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Manual Orientativo de Avaliação da

Educação Especial
2024

Mauro Mendes
Governador do Estado de Mato Grosso

Otaviano Pivetta
Vice-governador do estado de Mato Grosso

Alan Resende Porto


Secretario de Estado de Educação

Amauri Monge Fernandes


Secretário Adjunto Executivo

Nadine Moreira da Silva Botelho


Secretária Adjunta de Gestão Educacional

Andréia dos Reis Juiz


Superintendente de Diversidades

Paula Souza da Cunha


Coordenadora de Educação Especial

Equipe da Coordenadoria de Educação Especial


Antônio Sérgio Salgado de Albuquerque
Aparecida Regina Pereira de Faria
Elaine Cristina da Silva
Glaucia Eunice Gonçalves da Silva
Ilze Etgeton
Leonil de Moraes Campos Sobrinho

CASIES

Cuiabá-MT, 2024
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO....................................................................................................2

2. INTRODUÇÃO........................................................................................................3

3. FLUXO DE ENGAJAMENTO PARA AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE PAEDE.................5

4. EXECUÇÃO DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO NA UNIDADE ESCOLAR...............7

5. APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS QUE COMPÕEM A METODOLOGIA DE

AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE PAEDE.....................................................................7

5.1 INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO DE FLUXO DE APRENDIZAGEM..........7

6. AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DE DESENVOLVIMENTO INICIAL...............................10

7. MATRIZ DE REFERÊNCIA INDIVIDUAL.................................................................13

8. AVALIAÇÃO FORMATIVA INICIAL........................................................................15

9. PLANEJAMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO...............................................19

10. AVALIAÇÃO FORMATIVA FINAL..........................................................................21

11. REFERÊNCIAIS.....................................................................................................22

12. ANOTAÇÕES........................................................................................................23

13. RELATÓRIO DE CONTRIBUIÇÕES PARA APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA DE

AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL................................................................24

Cuiabá-MT, 2024

1
Apresentação

O Estado de Mato Grosso institucionalizou o Sistema Avalia-MT que é um conjunto de


avaliações externas em larga escala com o objetivo de diagnosticar as aprendizagens da
educação básica e os fatores que interferem no desempenho dos estudantes.
Neste contexto, a Coordenadoria de Educação Especial (COES) propõe uma política de
avaliação em educação básica pautada no respeito as diferentes identidades que
caracterizam o público-alvo da educação especial. É uma ação que compõe o massivo
investimento da Seduc em Educação Especial, ofertando de forma inédita no sistema de
ensino mato-grossense, instrumentos avaliativos voltados para estudantes com
deficiência e Transtorno do Espectro Autista que muitas vezes foram invisibilizados pelo
sistema educativo.
A avaliação em educação especial tem como finalidade avaliar o processo de ensino-
aprendizagem do estudante, reconhece suas características identitárias, analisa seu
desempenho em relação ao fluxo de aprendizagem da turma, quando necessário
estabelece os procedimentos necessários para garantir o maior desenvolvimento dos
estudantes respeitando suas características identitárias. Trata-se de uma forma de
avaliar que leva em consideração a potencialidade do estudante, alcançando objetivos
de aprendizagem singulares ligados a cada identidade.
A implementação de processos avaliativos da educação especial busca construir uma
metodologia com rigor teórico, metodológico e técnico que busque superar a ideia
capacitista de que o estudante com deficiência e TEA com níveis substanciais de suporte
não aprendem nas escolas regulares. Será possível comprovar com os dados empíricos
as aprendizagens apresentadas pelos estudantes a partir de suas capacidades
individuais.
Assim, esse manual tem como objetivo auxiliar os coordenadores pedagógicos,
professores de sala de recursos multifuncionais e demais profissionais envolvidos nos
processos a desenvolverem a metodologia de avaliação e os documentos avaliativos.
É uma ação inovadora com processos e instrumentos novos, é um caminho que nunca
foi percorrido, mas que certamente conduzirá a educação pública de Mato Grosso para
o rumo da qualidade, equidade e valorização da diferença!
Estamos juntos nessa caminhada e contamos com toda comunidade escolar para
iniciarmos esse processo.

