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EMOCIONAL
UNIDADE III
INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL NAS
EMPRESAS
2021
Ficha Técnica:
Título: Inteligência Emocional III- Inteligência Emocional nas Empresas
Autora: Mariana Santalha
Revisora: Abiba Mamade
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
1ª Edição: 2013
Readaptação por Instituto Superior Monitor: Novembro de 2021
© Instituto Superior Monitor
Cada unidade corresponde a cerca de 5 semanas de estudo. No final de cada unidade de estudo
irá encontrar um teste de avaliação que deverá ser respondido e enviado para o ISM pelas
seguintes vias: resolução directa na plataforma moodle e posterior submissão que esta é a mais
recomendável, correios, entregue presencialmente na sede ou nos centros de recurso ou
digitalizado e enviado para o email: testes@ismonitor.ac.mz. Os testes devem ser enviados ao
fim e cada 5 semanas de estudo por forma a garantir o conhecimento atempado dos resultados
obtidos no mesmo. Não entregue os 3 testes ao mesmo tempo, pois assim não estará a par da sua
progressão e dos seus erros e melhorias que deve levar a cabo para ter sucesso.
OBJECTIVOS DO CAPÍTULO
No final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de:
• Compreender a relação entre razão e emoção e o contributo de ambas para a vida
organizacional;
• Reconhecer a relação entre inteligência emocional, o desempenho e sucesso nas
organizações;
• Compreender como é que a inteligência emocional influência a motivação;
• Identificar formas das organizações fomentarem a motivação dos colaboradores;
• Compreender a importância da inteligência emocional para uma comunicação eficaz e para a
gestão de conflitos;
• Identificar técnicas de comunicação eficaz;
• Compreender a influência da inteligência emocional no processo de liderança;
• Identificar diferentes estilos de liderança, tendo em consideração a inteligência emocional;
• Perceber os efeitos dos diferentes tipos de liderança no clima organizacional.
INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Na vida organizacional pode-se encontrar um largo conjunto de episódios emocionais: situações
de entusiasmo e estimulação, de comemoração e enamoramento, de felicidade e esperança, mas
também de infelicidade e desânimo, falta de esperança e ressentimento. Trabalho, vida
pessoal/familiar e emoções estabelecem relações complexas, mas de forte intensidade. Emoções
negativas experienciadas na vida familiar podem interferir fortemente no desempenho e nas
relações laborais, e vice-versa. A alegria de obter uma promoção há muito desejada pode
influenciar positivamente a vida pessoal/familiar; a satisfação de cumprir com os prazos de
entrega de uma encomenda pode ser fonte de motivação para o trabalho; a existência de
problemas no trabalho, com os quais o indivíduo não está a conseguir lidar, pode repercutir-se na
disponibilidade para a interação com o filho e restante família; uma avaliação de desempenho
tomada como injusta pode gerar frustração e consequentes reacções agressivas face aos colegas
(Cunha, Rego, Cunha & Cabral-Cardoso, 2007). Seriam vários os exemplos que aqui se
poderiam apresentar.
O crescente interesse pelas emoções dentro das organizações é recente, pois durante muitos anos
elas foram tidas como o “parente pobre” da actividade organizacional e da investigação.
Mais recentemente observou-se um crescente interesse por esta área, em parte, devido à ascensão
da inteligência emocional ao estatuto de moda da gestão, mas também pelo reconhecimento da
relevância do tema. Como indicam Cunha et al (2007), alguns temas mais específicos parecem
também ter contribuído para a atenção que o tema tem despertado:
A evidente importância das emoções no sector dos serviços, como instrumentos que contribuem
para a qualidade da relação empregado cliente, assim como fonte para angariar e manter a
clientela;
1
Onde a gestão das emoções é posta ao serviço da “calma afectiva”, sendo consideradas como perigosas para
indivíduos e instituições
2
Onde é valorizada a elaboração da emoção e se considera que elas são vitais para a pessoa e para a vida social
Goleman (1999, apud Constantino, 2010) destaca que existem três competências motivacionais
que caracterizam os que apresentam um desempenho de relevo:
• Realização: forte vontade de melhorar ou ser o melhor;
• Dedicação: adopção da visão e das metas da organização ou do grupo;
• Iniciativa e Optimismo: competências idênticas que mobilizam as pessoas no sentindo
de agarrar as oportunidades e as habilitam a integrar com facilidade os contratempos e
obstáculos.
A motivação é um atributo desejável no trabalho, pois um trabalhador motivado requer menos
controle, tem menos períodos de baixa produtividade e maiores probabilidades de ser esforçado e
criativo. De seguida apresenta-se um caso retratado no artigo de Roque e colegas (2006:52)
sobre uma empresa de fabricação cozinhas, onde trabalham 5 operários:
“O pessoal operário, de baixo nível escolar, apresenta baixo nível de auto motivação,
independentemente do esforço constantemente realizado pela Direcção da empresa, que procura
alternativas motivadoras para o pessoal. Compararemos dois tipos de operários que trabalham
nesta fábrica: o trabalhador motivado (adiante designado trabalhador x) e o não motivado
(adiante designado trabalhador Y) e o desempenho dos mesmos.
