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Sumário

Introdução....................................................................................................................3

Formulação de problema.............................................................................................4

Hipótese.......................................................................................................................5

OBJECTIVOS:............................................................................................................. 5

Objectivo geral..........................................................................................................5

Objectivos específicos..............................................................................................5

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA.............................................................6

1.1. Conceitos...........................................................................................................6

1.2. Epidemiologia....................................................................................................8

1.3. Agente etiológico...............................................................................................8

1.4. Diagnóstico laboratorial e clínico.....................................................................10

1.5. Complicações associadas a infecção do trato urinário na gestação...............13

1.6. Tratamento..................................................................................................... 16

1.7. Medidas preventivas........................................................................................20

CAPÍTULO II: METODOLOGIA.................................................................................22

2.1. Tipo de estudo.................................................................................................22

2.2. Local de estudo............................................................................................... 22

2.3. População........................................................................................................22

2.4. Amostra........................................................................................................... 22

2.5. Critério de inclusão..........................................................................................22

2.6. Critério de exclusão.........................................................................................22

2.7. Procedimentos éticos......................................................................................22

2.8. Procedimentos para colheita de dados...........................................................23


2.9. Procedimentos e análise de dados..................................................................23

2.10. Variáveis em estudo......................................................................................23

2.10.1. Variáveis (Variáveis dependentes).........................................................23

CAPÍTULO III: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS..........................24

3.1. Apresentação detalhada dos resultados.........................................................24

Tabela 1: Distribuiçâo dos utentes em relação à faixa etária.............................24

Tabela 2. Distribuição dos resultados de exames da urina realizados segundo a


faixa etária.......................................................................................................... 25

Tabela 3. Distribuição total de resultados obtidos de exames da urina..............26

Conclusão..................................................................................................................27

Sugestões..................................................................................................................29
Introdução

A infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia extremamente frequente que


ocorre em todas as idades do neonatal ao idoso, mais durante o primeiro ano de
vida, devido ao maior número de malformações congénitas, especialmente válvula
de uretra posterior; acomete preferencialmente o sexo femenino. A partir deste
período, durante toda a infância e principalmente na fase pré-escolar, as meninas
são acometidas por ITU vinte vezes do que mais do que os meninos. Na vida adulta
a incidência de ITU é elevada e predomina no sexo feminino e mantêm com picos
maior, no início ou relacionada a actividade sexual durante a gestação ou na
menopausa de forma que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio
de ITU ao longo da vida. Na mulher, a susceptibilidade à ITU, se deve a uretra mais
curta e a maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra (CHEBABO.
et. al 2009).

No homem o maior cumprimento uretral, maior fluxo urinário é o factor antibacteriano


prostático são protetores. O papel da circuncisão é controverso, mas a menor
ligação de enterobactérias a musa do prepúcio pode exercer protecção contra a ITU.
A partir da década de 50 e 60, a presença do prostatismo torna o homem mais
suscetível a ITU (CHEBABO.et.al …,2009).

A ITU é classificada como não complicada, quando ocorre em pacientes com


estrutura e função do trato urinário normal e é adquirida fora de ambiente hospitalar
As condições que se associam a ITU complicada incluem as de causa obstrutiva
como hipertrofia benigno de próstata, tumores, urolistease, estenose de junção
uretero-pielica, corpos estranhos entre outros; anatomo funcionais têm como
exemplo bexiga neurogénica, refluxo vesico-uretral, rim espóngio medular;
nefocalcinox, cista renais divestícula vesicais, metabólica são insuficiência renal,
diabete Melitos, transplante e renal, uso de coletor demoro ou qualquer tipo de
instrumentação, derivações ilegais (CHEBABO. et.al …,2009 ).

As infecções do trato urinário podem ser divididas em infecções do trato urinário


superior, que abrangem os rins ( pielonefrite ), e infecções do trato urinário inferior,
que afectam a bexiga (cistite), uretra (uretrite) e próstata (prostatite). Entretanto, na

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prática e particularmente em crianças, a diferenciação entre os locais pode ser
difícil ou impossível. Além disso, geralmente a infecção se dissemina de uma área
para outra. Embora uretrite e prostatite seja uma infecção do trato urinário, o termo
uma infecção do trato urinário geralmente se refere à pielonefrite e cistite.

A maioria das cistites e pielonefrites são causadas por bactérias. Os peptógenos


não bacterianos mais comuns incluem fungos (geralmente espécies de Cândida),
e, menos comumente, micobactérias, vírus e parasitas. Patógenos não bacterianos
normalmente afectam pacientes imunodeprimidos; têm diabetes, obstrução ou
anormalidades estruturais do trato urinário; ou tiveram cirurgia recente do trato
urinário. Além de adenovírus (implicados na cistite hemorrágica), os vírus não têm
nenhuma contribuição importante para uma infecção do trato urinário em pacientes
imunocompetentes.

Uretrite geralmente é causada por uma doença sexualmente


transmissível. Prostatite é geralmente causada por uma bactéria e, às vezes, por
doença sexualmente transmissível.

O presente trabalho foi dividido em 3 capítulos: A primeira aborda a fundamentação


teórica, o segundo a metodologia e por último, apresentação dos resultados.

Formulação de problema

Nas gestantes, observam-se complicações provocadas pelas infecções do trato


urinário e aumento de número destes casos, assim sendo, coloca-se a seguinte
questão de investigação:

Quais são as causas das infecções do trato urinário em gestantes?


Justificativa

Na gestação, ITU é a complicação clínica mais comum ocorrendo em 20% das


gestantes e se torna responsável por 10% das hospitalizações antes do parto
(NASCIMENTO, 2014). A ocorrência de ITU na gravidez pode implicar em
complicações de grande relevância, estando associada à mortalidade materna e
perinatal. É de suma importância realizar durante o acompanhamento pré-natal,

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vigilância da ocorrência de ITU por meio da associação de dados clínicos e dados
laboratoriais ( FERNANDES et al., 2015).

Muitas gestantes queixam-se das Infecções do Trato Urinário ( ITU ). Tendo em


conta dos grandes constrangimentos que as mesmas têm provocado no período
gestacional, isso levou os autores escolher este tema de pesquisa.

