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Aluna: Jaqueline Peixoto de Oliveira

Perguntas a responder:

1- Oque é eritropoetina? Como a mesma regula o crescimento


extramedular dos eritrócitos?

A eritropoetina é uma glicoproteína produzida principalmente nos rins


em resposta à hipóxia, que é a condição de baixa concentração de
oxigênio nos tecidos. Sua principal função é estimular a produção de
eritrócitos na medula óssea, o que aumenta a quantidade de oxigênio
transportado pelo sangue para os tecidos corporais. Quando os níveis
de oxigênio nos tecidos diminuem, e isso é detectado pelas células
renais, elas respondem secretando eritropoetina na corrente
sanguínea. A eritropoetina então viaja para a medula óssea, onde se
liga aos receptores de eritropoetina nas células progenitoras dos
eritrócitos. Essa ligação aos seus receptores estimula a proliferação e
a diferenciação das células progenitoras dos eritrócitos, aumentando
assim a produção de eritrócitos maduros. Esse processo é conhecido
como eritropoiese. Portanto, a eritropoetina regula o crescimento
extramedular dos eritrócitos ao estimular a produção dessas células
na medula óssea em resposta à hipóxia tecidual.

2- Qualé a forma de absorção do ferro pelo organismo? Onde


ocorre?

A absorção do ferro pelo organismo ocorre principalmente no intestino


delgado, mais especificamente no duodeno e no jejuno. Existem duas
formas principais de ferro dietético que podem ser absorvidas:
Ferro heme: Esta é a forma de ferro encontrada em alimentos de
origem animal, como carne vermelha, peixe e aves. Este está ligado à
molécula de heme, que é parte da estrutura da hemoglobina e
mioglobina encontradas nos tecidos musculares e no sangue dos
animais. Este ferro é absorvido intacto pelas células intestinais através
de um transporte específico mediado por receptores.
Ferro não-heme: Esta forma de ferro é encontrada em alimentos de
origem vegetal, bem como em produtos de origem animal. Este, por
sua vez, pode estar presente na forma de íons ferrosos (Fe2+) ou
férricos (Fe3+). A absorção de ferro não-heme é regulada de forma
mais complexa. O ferro férrico precisa ser reduzido a ferro
ferroso antes de ser absorvido. Esta redução ocorre principalmente na
superfície das células intestinais através de uma enzima chamada
ferro redutase. Após a redução, o ferro ferroso é transportado
ativamente para dentro das células intestinais pelo transportador de
metal divalente 1 (DMT1). Independentemente da forma de ferro, uma
vez dentro das células intestinais, o ferro é armazenado na forma de
ferritina ou exportado para a circulação sanguínea através do
transportador de ferro. Dentro da circulação sanguínea, o ferro é
transportado pela proteína transferrina para ser entregue às células do
corpo que necessitam de ferro para funções metabólicas importantes,
como a síntese de hemoglobina nos eritrócitos.

3- Quala relação do ferro circulante e a ferritina? Onde é


depositado no organismo?

O ferro circulante no organismo está principalmente ligado à proteína


transferrina, que transporta o ferro na corrente sanguínea e o entrega
às células para várias funções metabólicas, como a síntese de
hemoglobina. O ferro também pode ser armazenado no organismo na
forma de ferritina. A ferritina é uma proteína de armazenamento de
ferro que se encontra principalmente nas células do fígado, baço e
medula óssea. Ela atua capturando e armazenando o excesso de ferro
que não está atualmente sendo utilizado pelo organismo. Ela é
composta por uma cápsula proteica que envolve moléculas de ferro
em seu interior. Essas moléculas de ferro podem ser liberadas
conforme necessário para a síntese de hemoglobina e outras funções
celulares. Quando os níveis de ferro circulante estão elevados, o ferro
é capturado pelas células do fígado e do baço e armazenado dentro
da ferritina. Isso ajuda a manter os níveis de ferro no sangue em
equilíbrio e evita a sobrecarga de ferro nos tecidos. Em contrapartida,
quando os níveis de ferro circulante estão baixos, o ferro é liberado
das moléculas de ferritina para ser utilizado pelas células. Portanto, a
ferritina desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo
do ferro no organismo, atuando como um reservatório para armazenar
e liberar ferro conforme necessário. Ela permite que o organismo
mantenha os níveis de ferro adequados para suas funções
fisiológicas, evitando tanto a deficiência quanto a sobrecarga de ferro.

4- Sabemos que os eritrócitos circulam em media120 dias e


posteriormente entra em ação os macrófagos (sistema
fagocitário). Pergunta-se: neste evento de morte eritrocitária, os
produtos das hemácias são degradados em quais outros
produtos? Como este ocorre?

