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Adaptações práticas

A autora deixa-nos uma série de adaptações práticas que a própria utilizou


com os seu alunos, uma vez que estes têm estilos e capacidades de
aprendizagem diferentes:

- Dividir as tarefas nos componentes mais simples, de acordo aluno,


mesmo que tenha de começar por se sentar correctamente. Adicionar
então apenas uma ideia ou tarefa de cada vez.
- Copiar a música para papel colorido - utilizar uma cor diferente para cada
peça.
- Utilizar materiais didácticos que introduzam novos conceitos e
competências com códigos de cores e que incluam definições e instruções
claras. Os livros com desenhos ou fotografias relevantes para uma nova
ideia ou peça podem ser especialmente úteis.
- Disponibilizar ou recomendar gravações das peças para os alunos
ouvirem.
- Ser muito claro quando o aluno está a fazer bem uma ação ou a
responder a uma instrução! Incentivar os alunos sempre que possível.
-Cantar ou tocar simultaneamente com o aluno durante as aulas para que
este possa comparar as suas notas e ritmos.
- A repetição é fundamental. Ensinar o aluno a rever competências,
conceitos ou partes desafiantes mais vezes do que as que o aluno possa
querer.
- Se o aluno estiver a ficar frustrado, mudar de actividade durante um ou
dois minutos para o ajudar a recuperar a concentração.
- Sempre que possível, trabalhar com o aluno individualmente ainda que a
aula seja em grupo, mesmo que essa aula tenha uma duração mais curta.
- Na banda ou orquestra, ajudar o aluno a escolher o instrumento correcto
para os seus pontos fortes. (A autora diz aue por exemplo, não durou muito
tempo na flauta, uma vez que as partes da flauta são normalmente muito
rápidas e ela processava mais lentamente do que os outros, mas o seu
forte sentido de afinação fez da trompa uma escolha natural).
- Ensinar o aluno a ser específico e gentil nas autocríticas. "Isto correu mal”
virá mais naturalmente do que "esqueci-me de contar durante esse
compasso". Esta última é muito mais valiosa.
-Quando tudo o resto falhar, perguntar ao aluno o que ele acha que pode
ser o problema e tentar encontrar a solução em conjunto.

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Leitura da notação

Kate menciona o artigo "Dyslexia and Musical Notation" de Ganschow,


Lloyd-Jones e Miles. Neste artigo encontramos estudos realizados com
alunos e músicos profissionais com dislexia em que estes revelam
dificuldades na leitura de notação musical, no processamento de
informação, na manutenção do ritmo e na concentração. A principal
preocupação dos autores é o facto de a música (enquanto som) ser
diferente da notação musical, e pode ser mais fácil para um indivíduo com
dislexia compreender os símbolos da notação quando estiver mais
familiarizado com os sons musicais que eles representam.
Os autores sugerem ainda estratégias para compensar as dificuldades
sentidas com a notação musical como o método Suzuki em que o aluno
primeiro aprende as peças de ouvido e só mais tarde associa os símbolos
de notação aos sons musicais. Sugerem ainda uma abordagem
semelhante para a aprendizagem dos ritmos porque a contagem é muitas
vezes difícil de fazer enquanto se canta ou toca. O método Kodaly de falar
os ritmos como sílabas pré-designadas (ta para as semínimas e ti para as
colcheias) pode ser uma forma eficaz de resolução ou atenuação das
dificuldades. O objectivo destes exercícios não é tornar os alunos
dependentes do ensino mecânico, mas sim dar-lhes uma melhor imagem
musical do que os símbolos das notas devem significar para que possam
eventualmente ler a música fluentemente.

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Altura e ritmo

A autora menciona também um outro estudo intitulado:


A motivação por detrás do estudo intitulado "A Comparison of Rhythm
Pattern Perception and Performance in Normal and Learning-Disabled
Readers, Age Seven and Eight" de Betty W. Atterbury. Neste estudo
descobriu-se que embora os dois grupos de alunos tivessem resultados
semelhantes nos exemplos simples de ritmo, o grupo com dificuldades de
aprendizagem tinha mais dificuldade em perceber ritmos difíceis e em
reproduzir esses mesmos ritmos. É sugerido então a utilização de sílabas
rítmicas no ensino dos ritmos. A autora refere ainda que os alunos com
dificuldades direccionais podem ter problemas com o conceito de uma
nota estar "alta" ou "baixa". Podem achar que faz mais sentido seguir a
linha da música com o dedo enquanto a cantam ou ouvem.

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