Você está na página 1de 28

ERITROPOIESE

Simone Malheiros Ricas


Fatores de crescimento hematopoiéticos

• Hormônios glicoproteicos que regulam a proliferação e diferenciação das células


progenitoras hematopoiéticas e a função das células sanguíneas maduras.

• Proliferação celular, estimular diferenciação, maturação, prevenir apoptose e afetar as


funções de células maduras.

• Células do estroma são as principais fontes de fornecimento.

• Exceção → Eritropoietina
• A partir da célula-tronco, a eritropoiese passa pelas células progenitoras CFU-
GEMM, BFU-E e CFU-E até o primeiro precursor eritroide com estrutura
identificável na medula óssea, o proeritroblasto.

• Por meio de várias divisões celulares, o proeritroblasto origina uma série de


eritroblastos progressivamente menores, mas com conteúdo hemoglobínico
gradualmente maior no citoplasma.

• O núcleo é expelido do eritroblasto maduro na medula óssea, resultando em


um estágio de reticulócito, em que ainda contém algum RNA ribossômico.
• Um único eritroblasto → 16 eritrócitos maduros;

• Eritrócitos nucleados (eritroblastos ou normoblastos) não aparecem


no sangue periférico normal;

• Eritropoiese extramedular e algumas doenças da medula óssea.


Conhecer os estágios de maturação
facilita o entendimento de situações
práticas que acontecem diariamente no
laboratório clínico.
ERITROPOIETINA
• Essencial para que ocorra Eritropoiese → sem ela os outros fatores
não conseguem sustentar a produção de células;

• Único fator de crescimento extramedular;

• 90% produzida no fígado e 10% no tecido hepático;

• EPO → secretada pelo estímulo de hipóxia


• A EPO tem como função estimular a proliferação de precursores medulares,
estimular a diferenciação dos precursores, levando a maturação, estimular a
síntese de hemoglobina.

• Em anemias hemolíticas o nível de EPO está aumentado devido à hipóxia


tecidual. A produção não consegue suprir a destruição.
Ferro
• O ferro é absorvido no trato gastrintestinal, principalmente no
duodeno, e o pH estomacal é importante na absorção do ferro.

• O pH do suco gástrico estabiliza o ferro da dieta e previne a sua


precipitação como hidróxido férrico insolúvel;

• Pacientes com acloridria ou gastrectomizados não fazem


absorção do ferro e podem desenvolver anemia ferropriva.
• O ferro pode ser absorvido na forma de heme ou na forma livre como
íon ferroso (Fe2+ ). Todo ferro da dieta deve estar em uma das duas
formas para ser absorvido. A superfície do enterócito expressa uma
proteína transmembrana, chamada de proteína transportadora de
metal divalente (DMTl), que absorve o ferro somente na forma ferrosa.

• Todo ferro não heme que chega ao enterócito na forma férrica (Fe3+) é
reduzido a Fe2+ por uma enzima ferroredutase citocromo b-like10
para, posteriormente, ser transportado pela DMTl.
• A ferroportina é uma proteína que se expressa na porção
basolateral do enterócito e que transforma o ferro para plasma na
forma ferrosa; porém, para que o ferro possa ligar-se à transferrina
(TRF), ele deve ser oxidado pela hefaestina para ficar na sua forma
férrica.
• A transferrina é uma glicoproteína sintetizada pelo cromossomo,
tendo como principal sítio de produção o fígado. A transferrina
transporta o ferro para os eritroblastos, os quais têm receptores
para ela, para que o ferro seja utilizado na síntese de hemoglobina.
• Em situações fisiológicas, um terço da transferrina está ligada ao
átomo de ferro, e os dois terços restantes que não estão ligados
com o átomo de ferro são chamados de capacidade de transporte
(ou de ligação) do ferro.
• O ferro pode ser dosado pela concentração plasmática (ferro ligado
à transferrina), pela capacidade de transporte (quantidade da
molécula da transferrina que não está ligada ao ferro) e pelo índice
de saturação (concentração de ferro sérico em porcentagem)
• Quando o ferro sérico está baixo (pouca quantidade de ferro ligado
à transferrina, menor que um terço), a capacidade está elevada e o
índice de saturação baixo. Quando o ferro sérico está elevado
(muita quantidade de ferro ligado à transferrina, mais que um
terço), a capacidade está diminuída e o índice de saturação
aumentado.
• O ferro que se liga à ferritina (FIT) intracelular não é absorvido, mas
perdido quando ocorre a morte do enterócito (tempo de meia-vida
entre a 4 dias30), e essa perda é um mecanismo de regulação da
absorção do ferro. O ferro pode ligar-se à ferritina plasmática para
ser armazenado, e esta ligação se dá quando o ferro está na forma
Fe2+.
• A ferritina é produzida quando há oferta de ferro e, por este motivo,
a concentração plasmática de ferritina correlaciona-se com os
estoques de ferro.