Hipótese

Se, se reforçar a educação para a saúde das gestantes que frequentam a laboratório
de CATV do Hospital Provincial Maria Eugénia Neto, poderá se reduzir as infecções
ligadas a esta patologia.

Se, se reforçar as medidas de prevenção contra as infecções do trata urinàrio,

Se, se melhorar o saneamento básico poderá reduzir as ITU.

OBJECTIVOS:

Objectivo geral

O obcjectivo deste estudo consiste em determinar a prevalência das infecções do


trato urinário em gestantes usuárias do laboratório de CATV do Hospital Provincial
Maria Eugénia Neto, no primeiro trimestre do ano de 2022.

Objectivos específicos

 Fundamentar a teoria das infecções do trato urinárias;


 Caracterizar o quadro epidemiológico atual das infecções do trato urinárias
em gestantes;
 Quantificar os casos das infeções do trato urinárias em gestantes que
frequentaram o laboratório de CATV, do Hospital Provincial Maria Eugénia
Neto, durante o Iº Trimestre do ano de 2022.
 Realizar uma proposta de intervenção e orientações educativa específico
para a prevenção dessa patologia com atividades em grupo que ajudem à
diminuição da infecção urinária em gestantes.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

1.1. Conceitos

A infecção do trato urinária (ITU) caracteriza pela Invasão e multiplicação de


bactérias desde a uretra até aos rins. A maior parte dos casos é resultado da
colonização da urina por bactérias fecais. O sexo feminino apresenta maiores
suscetibilidade devido às particularidades do ânus com a vagina e uretra. Ainda que
relativamente benignas na mulher não grávida, as infecções urinárias representam
umas complicações potencialmente grave durante a gestação, constituindo uma
causa de morbilidade elevada (FIGUEREIDO et.al,2012, NASCIMENTO e tal 2012).

A área Peri uretral é colonizada por bactérias aeróbicas e anaeróbicas, onde o


primeiro passo no desenvolvimento da infecção urinária, é um distúrbio microbiana
normal e a colonização por etapas e cepas gram-negativos, principalmente a
Escherichia Coli. As cepas de Escherichia Coli. Uro patogénicas são populações
selecionadas das bactérias que colonizam o intestino e expressam combinação de
antigénios e factores de virulência (KOCH e ZUCCOLOTTO, 2004, citado por Silva e
Bavatta,3.D)

A infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia extremamente frequente que pode
ocorrer em todas as idades, em ambos os sexos, e que pode ser definida como
"uma infecção que acomete qualquer parte do sistema urinário, desde os rins até a
bexiga e a uretra sendo causada por microrganismos em alguma parte desse
sistema".

Durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de malformações


congênitas, acomete preferencialmente o sexo feminino. A partir desse período,
durante toda a infância e principalmente na fase pré-escolar, as meninas são
acometidas por infecção do trato urinário de dez a 20 vezes mais que os meninos.

Na vida adulta, a incidência de infecção do trato urinária se eleva e o predomínio no


sexo feminino se mantém, com picos de maior acometimento no início ou
relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma que
48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de infecção urinária ao

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longo da vida. Na mulher, a susceptibilidade à infeção urinária se deve à uretra mais
curta e a maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra.

No homem, o maior comprimento uretral, maior fluxo urinário e o factor


antibacteriano prostático agem como protetores. O papel da circuncisão é
contraverso, mas a menor ligação de enterobactérias à mucosa do prepúcio pode
exercer proteção contra infecção urinária. A partir dos 50 anos, a presença de
patologias prostáticas torna o homem mais susceptível à infecção urinária. Ela
ocorre principalmente quando os microrganismos, na maioria dos casos bactérias,
sobem pela uretra e atingem a bexiga, os ureteres e os rins.

A bactéria mais frequente na infecção urinária é a Escherichia Cóli e faz parte da


flora intestinal normal. Podemos assim constatar como são importantes os hábitos
de higiene adequados para a prevenção das infecções urinárias.

Em condições de normalidade, a urina não contém nenhum microrganismo, sendo


que csua presença no sistema pode ocasionar uma infecção. As mulheres,
especialmente, podem apresentar bactérias na urina e não desenvolverem sintomas
relativos à sua presença sendo o quadro chamado de "bacteriúria assintomática" de
especial importância durante a gravidez. Outro factor que facilita o surgimento de
uma infecção urinária é o chamado "resíduo pós-miccional" que ocorre quando há
um obstáculo ao esvaziamento da bexiga durante a micção ou quando a contração
da bexiga está comprometida, o que facilita a proliferação bacteriana.

Algumas situações favorecem o aparecimento de uma infecção urinária, como:

Sexo feminino – Gravidez em que ocorre uma redução das defesas da mulher,
além de alteração no esvaziamento vesical por estase causada pelo aumento
uterino e também pelo aumento da progesterona.

Segundo Silva (2013), a gestação é um marco na vida de uma mulher. Um momento


de mudanças físicas e alterações emocionais e a cada período de transformação a
gestante fica mais vulnerável quando se trata da saúde emocional. A pessoa poderá
se tornar mais forte e amadurecida, ou mais enfraquecida e confusa. Por isso esse
período se torna tão importante para a mulher, marido e familiares. Para Barreto
(2017), os cuidados com as mulheres na gestação incluem ações de prevenção,

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promoção e educação em saúde com propósito de manter a gestação com o menor
risco possível.

1.2. Epidemiologia

A infecção do trato urinário é uma das infecções mais frequentes nos serviços de
saúde. Na vida adulta, a incidência de infecção urinária se eleva e o predomínio no
sexo feminino se mantém, com picos de maiores acometimento no início ou
relacionado à actividade sexual, durante a gestação ou na menopausa de forma que
48 % das mulheres apresentam pelo menos um episódio de infecção urinária ao
longo da vida. Na mulher, a susceptibilidade a infecção urinária se deve à uretra
mais curta e a maior proximidade do ânus com vestíbulo vaginal e uretra, cerca de
6,5 % de casos de bacteriemias adquiridas em Hospitais são atribuídas as infecções
do trato urinário.

