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CURSO DE DESENHO

PARA PAIS E PROFESSORES

a importância do
estudo do desenho
para a criança

O OBJETIVO NÃO É FORMAR


ARTISTAS, MAS DESENVOLVER
UMA NOVA HABILIDADE HUMANA.

por Lyvia Helena Souza


SUMÁRIO
1. O QUE É DESENHO
2. POR QUE DEVEMOS ENSINAR
DESENHO PARA A CRIANÇA?
3. A COGNIÇÃO, A PERCEPÇÃO
IMEDIATA, A CONTEMPLAÇÃO
DA NATUREZA E O DESENHO
4. A FORMAÇÃO DO
IMAGINÁRIO, A NARRATIVA
VISUAL E O DESENHO
5. A LINHA EVOLUTIVA DO
DESENHO E O
DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO DA CRIANÇA
6. CONCLUSÕES
CAPÍTULO 01

o que é desenho?

O OBJETIVO NÃO É FORMAR


ARTISTAS, MAS DESENVOLVER
UMA NOVA HABILIDADE HUMANA.

por Lyvia Helena Souza


O desenho é uma forma de expressão aberta. Ou seja, um
contorno de um simples objeto feito com a linha, ainda que seja
apenas um fragmento, é suficiente para que se compreenda esse
objeto, sem que haja necessidade de se completar o desenho,
modelar com aplicação de valor tonal, inserir uma sombra
projetada ou um fundo que o complete.
Mas este é um conceito puramente técnico.

O desenho enquanto um meio de criar traços, elementos,


símbolos, controlar espaços em determinadas superfícies, entre
outras características, é fundamental para todo tipo de
comunicação visual. Seja para técnicas artísticas ou uso prático
do dia a dia, como por exemplo, a escrita - que além de tudo o que
ela representa no desenvolvimento humano, é uma técnica de
desenho muito elevada.

O desenho pode ser a fundação para o desenvolvimento de outras


habilidades necessárias para o amadurecimento da pessoa
humana, como por exemplo a contemplação, a presença real,
percepção imediata e a formação do imaginário. Ferramentas que
contribuirão e auxiliarão a pessoa no descobrimento de sua
vocação e cumprimento de seu dever de estado.

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CAPÍTULO 02

Por que devemos


ensinar desenho
para a criança?

DEVEMOS AUXILIAR A CRIANÇA A


DESENVOLVER SUA CAPACIDADE DE
JULGAR E DISCERNIR O BELO E
VERDADEIRO DAQUILO QUE É FALSO.

professor Luís Branco, ICLS.


Tente se lembrar de como você foi introduzido ao desenho.
Melhor dizendo: deixe-me tentar conduzí-lo.
Provavelmente te deram alguns lápis de cor e giz de cera e
algumas folhas em branco e te deixaram criar e se expressar
livremente. Dos rabiscos rústicos e sem sentidos, à paisagens com
sol, casinha e árvore. Acertei? Se não acertei, cheguei perto, não
foi? Mas talvez você tenha tentado ir além. Talvez você tenha
desejado em algum momento replicar, copiar determinado objeto,
pessoa, paisagem ou até mesmo aquilo que estava alí, na sua
mente, mas você por algum motivo não conseguiu expressar no
papel.
E geralmente é aqui que as crianças param de desenhar.

E, por falta de competência técnica, acabam desmotivados e


acreditam que realmente são incapazes e que é necessário dom
para conseguir desenhar etc. Ou, por senso comum, a família
acaba desmotivando a criança pois simplesmente não querem
correr o risco de incentivar seus filhos a tornarem-se artistas
falidos e sem garantia financeira.
Não estou dizendo que seus pais ou você são mal intencionados.
Não. Isso é cultural do brasileiro. Infelizmente entendemos que
só devemos nos dedicar a aprender algo se aquilo nos trouxer (se
possível de imediato) algum retorno financeiro. No mais, para
quê dispensar nosso precioso tempo, não é mesmo?

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Mas vamos analisar alguns motivos muito importantes e que te
levarão a entender o porque devemos ensinar desenho para as
crianças.