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Introdução

A avaliação é um ato de investigar e intervir, trata-se de um recurso pedagógico


disponível ao professor que permite reconhecer a eficácia ou ineficácia de seus atos e
dos recursos pedagógicos utilizados, propondo uma intervenção nos rumos das
atividades e almejando melhores resultados (LUCKESI, 2011, p.263). Ao mesmo tempo
que trata de uma prática para analisar as aprendizagens escolares, através de evidência
tangível e mensurável sobre o desenvolvimento escolar do estudante provocado pela
ação pedagógica do professor.
O estado de Mato Grosso tem investido maciçamente em processos avaliativos
com a finalidade de elevar a qualidade da educação no Estado. Atualmente o sistema
educacional do Estado conta com o AvaliaMT (Sistema de Avaliação da Educação Básica
de Mato Grosso). Tal sistema “objetiva avaliar a consolidação das aprendizagens na rede
púclica de ensino estadual e municipais, fundamentada na perspectiva da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e no Documento Referencial Curricular para Mato Grosso
(DRC/MT), elaborado em regime de colaboração com os municípios mato-grossenses”
(MATO GROSSO, 2023, p.04).
Neste contexto, percebeu-se que as avaliações propostas não atendiam as
especificidades avaliativa dos estudantes público-alvo da educação especial, assim o que
se constatou era a utilização de protocolos, metodologias e instrumentos bastante
inadequados para os sujeitos que não seguem fluxos padronizados de desenvolvimento
humano. A fim de responder a essa necessidade problematizada pelas unidades
escolares realizou-se estudos voltados para a construção de um sistema de avaliação
para estudantes público-alvo da educação especial das escolas públicas que não seguem
o fluxo de aprendizagem da turma.
Nossa intenção é propor junto ao AvaliaMT uma metodologia de avaliação
voltada para o público-alvo da educação especial. Assim, os instrumentos foram
pensados a partir das configurações que já existem no processo de avaliação
educacional, desenvolvendo métodos e instrumentos voltados para aferição das

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aprendizagens, com precisão, confiabilidade, exequibilidade e respeito às condições
individuais.

A Secretária de Estado de Educação de Mato Grosso deve assegurar


conforme prescreve a lei que

Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com deficiência,


assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o
máximo desenvolvimento possível de seus talentos e
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à
pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de
violência, negligência e discriminação (BRASIL, 2015).

Assim, a Avaliação dos Estudantes Público-alvo da Educação Especial deve ser


capaz de fornecer dados necessários sobre o processo de aprendizagem escolar na sala
de aula comum, é um procedimento que visa descrever o repertório de habilidades
conquistados a partir da intervenção pedagógica do professor, considerando o contexto
de aprendizagem da turma. Os procedimentos adotados devem oportunizar a inferência
sobre o repertório de aprendizagem, bem como o planejamento das intervenções
adequadas as necessidades educativas de cada estudante.
Neste contexto, caberá “adoção de medidas individualizadas e coletivas em
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em
instituições de ensino” (BRASIL, 2015).
É necessário que se elimine as barreiras atitudinais capacitistas que fundamentam-se no
descrédito quanto as aprendizagens dos estudantes com deficiência e autismo, construindo uma
metodologia que para além de erros e acertos busque compreender o processo de
desenvolvimento humano alcançado pelo estudante a partir do currículo escolar. É um processo
de justiça social, equidade e inclusão, na qual busca-se olhar ao menos refletir sobre o que
ensinar para estudantes que não seguem o fluxo e como compreender seus processos de

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desenvolvimento mediante as ações pedagógicas propostas pelo corpo docente da unidade
escolar.
Com o intuito de criar mecanismos que contribuam no processo de compreensão
do desenvolvimento do estudante PAEDE, propomos os seguintes instrumentos:

1.Instrumento de Acompanhamento de Fluxo de Aprendizagem


2.Avaliação Pedagógica de Desenvolvimento Inicial
3.Matriz de Referencia Individual
4.Avaliação Formativa Inicial
5.Plano Educacional Individualizado
6.Avaliação Formativa Final.