1.3. Agente etiológico

A infecção urinária é atribuída pela presença de bactérias proliferativas, que


comprometem o sistema urinário. Possuem intercorrências clínicas comuns em
mulheres grávidas, devido às alterações fisiológicas e anatômicas que acometem o
corpo da mulher. Essa enfermidade é normalmente causada por enterobactérias que
residem no trato intestinal e contaminam o trato urinário, e justamente é na gravidez
onde pode acarretar vários agravamentos ao feto, por causar nascimentos
prematuros ou complicações a mãe e a criança, o tratamento rege maior atenção
pela determinada toxicidade requerida aos antibióticos administrados (SIQUEIRA et
al., 2018).

As possíveis bactérias associadas as doenças do trato urinário em gestantes, está a


Escherichia coli como a percussora da infecção, com cerca de 37,5% dos casos
diagnósticados. As outras bactérias contribuintes no desenvolvimento do quadro
são: Enterobacter spp., Streptococcus spp., (RAMOS et al., 2016). Os uropatógenos
possuem capacidade de adquirir fatores de virulência que os tornam capazes de
proliferassem e adaptassem a novos tecidos permitindo a sua adesão em diferentes
epitélios da mucosa urinária (FLORES-MIRELES et al., 2015). O processo de

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enfermidade acontece quando as bactérias possuem pili para sua adesão ao tecido
e invadem a célula do epitélio (urotélio) e proliferam-se de forma intracelular. Neste
processo pode ocorrer a disseminação para as vias superiores através de vasos
linfáticos e sanguíneos, a infecção pode ocorre na uretra (uretrite), bexiga (cistite) e
ureteres e rins (polinefrite) (BIEN, SOKOLOVA E BOSKO, 2012).

A Escherichia coli é uma bactéria Gram-negativa, anaeróbica facultativa que habita o


trato intestinal e é causadora de doenças graves que agrede o trato urinário, além de
afectar feridas pós-operatórias e causar bacteremias (TERLIZZI; GRIBAUDO;
MAFFEI, 2017).

Segundo Eusébio et al. (2016), E. coli é a bactéria de alta prevalência na urina,


rompe o equilíbrio e defesa do organismo. Possui adesinas que se aderem a
mucosa urogenital, deste modo ela resiste à eliminação na micção do fluxo urinário,
podendo ocorrer bacteriúrias expressivas, por isso é necessário o acompanhamento
clínico para que não ocorra a infecção do trato superior. Segundo Warren Levison
(2014), existe três características que facilitam a infecção pela bactéria Escherichia
coli ao trato urinário inferior em mulheres em áreas anatômicas, como a uretra curta
e a bexiga. A contaminação acontece pela proximidade da uretra ao ânus,
proporcionando a colonização na microbiota vaginal e dos membros da microbiota
fecal. O gênero de Staphylococcus saprophyticus vem sendo o segundo maior
causadoras das infecções que abrangem o trato urinário, especial mulheres
sexualmente ativas. A relação sexual é um dos motivos que levam a ocorrência
dessa bactéria a proliferassem nos órgãos urinários (LEVINSON, 2014). Segundo
Souza et al. (2013), os Enterococos da espécie faecalis justamente com o gênero
Streptococus agalactiae, são bactérias Gram-positivas, aeróbicas facultativas que
representam altas frequências nas ocorrências das enfermidades urogenitais,
apresentam-se como patógenos oportunistas hospitalares. De acordo com estudo de
Siqueira et al. (2019), foi realizado uma pesquisa no centro municipal de saúde de
Rondonópolis, Mato Grosso. Onde os resultados apontaram dois agentes etiológicos
com maior prevalência entre as mulheres gestantes, como as bactérias E. coli e E.
faecalis, entre a faixa etária de 21 a 25 anos de idade.

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O gênero Klebsiella spp., é uma bactéria Gram-negativa de morfologia bacilar,
aeróbica facultativa que possui mecanismos de resistência e está envolvida em
diversas doenças infecciosas. Nas maiorias das gestantes apresenta-se com
incômodos nas vias urinárias, ela é um dos motivos de maior preocupação, por
apresentar malefícios aos recém-nascidos (POLONI et al., 2016). A bactéria do
gênero Proteus spp. Tem morfologia bacilar e pertence à família dos Gram-
negativos. São colonizadores do colo intestinal e por este motivo contribuem para o
seu desenvolvimento e proliferação na uretra feminina. Sua colonização pode
ocasionar a mudança do pH urinário de ácido para alcalino, devido a produção da
enzima uréase que irá hidrolisar a ureia em amônia na urina (LEVINSON, 2014).

A contaminação ocorre principalmente por via da microbiota fecal, que atinge o canal
uretral, onde esses microrganismos podem colonizar e causar inflamações. A
propagação pode acontecer na uretra, bexiga causando a chamada cistite ou até
mesmo infeccionando o trato urinário superior, como os ureteres e os rins que são
definidos como a patologia pielonefrite (MOURA; FERNANDES, 2010).

1.4. Diagnóstico laboratorial e clínico

Os factores associados ao aparecimento das enfermidades urinárias bacterianas em


gestantes são de acordo com a suscetibilidade das pacientes aos agentes
microbiológicos. Os aspectos clínicos podem variar de acordo com a faixa etária da
paciente, localização da infecção, estado nutricional, processo imunológico
deprimido e alterações urogenitais. Os sintomas mais comuns são a febre, dores
pélvicas ou lombares, ardência e dor ao urinar (SILVA et al. 2014).

Segundo Silva et al. (2014), em mulheres pós-parto e recém-nascidos, pode ocorrer


manifestações clínicas peculiares. Nas mães os sintómas mais comuns é a febre,
gotejamento urinário e sintómas inespecíficos, como hiporexia e baixo peso
muscular; nos recém-nascidos a febre ocorre em cerca de 7,5%, vômitos, recursa
alimentar, icterícia, palidez cutânea e até mesmo sepse. O diagnóstico clínico poder
ser verificados através da anamnese da paciente durante o período pré-natal, onde
é aceitável detalhar os possíveis resquícios de uma infecção. Os sintomas mais
perceptíveis são: o aparecimento da febre, incontinência urinária, frequência

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urinária, doenças cervicovaginas, diarreia, perda de peso, vômitos, hereditariedade
familiar de uropatias congênitas (SILVA et al., 2014).

