graus, bem
como sugeria a criação de Centros de Educação Ambiental. (MEC, 2009)

Ainda a UNESCO/PNUMA realizou em Moscou o Congresso Nacional sobre Educação e Formação


Ambiental, onde foram analisadas as conquistas e dificuldades na área de EA desde a conferência de
Tbilisi e discutido uma estratégia internacional de ação em educação e formação ambiental para a
década de 90.

Deste modo a partir da década de 80, tais discussões passam a estar presentes no cotidiano escolar.

Em 1988 realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Educação Ambiental no Rio Grande do Sul e do
Primeiro Fórum de Educação Ambiental promovido pela Coordenadoria Executiva de Cooperação
Universitária e de Atividades Especiais da Universidade de São Paulo - CECAE/USP, que mais tarde foi
assumido pela Rede Brasileira de Educação Ambiental.

No mesmo ano, a Constituição da República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio


Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao "... Poder Público, promover a Educação Ambiental em
todos os níveis de ensino..."

Na Constituição Federal promulgada em 1988, é explicitado à preocupação com o meio ambiente, como
descrito abaixo:
Capítulo VI

Do Meio Ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (...)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a


preservação do meio ambiente;

1989, realização da 3º Conferência Internacional sobre EA para as Escolas de 2º Grau com o tema
Tecnologia e Meio Ambiente, em Illinois/USA.

Em 1990 a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de
Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada Jontien,
Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990, reitera: "confere aos membros de uma sociedade a possibilidade
e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver a sua herança cultural, lingüística e
espiritual, de promover a educação de outros, de defender a causa da justiça social, de proteger o meio
ambiente...." (MEC, 2009).

No ano de 1991 a portaria 678/91 do MEC, determinou que a educação escolar deveria contemplar a EA
permeando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino. Foi enfatizada a necessidade
de investir na capacitação de professores. Já a portaria 2421 /91 do MEC, institui em caráter
permanente um Grupo de Trabalho de EA com o objetivo de definir com as Secretarias Estaduais de
Educação, as metas e estratégias para a implantação da EA no país e elaborar proposta de atuação do
MEC na área da educação formal e não-formal para a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento. (BRASIL, Portal MEC). Houve ainda o encontro Nacional de Políticas e Metodologias
para a Educação Ambiental, promovido pelo MEC e Secretaria do Meio Ambiente - SEMA com apoio da
UNESCO/Embaixada do Canadá em Brasília, com a finalidade de discutir diretrizes para definição da
Política da EA.

1992 acontece a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, RIO -92. O MEC
promoveu em Jacarepaguá um workshop com o objetivo de socializar os resultados das experiências
nacionais e internacionais de EA, discutir metodologias e currículos. Do encontro resultou a Carta
Brasileira para a Educação Ambiental.

A partir da II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92),
realizada no Rio de Janeiro, a busca pelo desenvolvimento sustentável ganhou espaço na mídia e, nos
meios acadêmicos. A comunidade internacional, durante a Rio-92, acordou à aprovação de um
documento contendo compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento no próximo século,
denominando-o Agenda 21. O problema ambiental é visto como um desequilíbrio produzido pelo "estilo
de vida" da sociedade moderna. As razões para o desequilíbrio seriam de duas ordens gerais: o tipo de
desenvolvimento econômico e o tipo de racionalidade envolvida ? cartesiana[7], particularista[8]. Dessa
maneira, seria necessária a construção de outro estilo de vida e de uma nova racionalidade.

Esta nova racionalidade seria holística e implicaria uma nova ética de respeito diversidade biológica e
cultural, que estaria na base da sociedade sustentável.

A Agenda 21 com seus 40 capítulos e 800 páginas, editada na referida conferência, lançou o conceito de
sustentabilidade assim como diretrizes da nova forma de desenvolvimento, o sustentável ou
sustentado. Portanto, as diretrizes principais para se alcançar o desenvolvimento sustentável estão na
CMMAD (Comissão Brundtland) e na Agenda 21.

Em 1993 a Portaria 773/93 do MEC, institui em caráter permanente um Grupo de Trabalho para EA com
objetivo de coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a
implementação da EA nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades - concretizando as
recomendações aprovadas na RIO -92 (MEC, 2009).

Surge em 1994 propostas do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, elaborada pelo
MEC/MMA/MINC/MCT com o objetivo de "capacitar o sistema de educação formal e não-formal,
supletivo e profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades."

Foi criada em 1995 a Câmara Técnica temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio
Ambiente - CONAMA, determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental.

Em 1996 a Lei nº 9.276/96 que estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, define como
principais objetivos da área de Meio Ambiente a "promoção da Educação Ambiental, através da
divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais",
procurando garantir a implementação do PRONEA (BRASIL, 2009. Portal MEC). Ainda, a coordenação de
Educação Ambiental promove 3 cursos de Capacitação de Multiplicadores em Educação Ambiental -
apoio do Acordo BRASIL/UNESCO, a fim de preparar técnicos das Secretarias Estaduais de Educação,
Delegacias Regionais de Educação do MEC e algumas Universidades Federais, para atuarem no processo
de inserção da Educação Ambiental no currículo escolar.

A Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a
Sustentabilidade ? Thessaloniki, 1997 houve o reconhecimento que, passados cinco anos da Conferência
Rio-92, o desenvolvimento da EA foi insuficiente. Entretanto esse encontro foi beneficiado pelos
numerosos encontros internacionais realizados em 1997, na Índia, Tailândia, México, Cuba, Brasil,
Grécia entre outras. O Brasil apresentou o documento "Declaração de Brasília para a Educação
Ambiental", consolidado após a I Conferência Nacional de Educação Ambiental ? ICNEA. Reconhece que
a visão de educação e consciência pública foi enriquecida e reforçada pelas conferências internacionais
e que os planos de ação dessas conferencias devem ser implementados pelos governos nacionais,
sociedade civil (incluindo Organizações não governamentais - ONGs, empresas e a comunidade
educacional), a ONU e outras organizações internacionais. No referido ano, houve a elaboração dos
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs com o tema "Convívio Social, Ética e Meio Ambiente", onde a
dimensão ambiental é inserida como um tema transversal nos currículos do Ensino Fundamental.
Em1999 é promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação
Ambiental, a que deverá ser regulamentada após as discussões na Câmara Técnica Temporária de
Educação Ambiental no CONAMA (MEC, 2009). Portaria 1648/99 do MEC cria o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentação da Lei nº 9795/99 MEC
propõe o Programa PCNs em Ação atendendo às solicitações dos Estados (MEC, 2009). Meio Ambiente
uns dos temas transversais, será trabalhado no ano 2000.

