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Métodos diagnósticos em

parasitologia: conceitos e
aplicações

Giuseppe Palmisano, Ph.D.


Departamento de Parasitologia, ICB USP
Agenda:

Conceitos fundamentais sobre a avaliação dos métodos diagnósticos

Aplicações de métodos estabelecidos e inovadores na detecção de parasitas

Parasitas do sangue: T.cruzi, T.brucei, Leishmania e Malaria

Parasitas intestinas: Amebíase e Giardiase


Diagnostico laboratorial
Diagnostico clinico
Modo de Transmissão
Água Larva Esquistossomose

Ingestão de cistos Amebíase e Giardíase

Ingestão de ovos ou
Solo e Alimentos Nematóides
penetração de larvas

Ingestão de ovos Esquistossomose

Parasitoses Sexual Trofozoíto Tricomoníase

Insetos Parasitas

Insetos vetores Triatomínio Doenças de Chagas

Leishmaniioses

Mosquito Malária

Filariose

Animais
Oocisto Toxoplasmose
Domésticos
A IMPORTÂNCIA DO TESTE DIAGNÓSTICO

O uso de testes diagnósticos é um aspecto crucial da prática clínica.


O diagnóstico correto é fundamental para a adoção da terapia correta,
prolongando a sobrevida e reduzindo efeitos secundários desnecessários
O teste diagnóstico é usado para determinara a presença ou ausência de uma
doença em um indivíduo que apresenta seus sintomas
O teste de varredura (screening) identifica indivíduos assintomáticos que
podem ter a doença
O teste diagnóstico é importante depois de um teste de varredura positivo, para o
estabelecimento de um diagnóstico definitivo

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Exemplos de testes de screening:
• Papa Nicolau para câncer cervical
• Exame de colesterol no sangue em jejum para doenças cardíacas
• Exame de açúcar no sangue em jejum para diabetes
• Pressão sanguínea para hipertensão
• Mamografia para câncer de mama
• Teste de PSA para câncer de próstata
• Pressão ocular para glaucoma
• Teste do pezinho para fenilcetonúria e anemia falciforme

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Como os teste diagnósticos podem ser?
Testes de laboratório podem identificar organismos diretamente (ex,
visualmente, usando um microscópio, cultura do organismo, identificando
antígenos) ou indiretamente (ex identificando anticorpos contra o
organismo)

Direct Genome Antigens

Exemplo: Testes para diagnostico da dengue


Métodos diagnósticos diretos, como o isolamento do vírus, detecção do genoma viral e detecção de
antígenos virais são mais específicos que métodos indiretos, como detecção de anticorpos IgM e IgG
contra dengue. Existe maior oportunidade de diagnostico através da utilização de testes indiretos porque
geralmente são mais práticos.
Peeling, R. W. et al. Evaluation of diagnostic tests: dengue. Nature Reviews Microbiology 8,S30–S37 (2010)
Como expressar os resultados de um teste diagnostico

Os resultados podem ser expressos sob forma de variável dicotômica (positivo /


negativo), categórica (normal / anormal / níveis limítrofes), em medidas
contínuas (miligramas, mililitros)

Os médicos/epidemiologistas tendem a reduzi-lo à variáveis dicotômicas ou


expressas em categorias para tornar a interpretação mais útil na prática.
Parâmetros importantes para estabelecer testes diagnosticos
Os parâmetros que precisam ser estabelecidos em todos os testes diagnosticos
são aqueles que proporcionam níveis de confiança (reliability) e validade
(validity)

Confiança (reliability) está relacionada a consistência e repetibilidade dos


resultados obtidos pelo teste diagnostico

Validade (validity) está relacionada a acurácia do teste em avaliar seu objetivo.


Os parâmetros para medir a validade de um método são sensibilidade
(sensitivity), especificidade (specificity), valores de predição (predictive
values) e a razão de verossimilhança (likelihood ratios)

Esses parâmetros são avaliados facilmente em testes sorológicos e moleculares,


mas não em testes microscópicos onde a maior experiência do examinador
aumenta a confiança (reliability)
Parâmetros importantes para estabelecer testes diagnosticos

Confiança = consistência/repetibilidade.

Reprodutibilidade ou repetibilidade é a consistência de resultados quando o


exame se repete. Por exemplo, dois radiologistas que lêem de forma
independente as mesmas radiografias e chegam ao mesmo diagnóstico
alcançam o nível máximo de reprodutibilidade. Mas, os dois especialistas
podem estar igualmente corretos ou igualmente errados em seus diagnósticos.

Tipos:
Inter examinador
Intra examinador
Validade ou acurácia

Validade ou acurácia refere-se ao grau em que o teste é capaz de determinar o


verdadeiro valor do que está sendo medido. A validade informa se os resultados
representam a "verdade" ou o quanto se afastam dela.

Por exemplo:

o ECG é um teste de maior validade, comparado à auscultação cardíaca feita


com o estetoscópio, no intuito de detectar alterações cardiovasculares típicas
da doença de Chagas.