O desenho pode ser um instrumento de narração de outras


matérias de estudos, como ciências, história etc. Por meio dele
podemos correlacionar os assuntos, conectá-los, descrevê-los
com maior riqueza aprimorando, assim, sua compreensão.
O desenho é uma ferramenta de tradução da contemplação e,
antes mesmo da linguagem falada e escrita, a linguagem visual
confere a criança a possibilidade de uma comunicação mais
direta, expressiva e verdadeira. Através de técnicas simples, o
desenho poderá ser utilizado como narrativa visual, onde o
educador conduzirá a criança a pensar, desenvolver seu
pensamento e capacidade de julgar. Ou seja, auxilia o senso
crítico e a busca pela Verdade e Beleza.
Bem como explica o Professor Luis Branco no Curso a Arte de Ver,
"uma mentira só ganha status de verdade em um ambiente de
intensa mentira". Com a prática da Contemplação da Natureza, da
observação do reino vegetal e suas cores, a observação da luz e
suas nuances e temperaturas, a literatura e a narração, da
matemática e das ciências lógicas, o desenho opera como um
tradutor de toda essa verdadeira Beleza, guiado por seu educador
- que está consciente de seu dever de ajudar essa pessoinha a
revelar o melhor de si.
Mais do que uma simples brincadeira, o desenho é uma janela
para um mundo interior.

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Outro motivo do porque devemos ensinar desenho para as
crianças, é que, para nós ocidentais, o desenho realista é uma
convenção social: um desejo latente de todo aquele que inicia no
desenho. E aqui está o principal motivo que leva as pessoas a
desistirem do desenho.
Essa correspondência com a realidade, da visão de espaço-luz-
sombra e da perspectiva, faz parte dessa convenção ocidental de
representação das imagens. Dos nossos pensamentos através da
imagem.
Desde o início da história da arte, podemos observar essa busca
pela correspondência com a realidade. Pense comigo nos egípcios,
por exemplo, eles alcançaram uma arte muito elevada para aquele
momento, conseguindo transmitir visualmente, profundidade de
campo, volume e bi-dimensionalidade. A arte egípcia é muito
próxima à sua realidade. E aquilo foi um grandioso avanço.
Mas o ponto alto da correspondência com a realidade na arte foi
no Renascimento, com uma clara visão do espaço tridimensional,
ampliando a experiência espiritual do espectador através da
contemplação daquilo que, até então, não havia sido
experimentado com tamanha beleza: a perspectiva. *

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Quem introduziu a perspectiva na arte ocidental foi, Gaddi*, discípulo de Giotto, pré
renascentista. E este o fez por intuição da realidade, observando a natureza.
Taddeo Gaddi foi um grande aquarelista.
Mas porque estou falando de correspondência com a realidade?
Por que em todas as vertentes artísticas, onde a busca pela beleza
e a verdade são o norte do trabalho do estudante e artista, este é o
ponto em comum.
Essa correspondência com a realidade é o que faz a arte ser
reconhecida em todos os lugares do mundo e por diferentes
gerações. Você reconhece um copo ou um jarro pintado por um
egípcio e um pintado por Rembrandt: o que muda nessa
correspondência é a capacidade cognitiva do artista.
Para além de uma atividade extra curricular, o desenho é
ferramenta de desenvolvimento cognitivo e espiritual da pessoa
humana.

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CAPÍTULO 03

A cognição, a percepção
imediata, a contemplação da
natureza e o desenho

SE NÓS NÃO ENXERGAMOS É PORQUE


ESSA NOSSA CAPACIDADE HUMANA
EXTREMAMENTE FUNDAMENTAL FOI
POSTA PARA DORMIR NESSES
ÚLTIMOS TEMPOS - E PRECISA SER
DESPERTADA.

Arte e Percepção, Rudolf Arnheim


O olhar do artista é um olhar vivo, criativo e criador. É uma
forma de contato com a realidade; de intelecção da realidade.
Entretanto, as crianças raramente tem a oportunidade de
acompanhar o processo criativo de algum artista e de aprender
diretamente ele. Além disso, os pais se veem em grande
dificuldade em relação ao desenho ou a arte de maneira geral,
pois como já foi exposto, em nosso país, infelizmente, entende-se
que contemplar, aprender ou desenvolver habilidades artísticas
seja algo inerente à carreira de artista. Por isso, é importante que
você entenda a relação do desenho com o processo cognitivo-
perceptivo da criança a partir da contemplação da natureza.

Na verdade, este deveria ser o ponto inicial de qualquer


interessado em arte. Não apenas da criança, mas também do
adulto que por muito tempo, viveu desapercebido de seu estado
indiferente e ignorante que se encontrava. Agora, desperto desse
sono propositalmente imposto por forças além de nossa vontade,
novos movimentos interiores começam a surgir e precisamos
aprender a identificá-los.