Quando os eritrócitos envelhecem e são removidos da circulação pelo


sistema fagocitário, seus componentes são degradados e reciclados.
Os produtos resultantes da degradação das hemácias incluem
principalmente hemoglobina, que é decomposta em seus
componentes básicos. Especificamente, é quebrada em globina e
heme. A heme é então metabolizada pela enzima heme oxigenasse,
resultando na produção de biliverdina, que é convertida em bilirrubina.
A bilirrubina é liberada na corrente sanguínea e posteriormente
captada pelo fígado para conjugação com ácido glicurônico, formando
a bilirrubina conjugada. A bilirrubina conjugada é então excretada na
bile e eliminada nas fezes. Por outro lado, a globina é degradada em
seus aminoácidos constituintes e reciclada para a síntese de novas
proteínas. Este processo de degradação dos produtos das hemácias
ocorre principalmente nos macrófagos do sistema fagocitário,
especialmente nos tecidos do sistema retículo-endotelial, como o baço
e o fígado.

5- Explique
a síntese da Timina. Correlacione com a dependência
da vitamina B12 e ácido fólico dizendo qual a consequência
hematológica que pode ocorrer.

A síntese de timina, que é uma das quatro bases nitrogenadas


presentes no DNA, ocorre como parte do processo de replicação do
DNA. A síntese da timina ocorre em várias etapas, começando com a
conversão do di-hidro-orotato em orotidina-5'-fosfato (OMP) pela
enzima orotidina-5'-fosfato descarboxilase. O OMP é
então fosforizado para formar uridina-5'-monofosfato (UMP). A última
etapa envolve a conversão de UMP em difosfato de uridina (UDP) e,
em seguida, em trifosfato de uridina (UTP). O UTP é
subsequentemente metiladopara formar trifosfato de timidina (TTP),
que é então convertido em desoxitrifosfato de timidina (dTTP) pela
remoção de um grupo hidroxila. A síntese de timina, assim como
outras bases nitrogenadas, é essencial para a replicação do DNA e,
portanto, para o crescimento e a divisão celular. A vitamina B12 e o
ácido fólico são importantes cofatores no processo de síntese de
timina. A vitamina B12 é necessária para a conversão
do metiltetraidrofolato (forma ativa do ácido fólico) em tetraidrofolato,
que é necessário para a síntese de timidina. Além disso, tanto a
vitamina B12 quanto o ácido fólico são importantes para a formação
de células sanguíneas saudáveis.
A deficiência de vitamina B12 e ácido fólico pode levar a uma
diminuição na síntese de timina e, consequentemente, a uma
diminuição na replicação do DNA. Isso pode resultar em uma
diminuição na produção de células sanguíneas, levando a uma
condição chamada anemia megaloblástica. Na anemia
megaloblástica, as células sanguíneas apresentam um tamanho
anormalmente grande (megaloide) devido à maturação anormal das
células progenitoras na medula óssea. Isso pode causar sintomas
como fadiga, fraqueza, falta de ar e palidez, devido à diminuição na
quantidade de células sanguíneas funcionais circulantes.

6- Escreva e explique todas alterações de forma dos eritrócitos.

