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Método Freiriano
Método Freiriano
CNPJ 11.950.158/0001-49
O método proposto por Paulo Freire na década de 60 é criado a cada vez que se usa. Entende-se como um
método de alfabetização construído juntamente com o aluno, depois de contextualizar a sua história de vida. Ele
educa enquanto se constrói e, portanto é um processo de prática da educação popular. Paulo Freire discutiu antes
mesmo de propor o método uma nova forma de pensar a educação. Suas idéias fazem repensar o homem em todo
seu contexto social, cultural e analisar o ensinar-aprender a ler e escrever de um jeito mais humano.
A educação popular aliada ao método Paulo Freire tinha um papel fundamental na sociedade brasileira na
década de 60, momento em que a população se encontrava tão carente de conhecimento e prestes a se libertar
para o mundo. As práticas pedagógicas usadas segundo a fala de Paulo Freire o sujeito deveria ser educado de
dentro para fora e isto era sinal da libertação do homem. Mas a nova prática de aprendizagem-leitura dava ao
sujeito liberdade para ler e escrever, porém para que esta escrita fizesse sentido maior deveria ter um caráter crítico
e socializador que analisasse o contexto político, social e individual de cada um. Ai sim poderiam fazer a educação
como prática de liberdade.
Freire aplicou seu método no estado do Recife pela primeira vez. Ele pegou 5 alunos 03 aprenderam a ler e
escrever em 30 horas e os outros 02 desistiram antes de terminar o curso. No prazo de 45 dias alfabetizaram-se
300 trabalhadores, João Goulart, presidente na época, chamou Paulo Freire para organizar uma Campanha
Nacional de Alfabetização. Essa campanha tinha como objetivo alfabetizar 2 milhões de pessoas, em 20.000
círculos de cultura popular, e já contava com a participação da comunidade. Mas com o Golpe de 64 toda essa
mobilização social foi reprimida, Paulo Freire foi considerado subversivo, foi preso e depois exilado no Chile. No
lugar deste grande projeto surgiu o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) uma iniciativa para a
alfabetização que visava apenas o ensinar a ler e a escrever sem uma preocupação maior com a formação do ser
humano. Projeto totalmente contrário ao ideal freiriano.
Paulo Freire pensou que um método de educação construído em cima da ideia de um diálogo entre educador e
educando, não poderia começar com o educador trazendo pronto a sua fala. O propósito principal é que a educação
é um ato coletivo, há sempre educadores-educando e educandos-educadores. Já a cartilha, utilizada antes do
método, é um saber abstrato, pré-fabricado, imposto e decorado.
É preciso pensar o universo em que os educandos vivem a cultura em que estão inseridos, o lugar de trabalho,
levantar dados juntamente com a comunidade a ser educada e construir a alfabetização a partir do conhecimento
de suas realidades para somente depois aprofundar na formação de novas palavras, novos conhecimentos.
“o contato inicial e direto que estabelecemos com a comunidade é durante a pesquisa do universo vocabular –
etapa realizada no campo e que é a primeira do sistema Paulo Freire de Educação de Adultos... Não é uma
pesquisa de alto rigor científico, não vamos testar nenhuma hipótese. Trata-se de uma pesquisa simples que tem
como objetivo imediato a obtenção dos vocábulos mais usados pela população a se alfabetizar”. (Conscientização e
Alfabetização) (FREIRE, apude BRANDÃO,1981, p.25)
Referência Bibliográfica: