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a importância do
estudo do desenho
para a criança
o que é desenho?
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CAPÍTULO 02
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Mas vamos analisar alguns motivos muito importantes e que te
levarão a entender o porque devemos ensinar desenho para as
crianças.
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Outro motivo do porque devemos ensinar desenho para as
crianças, é que, para nós ocidentais, o desenho realista é uma
convenção social: um desejo latente de todo aquele que inicia no
desenho. E aqui está o principal motivo que leva as pessoas a
desistirem do desenho.
Essa correspondência com a realidade, da visão de espaço-luz-
sombra e da perspectiva, faz parte dessa convenção ocidental de
representação das imagens. Dos nossos pensamentos através da
imagem.
Desde o início da história da arte, podemos observar essa busca
pela correspondência com a realidade. Pense comigo nos egípcios,
por exemplo, eles alcançaram uma arte muito elevada para aquele
momento, conseguindo transmitir visualmente, profundidade de
campo, volume e bi-dimensionalidade. A arte egípcia é muito
próxima à sua realidade. E aquilo foi um grandioso avanço.
Mas o ponto alto da correspondência com a realidade na arte foi
no Renascimento, com uma clara visão do espaço tridimensional,
ampliando a experiência espiritual do espectador através da
contemplação daquilo que, até então, não havia sido
experimentado com tamanha beleza: a perspectiva. *
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Quem introduziu a perspectiva na arte ocidental foi, Gaddi*, discípulo de Giotto, pré
renascentista. E este o fez por intuição da realidade, observando a natureza.
Taddeo Gaddi foi um grande aquarelista.
Mas porque estou falando de correspondência com a realidade?
Por que em todas as vertentes artísticas, onde a busca pela beleza
e a verdade são o norte do trabalho do estudante e artista, este é o
ponto em comum.
Essa correspondência com a realidade é o que faz a arte ser
reconhecida em todos os lugares do mundo e por diferentes
gerações. Você reconhece um copo ou um jarro pintado por um
egípcio e um pintado por Rembrandt: o que muda nessa
correspondência é a capacidade cognitiva do artista.
Para além de uma atividade extra curricular, o desenho é
ferramenta de desenvolvimento cognitivo e espiritual da pessoa
humana.
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CAPÍTULO 03
A cognição, a percepção
imediata, a contemplação da
natureza e o desenho
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E para tanto é fundamental aprender esse tão necessário exercício
de reconhecimento ou da percepção imediata.
Perceber os sons que nos rodeiam, as nuances da luz e sua
temperatura, o volume dos objetos etc; e fazê-lo
intencionalmente, dedicando alguns minutos do dia para isso.
Repetindo esse exercício e fazendo dele um hábito, você
perceberá que passou a enxergar detalhes em seus objetos do dia a
dia que não percebia antes. Começará a notar a mudança da luz a
cada hora do dia e até a enxergar cor na sombra.
Notará que nem todo tronco de árvore é marrom e que nem todo
mar é azul. Ficará admirado quando perceber que à medida que se
distancia e se aproxima de montanhas e colinas, estas, por efeito
atmosférico da refração, mudam de cor e que este é um dos
instrumentos de navegação natural do homem. Enfim, muitas
coisas interessantes começam a se apresentar diante da pessoa
interessada em aprender e educar. A grandiosidade da criação
cada vez mais receberá a atenção que lhe é devida.
Aqui o desenho atua como ferramenta, como um
instrumento de narrativa visual daquilo que se
percebe, se vê: daquilo que é sentido.
E para isso, é necessário que algumas técnicas
de desenho sejam aprendidas, afim de
que a narrativa visual seja cada vez mais
fiel a aquilo que se apreende na natureza e no
dia a dia, através das artes, da literatura, da
música e de tudo aquilo que a criança ou adul-
to é exposto.
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CAPÍTULO 04
a formação do
imaginário, a Narrativa
Visual e o desenho
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Uma vez que uma estratégia de desenho foi adquirida, novas
técnicas tornam-se motivos de detalhes e embelezamento do
desenho já apreendido, ao invés de sugerir mudanças estruturais.
Ou seja: a criança, no primeiro momento, percebe aquilo que ela
cria como uma parte dela mesmo, por isso a dificuldade em
restruturar sua criação a partir de uma nova técnica ensinada. Em
palavras mais diretas: ela prefere não arriscar e recepciona novas
sugestões como meros detalhes. Mas isso não deve impedir o
educador de corrigir e de ensiná-la a discernir o erro do acerto.
Por isso é necessário que o educador apresente técnicas de
desenho que auxiliarão a criança a amadurecer sua percepção da
realidade através da arte.
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utra característica do desenho que é muito
importante para compreender como ele trabalha nessa formação
imagética criativa, é seu conceito aberto. Diferente da pintura que
exige um composição, no desenho eu tenho a possibilidade de
criar sugestões do tema proposto como, por exemplo, da
narrativa visual do conto da Branca de Neve: o simples desenho
da maça já sugere todo conceito da obra. Assim como o sapatinho
da Cinderela, a cesta da Chapeuzinho etc, pois todos os outros
elementos visuais que compõe o tema, poderão ser evocados da
imaginação da criança.
Devemos entender que nossos sentidos também são criativos e
não há uma grande distinção entre a percepção e razão; entre
intuição e pensamento. Uma coisa se alimenta da outra e depende
da outra.
A nossa percepção sensível mesma é uma percepção inteligente.
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CAPÍTULO 05
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Para entender melhor como as crianças respondem ao estímulo
do desenho, pesquisadores e artistas educadores passaram a
observá-las dividindo-as em grupos e chamando esses grupos de
fases de desenvolvimento cognitivo, como por exemplo, o Período
de Orientação, que compreende as crianças de 05 anos.
Neste período a criança tende a usar apenas um espaço do papel.
Além disso, escolhe cores que expressam seus sentimentos,
mesmo que de maneira intuitiva, sem conhecer o valor
psicológico de cada cor. Elas tendem a repetir um mesmo padrão
de coloração dos desenhos.
Nesta idade, também é comum, a repetição de um mesmo tema
como por exemplo, planetas ou trator. Repetir o mesmo tema,
sistematicamente, é uma maneira que a criança tem de afirmar e
apreender a realidade apresentada a ela.
Além da forte presença de seu temperamento em sua maneira de
desenhar.
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Essa evolução cognitiva avaliada através da relação entre a
criança e o desenho, foi e é objeto de estudos de grandes
pesquisadores, como Rudolf Arnheim e Viktor Lowenfeld etc.
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CURSO DE DESENHO
PARA PAIS E PROFESSORES
Referências bibliográficas
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