È importante salientar que a Educação Ambiental no Brasil, como descrito na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - LDB 9.394/96 representa um processo essencial na formação de valores humanos que são
inerentes ao contexto educacional. Ao educando é reservado o papel de elemento central do processo
de ensino/aprendizagem pretendido, tornando-o capaz de diagnosticar os problemas ambientais e
buscar as soluções, sendo formado para intervir na realidade à qual está inserido, através do
desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma conduta ética, condizentes ao
exercício da cidadania. A ênfase das ações educativas justifica-se pela necessidade de formar um novo
homem, aquele que seria capaz de viver em harmonia com a natureza. (MAZZOTTI, 1997)

Esse breve panorama da Educação Ambiental no mundo e no Brasil, mostra a importância dessa
dimensão no processo educativo, para o desenvolvimento de novos valores e atitudes em prol da
melhoria das condições de vida e da sustentabilidade socioambiental em nosso planeta. Contudo,
apesar da mobilização mundial e também nacional em relação às questões do meio ambiente, no caso
do Brasil, essa dimensão educacional ainda não se consolidou "em termos de política pública de caráter
democrático, universal e includente" (LOUREIRO, 2004). Por isso, é importante que a comunidade de EA
permaneça engajada na busca de consolidar o seu espaço, dentro e fora da escola, pois apenas dessa
forma, a sociedade se mobilizará no sentido de exigir dos governantes a criação e o cumprimento de leis
que resguardem os interesses em estabelecer uma melhor relação entre sociedade e meio natural.

Nesse sentido, a prática pedagógica, com base na orientação socioambiental, deve possibilitar uma nova
relação entre o homem e o meio natural sobre o foco da sustentabilidade do meio natural e social, a
partir de um processo educativo que analise os problemas do meio ambiente em perspectiva
multidimensional (econômica, política, social, cultural, tecnológico-científica etc.) e, portanto, inter-
relacional, em vista da compreensão e solução dos mesmos, especialmente no que diz respeito às
situações concretas de vida dos educandos.

Diante do histórico apresentado evidencia-se dessa forma, a eminente preocupação das autoridades dos
mais variados níveis, com relação ao meio ambiente; tendo a educação ambiental função primordial
para atender os anseios da sociedade com relação à proteção do meio em que se vive.

No entanto, não apenas o estado possui o dever de proteger e cuidar do meio ambiente; a escola como
formadora de seres viventes em sociedade possui uma função que vai além daquela delegada ao estado,
pois ela termina por auxiliar na formação de uma consciência coletiva que transcende os muros da
escola e alastra por toda a sociedade. Como descrito por Singer, 2001:
Não é só o poder do Estado que tem de ser transformado, mas todo poder exercido autoritariamente:
do patrão na empresa, do professor na escola, do oficial no exército, do padre na igreja, do dirigente no
sindicato ou no partido e, por fim, mas não por último, do pai na família (...) as lutas anti-autoritárias
tem de ser suscitadas em todas as instituições no pressuposto, confirmado pela experiência, que as
práticas de libertação tendem, em geral, a se reforçar mutuamente, na medida em que a legitimidade
de todas é reconhecida, ao passo que a tentativa de se considerar uma luta específica como prioritária e
contendo em si a solução das demais - ?uma vez conquistado o poder e eliminada a propriedade privada
dos meios de produção, tudo o mais se resolve sem atrito sem demora?- só tende a dividir os
movimentos de libertação e sectarizá-los.

2.3 Consciência ambiental

A questão ambiental tem origem na preocupação com os problemas ambientais causados pelas
atividades humanas no planeta. O processo de exploração da natureza teve uma evolução contínua e
gradual. O avanço da ciência e a tecnologia associada à ideologia do progresso econômico, até pouco
tempo, não reconhecia a importância da natureza, e contribuiu para destruição indiscriminada dos
recursos naturais.

Esta separação homem-natureza é o fundamento da ciência positivista, base instrumental do modelo de


desenvolvimento das sociedades ocidentais e que começa a ser questionado somente no fim do século
XX.

A ciência positivista que se desenvolve no século XIX teve como princípio o controle da natureza pelo ser
humano, a partir da racionalidade e do conhecimento.

Nesta oposição (homem ? natureza), a natureza é concebida como objeto e não mais como morada,
torna-se um meio exterior ao homem do qual não se vê como parte dependente e integrante.

A necessidade de conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, duas questões antes


tratadas separadamente levaram à formação do conceito de desenvolvimento sustentável, que surge
como alternativa para a comunidade internacional. A consciência de que é necessário tratar com
racionalidade os recursos naturais, uma vez que estes podem se esgotar mobiliza a sociedade no sentido
de se organizar para que o desenvolvimento econômico não seja predatório, mas sim, "sustentável". Tal
aspecto é lembrado por Leff (2001), ao afirmar que "a questão ambiental não é ideologicamente neutra
nem distante dos problemas sociais e interesses econômicos". Nesse sentido, as estratégias de ação
política sobre os processos ecológicos vinculam-se as ações práticas de desenvolvimento social, sendo
relevante nesse processo, a compreensão da manifestação da subjetividade humana, ou seja, a
conformação de novos valores e na construção de novas interpretações da relação homem e natureza,
buscando como base novos padrões cognitivos.

Contudo, a complexidade da questão ambiental colocou para o mundo contemporâneo o debate que
hoje presenciamos, ou seja, os investimentos das nações no sentido de valorizar o paradigma ambiental
que tira a natureza de uma posição de passividade e inércia, concebendo o meio ambiente como
expressão de criatividade, diversidade e depositário da inter-relação de todos os seres, visando à boa
sobrevivência e qualidade de vida, a construção de uma ética ambiental, entendida como a
conscientização ambiental que exige a intervenção das ciências com apelo preponderante para valores
de preservação.

Falar em uma consciência ambiental implica na busca e na consolidação de novos valores na forma de
ver e viver no mundo, a partir da complexidade ambiental, que possibilita a construção de novos
padrões cognitivos na relação homem/natureza, ou seja, na produção de processos cognitivos que
reconheçam a interdependência e o inacabamento de qualquer ação, de (des)construir e (re)construir o
pensamento a partir da ciência, da cultura e da tecnologia, a fim de mover o processo criativo humano
para gerir novas possibilidades diante dos fenômenos da vida e da sobrevivência a partir da sinergia
existente no tecido social, ambiental e tecnológico. (LEFF, 2001)

Portanto, a educação ambiental, de cunho cultural e político, relaciona-se diretamente com a


construção da consciência ideológica das posições assumidas pelos setores sociais e os movimentos
ecológicos, bem como das estratégias adotadas para captar adesão aos princípios ambientais. A
emergência, a formação e a consistência de sujeitos sociais voltados para as questões ambientais rimam
com a consolidação de dimensões fundamentais da cidadania.

