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Ver depois de olhar S I LVA N A D E

OLIVEIRA
A Formação do Olhar do AU G U S TO

Professor para os D I S S E R TA Ç Ã O D E
MESTRADO - USP
Desenhos das Crianças.

Professor Ulisses Vakirtzis


O olhar para os desenhos infantis
Desenhos pode ser um fato pouco relevante para
infantis muitos leitores, mas para os
educadores é fundamental.
Por isso investir na formação desse
olhar é muito essencial, que não está
atento apenas ao resultado, mas ao
processo criativo da criança.
Basta dar um lápis na mão
de uma criança para que,
quase instintivamente, ela
comece a povoar as coisas
ao seu redor com traços e
formas de infinitas
possibilidades. No início, são
os rabiscos, chamados de
garatujas, que preenchem
os espaços. E, com o passar
dos anos, dão lugar a
registros mais figurativos.
Independentemente da forma, os desenhos são importantes
ferramentas de expressão das crianças. Seja no papel, seja no
chão ou na parede, por meio destes elas expõem seus
sentimentos, experiências e pensamentos.
São registros que comunicam os interesses, os gostos e o
que desejam tornar público.
As crianças desenham
não apenas o que
sentem e pensam, mas
também, o que
conhecem sobre o
mundo. Ela muda o que
está desenhando e
constrói uma nova
narrativa a partir do
diálogo com os outros.
É importante reconhecer que rabisco não é tudo igual. Aquilo
que parece só rabisco é, na verdade, o registro escrito, seja de
um gesto, seja de um movimento, que se deixou marcar no
tempo por meio do material riscante sobre uma superfície. Ele
traz a marca expressiva da criança.
O desenho, assim como a
escrita, é uma linguagem
muito importante para a
expressão das crianças. E
há muitos pontos de
observação nos diferentes
momentos do desenho.
Às vezes, o desenho é
movimento. Às vezes, é o
registro de um movimento.
Também é pensamento, é
organização, é narrativo,
afetivo.
A partir do momento em
que a criança inicia o
desenho, faz o primeiro
traço no papel, já está a
iniciar o jogo, transpondo
os seus sentimentos,
desejos e emoções,
positivas ou negativas,
“tirando-as” do interior
para o exterior, sendo um
meio de comunicação
para a criança
A intenção de
desenhar não é senão
o prolongamento de
sua ação mental. Para
Luquet, as emoções
do momento
influenciam o
momento de
produção do desenho.
Segundo Luquet, existem quatro estágios para o
desenvolvimento do desenho da criança pequena
1. No primeiro estágio é o realismo fortuito que começa por volta dos 2 anos e pondo fim a
rabiscação. A criança começa traçando signos sem desejo de representar e descobre por
acaso o objeto e passa a nomear seu desenho.
2. No segundo estágio é o realismo fracassado que ocorre entre 3 e 4 anos tendo descoberto
a identidade forma e objeto, a criança procura reproduzir esta forma dando o aspecto que
queria.
3. No terceiro estágio é o realismo intelectual que vai dos 4 aos 10 anos e estende-se aos 12
anos, é onde a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe a partir
de suas vivências.
4. No quarto estágio é o realismo visual ocorre por volta dos 12 anos, marcado pela
descoberta da perspectiva e a submissão às suas leis, tende a se unir as produções adultas.
Vygotski formula que as funções psicológicas
superiores se constituem nas interações
humanas, de modo que a base biológica e as
relações socioculturais estão em constante
movimento.
Assim, o acesso das crianças aos
objetos/práticas da cultura não se dá em
relação direta, mas por mediações-
intervenções, por sua vez mediadas pelos
signos e instrumentos criados pelo homem
para o auxiliarem na atividade humana .
Concluindo...

O desenho favorece que a


criança exercite suas
habilidades motoras e
desenvolva a sua
imaginação. E através de
riscos e o uso de diversos
movimentos, a criança
busque o controle do seu
próprio corpo,
possibilitando maior
autonomia no contato com
objetos durante a
exploração espacial.

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