• O ferro, uma vez no plasma, pode se ligar à ferritina (Fe++) e ir para


os depósitos de ferro no organismo (medula óssea e fígado) ou
ligar-se à transferrina (Fe+++) e, então, ser transportado aos
eritroblastos para ser utilizado na síntese de hemoglobina.
• Após o ferro ser internalizado, ele está praticamente em um
sistema fechado. A perda de ferro pelo organismo é muito
pequena, e ele é eliminado por excreção fecal (0,6 mg/24 h),
urinária (O,1mg/24 h), suor, cabelo e unhas.

• A principal causa de anemia ferropriva é o sangramento


gastrintestinal, caracterizado como sangramento crônico, em que a
perda sanguínea é contínua, mas de pequeno volume.
• Os eritrócitos circulam em média 120 dias e, posteriormente, são
retirados da circulação pelos macrófagos do sistema mononuclear
fagocitário.

• Degradação de hemoglobina→ liberação do ferro → Transferrina


ou Ferritina : CICLO INTERNO DO FERRO.
• Os compartimentos de ferro no organismo são o ferro
hemoglobínico (hemoglobina e ferro ligado à transferrina - é o
maior compartimento), ferro de depósito (ferritina e
hemossiderina), ferro muscular (mioglobina) e ferro enzimático
(catalases e peroxidases).
VITAMINA B12 E FOLATO

• A vitamina B12 (cianocobalamina) é produzida por


microrganismos e é encontrada em alimentos como carne,
fígado, peixes, ostras, mariscos, rim, ovos, queijos e leite;

• Não é encontrada em vegetais e frutas;

• É armazenada no fígado.
• A absorção da vitamina B12 dá-se no intestino delgado,
especificamente no íleo, que é a porção distal do intestino delgado
a partir do estômago.

• Em contato com as pepsinas do suco gástrico, a vitamina B12 é


liberada dos alimentos e liga-se a uma transcobalamina secretada
pelas glândulas salivares.
• Essa ligação é desfeita no duodeno, quando a secreção pancreática
neutraliza o pH ácido e a vitamina B12 fica livre para ligar-se ao fator
intrínseco (FI).

• O FI é produzido pelas células parietais do estômago e liga-se à B12


no íleo. As células ileais têm receptores para o FI, e quando se liga à
célula ileal, a B12 é absorvida e transportada ao tecido hepático
pelas transcobalaminas para ser armazenada.
• A vitamina B12 participa da via metabólica de síntese da timina
(base nitrogenada que compõe o DNA) e da preservação da bainha
de mielina, por isso a deficiência da vitamina B12 pode levar a
alterações neurológicas.

• Síntese da timina depende da vitamina B12 e do ácido fólico; sem


B12 e folato, não há divisão celular, e a consequência hematológica
é a anemia megaloblástica.
• O ácido fólico, ou folato, é encontrado em vegetais de folhas
verdes, couve-flor, brócolis, couve de bruxelas, cogumelos, frutas,
cereais, lacticínios, fígado e rim.

• Em caso de dieta inadequada, a reserva de folato esgota-se entre 2


e 4 meses.
VIA METABÓLICA DE SÍNTESE DO HEME

• A palavra hemoglobina deriva da associação do grupo heme com a


globina e tem como funções principais:

• (1) transportar o oxigênio molecular dos pulmões aos tecidos;

• (2) transportar o C02 dos tecidos para os pulmões;

• (3) fazer o tamponamento sanguíneo com a finalidade de prevenir


mudanças no pH.
METABOLISMO ENERGÉTICO DO ERITRÓCITO
• Uma vez que o eritrócito maduro alcança a circulação periférica, o
mesmo está cheio de hemoglobina e apto a realizar a sua função,
ou seja, transportar o oxigênio dos pulmões para os tecidos e
circular em média 120 dias.

Você também pode gostar