FLUXO DE ENGAJAMENTO PARA AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE PAEDE

Ação Data de Responsáveis Evidência Indicador por DRE


entrega
Seminário de 21 a 28 de Professor de Lista de presença
Avaliação Educação fevereiro Sala de Nº de unidade escolar
Especial Recursos representada
Multifuncional, Nº de unidade escolar
Professor de existente
Apoio
Pedagógico
Especializado e
Coordenador
Pedagógico
Reunião para Até 15 de Coordenador Instrumento 01
execução do março Pedagógico Preenchido Nº de instrumentos
Instrumento de professor entregues
Acompanhamento regente, Nº de unidade existente
de Fluxo de professor de
Aprendizagem apoio e
professor de
AEE
Aplicação da Até 05 de Professor de Instrumento 02
Avaliação abril sala de recursos preenchido Nº de instrumentos
Pedagógica de multifuncionais* entregues
Desenvolvimento Nº de estudantes
Inicial matriculados

5
Elaboração de 08 a 19 de Professor de Instrumento 03
Matriz de abril sala de recursos preenchido Nº de instrumentos
Referência multifuncionais* entregues
Individual e professores Nº de estudantes
regentes de matriculados
Língua
Portuguesa e
Matemática

Período para 22 a 26 de Professor de Ata ou documento


elaboração dos abril sala de recursos comprobatório da Nº de itens entregues
itens da Avaliação multifuncionais* reunião Nº de estudantes
Formativa Inicial matriculados

Período para 29 de abril a Professor de Relatório por unidade Nº de estudantes


aplicação da 10 de maio sala de recursos avaliados
Avaliação multifuncionais* Nº de estudantes
Formativa Inicial matriculados

Reorganização do Até 17 de Professor de Documento enviado


PEI maio sala de recursos
multifuncionais*, Nº de planos entregues
professores Nº de estudantes que a
regentes de condição requer PEI
Língua
Portuguesa e
Matemática e
professor de
apoio

Reunião com a Até 30 de Professor de Ata ou documento


família para maio Sala de comprobatório da Nº de documento de
apresentação da Recursos reunião comprovação por aluno
metodologia Multifuncional, Nº de estudantes
avaliativa Professor de avaliados
Apoio
Pedagógico
Especializado e
Coordenador
Pedagógico
Reaplicação da 29 de julho Professor de Relatório por unidade Nº de estudantes
Avaliação a 02 de sala de recursos avaliados
Formativa Inicial agosto multifuncionais* Nº de estudantes
matriculados

6
Período para 22 a 26 de Professor de Ata ou documento
elaboração dos abril sala de recursos comprobatório da Nº de itens entregues
itens da Avaliação multifuncionais* reunião Nº de estudantes
Formativa Final matriculados

Período para 29 de abril a Professor de Relatório por unidade Nº de estudantes


aplicação da 10 de maio sala de recursos avaliados
Avaliação multifuncionais* Nº de estudantes
Formativa Inicial matriculados

Reunião com a Até 30 de Professor de Ata ou documento


família para novembro Sala de comprobatório da Nº de documento de
apresentação do Recursos reunião comprovação por aluno
desempenho anual Multifuncional, Nº de estudantes
do estudante na Professor de avaliados
avaliação da Apoio
educação especial Pedagógico
Especializado e
Coordenador
Pedagógico
*Na ausência do professor de Sala de Recursos Multifuncionais a responsabilidade será da coordenação
pedagógica da unidade escolar.

EXECUÇÃO DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO NA UNIDADE ESCOLAR

A Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) é o espaço destinado para o


atendimento educacional especializado (AEE) que “identifica, elabora e organiza recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando as suas necessidades específicas”. O professor de AEE/SRM será o responsável
técnico pela execução da metodologia, orientando os demais profissionais durante todo o
processo avaliativo. Na ausência do professor de SRM, a coordenação pedagógica buscará
estratégias para elaboração e aplicação dos instrumentos avaliativos e para orientação do
processo pedagógico da avaliação.

APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS QUE COMPÕEM A METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO


DO ESTUDANTE PAEDE

INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO DE FLUXO DE APRENDIZAGEM

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O Instrumento de Acompanhamento de Fluxo de Aprendizagem é utilizado para
identificar os estudantes público-alvo da educação especial na escola. Os professores
regentes, professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE), Professor de
Apoio Pedagógico Especializado, quando houver, e o coordenador pedagógico
preencherão o instrumento coletivamente. A aplicação do Instrumento se dará após
diagnóstico inicial da turma realizado pelo professor regente. Caberá aos profissionais
identificar após diagnóstico, se o estudante segue o fluxo da turma.
Os estudantes público-alvo da educação especial que seguirem o fluxo de
aprendizagem deverão realizar as mesmas avaliações que os demais estudantes. Poderá
ocorrer de necessitarem de apoios e serviços para realizar a avaliação. Os estudantes
podem contar com prova em braile, tradutor intérprete de Língua Brasileira de Sinais
(Libras), vídeo prova em Libras, guia-intérprete, provas ampliadas, cartão resposta
ampliado, leitor de tela, profissional ledor, profissional transcritor, leitura labial com
profissional capacitado na comunicação oralizada, tempo adicional entre outros
recursos que a condição específica do estudante exigir.