Dessa forma, a consciência é, indiscutivelmente, o fator mais importante que deve nortear as ações e o
desenvolvimento humano, pois considerando o atual estado de caos instalado nas pessoas e,
conseqüentemente, no planeta, verifica-se o quanto é necessário estarmos atentos aos nossos
sentimentos, pensamentos e ações que devem ser cada vez mais integrados, unificando a consciência
individual e coletiva, afinal, quanto mais consciência, menos conflito, logo menos caos.

Nesse contexto, é de suma importância fortalecer uma ética socioambiental capaz de salvaguardar toda
forma de vida e a vida como um todo. Precisamos despoluir esse mundo, a começar pela mente, pelo
espírito e pelo coração. Urge combater com ousadia todas as poluições nossas de cada dia.

Assim, no âmbito escolar, a educação ambiental tem por objetivo mostrar aos alunos, a importância do
ambiente em que vivemos que deve ser preservado como um tesouro que temos a responsabilidade de
guardar, e que não devemos destruir nem desperdiçar. Cuidar do meio ambiente pode ser entendido
como mais um dos princípios morais e éticos que também são objeto de preocupação dos educadores.
Leff (2002) assinala que:

(...) a crise ambiental leva-nos a interrogar o conhecimento do mundo, (...) corporifica um


questionamento da natureza e do ser no mundo, com base na flecha do tempo e na entropia vistas
como leis da matéria e da vida, com base na morte vista como lei limite na cultura que constitui a ordem
simbólica do poder e do saber. (...) A complexidade ambiental inaugura uma nova reflexão sobre a
natureza do ser, do saber e do conhecer, sobre a hibridização de conhecimentos na interdisciplinaridade
e na transdisciplinaridade; sobre o diálogo de saberes e a inserção da subjetividade, dos valores e dos
interesses nas tomadas de decisão e nas estratégias de apropriação da natureza.
2.4 A Geografia no contexto dos Parâmetros Curriculares nacionais

A Geografia é uma área de conhecimento comprometida em tornar o mundo comprometido em tornar


o mundo compreensível para os alunos, explicável e passível de transformações. Neste sentido assume
grande relevância dentro do contexto dos PCNs, em sua meta de buscar um ensino para a conquista da
cidadania brasileira. As temáticas com as quais a Geografia trabalha na atualidade encontram-se
permeadas por essa preocupação (PCN, 1998).

È importante dizer, também, que a Geografia abrange as preocupações fundamentais apresentadas nos
temas transversais, identificando-se, portanto, com aquele corpo de conhecimentos considerados como
questões emergenciais para a conquista da cidadania. "A educação geográfica é indispensável para o
desenvolvimento de cidadãos responsáveis e ativos no mundo atual e no futuro." (CEG, 1992)

Outro aspecto essencial é que os conteúdos geográficos assumem o peso e a responsabilidade de


trabalhar os meios pelos quais os alunos do ensino fundamental recebam a informação e a formação.
Pois o estudo da Geografia proporciona aos alunos a possibilidade de compreenderem sua própria
posição no conjunto de interações entre sociedade e natureza.

Nesse sentido, a geografia tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação
das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a
partir de sua paisagem. Na busca dessa abordagem relacional, trabalha com diferentes noções espaciais
e temporais, bem como com os fenômenos sociais, culturais e naturais característicos de cada paisagem,
para permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição, para identificar e relacionar
aquilo que na paisagem representa as heranças das sucessivas relações no tempo entre sociedade e a
natureza em sua interação (PCN, 1998).

Assim, o espaço na Geografia deve ser uma totalidade dinâmica em que interagem fatores naturais,
sociais, econômicos e políticos.

2.5 Meio Ambiente e a transversalidade proposta pelos PCNs de Geografia

Muitas são as propostas de interdisciplinaridade, uma das mais atuais são os PCNs preparados pelo
MEC. Eles introduzem a idéia dos temas transversais. Esses temas são uma forma de se tentar viabilizar
a interdisciplinaridade, introduzindo assuntos que devem ser tratados pelas diversas disciplinas, cada
uma a sua maneira. O currículo passa a ser organizado em disciplinas e em temas transversais.

Nessa perspectiva, os PCNs têm uma proposta transversal em relação ao currículo do tipo disciplinar, e
isso revela através da preocupação de que a prática pedagógica venha a expressar a perspectiva política,
social e cultural de nossa sociedade. Baseando-se na premissa de que os temas considerados nas
diferentes áreas não podem configurar um aprendizado a parte e valorizando a compreensão integral de
cada tema, a transversalidade, abre um espaço oportuno tanto para o estabelecimento de um novo
diálogo em sala de aula, onde professores e alunos são incentivados a discutir, como para a valorização
dos saberes que estão além do âmbito escolar.

Os Temas Transversais ao compreenderem um conjunto de assuntos, os quais transversalizam as áreas


do currículo e são vivenciados cotidianamente, perpassam determinadas áreas do conhecimento ou
disciplina. Dessa forma, proporciona o aprender significativo sobre a realidade, na realidade e da
realidade com vistas a interferir positivamente para transformá-la. Os Temas Transversais, portanto
expressam conceitos e valores básicos para a democracia e para a cidadania e devem ser trabalhados de
modo coordenado e contextualizado, ou seja, eles representam o eixo unificador em torno do qual as
disciplinas devem ser trabalhadas. Para Garcia:

Como os temas transversais não constituem uma disciplina, seus objetivos e conteúdos devem estar
inseridos em diferentes momentos de cada uma das disciplinas. Vão sendo trabalhados e uma e em
outra, de diferentes modos. Interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se mutuamente, pois
para trabalhar os temas transversais adequadamente não se pode ter uma perspectiva disciplinar rígida.
(GARCIA, 2004 p.1)

Segundo os PCNs A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo
comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é
necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes,
com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos. E esse é um grande desafio
para a educação.

A questão ambiental está cada vez mais presente no cotidiano da sociedade contemporânea, e
principalmente no desafio da preservação da qualidade de vida da população das nossas cidades. Nesse
cenário, o processo educativo pode conduzir à formação de atores sociais que conduzirão uma transição
em direção a sustentabilidade socioambiental. A educação Ambiental desponta como novos
conhecimentos, metodologias e habilidades numa perspectiva interdisciplinar. Assim, representa um
instrumento essencial para a transformação do padrão existente de degradação socioambiental.

A compreensão das questões ambientais pressupõe um trabalho interdisciplinar. A análise de problemas


ambientais envolve questões políticas, históricas, econômicas, ecológicas, geográfica, enfim, envolve
processos variados, portanto, não seria possível compreendê-los e explicá-los pelo olhar de uma única
ciência. Como o objeto de estudo da Geografia, no entanto, refere-se às interações entre a sociedade e
a natureza, um grande leque de temáticas de meio ambiente está necessariamente dentro do seu
estudo.