As alterações de forma dos eritrócitos, conhecidas como morfologia


eritrocitária anormal, podem ocorrer devido a uma variedade de
condições patológicas e podem ser classificadas em diferentes tipos:
Esferócitos: são eritrócitos que adquirem uma forma esférica ou
globular, em contraste com a forma bicôncava normal. Isso
geralmente ocorre devido a alterações na membrana celular,
resultando em uma redução na relação superfície-volume e, portanto,
uma menor capacidade de deformação. Os esferócitos são
frequentemente vistos em distúrbios como esferocitosehereditária e
algumas formas de anemia hemolítica autoimune.
Esquizócitos: são eritrócitos fragmentados que apresentam bordas
irregulares ou espiculadas. Essas irregularidades são causadas por
traumas mecânicos nos vasos sanguíneos, resultando na
fragmentação dos eritrócitos. Os esquizócitos são comumente
observados em condições como microangiopatias trombóticas, como a
púrpura trombocitopênica trombótica e a síndrome hemolítico-urêmica.
Acantócito: são eritrócitos que apresentam projeções irregulares ou
espiculares em sua superfície. Essas projeções são causadas por
alterações na membrana celular e são frequentemente associadas a
distúrbios hepáticos, como doença hepática crônica ou obstrução
biliar.
Drepanócitos (ou células falciformes): são eritrócitos que assumem
uma forma alongada e em forma de foice devido a uma mutação no
gene da hemoglobina, resultando na produção de hemoglobina S.
Essa forma anormal dos eritrócitos pode levar à obstrução dos vasos
sanguíneos e à diminuição do fluxo sanguíneo, resultando em crises
de dor e outros sintomas associados à anemia falciforme.
Codócitos (ou células de alvo): são eritrócitos que exibem uma
aparência alvo quando observados em microscopia devido à presença
de uma área central mais clara cercada por um anel periférico escuro,
que por sua vez é cercado por uma área clara novamente. Essa
morfologia é observada em condições como talassemias, anemia
ferropriva e algumas doenças hepáticas.
Eliptócito: também conhecido como ovalócitoalongado, o eliptócito é
um eritrócito que apresenta uma forma elíptica ou oval alongada. Essa
alteração morfológica pode ser causada por distúrbios genéticos,
como a eliptocitose hereditária, ou por doenças adquiridas que afetam
a morfologia dos eritrócitos.
Ovalócito: é um eritrócito que possui uma forma oval ou ovalada em
vez da forma bicôncava normal. Essa alteração pode ser encontrada
em condições como anemia megaloblástica, talassemias e algumas
doenças hepáticas.
Dacriócito: é um eritrócito que apresenta uma forma de lágrima ou
gota. Essa morfologia anormal pode ser observada em distúrbios
hematológicos como mielofibrose, leucemia mieloide aguda e outras
condições que afetam a medula óssea.
Estomatócito: são eritrócitos que apresentam uma abertura ou fenda
central na membrana celular, resultando em uma aparência
semelhante a uma boca (estoma). Essa alteração pode ser observada
em condições como anemia estomatocítica hereditária ou em resposta
a certos medicamentos.
Equinócito: é um eritrócito que apresenta múltiplas projeções
pontiagudas em sua superfície, semelhante a espinhos ou espinhos
de ouriço. Essa morfologia é frequentemente associada a condições
de esquizocitose, como a púrpura trombocitopênicatrombótica e a
síndrome hemolítico-urêmica.
Queratócito: é um eritrócito que apresenta projeções espículas ou
espinhosas em sua superfície, semelhantes a tentáculos ou dedos de
coral. Essa morfologia pode ser observada em condições como
hemoglobinúria paroxística noturna, em que os eritrócitos são
sensíveis à ação do complemento.
Picnócito: são eritrócitos que apresentam uma aparência densa,
pequena e esférica, resultante de uma condensação excessiva do
citoplasma. Essa morfologia é frequentemente observada em
eritrócitos envelhecidos ou danificados e pode estar associada a
condições como anemias hemolíticas e algumas anemias
megaloblásticas.
Cada uma delas pode estar associada a diferentes condições
patológicas. Essas alterações morfológicas dos eritrócitos podem ser
identificadas através da análise de esfregaços de sangue periférico e
podem ser úteis no diagnóstico e monitoramento de diversas
condições hematológicas.

7- Oque são reticulócitos? Como são visualizados? Qual sua


implicação clinica e quando pode ser solicitado pelo médico?

Reticulócitos são eritrócitos imaturos liberados pela medula óssea


para a corrente sanguínea. Eles são assim chamados devido à
presença de material reticular residual (RNA) em seu citoplasma,
resultante da síntese ativa de hemoglobina antes da completa
maturação dos eritrócitos. Os reticulócitos podem ser visualizados no
sangue periférico através de técnicas laboratoriais especiais, como
coloração supra vital com corantes como o azul de cresil brilhante ou a
coloração de Wright. Estes corantes se ligam ao RNA presente nos
reticulócitos, permitindo que sejam diferenciados dos eritrócitos
maduros. Clinicamente, os reticulócitos são importantes indicadores
da atividade eritropoética da medula óssea. Sua contagem reflete a
taxa de produção de eritrócitos novos e pode ser útil no diagnóstico e
monitoramento de distúrbios hematológicos, como anemias, hemólise,
deficiência de ferro, deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, e
doenças da medula óssea. Um médico pode solicitar a contagem de
reticulócitos quando há suspeita de uma condição que afeta a
produção ou destruição de eritrócitos. Por exemplo, em casos de
anemia, a contagem de reticulócitos pode ajudar a determinar se a
medula óssea está respondendo adequadamente à demanda
aumentada por eritrócitos. Além disso, após tratamentos para certas
condições, como anemia por deficiência de ferro ou tratamento de
hemólise, a contagem de reticulócitos pode ser solicitada para avaliar
a resposta ao tratamento.

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