Você está na página 1de 2

Discente: Ana Clara Rodrigues Duarte

Matrícula: 2021.1.19.001

1. Identificação do texto com a indicação bibliográfica completa


CABRAL, R.; MORAIS, V. L. Os povos indígenas brasileiros na ditadura militar: tensões
sobre desenvolvimento e violação de direitos humanos. Direito e Desenvolvimento, v. 11,
n. 1, p. 106-122, 8 jul. 2020.

2 . Apresentação da ideia central do texto, com argumentos do/a autor/a


Rafael Lamera Giesta Cabral e Vitória Larissa Dantas de Morais em seu artigo “Os
povos indígenas brasileiros na ditadura militar: tensões sobre o desenvolvimento e violação
de direitos humanos” tem como objetivo analisar as violações e ausências do estado
brasileiro direcionadas às comunidades indígenas ao longo do período compreendido entre
1964 e 1985. Para isso, eles utilizam como fonte o Relatório da Comissão Nacional da
Verdade, na parte em que trata especificamente sobre os povos indígenas na ditadura
militar brasileira. Para os autores, a violência destinada aos povos indígenas era justificada
pela narrativa desenvolvimentista adotada pelo governo militar. Nessa perspectiva os
indígenas eram vistos como uma espécie de empecilho para o desenvolvimento nacional,
de tal modo que as políticas públicas deviam visar a integração dos povos indígenas em
uma dita civilização (Cabral; Morais, 2020, p. 118).

3. Apresentação de duas ideias/exemplos secundário/as do texto


Um aspecto interessante do texto está relacionado à mobilização, por parte dos
autores, das legislações específicas sobre povos indígenas formuladas nas décadas
anteriores ao regime militar. Através da análise dessas legislações é possível
compreendermos a perspectiva que orientava as políticas públicas destinadas aos povos
indígenas. Elas estavam inseridas - em maior ou menor grau - em um paradigma
positivista, de evolução linear e unilateral das sociedades. Leis como o Estatuto do Índio
(Lei nº 6.001/73) e o Parecer 001/1967, por exemplo, evidenciam como o governo tinha
como objetivo integrar os indígenas à sociedade, torná-los trabalhadores urbanos ou
produtores rurais (Cabral; Morais, 2020, p. 114).
Outra questão abordada no texto que merece reflexão é a importância e necessidade
do conceito “Justiça de Transição”. Esse termo refere-se a um conjunto de medidas, ações
e estudos que discutem as violências produzidas em um contexto de ilegalidade. Nesse
sentido, são ações que têm como pilares fundamentais a promoção dos direitos à Memória
e à Verdade (Cabral; Morais, 2020, p. 108-109). Aplicar esse conceito no período referente
à ditadura militar brasileira constitui-se como uma forma de incentivar a discussão sobre os
crimes e violações direcionadas à sociedade brasileira. Configura-se, também, como uma
ferramenta que possibilita a divulgação de narrativas e vivências que não foram inseridas
em narrativas oficiais produzidas sobre o período. É uma forma de consolidar uma
sociedade justa e democrática.

4. Faça uma pergunta bem elaborada ao texto, que contribua para compreender melhor um
conceito ou prática trabalhada pelo/a autor/a e responda trazendo argumentos coerentes, a
partir do próprio texto.
Qual a importância de discutir e trabalhar com a memória referente às violações destinadas
aos povos indígenas durante a ditadura militar brasileira (1964-1985)?
A preservação da memória das violências sofridas pelos povos indígenas configura-se
como uma medida capaz de sensibilizar e evidenciar à sociedade narrativas e memórias
que estão inseridas em um violento contexto de disputas e que por muitos anos foram
silenciadas e submetidas a um processo de apagamento. São por meio delas que podemos
refletir criticamente sobre narrativas que se consolidaram e não trabalham com essas
violências. Através delas, também, é possível construção de políticas mais inclusivas e
respeitosas em relação aos povos indígenas, fortalecendo suas demandas por justiça e
reconhecimento, pelos seus direitos territoriais e culturais.

5. Teça comentários pessoais sobre o texto, articulando-o à questões presentes


Ao ler esse texto pude perceber como a questão indígena é relegada ao último plano para o
estado brasileiro. Ficou evidente como a maioria dos governos, independente do projeto
ideológico e político, não mobiliza recursos e não formula políticas públicas realmente
eficazes para a promoção dos direitos básicos aos povos indígenas. A crise humanitária a
qual os povos Yanomami foram submetidos, por exemplo, pode ser compreendida, em
certa medida, como a continuidade de um projeto que coloca as populações indígenas
pertencentes ao território brasileiro, em condições sub-humanas de vida.

Você também pode gostar