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RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

RESUMO: Este relato visa apresentar sobre as experiências ocorridas por uma
acadêmica do Curso de Educação Física, por meio do Programa do Residência
Pedagógica (PRP) proporcionado pelo CAPES, a experiência foi realizada entre agosto
e dezembro de 2023. O programa foi desenvolvido, em parceria entre Universidade do
Estado do Pará-UEPA. O objetivo deste relato é apresentar as principais vivências
ocorridas, além da percepção da realidade no ambiente escolar e como o programa nos
proporciona exatamente isso o aperfeiçoamento na prática.

Palavra Chave: Educação Física, Experiência, Residência Pedagógica.

Taynara Serrao Ribeiro


UEPA/Campus XIII – Tucuruí

Maria Goretti Sousa Lameira


UEPA/Campus XIII – Tucuruí

INTRODUÇÃO

Este relato tem como objetivo relatar sobre as experiências ocorridas, que foram
vivenciadas na escola EMEF Odinéia Leite Caminha, por meio do Programa Residência
Pedagógica (PRP) – proporcionado pelo CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) em parceria com a Universidade do Estado do Pará
(UEPA). O programa Residência Pedagógica se originou em 2018, surgiu como
ações integrantes da Política Nacional de Formação de Professores contribuindo no
aperfeiçoamento na prática dos estudantes a partir da segunda metade do curso.
Os beneício do programa são inúmeros para o desenvolvimento do aluno-
residente, entre estes cabe ressaltar a oportunidade de distinguir a parte teórica da
prática. Ao partir dessa ideia, ter um contato direto com o proessor precptor, é
possível desenvolver habilidades que á vista seriam impossiveis de ser adquirido
somente pela teoria, como a autonomia, a postura, o domínio do conteúdo, auto-
confiança.
Nesse vié, segundo Souza, A. R. B.; Martins Filho, L. J.; Martins, R. E. M.
W (2020, p. 141):
[...] o Programa Residéncia Pedagógica assumiu uma concepção de aprendizagem em que a formação
humana ocorrem desde o nascimento e precisa ser mediadas e qualificadas por parceiros mais experientes e com
formação para travar relações intencionalmente mediadas nos contextos escolares.

A Universidade do Estado do Pará (UEPA) Campus XIII, foi comtemplada para esse
programa, especificamente o curso de Educação Física. Através de uma seleção foram
escolhidos quinze bolsistas e três voluntários, sendo os alunos divididos em três escolas
no ensino público de Tucuruí-Pa, sendo as escolas: EMEF Darcy Ribeiro, EMEF
Odinéia Leite Caminha e UMEI Irmã Ivone. O grupo de residentes foram
acompanhados por um(a) prefessor(a) preceptora que é a regente no ambiente escolar e
uma professora orientadora.
O Programa Residência Pedagógica é de essencial importância no
desenvolvimento dos discentes do curso de licenciatura, pois incentiva o fortalecimento
da prática, colocando em exercício a teoria construída em sala de aula.

METODOLOGIA

O presente estudo teve como abordagem a pesquisa descritiva. Conforme a afirmação de


Texeira (2002), a pesquisa descritiva pretende descrever as características conhecidas ou
componentes da veracidade, acontecimento ou representação de algo. Referente a relatos
vivenciados durante o Programa Residência pedagógica. No decorrer do projeto o dicente
residente é observador participante, inserido diretamente nas atividades administradas pelo
professor(a) supervisor (professor de Educação Física) do projeto.
Inicialmente observou-se o ambiente escolar, conhecendo e estabelecendo um
primeiro contato com o espaço escolar, professor e alunos para compreender a realidade
da escola. As orientações das aulas de Educação Física se deu no ensino fundamental I
na escola EMEF Odinéia Leite Caminha, duas vezes na semana quarta-feira e quinta-
feira pelo período da tarde 13:30, com três turmas sendo as mesmas turmas trabalhadas
no dia seguinte.
As turmas a qual se desenvolveu as ações foram: as turma do 2° ano ”C” e “D”
é a turma da educação especial.
Nas aulas os residentes auxiliavam o professor quando necessário, sendo um
observador participativo, como ficar responsável por gerenciar alguma atividade prática,
organizar os alunos para realizar a dinâmica da atividade, fazer planejamento de plano
de aula para propor aos alunos, criar brinquedos alternativos. Além de ajudar o
professor(a) a pegar os materiais que serão usados nas aulas e buscar os alunos nas salas
de aula para levá-los ao local destinado para a aula.