Segundo Roriz-Filho et al., (2010) A infecção urinária apresenta quadros


sintomáticos e assintomáticos, para o diagnóstico laboratorial a coleta deve ser
asséptica sem ocorrer qualquer tipo de contaminação e solicitado o jato médio da
urina, a confirmação é feita com o crescimento bacteriano a partir de 100.000
unidades de colônias por ml (mililitros) na urina. A infecção do trato urinário pode
ocasionar maior frequência urinária; presença de leucócitos e hemácias; mdificação
no aspecto e cor e frequentes dores ao urinar. O exame de rotina mais solicitado
para analise a fresco da urina é EAS (Elementos Anormais e Sedimento), é possível
averiguar características físicas, bioquímicas e citológicas por este procedimento, é
recomendado para monitoramento de rotina, podendo ser realizado na primeira
consulta do pré-natal e repetido na 30° semanas de gravidez, caso haja registro de
poliúria, aumento de piócitos e bacteriúrias é solicitado a urocultura (BAUMGARTEN
et al., 2011). A fita urinária é ideal para auxiliar no diagnóstico das infecções
urinárias, devido ao resultado imediato, porém é limitada as informações obtidas.
Sendo, indicado o uso de meio de cultura para detectar o microrganismo e testes de
antibiograma para identificar os antibióticos a serem prescritos (WILLIAMS et al.,
2010).

O exame simples de urina permite analisar aspectos fundamentais da urina como à


cor; aspecto (límpido ligeiramente turvo ou turvo); densidade, leucócitos,
hemoglobina, glicose, pH, nitrito, bilirrubina, urobilinogênio, cetonas, proteínas, os
sedimentos urinários e possíveis bactérias. A presença de reações na fita para nitrito
e observações microscópica de hemácias e leucócitos pode indicar possíveis
quadros de infecção urinária, sendo necessária a confirmação com a urocultura
(GUERRA et al.,2012).

A análise urinária em indivíduos com infecção do trato urinário gera anormalidades


de hemácias por campo na urina e presença de sangue em 60% dos casos. A
microscopia é de alta especificidade na detecção de hematúria, porém a detecção
do agente etiológico ocorre apenas pela urocultura (LACERDA et al., 2015).

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Em uma pesquisa sobre a análise dos elementos anormais do sedimento urinário
(EAS) e a bacterioscopia, obtiveram-se dados relevantes sobre a análise química
(fita reagente) onde a alteração de nitrito foi de 4%, de leucócitos 16%. Na análise
de microscópica a detecção de hemácias foi de 11%; de leucócitos 32% e células
26%. A análise identificou acréscimo em 16% dos leucócitos na avaliação de
bacterioscopia, e 44% das amostras foi sugestiva a infecção do trato urinário.
(TOSETTO, 2018). A bacterioscopia da urina por coloração de Gram é definida,
como método de triagem no diagnóstico laboratorial, pois possui uma sensibilidade
de 94% e especificidade de 92%. É realizado através de uma amostra de urina não
centrifugada, e na prática é adicionada uma gota da amostra sobre a lâmina, após é
possível realizar a coloração pelos corantes: violeta, lugol, álcool acetona e fucsina;
a visualização no microscópio óptico é determinante para uma boa interpretação da
morfologia bacteriana (SILVA et al., 2014).

A Coloração de Gram possibilita a capacidade de diferenciar as bactérias gram


positivas das gram-negativas, onde as positivas aderem o corante de cristal de
violeta adquirindo cor roxa e as negativas são contra coradas com corante safranina
obtendo a cor rosa. O método fornece informações de grande importância
laboratorial, porém algumas células bacterianas não são capazes de aderir
totalmente a cor do corante e desta forma a técnica se torna mais especifica para
bactérias jovens, em processo de crescimento. (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012).

A urocultura positiva em gestante assintomática pode atingir 2% a 7% sendo mais


frequentes em multíparas, pacientes com baixo nível sócio econômico, DM
preexistente e histórico de ITU. Para mulheres assintomáticas, a bacteriúria é
definida como a presença de duas culturas com ≥105UFC/ml da mesma bactéria
(GARCIA, 2015).

Por isso, o exame de sedimento urinário deve ser realizado na primeira consulta do
pré-natal, assim como a urocultura e repetir no decorrer do pré-natal, mesmo a
gestante não apresentando queixas (SILVA, 2012).

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1.5. Complicações associadas a infecção do trato urinário na gestação.

Na gravidez pode ocorrer várias complicações para a gestante, sendo as principais a


hipertensão gestacional, pielonefrite aguda, infecção do trato urinário pós-parto e
processos septicêmicos, abortamento, trabalho de parto prematuro, insuficiência
renal, hipóxia peri-natal, paralisia cerebral neonatal. Para o feto podem ocorrer
complicações mais severas como o crescimento intra-uterino restrito, retardo mental,
parto prematuro, óbito intra-uterino, infeção ou morte neonatal (SANTOS; SILVA;
PRADO, 2017).

No período gestacional, as infeções do trato urinário representam uma das formas


mais comuns de infecção bacteriana, devido a se manifestarem geralmente no
primeiro trimestre da gestação (NASCIMENTO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012; NETO,
2016). Entretanto pode ocorrer no segundo e terceiro trimestre também
(PAGNONCELI; ABEGG; COLACITE, 2010; PIGOSSO; SILVA; PEDER, 2016).

A ocorrência de ITU na gravidez pode implicar em complicações de grande


relevância, estando associada à morbimortalidade materna e perinatal, internação
hospitalar e fetal (HACKENHAAR; ALBERNAZ, 2013; FERNANDES et al., 2015). É
de suma importância realizar durante o acompanhamento pré-natal, vigilância da
ocorrência de ITU por meio da associação de dados clínicos e dados laboratoriais
(FERNANDES et al., 2015).

A ITU é uma infecção comum em mulheres jovens e representa a complicação


clínica mais frequente na gestação, podendo ocorrer em 17% a 20% das mulheres
nesse período (BRASIL, 2012). Para Vettore et al., (2013), as gestantes mais
propensas a desenvolver ITU no pré-natal são adolescentes, anêmicas, diabéticas e
com qualidade do pré-natal parcialmente adequado ou inadequado.

