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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

TECNOLOGIA EM MECÂNICA - PROCESSOS DE SOLDAGEM

Prof. Me. Amir Rivaroli Junior

AULA 9 – Conformação Mecânica - Forjamento


É um dos processos mais antigos de transformação dos metais,
utilizados por primitivos ferreiros.
O processo consiste em dar uma forma útil aos materiais através de
prensagem ou martelamento.
Sofreu uma grande evolução durante a Revolução industrial onde deixou
de ser um processo meramente manual, passando a ser mecanizado,
permitindo atualmente fabricar desde peças pequenas, como um
parafuso, até bastante grandes, como a asa de um avião.
FORJAMENTO
• Processo que modifica a geometria e as dimensões de um
corpo metálico, pela ação de tensões compressivas diretas;

• Age sobre as matrizes por meio de golpes (martelos e


prensas excêntricas) ou, por ação contínua (prensas
hidráulicas e de parafuso).
FORJAMENTO A QUENTE

• mais comum;

• para formas complexas;

• recristalização;

• oxidação e contração térmica: sobremetais.


FORJAMENTO A FRIO

• para peças de geometrias mais simples;

• encruamento;

• tolerâncias mais fechadas;


FORJAMENTO LIVRE

• formas regulares (anéis, eixos);

• peças de grandes dimensões;

• baixa produção;

• normalmente realizado com martelamento.


FORJAMENTO EM MATRIZES FECHADAS

• para peças de geometrias complexas;

• alta produção;

• maior homogeneidade estrutural;

• melhor qualidade dimensional;

• normalmente realizado em prensas.


FORJAMENTO A QUENTE
• recalque;
Processos básicos: • ascensão.

Etapas de forjamento:
• esboçadora;
• formadora;
• calibradora.

Seqüência do processo:
• corte, aquecimento;
• limpeza, etapas de forjamento;
• rebarbação, normalização;
• limpeza.
Recalque de eixos: recalcadoras horizontais.
FORJAMENTO A QUENTE
VANTAGENS:

• menor energia requerida para deformar o metal, já que a


tensão de escoamento decresce com o aumento da
temperatura;

• aumento da capacidade do material escoar sem se romper


(ductilidade);

• homogeneização química das estruturas brutas de fusão,


em virtude da rápida difusão atômica elimina as
segregações;
FORJAMENTO A QUENTE

VANTAGENS:

• eliminação de bolhas e poros por caldeamento;

• eliminação e refino da granulação grosseira e colunar do


material fundido, proporcionando grãos menores,
recristalizados e equiaxiais;

• aumento da tenacidade e ductilidade do material


trabalhado em relação ao bruto de fusão.
FORJAMENTO A QUENTE

DESVANTAGENS:

• necessidade de equipamentos especiais (fornos,


manipuladores, etc.) e gasto de energia para aquecimento das
peças;

• reações do metal com a atmosfera do forno, levando a perdas


de material por oxidação e outros problemas (descarbonetação
superficial ocorre nos aços; o titânio fica fragilizado pelo
oxigênio);

• desgaste das ferramentas é maior, pois a lubrificação é difícil;


FORJAMENTO A QUENTE

DESVANTAGENS:

• necessidade de grandes tolerâncias dimensionais por causa da


expansão e contração térmica;

• estrutura e propriedades do produto serão menos uniformes do


que no trabalho a frio seguido de recozimento, pois a deformação
sempre maior nas camadas superficiais produz uma granulação
recristalizada mais fina, enquanto que as camadas centrais,
menos deformadas e sujeitas a um resfriamento mais lento,
apresentam crescimento de grãos.
Comparação

Forjamento a quente e de precisão

• controle da temperatura do aquecimento;

• controle do corte e das dimensões do tarugo;

• precisão dimensional e geométrica de matrizes e insertos.


FORJAMENTO A FRIO
Processos básicos: • recalque;
• extrusão.

Seqüência de processamento:
• corte;
• lubrificação;
• etapas de forjamento;
• recozimentos intermediários.

FORJAMENTO DE PRECISÃO
• a quente, a frio ou morno;
• sobremetal menor;
• ausência de rebarba e ângulo de extração;
• raio de arredondamento menor.
EQUIPAMENTOS DE FORJAMENTO

• martelos (queda livre e auxiliados);

• prensas (excêntricas, de parafuso e hidráulicas);

• recalcadoras.
LUBRIFICAÇÃO

Em um processo de forja a quente, a LUBRIFICAÇÃO das


matrizes é a CHAVE para a QUALIDADE e a
PRODUTIVIDADE.