O trabalhador X habitualmente é um trabalhador dinâmico, activo e com predisposição de
trabalhar mais e melhor. Os seus resultados são satisfatórios, sendo o trabalhador com melhor
desempenho na fábrica. Não obstante, em determinadas circunstâncias, a sua motivação diminui
e com ele a qualidade do seu desempenho.
Por outro lado temos o trabalhador Y. Este trabalhador não apresenta nenhum índice de
motivação pessoal, não obstante os esforços dispensados pela direcção da fábrica. As produções
dele são baixa e com reiteradas deficiências na qualidade. Ainda, influencia outros
trabalhadores provocando-lhe desmotivação em certo período do horário de trabalho. O
trabalhador Y é uma pessoa que não tem projectos de vida, não tem ambições nem programação
Estilo conselheiro
• Como gera ressonância: relaciona os desejos das pessoas com os objectivos da
organização. Desenvolve as pessoas para o futuro.
• O estilo numa frase: “Tente fazer isso.”
Os líderes conselheiros ajudam as pessoas na identificação dos seus pontos fortes e pontos
fracos, associando-os às aspirações profissionais. Estimulam os colaboradores a definirem
objectivos de desenvolvimento para o futuro e apoiam-nos na construção de planos para
obtenção dos mesmos. Na medida que criam ligações entre as tarefas diárias e os objectivos de
longo prazo, estas líderes promovem a motivação das pessoas. Eles delegam poderes,
apresentando desafios aos colaboradores em vez de apresentarem simples instruções de como
realizar as tarefas do dia-a-dia. Este estilo de liderança tem mais sucesso junto de funcionários
com espírito de iniciativa e que aspiram ter evolução profissional. Não é vantajoso quando os
funcionários não estão motivados ou quando requerem demasiada orientação, ou quando o líder
não tem sensibilidade nem competência para apoiar o subordinado.
Estilo relacional
• Como gera ressonância: cria harmonia melhoria o relacionamento entre as pessoas,
criando laços emocionais.
• O estilo numa frase: “As pessoas estão primeiro.”
• Efeito sobre o clima de trabalho: positivo.
• Competências básicas de inteligência emocional: empatia, foco no relacionamento e
comunicação.
• Situações apropriadas: resolver e sarar conflitos num grupo; promover a motivação em
períodos difíceis; melhorar o relacionamento entre as pessoas.
É um estilo que promove a comunicação, a partilha de ideias e a inspiração. O líder não impõe
regras rígidas de como se deve fazer o trabalho, promovendo assim a flexibilidade, cada um tem
a liberdade de cumprir as tarefas da forma que considere mais eficaz. Os líderes relacionais
expressam facilmente as suas emoções, reforçam de forma positiva o bom desempenho e
promovem um sentimento de pertença à equipa.
Estilo democrático
• Como gera ressonância: valoriza o contributo de cada um e obtém o empenho das
pessoas através da participação.
• O estilo numa frase: “O que é que pensa disto?”
• Efeito sobre o clima de trabalho: positivo.
• Competências básicas de inteligência emocional: liderança de equipas e comunicação.
• Situações apropriadas: conseguir adesão ou consenso; obter o contributo dos empregados
com valor.
Estilo dirigista
• Como gera ressonância: acalma os receios dando instruções claras em situações de
emergência; exige concordância imediata.
• O estilo numa frase: “Faça o que eu lhe digo.”
• Efeito sobre o clima de trabalho: muito negativo, por ser muitas vezes mal utilizado.
• Competências básicas de inteligência emocional: orientado para a obtenção de
objectivos, iniciativa e auto - controlo.
• Situações apropriadas: em situações de crise; para desencadear uma reviravolta na
situação; com subordinados difíceis.
O líder dirigista não permite a criação de ideias na equipa, retirando o sentido de
responsabilidade da mesma. As pessoas deixam de ter iniciativa e sentem que não contam para a
OBJECTIVOS DO CAPÍTULO
No final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de:
• Perceber o que faz com que uma organização seja emocionalmente inteligente;
• Identificar os elementos que constituem o capital intelectual das organizações;
• Identificar as alterações verificadas nas políticas de gestão de recursos humanos;
• Indicar como pode ser trabalhada a inteligência emocional nas organizações;
• Reconhecer a importância dos gestores de recursos humanos possuírem inteligência
emocional.
INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Uma organização é um sistema integrado, dependente do desempenho de cada pessoa que faz
parte dela e do relacionamento de todas elas. O uso da inteligência emocional por parte dos
colaboradores, na forma de se comportarem, como no modo de se relacionarem com os outros, é
o que torna possível que a organização seja emocionalmente inteligente. Quando uma
organização possui competências que resultam da autoconsciência e auto - controle, motivação e
empatia, capacidade de liderança e comunicação aberta, revelar-se-á mais resistente,
independentemente dos desafios que o futuro lhe reserve.