Para Santos e Korb (2015), os factores de risco predisponentes a desenvolver ITU


na gestação são os grupos sanguíneos, aspetos imunológicos, diabetes, ITU
anterior, classe econômica baixa, multiparidade, doença falciforme e, principalmente,
baixa escolaridade. Garcia (2015), também encontrou maior frequência de ITU em
multíparas, pacientes com baixo nível sócio econômico, gestantes que tinham
Diabetes Mellitus pré-existente e histórico de ITU.

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Segundo MS (BRASIL, 2012), a gestação ocasiona modificações, algumas
mediadas por hormônios que favorecem ITU, sendo elas, estase urinária pela
redução do peristaltismo ureteral, aumento da produção de urina, glicosúria e amina
acidúria favorecendo o crescimento bacteriano e infecções.

Outros factores predisponentes para ITU na gravidez são as anomalias do trato


urinário, a litíase renal e cateterismos prévios (TOCANTINS, 2012).

Bulka (2014) acrescenta que a infecção do trato urinário em gestantes é comum não
só pelas alterações hormonais, mas também pelas alterações anatômicas e
mudança do pH, o qual facilita a multiplicação de microrganismos no sistema
urinário, por isso faz-se necessário o acompanhamento obstétrico e o controle
através de exames regularmente.

De acordo com o MS (BRASIL, 2012), os micro-organismos envolvidos são aqueles


da flora perineal normal, principalmente a Escherichia cóli, que responde por 80% a
90% das infecções. Em contrapartida os gram-negativos (Klebsiella, Enterobacter e
Proteus) são a maioria dos outros casos. A bacteriúria assintomática é a forma mais
frequente da infecção, sendo que as sintomáticas poderão acometer o trato urinário
inferior (cistites) ou, o trato superior (pielonefrite).

Figura Nº1. Aparelho urinário

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Fonte:www.sobiologia.com.br

Segundo Baumgarten et al., (2011), as infecções do trato urinário por cistite


manifestam-se clinicamente por disúria, polaciúria, urgência miccional e dor no baixo
ventre, a pielonefrite manifesta-se com calafrios e lombalgia, e a bacteriúria
assintomática com completa ausência de sintomas. Para que não haja complicações
associadas a ITU na gravidez, é necessário detectá-la e tratá-la, quando a gestante
apresenta sintomas, mesmo sem a realização do sumário de urina (FERNANDES et
al., 2015).

Os autores abordaram sobre as complicações associadas a infeção do trato urinário


na gestação. Tais complicações são: hipertensão gestacional, pielonefrite aguda,
infecção do trato urinário pós-parto e processos septicêmicos, abortamento, trabalho
de parto prematuro, insuficiência renal, hipoxia perinatal, paralisia cerebral neonatal,
rotura prematura da membrana, corioamnionite e baixo peso ao nascer.

A cistite aguda deve ser suspeitada em mulheres grávidas queixosas de disúria. A


maioria dos casos de pielonefrite ocorre durante o segundo e terceiro trimestre. As
complicações incluem a síndrome do choque séptico, anemia, bacteriemia,
insuficiência renal e disfunção renal. A bacteriúria tem um significado diferente, a
indicação para o tratamento se faz necessário para a prevenção desta intercorrência
gestacional (MICHELIM; BOSI; COMPARSI, 2016).

Outras complicações também estão associadas a essa infecção, tais como, a rotura
prematura de membranas, o aborto, o trabalho de parto prematuro, a corioamnionite,
o baixo peso ao nascer, a infecção neonatal além de ser uma das principais causas
de septicemia na gravidez. Aproximadamente 2% a 10% das gestantes apresentam
bacteriúria assintomática, sendo que 25% a 35% desenvolvem pielonefrite aguda
(BRASIL, 2012).

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Veiga et al. (2017), também constataram que existe correlação entre a incidência de
infecções do trato urinário durante o período gestacional e o aumento das taxas de
prematuridade apresentadas, 10,1% das gestantes tiveram ITU, e que 18,2% destas
gestações resultaram em partos pré-termos.

A correlação entre a incidência de ITU e a prematuridade demonstra a importância


na detecção precoce de complicações com objetivo de evitar não somente os casos
de crianças com baixo peso ao nascer, mas também reduzir os índices de
mortalidade materno-fetal e os gastos decorrentes que acarretam ao Sistema Único
de Saúde (VEIGA et al., 2017).

Outros autores concordam que a ITU pode acarretar diversas complicações para o
binômio mãe-filho, complicações como a hipertensão gestacional, pielonefrite aguda,
infecção do trato urinário pós-parto e processos septicêmicos, abortamento, trabalho
de parto prematuro, insuficiência renal, hipóxia perinatal, paralisia cerebral neonatal.
E para o feto podem ocorrer complicações com mais severidade como crescimento
intra-uterino restrito, retardado mental, parto prematuro, óbito intrauterino, infecção
e/ou morte neonatal. (SANTOS; SILVA; PRADO, 2017).

1.6. Tratamento

A ocorrência de infecção urinária na gestação continua sendo importante fator de


morbidade, principalmente quando não há suspeita de bacteriúria assintomática. O
rastreamento sistemático com exame qualitativo de urina, cultura de urina e teste de
sensibilidade aos antibióticos, em todas as gestantes, tornam-se economicamente
inviáveis na medicina previdenciária. É fundamental adotar critérios de risco para
identificar aquelas para as quais se devem pedir exames. Frente à multiplicidade de
novos antibióticos, o tratamento deve ser criteriosamente elaborado. poderá se
reduzir as infecções ligadas a esta patologia.

O tratamento das infecções urinárias bacterina do trato inferior, consiste no uso de


fármacos antimicrobiano: O cefalexina que possui sensibilidade de 9,02%, e
cefalotina com cerca de 66,4%. As classes de medicamentos usados são com base
nas quilonas, porém é mais indicado para as gestantes as cefalosporinas da
primeira e segunda geração e em casos graves é utilizado a de terceira geração.

14
Todos esses antibióticos necessitam passar por testagem pela técnica de
antibiograma, para verificar a sensibilidade ou a resistência bacteriana. Os casos de
recidiva ocorrem na maioria da população, devido ao tratamento não mantidos ou
são tomados indevidamente sem respeitar a devida posologia regida pela bula do
fármaco (SANTOS et al., 2018).