Restringindo a Educação Ambiental a tal ciência pode-se dizer que quase todos os conteúdos previstos
no rol do documento de Meio Ambiente podem ser abordados pelo olhar da Geografia. Evidentemente,
dentro de suas abordagens metodológicas, alguns conceitos têm tratamento diferente. No entanto, o
tema Sociedade e Meio Ambiente é o que sugere maior aproximação, pois, ao tratar da formação
socioespacial, das novas territorialidades e temporalidades do mundo, aborda-se de forma ampla os
processos que geram uma determinada ocupação do solo, as demandas por recursos naturais, o
crescimento populacional e urbanização, entre outros. No quarto ciclo, propõe-se um trabalho mais
detalhado com a modernização, modos de vida e a problemática ambiental. Ao cuidar dos temas desse
eixo, o professor poderá dar um tratamento mais aprofundado, abordando o campo da ecologia política,
discutindo temas tais como as mudanças ambientais globais, a questão do desenvolvimento sustentável
ou das formas de ocorrência e controle da poluição. A proposta de Geografia para estudo das questões
ambientais favorece uma visão clara dos problemas de ordem local, regional e global, ajudando a sua
compreensão e explicação, fornecendo elementos para a tomada de decisões e permitindo intervenções
necessárias.

O estudo mais detalhado das grandes questões do Meio Ambiente (poluição, desmatamento, limites
para uso dos recursos naturais, sustentabilidade, desperdício), permite o trabalho com a espacialização
dos fenômenos geográficos por meio da cartografia. Permite, também, o trabalho com as estatísticas,
base de dados, leitura e interpretação de gráficos que são importantes nos estudos comparativos, nas
simulações e na idéia inicial sobre planejamento que os alunos podem ter. Ainda com conteúdo
procedimental, trabalhar com a formulação de hipóteses, produção de gráficos e mapas, coleta,
organização e interpretação de dados estatísticos, prática da argumentação etc.

Desse modo, parecem evidentes as possibilidades de a Geografia integrar-se ao tema Meio Ambiente.
Convém chamar a atenção para o seguinte ponto: as questões ambientais também irão se constituir nos
contextos significativos a partir dos quais serão desenvolvidos conceitos e procedimentos geográficos.

2.6 O ensino da Geografia e a Educação Ambiental

Sendo a questão ambiental uma das preocupações dos pesquisadores de diversas ciências, são os
geógrafos que têm ganhado um amplo campo de pesquisa, pois seu leque de estudos abrange
problemas ambientais, políticos, culturais, econômicos e ético-sociais na busca da "formação de
indivíduos e grupos sociais capazes de identificar, problematizar e agir em relação às questões
socioambientais, tendo como horizonte uma ética preocupada com a justiça ambiental" (CARVALHO,
2004).
A abordagem ambiental na Geografia, assim como em outras ciências, é composta de estudos
compartimentados da natureza para se compreender os processos naturais terrestres e sua dinâmica. O
estudo interdisciplinar, do meio ambiente necessita compreender essas relações para assim controlar os
impactos humanos e suas conseqüências para a vida na terra.

Entretanto, não se pode esquecer que cada disciplina tem sua própria história, conceitos e métodos.
Juntar as partes de cada uma, pensando em formar uma metadisciplina que retome o conceito de todo
indivisível é, no mínimo, um terrível engano (SANTOS, 2004).

Não obstante, a educação geográfica é indispensável para o desenvolvimento de cidadãos responsáveis


e ativos no mundo atual e no futuro (CEG, 1992).

Para tanto, deve-se ter bem claro o objetivo do ensino de Geografia para não se perder na diversidade
de conteúdo. Muitos autores definem como o principal objetivo da Geografia no ensino: a alfabetização
do aluno na leitura do espaço geográfico, em suas diversas escalas e configurações. Acrescenta-se a
reflexão:

O ensino de Geografia no século XXI, portanto deve ensinar, ou melhor, deixar o aluno descobrir, o
mundo em que vivemos com especial atenção para a globalização, e as escalas local e nacional, deve
enfocar criticamente a questão ambiental e as relações sociedade-natureza (...), deve realizar
constantemente estudos do meio (...) e deve levar os educando a interpretar textos, fotos, mapas,
paisagens (VESENTINI,1995).

Tudo isso se resume ao que é defendido pelo PCN?s (1998:) "a Geografia é uma área de conhecimento
comprometida em tornar o mundo compreensível para os alunos".

Trabalhar com as categorias de análise da Geografia é um item fundamental de qualquer currículo e são
defendidos também nos PCN?s. Constituem categorias fundamentais: "espaço geográfico", "território",
"lugar", "paisagem" e "região".

Assim, sendo o objeto da Geografia o espaço geográfico, a transversalidade da questão ambiental é de


uma evidência notável. Não há como se praticar a Geografia sem considerar-se boa parte dos temas
levantados na questão ambiental, afinal, o que se chama "Degradação do Meio Ambiente" e "Impacto
ambiental" refere-se ao núcleo dos estudos geográficos, pois nesse caso está se falando da construção
do espaço pelo ser humano. (BRASIL, 1998).

O "espaço geográfico", segundo Milton Santos (1997) é produto da história, cristalização de experiências
passadas, do indivíduo e da sociedade corporificadas em formas sociais (sistemas de objetos e ações) e
também configurações espaciais (território). O termo espaço refere-se à materialidade (sucessivas
relações localizadas entre homem e natureza) e as relações sociais. O termo território refere-se ao
domínio sobre a materialidade e relações sociais.

Tomando a sociedade como um dos objetos de estudo da Geografia, Corrêa aponta seus conceitos
fundamentais "como ciência social a Geografia tem como objeto de estudo a sociedade que, no entanto,
é objetivada via cinco conceitos-chave que guardam entre si forte grau de parentesco, pois todos se
referem à ação humana modelando a superfície terrestre: paisagem, região, espaço, lugar e território."

Outros autores também enfatizam essas categorias, destacando sua importância para o ensino
aprendizagem.

O conceito de paisagem deve ser abordado, propiciando não só uma descrição visível do lugar, mas
como indica a geografia da percepção, uma composição mental resultante de uma seleção e
estruturação subjetiva a partir da informação emitida pelo entorno, mediante o qual este se torna
compreensível ao homem e orienta suas decisões e comportamentos, da qual se verifica os signos que
estruturam a paisagem. Para o geógrafo Milton Santos (1997):

"A paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas-objetos providas de um conteúdo
técnico específico. (...) um sistema material relativamente imutável, considerada em si mesma é apenas
abstração"

A região deve ser estudada como sendo imprescindível no conteúdo da geografia, relacionando-a a
percepção do aluno frente às teorias do conceito de região.