No item ESTUDANTE o aplicador preencherá com o nome completo de cada


estudante público-alvo da educação especial.

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No item CARACTERÍSTICA o aplicador preencherá a condição do público-alvo da
educação especial. Utilizará os termos: deficiência física, deficiência visual que poderá
ser caracterizado como cegueira, visão monocular ou baixa visão, deficiência auditiva ou
surdez, deficiência intelectual, surdocegueira ou deficiência múltiplas, poderá utilizar
também Transtorno do Espectro Autista ou Altas Habilidades/Superdotação.
Considerando critérios qualitativos do ponto de vista clínico, funcional e
educacional, os tipos de deficiência são:
Deficiência física consiste em impedimentos físicos e/ou motores que demandam o uso
de recursos, meios e sistemas que garantam acessibilidade ao currículo e aos espaços
escolares. São exemplos de deficiência física: paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia,
ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, dentre
outros.
Deficiência auditiva e surdez consiste em impedimentos permanentes de natureza
auditiva, ou seja, na perda parcial (deficiência auditiva) ou total (surdez) da audição que,
em interação com barreiras comunicacionais e atitudinais, podem impedir a plena
participação e aprendizagem do aluno.
Deficiência visual consiste na perda total ou parcial da visão, congênita ou adquirida,
em nível variável. Pode ser classificada como cegueira, visão monocular ou baixa visão.
Cegueira perda total da função visual ou pouquíssima capacidade de enxergar. Baixa
visão é a perda parcial da função visual. Nesse caso, o aluno possui resíduo visual, e seu
potencial de utilização da visão para atividades escolares e de locomoção é prejudicado,
mesmo após o melhor tratamento ou a máxima correção óptica específica. Visão
monocular é perda total da função visual de um dos olhos.
Deficiência intelectual caracteriza-se por alterações significativas no desenvolvimento
intelectual, na conduta adaptativa e na forma de expressar habilidades práticas, sociais
e conceituais.
Surdocegueira trata-se de deficiência única, caracterizada pela associação da deficiência
auditiva (com ou sem resíduo auditivo) e visual (com ou sem resíduo visual)
concomitante.
Deficiência múltipla consiste na associação de duas ou mais deficiências.

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O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por prejuízos persistentes na
comunicação, interação social, ausência de reciprocidades social, padrões restritos e
repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais
incomuns.
Altas Habilidades/superdotação caracteriza-se pela demonstração de elevado
potencial intelectual, acadêmico, de liderança, psicomotor e artístico, de forma isolada
ou combinada, além de apresentarem grande criatividade e envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
O item SEGUE O FLUXO DA TURMA é assinalado com a resposta SIM ou NÃO a
partir da análise conjunta com o(s) professor(es) regente(s) a fim de analisar se o aluno
acompanha as atividades/habilidades/objetos de conhecimento para a turma ou requer
que a organização pedagógica seja elaborada a partir das características do estudante.
Ao final do preenchimento todos os participantes devem assinar o instrumento como
forma de reconhecimento da condição do estudante e do compromisso pedagógico de
atender suas necessidades pedagógicas específicas.
As observações devem ser utilizadas para registrar questões relevantes quanto ao
fluxo de desenvolvimento do estudante em relação a turma. Trata-se de especificidades
que os professores das disciplinas considerem ser relevantes ao processo de avaliação
do desenvolvimento do estudante quanto ao fluxo da turma e quanto as especificidades
a serem consideradas na construção do Planejamento Educacional Individualizado (PEI).
Após a análise da escola e preenchimento quanto ao fluxo de aprendizagem da
turma, os estudantes que seguem o fluxo de aprendizagem da turma deverão realizar
as avaliações regulares (internas e externas) propostas para a turma. Os estudantes que
não seguem o fluxo de aprendizagem da turma contarão com um processo avaliativo
interno que considere suas características identitárias e potencialidades. Todos os
responsáveis pedagógicos assinarão o documento enquanto declaração de
reconhecimento das necessidades pedagógicas do estudante quanto ao fluxo de
aprendizagem da turma.

AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DE DESENVOLVIMENTO INICIAL

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O instrumento 2 denominado de Avaliação Pedagógica de Desenvolvimento
Inicial (APDI) será aplicado para os estudantes que não seguem o fluxo de aprendizagem
da turma. Trata-se de um instrumento utilizado para obter informações sobre o
desenvolvimento humano do estudante. O desenvolvimento humano é um processo
maturacional e interativo que resulta de uma progressão ordenada de habilidades
compostas por marcos de desenvolvimento. Assim, esse instrumento é uma fonte de
informação para planejar a intervenção pedagógica a partir de alguns marcos do
desenvolvimento importantes nos domínios comportamentais, psicomotores,
sensoriais, cognitivos, linguísticos/comunicacionais e lógico-matemático. Trata-se de
um instrumento que descreve habilidades que os estudantes apresentam quando inicia
o ano letivo na escola.
A APDI consiste em um processo estruturado de investigação de fenômenos do
desenvolvimento humano necessário para composição da aprendizagem escolar. Esse
instrumento tem por objetivo prover informações sobre o desenvolvimento humano do
estudante considerado como um processo dialético e complexo caracterizado pela
singularidade no percurso, o lugar ocupado pelo estudante nas relações escolares e a
concepção de que o desenvolvimento não é determinado por leis naturais de caráter
universal.
Quando se trata do público-alvo da educação especial no ensino fundamental II
e Médio, há estudantes com performance de desenvolvimento muito particular em
relação ao desenvolvimento da turma. De tal modo, a Avaliação Pedagógica de
Desenvolvimento Inicial fornecerá informações qualitativa a partir do desempenho
apresentado nas tarefas que requer a mobilização de vários saberes ligados ao
desenvolvimento do estudante.
O instrumento requer informações gerais sobre a caracterização que torna o
estudante público-alvo da educação especial, acompanhamento por profissionais da
saúde, uso de medicamento, suportes necessários à inclusão em sala de aula e
contribuições da família. Junto a essas informações há a aplicação de itens que busca
compreender a capacidade de mobilização de seus recursos cognitivos e operações
mentais voltadas para a resolução de situação-problema que deve estar contextualizada

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de maneira que permita ao participante aproveitar e incorporar situações vivenciadas e
valorizadas no contexto em que se originam para fornecer informações acerca do seu
desenvolvimento.
A segunda parte desse instrumento apresenta itens/situação-problema que deve
ser aplicado pelo professor de sala de recursos multifuncionais, na ausência deste pelo
professor de apoio pedagógico especializado ou coordenador. O que se percebe é que
a maior parte dos estudantes apresentam características comuns de desenvolvimento,
isso não se aplica as pessoas com deficiência que pode apresentar desenvolvimento
individual de acordo com sua condição fisiológica e que a escola precisa de um
instrumento preciso que forneça informações sobre como se constitui tal
desenvolvimento.
Esse instrumento deverá ser utilizado para captar informações sobre o
desenvolvimento do estudante e poderá sofrer alterações quanto a execução do item,
adequando-os as condições do estudante.
A primeira parte é um estudo descritivo transversal e tem como objetivo investigar
questões biopsicossociais que podem contribuir para o processo pedagógico. As informações
colhidas sobre questões referentes à subjetividade do estudante podem contribuir para a
elaboração de estratégias pedagógicas, propondo recursos metodológicos, atividades em sala
de aula, orientações para os demais estudantes entre outros sujeitos do contexto educativo do
aluno. Esses dados são coletados para que o professor regente tenha informações para
organizar o planejamento pedagógico do estudante, provendo habilidades e objetivos
pedagógicos que levem em consideração a identidade do estudante e suas características.

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A segunda propõe vivências ligadas a habilidades que busca compreender o
desenvolvimento humano a partir de suas relações com o mundo num p rocesso de
constituição cultural do sujeito, de forma que as atividades propostas deverão estar
conectadas com o meio material, social e cultural do estudante, a fim de observar como as
vivências podem constituir-se em práticas sociais. São atividades de significação,
representação mental e relacionalidade onde a percepção da criança sobre o mundo
constitui-se como base operacional do planejamento pedagógico do professor. São
questões que servem para investigar como o estudante constrói seu pensamento, sua
linguagem, suas percepções e relações com o meio. O instrumento serve para que se
relacione a vivência com a significação que o estudante faz das situações propostas pela
dinâmica avaliativa.