Para iniciar o tratamento com os antibióticos prescritos para a infecção urinária, é


realizado o teste de sensibilidade dos antibióticos (TSA). O tratamento durante a
gravidez requer uma duração reduzida, podendo ocorrer uma reincidência devido ao
tempo de uso do medicamento não ser ideal. O método de dose única para alguns
autores não é absoluto, em decorrência que 25 à 50% das gestantes apresentam
quadros de bacteriúria assintomática. Mas, o uso prolongado desses medicamentos
terapêuticos pode gerar efeitos controversos e a recorrência é independente do
tempo de tratamento podendo variar de 20 à 30% nos casos (FIGUEIREDO;
GOMES; CAMPOS, 2012).

De acordo com Celegari et al. (2012) devido as complicações gestacionais que


ocorrem durante a infecção urinária, em alguns casos o tratamento é iniciado com
urgência mesmo que não aconteça validação com a cultura e o antibiograma. O
tratamento é iniciado com antibióticos restritos, levando em consideração a
toxicidade fetal dos fármacos, os agentes bacterianos e o perfil de suscetibilidade
dos patógenos. Para o tratamento com antibióticos em quadros de cistite aguda a
duração deverá ocorrer entre 3-7 dias. Recorrendo fármacos que alcance grande
eficácia; atuem contra os microrganismos envolvidos, possuam mínima elevação
possível na taxa de resistência e garanta segurança maternal e perinatal. Os
antibióticos de 1° escolha para o tratamento das infecções do trato urinário em
gestantes incluem: amoxicilina, cefalosporinas (cefuroxima e cefixima) e fosfomicina,
e de 2° opção, estão a nitrofurantoína, o cotrimoxazol, os aminoglicosídeos e as
quinolonas. A avaliação, o potencial de risco, os padrões de resistência, eficácia e
segurança sempre devem ser avaliados (FIGUEIREDO; GOMES; CAMPOS, 2012).

O tratamento para infecções em gestantes pode variar conforme o estado de


agravamento. Deste modo, existe uma classificação que pode ser de curta duração
entre 3 à 5 dias, onde segue-se o uso dos antibióticos de via oral como:

15
Nitrofurantoína 100mg- 6/6h; Ampicilina 500mg6/6h; Amoxacilina 500 mg- 8/8h e
Cefalexina 500mg 6/6h. E quando o tratamento for de tempo prolongado de 7 à 10
dias, usa-se Nitrofurantóina, Amoxicilina e Cefalexima (BRASIL,2010).

Segundo Hamdan et al. (2011) em uma pesquisa realizada com 33 patógenos, a


Escherichia coli foi de maior prevalência com resultado de 14/33 e revelando sua
maior resistência aos antibióticos. Além de apontar que as gestantes apresentaram
maior incidência em quadros de Bacteriúria assintomáticas com 14,7% dos casos. A
prevalência da resistência bacteriana ocorre devido ao tempo de uso e excesso
desordenado na utilização dos antibióticos.

O agente Escherichia coli apresentou grande resistência as quinolonas e às sulfas,


tornando indispensável a avaliação dos quadros clínicos e diferenciação do agente
etiológico pelo diagnóstico laboratorial. É evidente que a indicação correta do
fármaco, a administração e o uso discriminado favorece a diminuição da resistência,
além de reduzir o tratamento nos casos de infecção urinárias não complicadas com
período de 5 dias (NARDOZZA et al., 2010).

No estudo de Massoli et al., (2012) o aumento no uso dos antibióticos torna os


agentes bacterianos resistentes, estes possuem genes capazes de transferir essas
informações de resistência para outras bactérias por meio de plasmídios e
intensificando ao longo dos anos a capacidade de resistir aos antibióticos. Em uma
pesquisa sobre a resistência aos antibióticos, a ampicilina apresentou 50% de
resistência e a nitrofurantoína 24%. Já na resistência por microrganismos o
resultado para ampicilina e o cotrimoxazol tiveram taxas de 20% ao patógeno
Escherichia coli e para os antibióticos de ampicilina e nitrofurantoína 20% de
resistência a Klebsiella pneumoniae e Proteus Mirabili (GOMES; FREITAS, 2014).

A assistência ao pré-natal é um conjunto de medidas: médica, social, psicológica e


de cuidados gerais que visa proporcionar a gestante um desenvolvimento saudável
em sua gravidez. A efetivação do pré-natal é indispensável nos termos de prevenção
e deteção precoce de patologias maternas e fetais, possibilitando o desenvolvimento
saudável para o feto e restringindo os riscos para a gestante. O objetivo do pré-natal
é fazer com que as gestantes se sintam bem, no ponto de vista físico e psíquico
durante todo o período gestacional e no puerpério (BRASIL, 2014).
16
A assistência pré-natal deve ser iniciada antes da concepção para garantir que a
mulher estará apta a suportar essa sobrecarga. A primeira consulta do pré-natal é de
suma importância para se ter uma boa avaliação das condições das mulheres em
seu período gravídico. A presença do parceiro na primeira consulta também é de
grande importância, trazendo um significado diferencial a esse atendimento. Caso
não seja possível a participação do mesmo, é importante que alguém de confiança
da gestante esteja presente nas consultas para que a mulher se sinta mais confiável
(BRASIL, 2014).

No pré-natal realiza-se a anamnese onde serão coletados todos os dados da


gestante. Deve-se investigar a história da gestação atual, verificar antecedentes
mórbidos pessoais e hábitos, antecedentes de violência, ginecológicos e obstétricos,
realização do cálculo gestacional e a data provável do parto, antecedentes
familiares, informações sobre os diversos aparelhos e sistemas, exame físico geral,
avaliação do risco gestacional, fazer orientações importantes para o período de
gravidez e por fim solicitação dos exames (BRASIL, 2014).

O MS padronizou os exames solicitados no primeiro, segundo e terceiro trimestre da


gestação. O exame de urina tipo l, urocultura e antibiograma, são exames
preconizados no primeiro e último trimestre. Caso a gestante tenha algum sintoma
de infeção urinária, alteração deste exame ou tenha tratado uma infeção, estes
exames podem ser repetidos a qualquer momento (BRASIL, 2014).