O Programa Residência Pedagógico, o estágio ocasiona ao discente o desenvolvimento


de conhecimento na prática, tento contato direto com professores, alunos e corpo
docente escolar, evidenciando aspectos além dos conteúdos abordados no ambiente
acadêmico, uma vez que a realidade é bem diferente do contexto.

CONHECIMENTO, EXPERIÊNCIA E RELATO DE EXPERIÊNCIA

Nossa participação nas aulas era baseada na observação e participação quando


necessitava de nosso auxilio. No período do JET’S, Jogos Estudantis Tucuruienses,
auxiliamos nos treinamentos dos alunos selecionados, no qual, nossa professora
preceptora nos passou a lista sobre os alunos e como realizaria os horários dos
treinamentos, pois estávamos com tempo corrido.
Oliveira (2013, p.13) alega que “os eventos surgem para suprir uma necessidade
importante das pessoas se reunirem para diversos fins, sejam eles lazer, conhecimento,
entretenimento, fins religiosos, profissionais e outros”. O evento do JET’S foi o
primeiro que realmente presenciei de perto, considerei um momento muito legal, na
qual, tive a chance de vivenciar os alunos tentando o seu melhor para ganhar as provas,
a apreensão de cada aluno por aquele momento, além disso, tive a oportunidade de
auxiliar nas súmulas do torneio de basquete e peteca uma experiência muito interessante
de como é realmente na prática o torneio.
Estávamos apenas como residentes observadores no inicio da aula sobre dança
as cincos turmas tiveram aula com a temática dança com adaptações para turma de anos
diferentes. A estratégia utilizada pela professora foi muito boa, pois a grande maioria
dos alunos tem avesso sobre o assunto dança então a professora foi adentrando aos
poucos com os alunos, sobre o conceito, que são os movimentos do nosso corpo,
realizando diversos exemplos com eles, tentava relacionar com o cotidiano, para os
discentes irem se soltando e logo em seguida colocava a música para expressar os
movimentos do corpo.
Houve um momento de falta de nossa professora preceptora por questões
pessoais, desse modo, a observação participante se fez presente, a qual, “consiste na
inserção do pesquisador no interior do grupo observado, tornando-se parte dele,
interagindo por longos períodos com os sujeitos” (Marietto, 2018, p.2).

Então nós residentes tivemos nossa primeira experiência nesse dia. Teixeira
(2007, p. 434) destaca “a docência é algo da ordem da delicadeza, tanto quanto é ela da
ordem do humano, do político e do cuidar”, continuamos com o conteúdo com a mesma
temática que foi sobre dança, a aula fluiu muito bem, levamos apenas pequenos
implementos e acredito que conseguimos que a aula fosse proveitosa.
Através das participações observadoras pode-se analisar que a professora
preceptora sempre incluía ou realizava a tentativa de participação dos alunos com
alguma deficiência. Assim como Mantoan (2003) expõe que a escola tem que ser
inclusiva, que é urgente que os planos se modifiquem para uma educação voltada para
cidadania no geral, livre de preconceitos, plena e que seja um espaço de valorização e
respeito às diferenças e o espaço escolar e o ambiente propício para isso.
Nicolau (2015. P.8) afirma que o planejamento é “imprescindível na educação,
onde o ato de planejar norteia as ações que o professor irá desenvolver, de modo que,
para tal, o mesmo poderá ser útil e funcional, com objetivos claros e previsão de ações
conscientes”. Nós residentes, ao final do programa ficamos responsável pelo
planejamento de um plano de aula, a temática foi sobre rede/parede, decidimos levar
para eles experimentar sobre o jogo da peteca que é um jogo antigo que faz parte de
nossa cultura que surgiu entre os índios, antigamente a peteca era feita com uma
trouxinha de folha cheia de pedra e amarrada com espiga de milho e atualmente está
muito mais modernizada é foi repassado para os alunos sobre a história do surgimento
da peteca e logo em seguida realizamos a prática de algumas atividades envolvendo a
peteca que devido ao tempo curto em razão do cronograma dificultou a aplicação em
nosso plano de aula, mas apesar disso a aula fluiu muito bem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O plano de ensino foi desenvolvido e direcionado, por meio da abordagem