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É importante ressaltar que esse instrumento deve ser flexibilizado de acordo com
a condição de cada estudante, cabendo ao aplicador o uso de elementos concretos,
utilização de suportes e ferramentas entre outras adequações que possibilitem acessar
o desenvolvimento apresentado pelo aluno.
Os resultados obtidos com o diagnóstico deverão contribuir para a formulação
das habilidades no instrumento 03.

MATRIZ DE REFERÊNCIA INDIVIDUAL

O instrumento 3 é denominado Matriz de Referência Individual (MRI) trata-se de


seleção de habilidades ou descritores que serão avaliados nas áreas de Português e
Matemática. Essas habilidades serão selecionadas pelo professor de sala de recursos,
coordenador pedagógico, professor regente e professor de apoio, se houver, numa
perspectiva dialógica e colaborativa.
Por se tratar de uma avaliação interna, é individual e elaborada a partir das
necessidades educativas de cada estudante. As matrizes contarão com 4 descritores ou
habilidades obrigatórias, sendo uma habilidade para cada eixo. As habilidades de língua
portuguesa serão distribuídas nos eixos produção textual, oralidade/comunicação,
leitura e escrita. As habilidades de matemática serão distribuídas nos eixos números,
geometria, grandezas e medidas e probabilidade e estatística.

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AVALIAÇÃO FORMATIVA INICIAL

Após a elaboração da MRI, o professor de sala de recurso criará os itens


avaliativos que irão compor a Avaliação Formativa Inicial (AFI). O item consiste na
unidade básica do instrumento de coleta de dados para aferir as habilidades ou
descritores dispostos na MRI. O item deve ser estruturado de modo que se configure
uma unidade de proposição e contemple uma única habilidade da Matriz de Referência.

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Para tanto, devem ser observadas a coerência e a coesão entre suas partes (texto-base,
enunciado e alternativas), de modo que haja uma articulação entre elas e se explicite
uma única situação-problema e uma abordagem homogênea de conteúdo (INEP, 2010).
O item deve ser elaborado de forma escrita, mas a forma de aplicação poderá ser
adequado a condição do estudante. É importante oferecer recursos metodológicos para
que realizem a avaliação de forma mais autônoma possível.

A Avaliação Formativa Inicial será composta por 10 questões de múltipla escolha.


As questões serão desenvolvidas na escola pelo professor de AEE/SRM e o processo de
composição do item seguirá as mesmas instruções que considere: texto-base,
enunciado e alternativas.

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É necessário contextualizar que a Avaliação Formativa Inicial é baseada na Matriz
de Referência Individual. Assim, a habilidade/descritor tem por base a Matriz de
Referência Individual que por sua vez baseou se na Matriz do Saeb, na BNCC ou DRC.

Com base nessa matriz comum a todo estudante do 3º ano do ensino médio
poderia desenvolver o seguinte descritor específico para o estudante público-alvo da
educação especial matriculado no terceiro ano do ensino médio:

EIXO LEITURA: Identificar a finalidade de diferentes textos. (MRI)

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Descrição da Habilidade: Identificar o gênero textual rótulo de bala. (AFI)

A partir da seleção da habilidade inicia-se a produção do item. A situação-


problema pode utilizar um ou mais textos-base (textos verbais e não verbais, como
imagens, figuras, tabelas, gráficos ou infográficos, esquemas, quadros, experimentos,
objetos reais, entre outros), que poderão ser de dois tipos: (i) formulados pelo próprio
elaborador para o contexto do item e (ii) referenciados por publicações de apropriação
pública.
Exemplo de questão a ser desenvolvida.
Questão 01-
OS RÓTULOS TÊM A FUNÇÃO DE INFORMAR O CONSUMIDOR SOBRE O PRODUTO,
AS EMBALAGENS TÊM COMO FINALIDADE ARMAZENÁ-LO E PROTEGÊ-LO. QUAL DOS
OBJETOS DISPOSTOS NA MESA É UM RÓTULO DE UMA EMBALAGEM QUE PROTEGE
BALAS?

b)

a)
b)

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c)

d)