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E para tanto é fundamental aprender esse tão necessário exercício
de reconhecimento ou da percepção imediata.
Perceber os sons que nos rodeiam, as nuances da luz e sua
temperatura, o volume dos objetos etc; e fazê-lo
intencionalmente, dedicando alguns minutos do dia para isso.
Repetindo esse exercício e fazendo dele um hábito, você
perceberá que passou a enxergar detalhes em seus objetos do dia a
dia que não percebia antes. Começará a notar a mudança da luz a
cada hora do dia e até a enxergar cor na sombra.
Notará que nem todo tronco de árvore é marrom e que nem todo
mar é azul. Ficará admirado quando perceber que à medida que se
distancia e se aproxima de montanhas e colinas, estas, por efeito
atmosférico da refração, mudam de cor e que este é um dos
instrumentos de navegação natural do homem. Enfim, muitas
coisas interessantes começam a se apresentar diante da pessoa
interessada em aprender e educar. A grandiosidade da criação
cada vez mais receberá a atenção que lhe é devida.
Aqui o desenho atua como ferramenta, como um
instrumento de narrativa visual daquilo que se
percebe, se vê: daquilo que é sentido.
E para isso, é necessário que algumas técnicas
de desenho sejam aprendidas, afim de
que a narrativa visual seja cada vez mais
fiel a aquilo que se apreende na natureza e no
dia a dia, através das artes, da literatura, da
música e de tudo aquilo que a criança ou adul-
to é exposto.

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CAPÍTULO 04

a formação do
imaginário, a Narrativa
Visual e o desenho

O DRAMA, O FAZ DE CONTA E O


DESENHO COMO INSTRUMENTOS PARA
O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA
E DA METACOGNIÇÃO DA REALIDADE
E DO APRENDIZADO.
Através do desenho, apreendemos características de objetos,
momentos e sentimentos que recebemos da realidade. Ao
imaginarmos essa realidade, inserimos essas informações em
nosso banco de memórias que, enriquecido pela cultura que nos
expomos, enriquecerá, também, o desenho que produzimos.
Quanto mais rica a experiência da realidade, mais rico o
imaginário e mais rico será o desenho.
Esse processo de formação memorial imagético, trabalhará a
favor do desenvolvimento da autonomia da criança não só na
arte, mas em todas as áreas que ela permeia, como matemática
(ex. homem vitruviano e geometria sagrada), literatura etc.
Esse efeito concêntrico da prática do desenho depende e favorece
o desenvolvimento da presença real na realidade pois, quanto
mais presente mais apreende e quanto mais apreende, mais rica
será a experiência.
E é assim que o desenho atua como agente da metacognição pois
através dessa experiência, a criança confere ao objeto desenhado
ou narrativa visual daquilo que se lê, tanto suas
características pessoais quanto as características inerentes à
própria experiência.
Isso trará à criança ao longo do tempo, capacidade de julgar e
discernir aquilo que é bom do que não é e autonomia para
identificar o que é necessário melhorar tecnicamente para obter
um resultado cada vez melhor. Ou seja, avaliar a técnica pela
técnica.
A isso o pesquisador Van Sommer chamou de Conservatismo
Gráfico, um termo proposto para descrever a tendência infantil
de repetir fórmulas visualmente estabelecidas.

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Uma vez que uma estratégia de desenho foi adquirida, novas
técnicas tornam-se motivos de detalhes e embelezamento do
desenho já apreendido, ao invés de sugerir mudanças estruturais.
Ou seja: a criança, no primeiro momento, percebe aquilo que ela
cria como uma parte dela mesmo, por isso a dificuldade em
restruturar sua criação a partir de uma nova técnica ensinada. Em
palavras mais diretas: ela prefere não arriscar e recepciona novas
sugestões como meros detalhes. Mas isso não deve impedir o
educador de corrigir e de ensiná-la a discernir o erro do acerto.
Por isso é necessário que o educador apresente técnicas de
desenho que auxiliarão a criança a amadurecer sua percepção da
realidade através da arte.

A medida que a criança vai amadurecendo, sua performance


cognitiva também melhorará - e ela precisará cada vez mais de
repertório técnico para expressar suas ideias.
Veremos algumas dessas técnicas nas aulas em vídeo.

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utra característica do desenho que é muito
importante para compreender como ele trabalha nessa formação
imagética criativa, é seu conceito aberto. Diferente da pintura que
exige um composição, no desenho eu tenho a possibilidade de
criar sugestões do tema proposto como, por exemplo, da
narrativa visual do conto da Branca de Neve: o simples desenho
da maça já sugere todo conceito da obra. Assim como o sapatinho
da Cinderela, a cesta da Chapeuzinho etc, pois todos os outros
elementos visuais que compõe o tema, poderão ser evocados da
imaginação da criança.
Devemos entender que nossos sentidos também são criativos e
não há uma grande distinção entre a percepção e razão; entre
intuição e pensamento. Uma coisa se alimenta da outra e depende
da outra.
A nossa percepção sensível mesma é uma percepção inteligente.