No entanto, LUBRIFICAR não é uma operação simples, e


depende do bom estabelecimento de parâmetros tais como:

➢ Escolha do lubrificante, forma e volume do spray;

➢ Experiência do operador, mesmo quando Robôs são


utilizados.
LUBRIFICAÇÃO

Lubrificação no Forjamento significa:

➢ reduzir o atrito metal-metal (lubrificar);

➢ possibilitar a ejeção ou remoção das peças forjadas


da matriz (destacar);

➢ remover calor da matriz (refrigerar);

➢ proteger e por consequência prolongar a vida das


matrizes (preservar).
LUBRIFICAÇÃO

Lubrificante para Forjamento

Um lubrificante para matrizes de forjamento, é um composto


químico com formulação adequada, para que o processo seja
realizado dentro de parâmetros aceitáveis pela indústria (varia
de indústria para indústria).
LUBRIFICAÇÃO

Tipos usuais de Lubrificantes:

➢ dispersões de grafita em meio aquoso;

➢ dispersões de grafita em meio oleoso;

➢ compostos sintéticos a base de sais;

➢ dispersões de lubrificantes sólidos tais como o


dissulfeto de molibdênio, o nitreto de boro e o vidro.
LUBRIFICAÇÃO

Grafita

É uma das formas do mineral carbono, podendo ser natural


ou artificial.

Propriedades importantes da grafita:

➢ geometria das partículas;


➢ tamanho das partículas;
➢ teor de Pureza.
LUBRIFICAÇÃO

A grafita natural e a sintética ou artificial, diferenciam-se pelo


processo produtivo e não pela estrutura, uma vez que as
propriedades são praticamente idênticas.

Grafita natural: extração mineral;

Grafita sintética: produzida a partir do coque de


petróleo.
LUBRIFICAÇÃO

Características dos lubrificantes:

➢ grau de diluição do produto;

➢ densidade da mistura lubrificante;

➢ temperatura da matriz;

➢ pressão da lubrificação na matriz.


LUBRIFICAÇÃO

Fatores que influenciam a vida das matrizes:

➢ pressão exercida no forjamento;

➢ velocidade de escoamento do aço;

➢ tipo de aço utilizado;

➢ coeficiente de atrito.
LUBRIFICAÇÃO

Atuação do lubrificante:

➢ aderir firmemente à matriz;

➢ proporcionar um coeficiente de atrito reduzido,


capaz de promover uma efetiva transferência de
calor.
LUBRIFICAÇÃO

Temperatura de trabalho do Lubrificante

Para atingir seu objetivo de forma efetiva, o lubrificante


deve “trabalhar” nas temperaturas entre os 200 e 300 °C.

Fatores que influenciam o aquecimento da matriz:

➢ densidade da mistura lubrificante;

➢ pressão de aplicação do lubrificante na matriz.


LUBRIFICAÇÃO

Fatores que influenciam o coeficiente de atrito:

➢ aderência do filme lubrificante à matriz;

➢ tipo e característica do Lubrificante utilizado.

Fator que influência o aumento de temperatura nas matrizes:

➢ tempo de contato da peça na matriz;

➢ densidade do lubrificante.
LUBRIFICAÇÃO
Principais ingredientes de um Lubrificante:

➢ água desmineralizada;

➢ grafita cristalina (natural ou sintética);

➢ resinas promotoras da aderência;

➢ estabilizantes;

➢ espessantes;

➢ inibidores bacteriológicos.
DEFEITOS

Falta de redução;

• caracteriza-se pela penetração incompleta do metal


na cavidade da ferramenta;

• altera o formato da peça e acontece quando são


usados golpes rápidos e leves do martelo.
DEFEITOS

Trincas superficiais;

• causadas por trabalho excessivo na periferia da


peça em temperatura baixa, ou;

• por alguma fragilidade a quente;


DEFEITOS

Trincas nas rebarbas;


• causadas pela presença de impurezas nos metais, ou;

• rebarbas pequenas;

• iniciam-se nas rebarbas e podem penetrar na peça


durante a operação de rebarbação;
DEFEITOS

Trincas internas;

• originam-se no interior da peça em conseqüência


de tensões originadas por grandes deformações;
DEFEITOS

Gotas frias;

• são descontinuidades originadas pela dobra de


superfícies, sem a ocorrência de “soldagem”;

• causadas por fluxos anormais de material quente dentro


das matrizes;

• incrustações de rebarbas;

• colocação inadequada do material na matriz;


DEFEITOS

Incrustações de óxidos;

• causadas pela camada de óxidos que se formam


durante o aquecimento;

• estas incrustações normalmente se desprendem,


mas ocasionalmente, podem ficar presas nas peças.
DEFEITOS

Descarbonetação;

• caracteriza-se pela perda de carbono na superfície


do aço, causada pelo aquecimento do metal.
DEFEITOS

Queima;

• gases oxidantes penetram nos limites dos


contornos dos grãos, formando películas de óxidos;

• causada pelo aquecimento próximo ao ponto de


fusão;
FORJAMENTO A QUENTE

Formação de rebarba:

• região mais tensionada do forjado;

• garantir preenchimento correto das matrizes;

• escoar excesso de material do tarugo;

• acomodar defeitos de forjamento.


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