Promover a discussão teórico-metodológica sobre o lugar na ciência geográfica ultrapassando a idéia de


um simples conceito de localização, discutindo com o aluno os seus conceitos e noções subjetivas
ligando-as ao conceito teórico.

Lugares são os espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos.

"(...) O lugar é onde estão as referências pessoais e sistemas de valores que direcionam as formas de
perceber e construir o espaço geográfico". O lugar é onde ocorre a relação homem-mundo" (SANTOS,
1997)".
Para que ocorra o aprendizado, como procedimento o professor deverá buscar formas para que o aluno
chegue a explicação para as categorias e não apenas descrição. Ao tratar os temas para explicação de
fenômenos locais ou globais deve-se lembrar que ambas as escalas interagem mutuamente.

2.7 O papel da educação

Focando o tema Educação e buscando compreendê-la melhor como elemento-chave na construção de


uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Trata-se também de formar
os indivíduos para "aprender a aprender", de modo a serem capazes de lidar positivamente com a
contínua e acelerada transformação do espaço.

O papel da educação é de nos ensinar a enfrentar a incerteza da vida; é de nos ensinar o que é o
conhecimento, porque nos passam o conhecimento, mas jamais dizem o que é o conhecimento. ( ?) Em
outras palavras, o papel da educação é de instruir o espírito a viver e a enfrentar as dificuldades do
mundo. (MORIN, 2001).

A escola no seu papel educacional não deve omitir-se do compromisso das mudanças que priorizam a
construção da cidadania, permitindo o cidadão refletir as diferentes facetas da conjuntura histórica
social mostrando-se como um lugar propício para a formação democrática, contribuindo
significativamente para o seu desenvolvimento crítico. Dessa forma, a construção dos saberes e da
cidadania nos lembra Paulo Freire "Impregna de sentido tudo que nos rodeia".

Assim, a formação das novas gerações tem recebido crescente atenção na busca de métodos e
procedimentos que eduquem para a tolerância, a criatividade, a flexibilidade, a curiosidade intelectual, a
ética, a ecologia, sem abrir mão dos valores humanos, da cultura e do conhecimento até aqui
acumulados. Na concepção de Morin (2001), "a educação é ao mesmo tempo transmissão do antigo e
abertura da mente para receber o novo".

Então se faz importante o professor captar e fornecer ao aluno, as informações básicas e elementares
para um acesso amplo do conhecimento geográfico atrelado a temas relevantes como:
socioeconômicos, políticos e ambientais, para que de forma mais fiel e precisa, o aluno possa interpretar
a realidade que o cerca, de forma a posicionar-se e atuar de forma critica e reflexiva no ambiente em
seu entorno.

Os educadores têm grande responsabilidade na formação das pessoas que vão ter de lidar com uma
realidade permeada de situações conflitantes entre o mundo natural e a organização social e se
posicionar diante delas. Dessa forma, o papel dos educadores é o de desenvolver o conhecimento e a
capacidade de julgamento consciente dos indivíduos que partilham uma mesma realidade (SEGURA,
2001 apud CANIVEZ, 1991)

É mister, o educador acordar que o conhecimento dos conteúdos geográficos, vão além da sala de aula,
do professor e de seu material didático. A quantidade de informação que dispomos; faz-se presente
dentro da responsabilidade conceitual, em que todo conteúdo destacado precisa de base e critérios
para não se tornar vazio e irrelevante; mas envolvido com tudo que nos cerca e direcionado à sociedade
e o que se passa com ela, diversificando condutas e ao mesmo tempo trabalhando as transformações
vigentes. Nesta perspectiva que a Geografia é uma ciência do conhecimento comprometida em tornar o
mundo compreensivo para os alunos, explicável e passível de transformações.

Do mesmo modo a abordagem das temáticas ambientais deve ter como princípio básico, o propósito de
despertar nos jovens cidadãos a responsabilidade da construção do desenvolvimento sustentável, ou
seja, um desenvolvimento justo e não-excludente.

É preciso mostrar para a juventude que a solução de problemas ambientais vai muito além da separação
do lixo, da reciclagem de papel ou da economia de água ao escovar os dentes. Assim o lócus está em
formar pessoas que, além de conhecerem o ambiente em que vivem, exercitarão a cidadania, cientes de
que sua ação individual e a de sua comunidade têm efeito global;

É imperativo que a escola instrumentalize seu aluno, para este atuar de forma significativa no meio
social. Contudo, a Educação enfatiza como condição necessária para as próximas gerações, quatro
saberes fundamentais: aprender a aprender, aprender a fazer aprender a ser e aprender a conviver.
Estas concepções demarcam um novo olhar sobre a função educativa: não mais a transmissão de
conteúdos, e sim a formação de sujeitos cognitivos com competências e habilidades para enfrentar
situações inesperadas, solucionar problemas inéditos, acompanhar o desenvolvimento do
conhecimento em suas áreas de interesse e respeitar a pluralidade cultural planetária.

2.8 Da Teoria à Prática

Indubitavelmente, a preservação do meio ambiente revela-se fator de extrema importância para a


humanidade. Assim como, neste mesmo contexto, a educação exerce a imperiosa função de contribuir
para que o meio ambiente seja preservado. Diversas foram as leis, em especial no cenário da educação,
que auxiliaram nesse processo de tentar conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. Para Gadoti:
O desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável: a preservação do meio
ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. É
aqui que entra em cena a ecopedagogia. Ela é uma pedagogia para a promoção da aprendizagem do
sentido das coisas a partir da vida cotidiana. (GADOTI, 2002, p. 79)

A LDB (1996), ao mesmo tempo em que promulga a universalização da educação ambiental, faculta
também às Unidades Executoras de Ensino, a autonomia no que concerne às formas com que tal
disciplina é ofertada no ensino regular.

A importância da educação ambiental, não reside na oferta da disciplina em si, mas na capacidade de tal
tema/disciplina se inter-relacionar com as demais do currículo regular com o objetivo de promover uma
conscientização ampla, capaz de educar o individuo para a convivência em sociedade de forma
harmônica e auto-sustentável.

A distorção existente entre o que se pretende fazer e o que de fato é feito no ambiente escolar, provoca
a ineficácia da ecoeducação, desestimulando o aluno, que não consegue relacionar os conteúdos
teóricos apresentados com a realidade a qual está inserido. Para além da necessidade de ofertar tal
disciplina, é necessário formar o profissional que a leciona; para que o fato desta ser uma disciplina
transversal, não a faça uma disciplina optativa, para "completar" o currículo da escola e a carga horária
de alguns professores.

A chamada educação Ambiental não contém uma especificidade, isolada, desconectada; ela só existe na
estreita relação da produção de um fazer educação mais ampla com processos de transformação de
toda a educação. Se a considerarmos não como uma construção teórica fechada/acabada, mas
compreendermos sua inserção prática, sua existência condicionada ao fazer e ao interferir,
verificaremos sua condição eminentemente interdisciplinar, construída na interseção de matrizes
teórico-disciplinares, assentadas em leituras interessadas em novas construções
pedagógicas/didáticas/escolares. (CASCINO, 1999)

O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora, em dói
níveis ? formal e não-formal -, devendo se acima de tudo um ato político voltado para a transformação
social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza
e o universo, tomando como referência a esgotabilidade dos recursos naturais e conscientizando-se de
que o principal responsável pela sua degradação é o homem.

Nesse sentido, a análise da prática da EA na escola é importante à medida que procura desvendar a
natureza do trabalho educativo e como ele contribui no processo de construção de uma sociedade
sensibilizada e capacitada a enfrentar o desafio de romper os laços de dominação e degradação que
envolve as relações humanas e as relações entre a sociedade e natureza. Interessa saber, assim, se a
natureza do trabalho educativo favorece em maior ou menor grau a criticidade, a autonomia, a
participação, a criatividade e o aprendizado significativo. Tomo como pressuposto, então, que a EA não
é neutra e que sua prática visa promover uma mudança de valores a relação entre os seres humanos e
destes com o mundo que os cerca. (SEGURA, 2001:.22)

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O estudo foi do tipo qualitativo-quantitativo, proporcionando, em virtude da subjetividade do tema o


estimulo a pensar e falar livremente, mediante dados descritivos, e ainda, intercalando à
questionamentos diretos possibilita complementar as experiências e a realidade abordada,
enriquecendo as constatações delineadas. Segundo Minayo (1993), considera a pesquisa como
"atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática
teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma
atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação
particular entre teoria e dados". Constitui, do ponto de vista dos objetivos, de caráter exploratório e
descritivo, a fim de identificar as relações entre o conteúdo da Geografia e as práticas educativas
relacionadas à Educação Ambiental nas séries finais do Ensino Fundamental da rede pública do
município de Poções - Bahia. Sendo assim, propõe-se, investigar os aspectos teóricos e metodológicos
que envolvem o ensino da Geografia vinculado às práticas de Educação Ambiental. Com base nos
procedimentos, aplica-se o estudo de caso, onde dispor-se-à de diagnóstico de caráter
objetivo/subjetivo aplicado aos professores da área de Geografia.

3.1 Local e sujeito da pesquisa

A pesquisa de campo foi realizada no município de Poções, estado da Bahia. Inicialmente foi levantada
junto à Secretaria Municipal de Educação a relação dos professores com habilitação em Geografia que
fazem parte do quadro docente das séries finais do Ensino Fundamental do município, a qual foi
apresentada uma lista compondo um total de 11 professores, ressaltando o nível de formação e a
lotação escolar. Para tal análise, constituíram como sujeitos de pesquisa 07 educadores da área que
lecionam na rede municipal da referida cidade, uma vez que os demais professores não se encontram
em sala de aula e/ou não compromissaram com a entrevista descritiva que lhes foram apresentadas.

3.2 Instrumentos de Coleta de Dados


Foi elaborado um questionário de cunho objetivo/subjetivo, estruturado em 05 questões subjetivas e 05
objetivas, o qual norteou a abordagem aos entrevistados e proporcionou traçar o perfil dos professores
da área de Geografia do município, destacando elementos de seu trabalho docente com o intento de
analisar a prática educativa desses profissionais, bem como a transversalidade com as questões
ambientais.

3.3 Aspectos Éticos

Os informantes da pesquisa foram devidamente esclarecidos quanto aos objetivos do trabalho, ficando
livres para participar, seguindo as recomendações da Portaria 196/96 do CNS/MS que envolve pesquisa
com seres humanos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da relação dos professores habilitados em Geografia, verifica-se como descrito no gráfico
abaixo, um total de 11 professores que compõem o quadro docente das séries finais do Ensino
Fundamental do município. Destes, 09 encontra-se com nível de graduação completa e 02 incompleta.
Para tal pesquisa, constituiu uma amostragem de 07 educadores da área, sendo que, 05 possuem
graduação completa e 02 incompleta.

Figura 1: Perfil dos Professores do município com habilitação em Geografia

Dentre os conceitos de Educação Ambiental, está a definição oficial de Educação Ambiental, do


Ministério do Meio Ambiente: "Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e
a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores,
habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir ? individual e coletivamente ? e
resolver problemas ambientais presentes e futuros". O CONAMA define a Educação Ambiental como
"um processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência critica sobre
as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do
equilíbrio ambiental". A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como "o processo por meio
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade" (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99). Para a
UNESCO "A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade
tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências,
valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de
soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros" (UNESCO, 1987).

Tendo em vista tais concepções, a pergunta inicial proposta no questionário de entrevista foi: O que
você entende por Educação Ambiental? Em virtude dos conceitos apresentados, nota-se que os
professores reconhecem a importância da Educação Ambiental, relacionando-a a preservação dos
recursos naturais e geográficos e a formação socioambiental dos cidadãos presentes e futuros.
"Educação Ambiental significa contribuir para o conhecimento dos elementos naturais, sua importância
e a necessidade de utilizá-los racionalmente, promovendo a preservação e recuperação de suas fontes"
(Profº 1). "Tem por objetivo exercer uma política de preservação ao meio ambiente por meio da
conscientização e de práticas que visam por em práticas tal processo" (Profº 2). "A construção de
conceitos que contribuam para o desenvolvimento das relações de equilíbrio entre natureza e sociedade
humana" (Profº 3). "As práticas voltadas para o entendimento da relação entre sociedade e natureza na
tentativa de educar o cidadão para a atuação consciente de uso, preservação e conservação dos
recursos naturais" (Profº 4). "Educação Ambiental contribui para educar o homem no sentido de que,
possa interagir na natureza sem causar danos a mesma e de maneira geral conscientizar o cidadão com
relação às ações práticas no meio em que vive" (Profº 5). "Dentro de uma perspectiva Geográfica, a
educação ambiental precisa e deve estar pautada nos princípios de preservação dos recursos naturais e
também materiais, ou seja, todos aqueles que estão ao nosso redor" (Profº 6). "Creio que a Educação
Ambiental é bem mais que uma disciplina curricular, pois ambiente é todo o nosso espaço de vivência e
educar para a manutenção e sobrevivência do nosso espaço é educar para a vida. Por tanto Educação
Ambiental é a arte da boa convivência com seu espaço" (Profº 7).