Comentários: O professor preparará os objetos antecipadamente. No dia da aplicação,


deixará os gêneros textuais reais e concretos dispostos na mesa. Lerá o enunciado e
solicitará que o estudante aponte o gênero textual.
A questão exemplificada acima mostra diferentes possibilidades de aplicação e
precisa levar em consideração questões sociais e culturais do estudante. O professor
d)
precisa analisar se o estudante reconhece os gêneros propostos, se reconhece o objeto
rótulo e sua funcionalidade social, ou seja, a aplicação envolve contextualização e
investigações específicas para compreender onde se localiza a dificuldade do estudante
para alcançar a habilidade. É necessário investigar se o estudante já alcançou níveis de
representação, caso o aluno já tenha alcançado níveis de representação do objeto
concreto, o aplicador poderá imprimir uma prova escrita ou realizá-la no computador. É
necessário buscar meios para mensurar os saberes dos estudantes público-alvo da
educação especial que não segue o fluxo de aprendizagem da turma.
O tempo para aplicação da prova é estabelecido pelo professor de SRM,
conforme as necessidades individuais do estudante.
Ao final do processo de aplicação a avaliação formativa inicial deverá ser
apresentada à família.

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PLANEJAMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Após a aplicação da Avaliação Formativa Inicial os professores irão construir o


Planejamento Educacional Individualizado (PEI) para o estudante. O Plano Educacional
Individualizado é o instrumento pedagógico que irá viabilizar a alcance das habilidades
descritas na Matriz de Referência. O PEI deve ser adotado por todas as disciplinas
escolares, mas na metodologia avaliativa iremos considerar somente a participação dos
professores de Língua Portuguesa e Matemática.
O Plano Educacional Individualizado contará com a identificação do estudante,
prazos para execução, informações sobre o estudante que contribua para o trabalho
pedagógico do professor regente, identificação dos docentes, informações
colaborativas da família e dos profissionais da saúde que atendem o estudante, as
habilidades da turma e do estudante, os objetos de conhecimento da turma, recursos
didáticos ou metodologia e avaliação das habilidades conquistadas.
Como o ano letivo já iniciou, o PEI já foi produzido no contexto da sala de aula
regular pelo professor regente (e professor de apoio quando houver) e deverá ser
acrescentado as habilidades da Matriz de Referência Individual no documento já
existente.

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O Plano Educacional Individualizado contará com a identificação do estudante,
prazos para execução, informações sobre o estudante que contribua para o trabalho
pedagógico do professor regente, identificação dos docentes, informações
colaborativas da família e dos profissionais da saúde que atendem o estudante, as
habilidades da turma e do estudante, os objetos de conhecimento da turma, recursos
didáticos ou metodologia e avaliação das habilidades conquistadas.

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Na metade do ano letivo, a Avaliação Formativa Inicial será reaplicada a fim de
reavaliar o desenvolvimento do estudante e o Planejamento Educacional
individualizado, bem como o ciclo avaliativo desenvolvido.

AVALIAÇÃO FORMATIVA FINAL

Trata-se de uma avaliação composta com 10 questões semelhantes aquelas


trabalhadas na Avaliação Formativa Inicial. O objetivo é compreender o quanto o
estudante melhorou o seu desempenho após a intervenção do Planejamento
Educacional Individualizado. Espera-se que ao final do processo o aluno apresente bom
desempenho e que seja possível aferir com precisão o desenvolvimento educacional do
estudante.
Ao final do ciclo avaliativo, os documentos deverão contribuir para análise do
desempenho do estudante no percurso acadêmico, os resultados da avaliação devem
ser registradas no relatório anual sobre as aprendizagens e desenvolvimento do
estudante no PEI e as famílias deverão ter conhecimento e acesso a todos os
documentos avaliativos do estudante, bem como todas as informações necessárias para
o desempenho. Ao final do ano letivo, as escolas poderão encaminhar críticas, sugestões
e proposições de aperfeiçoamento para a metodologia desenvolvida.

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REFERÊNCIAIS

BRASIL. Inep/Daeb. Guia de elaboração e revisão de itens. Brasília: 2010.


LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem: componentes do ato pedagógico. São
Paulo:Cortez, 2011.
SILVA, G.E.G. Avaliação na educação especial em Mato Grosso: delineamento,
instrumentos e proposições metodológicas. Anais XXI Endipe. Eixo 8. A Didática,
Práticas de Ensino, Educação das Relações Étnico-raciais, Diversidade e Inclusão Escolar.
Uberlândia: FACED/UFU, 2022.

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ANOTAÇÕES:
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RELATÓRIO DE CONTRIBUIÇÕES PARA APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO
EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

Escola:
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Código da escola: ____________ Município: __________________________________
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ASSINATURA DO(S) RESPONSÁVEL (EIS):

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