Veiga et al. (2017), referem a importância da qualidade do pré-natal, não apenas


buscando a realização de todos os exames e acompanhamento preconizados pelos
protocolos de assistência à gestante, mas também, enfatizando a importância da
capacitação de toda equipe da atenção básica, buscando a captação precoce da
gestante para o início do pré-natal e a busca ativa das gestantes que param de dar
continuidade no processo de cuidado definido para este período.

No presente estudo verifica-se que 25% (5) autores abordam sobre tratamento
realizado pelo enfermeiro na ITU gestacional. A melhoria do conhecimento científico
do enfermeiro foi o mais citado pelos autores.

17
Para Berbel, Gural e Schirr (2011), a equipe de enfermagem está focando no
tratamento da patologia e muitas vezes deixa de lado a prevenção, fazendo com que
as gestantes passem o período do pré-natal sem ter as devidas informações de
cuidados e orientações sobre ITU, levando a um aumento do número de gestantes
que ficam expostas a adquirir essa infecção.

Neto (2016), diz que os enfermeiros fazem solicitação rotineira dos exames
preconizados pelo MS para diagnóstico de infecção do trato urinário. O autor
verificou também que os enfermeiros realizam as orientações e a prescrição de
antibióticos, conforme é preconizado pelo manual do MS, e que a minoria destes
profissionais apenas faz encaminhamento para os médicos. O autor acrescenta que,
às vezes, parece que o profissional de enfermagem ainda é dependente dos atos
médicos para executar alguns cuidados de sua competência.

Santos, Silva e Prado (2017), dizem que os enfermeiros precisam de maior


competência para reconhecer os sinais clínicos para os verdadeiros problemas
existentes durante a gestação e considerar a importância da prevenção, tornando
assim de suma importância o diagnóstico e tratamento precoce.

Hein; Bortoli; Massafera (2016), concluíram que os profissionais de enfermagem


necessitam de maior conhecimento científico sobre a ITU gestacional, uma vez que
os mesmos devem realizar orientações às gestantes sobre a realização de exames
no controle do tratamento. Figueiredo; Gomes; Campos (2012) acrescentam que
devido ao aumento das recorrências das infecções do trato urinário durante o
período gestacional, se faz necessário a instituição de medidas profiláticas,
farmacológicas e não farmacológicas com as gestantes.

1.7. Medidas preventivas

A necessidade de elaborar um plano de orientação em grupo para diminuir a


infecção urinaria na gravidez onde sejam orientadas algumas medidas que a
gestante pode realizar para ajudar a prevenir infecção urinária tais como: aumentar a
ingestão de líquidos durante o dia, evitar prender a urina, procurarem esvaziar a
bexiga completamente durante a micção, urinar após relações sexuais e,
evidentemente, manter uma higiene íntima adequada.

18
Enfatizaram a importância do enfermeiro na assistência pré-natal e a realização de
promoção e saúde com as gestantes.

19
CAPÍTULO II: METODOLOGIA

2.1. Tipo de estudo

Trata-se de uma esquisa de natureza quantitativa do tipo transversal com


abordagem descritiva e que utiliza procedimentos documentais/ observacionais.
Também, é um estudo descritivo baseado na pesquisa bibliográfica.

2.2. Local de estudo

O presente trabalho de pesquisa foi realizado no Laboratório de CATV, do Hospital


Provincial de Saúde do Zaire; Maria Eugenia Neto, localizada no município sede de
Mbanza Kongo, província do Zaire.

2.3. População

O estudo baseou-se sobre 177 gestantes atendidas no Laboratório de CATV, do


Hospital Provincial de Saúde do Zaire; Maria Eugenia Neto, localizada no município
sede de Mbanza Kongo, província do Zaire, no primeiro trimestre de 2022.

2.4. Amostra

A amostra em estudo é composta por 177 gestantes atendidas no Laboratório do


CATV, no primeiro trimestre do ano de 2022

2.5. Critério de inclusão.

Todas as gestantes com a idade compreendida entre18 a 30 anos, atendidas na


referida Secção, no primeiro trimestre do ano de 2022.

2.6. Critério de exclusão

Nenhuma gestante desta faixa etária ficou fora deste estudo.

2.7. Procedimentos éticos

Os dados recolhidos irão contar com o sigilo dos pesquisadores garantido


profissionalismo e ética.

20
2.8. Procedimentos para colheita de dados

O ponto de partida foi a obtenção de credencial junto a GIVA que permitiu deslocar-
se até ao Hospital Provincial de Saúde do Zaire; Maria Eugenia Neto ; com a
autorização da instituição supracitada, foi possível aceder à base de dados ou seja,
ao livro de registo da Secção de CATV do Hospital Provincial Maria Eugénia Neto
com o objetivo levantar os dados necessários para a realização deste estudo de
pesquisa.

2.9. Procedimentos e análise de dados

Os dados recolhidos foram listados inicialmente em uma planilha do Software


Microsoft-Excel, versão 2010, em seguida foram exportados para o Software, onde
foram realizadas as análises estatísticas.

2.10. Variáveis em estudo

2.10.1. Variáveis (Variáveis dependentes)

 Idade;
 Sexo.

21
CAPÍTULO III: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS.

3.1. Apresentação detalhada dos resultados

Tabela 1: Distribuiçâo dos utentes em relação à faixa etária

IDADE EFECTIVO

Fr %

18 – 22 66 37,3

23 – 26 65 36,7

27 - 30 46 26

TOTAL 177 100

Fonte: Elaboração própria

A tabela Nº 1 relaciona as faixas etárias da população em estudo, com as


respectivas frequências e percentagens. No total de 177 utentes, 66 gestantes com
idades compreendidas na faixa etária de 18 a 22 anos, perfazendo a percentagem
de 37,3%; 65 gestantes com idades compreendidas na faixa etária de 23 a 26 anos,
perfazendo a percentagem de 36,7% e por fim 46 gestantes com idades
compreendidas na faixa etária de 27 a 30 anos, perfazendo a percentagem de 26 %.
Deduzindo os seguintes dados obtidos atinentes as idades que formam a amostra
em estudo, notou-se que a faixa de 18 a 22 e 23 a 26 predominam, isto é: 37,3 e
36,7 %, perfazendo o total de 74 %.