Em relação à relevância da urgência da temática ambiental na atualidade, a maioria dos professores


relaciona a urgência de abordar as questões ambientais na atualidade com o capitalismo, a globalização
e o consumismo. Adverte-se ao fato de que o mundo transformou-se após a evolução do capitalismo à
Revolução Industrial, pois, com o ágil processo de fabricação, a indústria trouxe o desenvolvimento, o
qual proporcionou a Globalização, que por fim leva a sociedade contemporânea ao consumismo
alienado de produtos. "A temática ambiental é urgente, porque chegamos quase ao colapso, nesse
sentido, a sociedade urbana industrial transforma a natureza em mero recurso e tem causado a
degradação do meio ambiente em níveis alarmantes, portanto é necessário abordar a temática
ambiental no seu sentido social, econômico, político e contribuir para a mudança dos hábitos que geram
desperdício e degradação dos elementos da natureza" (Profº 1). "O capitalismo vem se expandindo
consideravelmente, tal processo vem se concretizando por meio da globalização que vem gerando de
forma intensa uma sociedade extremamente consumista, daí a necessidade de discutir as questões
ambientais" (Profº 2). "Está em nosso cotidiano, na televisão, em jornais, no imaginário, no coletivo"
(Profº 3). "Diante das práticas inadequadas de exploração dos recursos naturais e as contradições do
modo de produção capitalista que impera nos países surge a necessidade de se (re)pensar as práticas
humanas em relação no trabalho exercido sobre a natureza" (Profº 4). "Os problemas ambientais como:
poluição dos rios, do ar e do solo, precisam que ações urgentes sejam implementadas, pois a cada ano
aumentam e sem grandes resultados positivos para diminuir" (Profº 5). "Estamos passando por um
momento de consumo sem precedentes e essa avassaladora onda de consumo está atingindo
negativamente o nosso planeta, neste sentido tratar da questão ambiental é uma questão de
sobrevivência" (Profº 6). "Partindo da idéia de que o urgente ocorre de forma tardia e atribulada conclui
que a preocupação com o meio ambiente que está a beira do caos, gritando por socorro acontece
devido a falta de cuidado e preocupação de nós homens com o nosso meio" (Profº 7).

No item questionado, como inserir os conteúdos de Educação Ambiental na sala de aula. As propostas
metodológicas abordadas pelos professores vislumbram a inserção da Educação Ambiental em sala de
aula tranversal não só ao ensino da Geografia, mas também interdisciplinar, trazendo a educação
ambiental para dentro da disciplina, multidisciplinar, de forma a envolver várias disciplinas no trabalho
com as questões ambientais e transdisciplinar, possibilitando uma abordagem que perpassa a escola,
promovendo o despertar para os problemas ambientais local e global. "Quase todos, ou todos eu diria,
conteúdos de Geografia possuem necessariamente um viés que permite inserir a temática ambiental.
Então sempre é o momento de inserir a Educação ambiental, cada vez que se discute a importância dos
solos, da vegetação, da água ou mesmo questões como urbanização, industrialização, etc. Através de
textos, músicas, poemas, notícias de jornal pode se levar a conscientização que a educação Ambiental
propõe" (Profº 1). "Através de discussões e debates em sala de aula, promovendo por meio de vários
mecanismos metodológicos o despertar para tais questões" (Prof 2). Através de projetos ambientais e
da conscientização dos alunos" (Profº 3). "Em sala de aula este trabalho esta voltado para a análise,
discussão e propor soluções nas escolas, local, regional e global. É importante também procurar fazer
um trabalho interdisciplinar buscando relacionar a questão ambiental com as diversas áreas do
conhecimento" (Profº 4). Promovendo palestas sobre os problemas ambientais locais, para depois partir
para uma escala global" (Profº 5). "Os conteúdos devem ser inseridos por meio de projetos que podem
ser promovidos pela escola ou pelo próprio professor e em sala de aula" (Profº 6). "É preciso antes de
despertar no aluno sua consciência ambiental, fazê-lo entender que o mesmo está inserido ao seu
ambiente, e a sala de aula consequentemente será espaço de discursão sobre as temáticas ambientais,
vejo ainda a necessidade de se estabelecer metas reais como ações reflexivas como exemplo limpar a
sala de aula, plantar árvores nos entornos da escola ou até mesmo ouvir uma música que fale dos
problemas e da beleza do meio ambiente" (Profº 7).

Em relação ao papel da geografia frente às questões ambientais, as respostas delineadas foram: "É
importante tratar da construção e transformação permanente do espaço geográfico sem tratar
necessariamente as questões ambientais. O papel da Geografia, portanto, é contribuir na formação de
conhecimentos tratando a questão ambiental articulada ao fazer e ao viver humano num sentido amplo
e, a partir daí, contribuir para a construção de idéias e práticas que contribuam na sustentabilidade"
(Profº 1). "A geografia por estudar e tentar compreender o espaço, deve ter como um dos principais
objetivos procurar despertar a sociedade para se voltar a questão ambiental, bem como a sua
presevação" (Profº 2). "Analisar, sob o ponto de vista espacial, as relações existentes entre sociedade e
natureza" (Profº 4). "A geografia como uma ciência que busca estudar e entender a sociedade e suas
transformações, sem dúvida irá intervir nas questões ambientais e preocupar com a vida, bem como as
estruturas ambientais que permite as condições de sobrevivência" (Profº 5). "O papel da geografia como
ciência do espaço x homem é contribuir com uma sociedade melhor, um ambiente melhor, uma vida
melhor" (Profº 6). "Discutir, esclarecer, provocar, pois a geografia tem como papel ler o mundo sobre
tudo, estraí-lo do abstrato tornando-o concreto e o meio ambiente nada mais é do que todo o espaço
que a geografia propõe estudar" (Profº 7).

A respeito da freqüência com que é inserida na prática pedagógica, as temáticas ambientais aos
conteúdos de Geografia, todos os professores entrevistados responderam que sim, ou seja, que inserem
frequentemente as temáticas ambientais em suas aulas de Geografia. Isso, devido à grande ligação que
a ciência geográfica tem com as temáticas ambientais, pois, sendo a Geografia a ciência responsável
pela reflexão e discussão destas temáticas leva a necessidade de associar esses dois saberes, bem como
a grande relevância de discutir tal assunto na atualidade.

Os professores possuem concepções semelhantes quanto à relação da Educação Ambiental com o


Ensino da Geografia, uma vez que as consideram entrelaçadas. Visto que, partindo do aspecto que a
Geografia é a ciência que estuda o homem no meio ou no espaço, a relação entre ambas, está em
analisar as conseqüências reais da ocupação e apropriação do meio pelo homem. Nesse sentido,
privilegiam a geografia por ser uma disciplina que pode abordar as temáticas ambientais em seu temário
conceitual (grade curricular), bem como por meio de projetos, palestras, buscando entender a
espacialização dos fatos e fenômenos em escala local e global e vivenciar em aulas práticas de campo.