crítico - superadora dos conteúdos da Educação Física, dessa maneira aproximando os
residentes a uma melhor compreensão de como realizar na prática as atividades
específicas do curso de Educação Física, propondo aos discentes diversas experiências
de conteúdo como: esportes, danças e jogos, brincadeira e lutas.
Assim como, os temas transversais, seguindo as orientações legais para o ensino
da Educação Física na Educação Básica.

As observações foram feita através da observação qualitativa e continua, a qual,


os alunos foram examinados de acordo com o desenvolvimento das aulas, sendo
avaliadas as participações, socialização, interesse da turma com objetivo de alcançar um
nível de aprendizagem considerado as subjetividades de cada aluno.
Os aspectos positivos e dificuldades foram encontradas no Residência,
positivamente tivemos a oportunidade de conhecer mais profundamente o espaço
escolar, assim como os alunos, o funcionamentos das aulas, assim como houve uma
troca muito boa com a professora preceptora.
As dificuldades se deram pelo fato de não se ter um espaço próprio para a
realização da Educação Física geralmente era efetivada em um corredor da escola ou no
terreno ao fundo, local esse com muita poeira, no mais os alunos gostavam bastante de
realizar as aulas.
É importante salientar que a Educação Física pode oferece uma ampla
possibilidade de experiência às crianças, aos jovens e adultos na Educação Básica
oferecendo acesso ao um grande universo cultural, captando muitos saberes como
corporais, experiências estéticas, lúdicas e emotivas ligados aos saberes científicos que
são frequentemente orientados na prática pedagógica escolar (BNCC, 2018).
Para finalizar o Residência Pedagógica nos proporcionou uma troca de
experiência entre residente e aluno, assim como residente e professor, além do acesso a
realidade do processo, permitindo pensar como é crucial o papel do professor. No qual,
ele é essencial na formação dos cidadãos e de desenvolver em seus discentes a
capacidade crítica da realidade, para que eles possam utilizar estes conhecimentos
adquiridos na escola em diversas situações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos notar mediante a experiência adquirida a partir do programa ofertada


pelo CAPES, percebemos a importância do Residência Pedagógica, para a ampliação de
conhecimento, na formação do aluno docente, tanto para o âmbito pessoal como no
profissional, no qual, permite o aluno residente vivenciar o espaço escolar de maneira
mais realista e capacitando para serem futuros professores críticos.

Além disso, por meio do Programa Residência Pedagógica, é uma chance de ter
uma interação maior entre futuro professor e aluno, além de aprender com os
professores suas próprias experiências tendo uma relação de troca muito importante
para o futuro profissional aluno residente.
Por fim, considera-se que essa experiência foi de grande relevância para a
expansão de novos saberes e para a formação profissional apesar de ter sido um período
relativamente curto, foi muito significante.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Documento


Oficial. MEC. Brasília, DF, 2018.

LESSARD*, Claude. A UNIVERSIDADE E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL


DOS DOCENTES: NOVOS QUESTIONAMENTOS. Educ. Soc, Campinas,
v. 27, n. 94, p. 201-227, 2006.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. INCLUSÃO ESCOLAR O que é? Por


quê? Como fazer? Editora Moderna, Campinas, p. 1-50, 2003.

MARIETTO, Marcio Luiz. OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE E NÃO PARTICIPANTE:


CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA E SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA APLICAÇÃO
DOS MÉTODOS. Revista Ibero Americana de Estratégia, São Paulo, v. 17, n. 4, p., 2018.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18
ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

NICOLAU, Adriane. Planejamento no ambiente escolar. Santa Cruz do Sul, 2015. Programa
de Pós Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2015.

TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro. Da condição docente: primeiras aproximações. Educ.


Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 426-443, maio/ago., 2007

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