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CAPÍTULO 05

A linha evolutiva do desenho


e o desenvolvimento
cognitivo da criança

UM OLHAR CUIDADOSO, PENSAMENTO


CRÍTICO E TOMADA DE DECISÃO SÃO
HABILIDADES QUE O DESENHO
PROVOCA NA CRIANÇA.
Os desenhos das crianças pequenas tem atraído muitos
profissionais do campo da educação. Pesquisadores, psicólogos,
professores e pais, têm dedicado tempo e pesquisa buscando
entender o significado e a interpretação de seus desenhos.
Através desse processo de observação e análise, podemos obter
informações sobre questões sociais e emocionais, temperamento,
desenvolvimento físicos e mentais e o desenvolvimento
intelectual de cada criança.
Para as crianças, lápis e papel, tintas e pincéis, podem ser as
melhores ferramentas para expressar suas esperanças e seus mais
profundos medos. O progresso que uma criança alcança no
desenho pode demonstrar um grande amadurecimento, bem
como ganho de habilidades e amadurecimento do
desenvolvimento cognitivo.
É através do desenho que a criança expressa sua interpretação do
que experiencia.
O desenvolvimento gradual no desenho implica o envolvimento
de experiências subjetivas durante o processo criativo. Por isso,
experiências como encontros de desenhistas, cursos ou qualquer
interação com outras pessoas que que praticam o desenho são
importante. E essa pessoa pode ser o pai ou a mãe.
Williats sugere que o desenvolvimento do processo criativo é o
resultado de uma série de interações entre produção e percepção
da criança sobre suas representações.

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Para entender melhor como as crianças respondem ao estímulo
do desenho, pesquisadores e artistas educadores passaram a
observá-las dividindo-as em grupos e chamando esses grupos de
fases de desenvolvimento cognitivo, como por exemplo, o Período
de Orientação, que compreende as crianças de 05 anos.
Neste período a criança tende a usar apenas um espaço do papel.
Além disso, escolhe cores que expressam seus sentimentos,
mesmo que de maneira intuitiva, sem conhecer o valor
psicológico de cada cor. Elas tendem a repetir um mesmo padrão
de coloração dos desenhos.
Nesta idade, também é comum, a repetição de um mesmo tema
como por exemplo, planetas ou trator. Repetir o mesmo tema,
sistematicamente, é uma maneira que a criança tem de afirmar e
apreender a realidade apresentada a ela.
Além da forte presença de seu temperamento em sua maneira de
desenhar.

A partir dos 6-7 anos, a criança começa a se interessar por figuras


humanas, buscando alcançar resultados cada vez mais próximos
do quê ela vê. Nesta idade, também, demonstra está mais disposta
e até solicita ajuda ou orientação sobre o quê ou como fazer. O que
demonstra segurança em si mesmo e o desenvolvimento da
capacidade de dissociar o sentimental do resultado em si.
Avaliar a técnica pela técnica.

A partir dos 8-9 anos, a criança que se mantem interessada no


desenho enquanto expressão artística, começa a desenvolver seu
autodidatismo e, aos 10-11 anos, traços de seu estilo e storytelling
começam a aparecer.

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Essa evolução cognitiva avaliada através da relação entre a
criança e o desenho, foi e é objeto de estudos de grandes
pesquisadores, como Rudolf Arnheim e Viktor Lowenfeld etc.

De fato, o desenho sempre fez e sempre fará parte da infância das


crianças e da vida adulta daqueles que, por ventura, forem
vocacionadas à arte.

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CURSO DE DESENHO
PARA PAIS E PROFESSORES

Referências bibliográficas

O DESENHO SEMPRE FEZ E


SEMPRE FARÁ PARTE DA
INFÂNCIA DAS CRIANÇAS E DA
VIDA ADULTA DAQUELES QUE,
POR VENTURA, FOREM
VOCACIONADAS À ARTE.

Lyvia Helena Souza


Teaching young children to Draw.2005. G. Cooke, D. Griffin,
M. Cox
National Curriculum Art Working Group: Interim
Report, London. D.E.S. (1991)
Children's Drawings of the Human Figure. 1993. M. Cox
Strategies of Representation in Young Children. 1980.
Freeman
Creative and Mental Growth. 1957. V. Lowenfeld.
Children's judments and feelings about their drawings.2010
From drawing to writing: What happens when you shift
teaching
priorities in the first six months of school? Noella Mackenzie,
Charles Sturt University.
The role of metacognitive experiences in the learning
process. Anastasia Efklides, Aristotle University of Thessaloniki.
Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora.
Arnheim, Rudolf, 1904-1997. Nova versão; tradução de Ivonne
Terezinha de Faria. - São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2005.
Thinking through drawing: practice into knowledge.
Symposium: 28-29, outubro de 2011. Columbia University, New
York.
Artabet: first steps in drawing. Ron Mulvey

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