Tabela 1 ? Materiais freqüentemente utilizados para preparar as aulas de Geografia transversais às


temáticas ambientais

1ª OPÇÃO 2ª OPÇÃO 3ª OPÇÃO

Manuais 1

Jornais e revistas 1 1 1

Livros com temática ambiental 2


Livro didático 6

Televisão 1 1

Internet 5 1

Artigos publicados em periódicos 1

Outros

Verifica-se que 85,68% dos entrevistados utilizam com freqüência, como primeira opção, o livro didático
como referencial de pesquisa para preparar as aulas de Geografia transversais as temáticas ambientais e
14,28% jornais e revistas. Como segunda opção a maioria, cerca de 71,4% dos entrevistados utilizam a
internet, seguida de televisão (cerca de 14,28%), jornais e revistas (cerca de 14,28%) . A terceira o
opção, mostra 28,56% livros diversos que tratam a temática ambiental, e o restante encontra-se
distribuída entre manuais, jornais, revistas, livros diversos que tratam a temática ambiental, televisão,
internet e artigos.

Tabela 2 ? Metodologias preferidas e de maior prática para a abordagem das temáticas ambientais nas
aulas de Geografia

1ª OPÇÃO 2ª OPÇÃO 3ª OPÇÃO

Saída de campo 1 1

Debates/simulações 2 1 2

Trabalhos de pesquisa 4 2

Jogos

Aulas tradicionais/expositivas 3 1

Outros 1

Figura 2 - Percentual das ações concretas dos professores em relação à prática de Educação Ambiental
na sua escola
Nas aulas de geografia, os professores entrevistados abordam as questões ambientais
preferencialmente utilizando como metodologia aulas tradicionais/expositivas 42,84% dos
entrevistados, debates/simulações 28,56% e 14,28% saída de campo. A segunda opção de metodologia
frequentemente empregada são os trabalhos de pesquisa cerca de 57,12%, 14,28% debates/ simulações
e outras metodologias como exibição de filmes e músicas. Como alternativa na terceira opção, em
empate as opiniões, 28,56% de cada, utilizam trabalhos de pesquisa e debates/simulações, o restante
saída de campo e aulas tradicionais.

Segundo dados, todos os professores de Geografia entrevistados atuam em sala de aula de forma a
conscientizar os alunos quanto aos problemas ambientais, seguida de orientação para o cuidado com o
ambiente escolar e/ou realiza palestras e conversas com os alunos. Porém nenhum professor
apresentou além dessas possibilidades de atuações apresentadas, alguma outra prática que tenha feito
ou faz em sala de aula para o desenvolvimento do trabalho com Educação Ambiental.

Tabela 3 ? Opinião dos professores em relação aos itens que estão faltando para trabalhar Educação
Ambiental nas escolas do município de Poções - BA

Preparação/formação dos professores 14,28

Ônibus para fazer excursões e pesquisas de campo 42,84

Conscientização 71,4

Fitas de vídeo 14,28

Maiores informações teóricas e esclarecimento sobre o assunto

Cursos de capacitação na área de Educação Ambiental 57,12

Apoio da comunidade e das autoridades 57,12

Lugar adequado na escola para trabalhar Educação Ambiental 14,28

Vontade política 42,84

Materia apoio da comunidade e das autoridades locais l didático 42,84


A implantação definitiva da Educação Ambiental na grade curricular 42,84

Laboratório prático 14,28

Outros

A maior parte dos professores entrevistados demarcou, além de outros itens, a falta de conscientização
como fator principal que impossibilita o trabalho com Educação Ambiental nas escolas do município de
Poções ? BA. Além deste, apontaram ainda, em sequência, a deficiência de cursos de capacitação na
área de Educação Ambiental e o apoio da comunidade e das autoridades locais. Em seguida, a ausência
de vontade política, a não implantação definitiva da Educação Ambiental na grade curricular e a
dificuldade de adquirir ônibus para fazer excursões e pesquisas de campo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O perfil dos professores de Geografia do município de Poções ? BA, frente às questões ambientais ilustra
ao reconhecimento próprio da importância de se trabalhar uma Geografia voltada à formação
socioambiental dos alunos, no sentido de despertar o habitual cuidado com o Meio Ambiente natural e
geográfico e na concepção de promover a sustentabilidade das espécies, a partir de ações específicas
e/ou locais. É evidente a consciência desses profissionais quanto à urgência de enfatizar na atual
conjuntura as problemáticas ambientais e avançar no que diz respeito ao desenvolvimento consciente,
crítico e reflexivo de cidadãos presentes e futuros.

A pesquisa revela que a prática pedagógica dos professores de Geografia do município em Educação
Ambiental acontece concomitantemente ao ensino da ciência geográfica em sala de aula, uma vez que
todos informaram introduzir com freqüência as questões ambientais transversais aos conteúdos da
Geografia. Para tal atuação, o livro didático é o recurso mais usado para a elaboração e efetivação das
aulas, seguido da internet. Ao mesmo tempo, a metodologia mais utilizada são as aulas expositivas
acompanhadas de trabalhos de pesquisa. As abordagens ambientais vinculam a conscientização dos
alunos quanto aos problemas ambientais e a orientação para o cuidado com o ambiente escolar.

Os professores mencionaram ainda que, os maiores impasses para desenvolver Educação Ambiental nas
escolas do município são, a falta de conscientização daqueles envolvidos, assim como apoio da
comunidade e das autoridades locais que não oferecem cursos de capacitação na área de Educação
Ambiental e material didático e prático. O que demonstra que as atuações ambientais nas escolas
entrevistadas, embora aconteça frequentemente atrelada aos conteúdos de Geografia, numa escala
geral são superficiais, pois tais ações acontecem por empenho característico daqueles que fazem parte
do corpo interno das escolas, faltando assim apoio expressivo externo, em relação à promoção da
capacitação docente para a atuação ambiental e a disponibilidade de recursos específicos para as
escolas, com a finalidade de desenvolver um trabalho ambiental amplo e significativo.

Em suma, é notório a relação da Educação Ambiental com a Geografia, desde sua origem como ciência à
contemporaneidade trata da relação homem x meio, porém, no âmbito escolar, a abordagem dos temas
ambientais deve ser prioridade de todas as disciplinas, pois para mudar pensamentos, idéias e atitudes,
é preciso que aqueles que são os formadores de opiniões, tenha esse ideário, assim como uma postura
ambiental, promovendo uma teoria voltada para ações concretas dentro e além do meio escolar. E fora
da escola, cabe aos dirigentes promoverem políticas públicas educacionais de apoio instrucional e
material aos educadores, para que esses profissionais possam suscitar mudanças de caráter ambiental
no pensamento e nas atitudes de uma parcela significativa da população.

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