Se há uns anos atrás as organizações eram consideradas inteligentes pelo seu grau de
conhecimento técnico e pelo património físico e financeiro, hoje o seu sucesso e inteligência são
avaliados especialmente pela sua inteligência emocional. Sendo as organizações movidas por
pessoas, a base de uma organização inteligente são, assim, as pessoas que a conduzem.
A gestão de pessoas é um desafio constante, pois ao contrário das máquinas, o ser humano é
movido pelas razões e emoções. As alterações verificadas no mercado de trabalho levam a que a
gestão de recursos humanos precise de repensar as suas práticas para melhor se adaptar à nova
divisão internacional do trabalho. Tais mudanças exigem uma postura diferente por parte dos
profissionais de recursos humanos, que tem de passar a considerar a inteligência emocional nas
suas políticas de gestão. As organizações passam a olhar para as pessoas como parceiras que
trabalham para os resultados pretendidos. Aos trabalhadores exige-se um novo perfil, mais
complexo e com maior capacidade de interpretação, que lhes permita integrarem-se no novo
contexto.
De seguida desenvolvem-se estes aspetos referentes ao capital intelectual das organizações e à
gestão do mesmo pelos profissionais de recursos humanos.
Goleman (1999, apud Silva & Wachowicz, 2011) indica que as competências emocionais que
cada funcionário necessita desenvolver depende do papel que cada um desempenha na
organização. Por exemplo, os gestores de topo necessitam de uma maior consciência política do
que os subordinados. A visão, missão, cultura, valores e objectivos das organizações também
influenciam as competências emocionais que os colaboradores necessitam apresentar. Um
gerente de vendas de produtos informáticos num bairro irá necessitar de um conjunto de
competências emocionais diferentes de um gerente de vendas de uma empresa multinacional de
produção de componentes informáticos. Ambos necessitarão de apresentar competências
emocionais básicas, nomeadamente, poder de persuasão, auto - confiança, boa comunicação, no
entanto requerer-se uma abordagem diferenciada de ambos os gerentes para conseguirem atingir
sucesso nas vendas. As competências a utilizar devem estar de acordo com a cultura
organizacional e o público-alvo, para poderem atingir o comprador e chegarem efetivamente à
venda.
Tendo em consideração o exposto, é essencial que executivos e gestores estejam atentos à sua
liderança e à forma de trabalhar das suas equipas, para poderem fomentar uma organização
7. Porque se revela fundamental uma boa gestão de recursos humanos para o sucesso
organizacional?
Sendo os recursos humanos o factor diferenciador das organizações, revela-se fundamental que
exista um bom clima organizacional para o desenvolvimento desses recursos e, inerentemente,
das organizações. Uma boa gestão do trabalho em equipa, em que se destaca a relevância das
relações interpessoais, pode evitar que problemas de cariz organizacional sejam percecionados
como ofensas pessoais, o que poderia prejudicar não só as redes relacionais, como o resultado
final do trabalho. Se as pessoas estiverem satisfeitas e motivadas estarão mais comprometidas
com a organização e o seu desempenho será superior. Na medida em que estas variáveis podem
ser trabalhadas pela organização, a gestão dos recursos humanos desempenha um papel essencial
para o sucesso organizacional.
1. Está sentado num avião sacudido por forte turbulência. Como se comporta?
a. Continua a ler tranquilamente o seu livro não dando grande
importância à turbulência;
b. Tenta avaliar a gravidade da situação observando o comportamento
das hospedeiras de bordo e, antevendo o que se pode vir a passar,
verifica se dispõe do seu salva-vidas;
c. Um pouco de ambas as coisas;
d. Não faz nada. Nem sequer deu por nada.
2. Foi ao parque com o seu filho e outras crianças amigas. De repente uma das
crianças começa a chorar porque as outras não querem brincar com ela.
Como reage?
a. Mantém-se à margem: as crianças devem resolver os seus próprios
conflitos;
b. Juntamente com a criança procura uma forma de convencer as
outras a deixá-la brincar também;
c. Pede-lhe com amabilidade que não chore;
d. Tenta distrair a criança que chora com um brinquedo.
3. Teve maus resultados num exame no qual contava ter uma boa nota. Como
reage?
a. Estabelece um plano de trabalho para melhorar a nota no exame
seguinte e propõe-se seguir esse plano à risca;
b. Propõe-se fazer um maior esforço no futuro;
c. Diz a si próprio que a má nota que lhe deram não é assim tão
importante e concentra a sua atenção noutras provas onde obteve
melhores notas;
d. Fala com professor e pede uma revisão de prova.
5. Uma discussão entre si e o seu cônjuge tem estado a subir de tom. Estão
ambos muito alterados e atacam-se mutuamente com censuras que não têm
nada a ver com o caso. Qual das seguintes acções lhe parece ser a mais