22
Tabela 2. Distribuição dos resultados de exames da urina realizados segundo
a faixa etária

POSITIVO NEGATIVO TOTAL

IDADE
Fr % Fr % Fr %

18 - 22 28 15,8 38 21,4 66 37,3

23 - 26 47 26,5 18 10,1 65 36,7

27 - 30 22 12,4 24 13,5 46 26

TOTAL 97 54,8 80 45,2 177 100

Fonte: Elaboração própria

A tabela 2 ilustra os resultados das análises de exames da urina nas gestantes. Na


faixa etária entre 18 a 22 anos, 28 utentes com resultados positivos, perfazendo 15,8
%, a faixa etária de 23 a 26, foram observados 47 casos positivos correspondendo a
26,5 e para terminar, na faixa de 27 a 30 anos de idade, foram registados 22 casos
positivos que representam 12,4 %.

23
Tabela 3. Distribuição total de resultados obtidos de exames da urina.

EFECTIVO

INDICADORES
Fr %

POSITIVO 97 54,8

NEGATIVO 80 45,2

TOTAL 177 100

Fonte: Elaboração própria.

A tabela 3 apresenta a distribuição total de resultados obtidos dos exames


realizados em 177 gestantes das quais 97 Positivaram e 80 negativaram,
respetivamente 54,8 e 45,2%. Vê-se que mais de 50 % dos utentes estão infectadas
com as infecções do trato urinário, isto é uma grande preocupação para a saúde
pública que deve redobrar esforços a fim de inverter este quadro, no sentido de não
eliminar na sua totalidade, mas que sim, reduzir a sua prevalência.

24
Conclusão

A infecção do trato urinário é uma patologia de grande relevância, e é enquadrada


como a forma mais comum de infecção bacteriana durante a gestação, podendo
gerar impactos para o binômio mãe-filho. O período de maior incidência da doença
encontrado na literatura é no terceiro trimestre da gestação, entretanto encontraram-
se também citações de ocorrência de ITU no primeiro e no segundo trimestre. O
presente projeto teve como interesse a prevalência de bactérias causadoras de
infecções do Trato Urinário que afetam as gestantes, ocasionando danos reversíveis
ou irreversíveis. E evidenciou que as gestantes são susceptíveis para o
desenvolvimento das infecções bacterianas, devido as mudanças corporais no
período gestacional. O estudo mostrou que a proliferação de agentes patológicos
comprometem a bexiga e uretra feminina, levando ao quadro clínico de cistite, a
bactéria Escherichia coli representou maior índice na infecção do trato urinário. A
infecção urinária nos quadros de recidiva está diretamente relacionada ao uso
indiscriminado dos medicamentos, e a urgência de realizar o tratamento sem o
efetuar o antibiograma. O tratamento pode ocasionar efeitos adversos durante o
período gestacional, mostrando a necessidade da realização de medidas
preventivas como o diagnóstico precoce.

Nascimento; Oliveira; Araújo (2012) realizaram um estudo com gestantes na faixa


etária entre 13 a 42 anos, verificaram que a maioria residia em zona urbana e que
tinham renda familiar inferior a um salário mínimo. A prevalência de ITU neste
estudo foi em mulheres com 30 a 39 anos de idade e multíparas. Os autores
constataram que esta doença na adolescência, acomete mais as primigestas e na
fase adulta acomete mais as multíparas. Observaram também que o período de
maior incidência de ITU foi ao terceiro trimestre gestacional.

Em contrapartida no estudo de Gubert et al., (2015), relatam que o período de maior


incidência de ITU na gestação se encontra no primeiro trimestre gestacional e o
patógeno de maior prevalência é a bactéria E. coli, representando 65% dos casos.
No estudo de Freitas et al., 2012; Santos, 2018 também constaram maior
prevalência no primeiro trimestre da gestação.

25
Do estudo realizado sobre a prevalência das Infecções do Trato Urinárias em
gestantes com as idades compreendidas entre 18 a 30 anos de idade, no laboratório
de CATV do Hospital Provincial do Zaire/Maria Eugénia Neto, no primeiro trimestre
do ano de 2022, chegaram as seguintes considerações:

Segundo a revisão bibliográfica, as infeções do trato urinária em gestantes, ainda é


considera um problema grave no nosso país, facto este que pode ser causado pelas
más condições de saneamento básico, as condições sanitárias de latrinas. Também
tem a ver com a situação económica das famílias que enfrentam dificuldades
financeiras para criar condições normais de vida e evitar esta patologia.

Quando as amostras analisadas, a faixa etária que mais procura o serviço da


Secção de CATV do Hospital Provincial do Zaire; Maria Eugênia Neto está composta
pela faixa etária com as idades compreendidas entre 18 a 22 e 33 a 36 anos,
correspondente a 37,3 e 36,7% respetivamente, perfazendo o total de 74%%. Vê-se
que são os mais novos que procuram os serviços desta secção em relação aos que
tem idades maiores, isto é: 27 a 30 anos.

No total de 177 gestantes que foram submetidas ao exame da urina para


determinação das ITU, nas idades compreendidas entre 18 a 30 anos, 97
positivaram correspondente a 54,8 % e 80 negativaram correspondente a 45,2 %.

50 % dos utentes estão infectadas com as infecções do trato urinárias, isto é uma
grande preocupação para a saúde pública que deve redobrar esforços a fim de
inverter este quadro, no sentido de não eliminar na sua totalidade, mas que sim,
reduzir a sua prevalência. Isto é muito preocupante já que mais de 50 % das
gestantes que frequentam o laboratório de CATV do Hospital Provincial do Zaire
está infectado com esta patologia. Daí surge uma necessidade imperiosa para a
saúde pública no sentido de implementar novas medidas de prevenção para inverter
este quadro.

26
Sugestões

Tendo em conta este quadro aqui apresentado, sugerimos o seguinte:

 É importante registar a variável proveniência de utente (referido Bairro);


 Reforçar a educação para a saúde em relação as ITU, nas escolas, Bairros,
igrejas, órgãos de comunicação social e outros;
 Para a geração vindoura, dar continuidade do presente trabalho de pesquisa.

27
BIBLIOGRAFIAS

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ANEXOS

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