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1) O ferro heme é encontrado apenas em alimentos de origem animal a partir da

hemoglobina e da mioglobina provenientes desses produtos. Em sua


conformação estrutural, o ferro heme está inserido em um anel porfirínico, que
o deixa protegido do ambiente externo. Assim, antes de sua captação pela
mucosa, ele pouco interage com fatores dietéticos inibidores, e por isso sua
absorção quase não é afetada pela composição da refeição. O ferro não-heme
é encontrado tanto em alimentos de origem vegetal, quanto em alimentos de
origem animal. Para a sua absorção intestinal, o ferro férrico deve ser oxidado a
ferro ferroso. Na forma de Fe 2+, o ferro é então levado pelo transportador de
metal divalente 1. Independentemente do tipo de ferro ingerido (heme ou não
heme), após a absorção o uso corporal é o mesmo. Por não se inserir em um
complexo porfirínico, o ferro não-heme sofre intensa influência de fatores
antinutricionais no seu processo absortivo. Assim, sua biodisponibilidade é
mais baixa, variando de 2 a 20%.
2) Após ser ingerido, o ferro vai chegar no duodeno e vai se ligar com
a apotransferrina. A ligação do ferro com apotransferrina vai formar uma
molécula chamada transferrina, e é por meio da transferrina que o ferro vai ser
absorvido do TGI e vai ser levado ao plasma sanguíneo. ferro pelo plasma,
impedindo a intoxicação por radicais livres, que pode ser causada pelo ferro
livre. Além disso, a fraca ligação do ferro com ferritina facilita o deslocamento
do ferro do plasma para o citoplasma celular, de acordo com a necessidade da
célula. Quando há diminuição de ferro no organismo, há aumento da produção
de transferrina pelo fígado. Ao chegar no plasma, o ferro vai ter dois destinos:
ele pode ser transportado do plasma para o citoplasma celular e, ao entrar na
célula, vai ser armazenado em forma de ferritina, e vai ser degradada por
lisossomos para liberar ferro de acordo com as necessidades metabólicas. O
outro destino seria a entrada da transferrina por endocitose através desses
receptores nos eritroblastos para a formar a hemoglobina, fundamental para o
transporte de oxigênio pelo corpo. Assim, a reserva de ferro no corpo é de 3-4
g, sendo que 65% desse ferro está presente apenas nas hemácias, em forma de
hemoglobina. O resto vai ser armazenado por todo o sistema retículo-
endotelial, mas principalmente no fígado, que vai ser o principal órgão
armazenador de ferro no corpo.
3) A deficiência de ferro acarretará consequências para todo o organismo, sendo a
anemia a manifestação mais relevante. Por outro lado, o acúmulo ou excesso
de ferro é extremamente nocivo para os tecidos, uma vez que o ferro livre
promove a síntese de espécies reativas de oxigênio que são tóxicas e lesam
proteínas, lípides e DNA.
4) Para evitar excesso de ferro livre ou falta dele dentro da célula, proteínas
reguladoras do ferro (IRP1 e IRP2) controlam a expressão pós-transcricional dos
genes moduladores da captação e estoque do ferro.
5) Estando em excesso no sangue, podendo causar cansaço, perda de peso sem
causa aparente, fraqueza, queda de cabelo e alteração no ciclo menstrual.
6) •Crianças de até 3 anos: A recomendação de ferro para crianças de 0 a 6 meses
é de 0,27 mg de ferro/dia
• Crianças de 7 a 12 meses é de 11 mg de ferro/dia
• Na idade de 1 a 3 anos, a recomendação de ingestão é de 7 mg de ferro/dia e
de 10 mg de ferro/dia na idade de 4 a 8 anos.
• Crianças e adolescentes: A recomendação de ferro para meninos e meninas
na idade de 9 a 13 anos é de 8 mg de ferro/dia. A recomendação para
adolescentes do sexo feminino é de 15 mg de ferro/dia e do sexo masculino é
de 11 mg de ferro/dia, na idade de 14 a 18 anos.
• Gestantes: A recomendação é de 27 mg de ferro/dia e estima-se que o limite
máximo de absorção do ferro seja de 25% no segundo e terceiro trimestre.
• Lactantes: O requerimento de ferro durante a lactação é de 10 mg/dia para
mulheres de 14 a 18 anos, e de 9 mg/dia para mulheres com 19 anos ou mais,
considerando absorção de 18%.
• Adultos a partir de 19 anos: O requerimento de ferro para homens de 19 anos
ou mais é de 8 mg/dia e para mulheres é de 18 mg/dia dos 19 aos 50 anos e de
8 mg/dia para mulheres a partir de 51 anos.

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