Um teste “dip-stick” para detecção de antígeno utilizado para diagnóstico de


malária por P. falciparum pode ter 100% de acurácia quando for capaz de
produzir resultados positivos para todas as amostras de pacientes infectados e
produzir resultados negativos para os indivíduos negativos
Determinar a acurácia de um teste diagnostico

Para determinar a validade, compara-se os resultados do teste


com os de um padrão (padrão ouro). Esse pode ser:
1) o verdadeiro estado do paciente, se a informação está
disponível,
2) um conjunto de exames julgados mais adequados,
3) ou uma outra forma de diagnóstico que sirva de referência.
Relação entre precisão e acurácia

Acurácia
Acurácia de um teste diagnostico

Sensibilidade (Sensitivity): Capacidade do teste identificar corretamente quem tem a doença


(verdadeiros positivos)
Especificidade (Specificity): Capacidade do teste identificar corretamente quem não tem a doença
(verdadeiros negativos)
Exemplo de especificidade e sensibilidade de um teste

Em uma população com 1.000 indivíduos


- 100 indivíduos têm a doença
- 900 indivíduos não têm a doença

→ Um teste é usado para identificar 100 pessoas com a doença:

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Efeito da determinação dos limites para diagnóstico
Infectado 19

Não infectado 18

Nível de
Antígeno

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Efeito da determinação dos limites para diagnóstico
Infectado 19

Não infectado 18
Alto
Limite Alto
Infectado 12 (High cutoff)

Não infectado 25

Falsos positivos 3
Falsos negativos 10 Nível de
Antígeno

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Efeito da determinação dos limites para diagnóstico
Infectado 19

Não infectado 18

Limite Baixo
Infectado 26 (Low cutoff)
Não infectado 11
Nível de
Falsos positivos 11 Antígeno
Falsos negativos 4

Baixo

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Ponto de corte

A escolha entre um ponto de corte alto ou baixo depende da

importância que nós damos aos falsos positivos e falsos negativos

para a doença em questão


Efeito dos pontos limites (cutoff points) para o diagnóstico

• Limites diferentes geram sensibilidade e especificidade diferentes

• Limite determina quantos indivíduos serão considerados com a doença

• O limite que identificar mais verdadeiro-negativos (especificidade)


também vai identificar mais falso-negativos

• O limite que identificar mais verdadeiro-positivos (sensibilidade) também


vai identificar mais falso-positivos

Adapted from Jonhs Hopkins Bloomberg School


Ponto de corte baixo Ponto de corte alto
Valor preditivo do teste

Dado que o teste apresentou resultado positivo (ou negativo), qual a


probabilidade do indivíduo ser realmente doente (ou sadio)?

Valor Preditivo (VP): podendo ser positivo (VPP) ou negativo (VPN)


-Valor preditivo positivo - é a proporção de doentes entre os positivos pelo
teste
-Valor preditivo negativo - é a proporção de sadios (sem a doença) entre os
negativos ao teste.
Resumindo
Critérios ASSURED para métodos diagnósticos

Affordable - Acessível para aqueles com risco de infecção


Sensitive - Sensível com poucos falso-negativos
Specific - Específico com poucos falso-positivos
User-friendly - Testes que são simples e necessitam de treinamento mínimo
Rapid - Rápido para permitir início do tratamento
Robust - Robusto, por exemplo não precise de armazenamento refrigerado
Equipment-free - Não necessita de muitos equipamentos
Delivered - Oferecido a quem precisa

REASSURED:
R (real-time connectivity): Tests are connected and/or a reader or mobile phone is used to
power the reaction and/or read test results to provide required data to decision-makers
E (ease of specimen collection): Tests should be designed for use with non-invasive specimens
MÉTODOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS
PARASITÁRIAS
- Métodos para diagnóstico de doenças infecciosas estavam estagnados por 20-30 anos,
mas tem sido revisitados nos últimos anos;
- A detecção e o diagnóstico de infecções parasitárias depende de métodos laboratoriais
associados a sintomas clínicos e localização geográfica do paciente;
- Os testes primários utilizados hoje no diagnostico de várias doenças parasitárias mudaram
pouco desde o desenvolvimento do microscópio século XV por Antonie van
Leeuwenhoek;
- Embora diversos testes tenham sido desenvolvidos, não foram implementados;
- A maioria dos testes não consegue distinguir infecções passadas, latentes, agudas e
reativadas e não são uteis para o seguimento da resposta a terapia ou prognóstico;
- Há necessidade de testes mais rápidos sem sacrificar sensitividade.
MÉTODOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS
PARASITÁRIAS

Métodos para o diagnóstico de doenças infecciosas podem ser divididos em:

1. Microscopia;

2. Cultura;

3. Ensaios baseados em Sorologia;

4. Ensaios baseados em abordagem Molecular (DNA);

5. Ensaios baseados em abordagem Molecular (Proteínas);

6. Ensaios baseados em abordagem Molecular (Metabólitos);


Métodos Diagnósticos para doenças parasitárias sanguíneas
adotados pelos centros de referencia CDC e NRCP

PCR: Reação de Polimerase em Cadeia


RT-PCR: PCR Transcriptase Reversa
IFA: Anticorpo Imunofluorescência
CATT: Teste de Aglutinação Card para Trypanosomiasis
IB: Immunoblotting
Métodos Diagnósticos para doenças parasitárias intestinais
adotados pelos centros de referencia CDC e NRCP

PCR: Reação de Polimerase em Cadeia


RT-PCR: PCR Transcriptase Reversa
IFA: Anticorpo Imunofluorescência
CATT: Teste de Aglutinação Card para Trypanosomiasis
IB: Immunoblotting
EIA: Imunoensaio Enzimático
Métodos Diagnósticos para doenças parasitárias sanguíneas

Entre os hemoparasitas podemos observar protozoários e helmintos como T.cruzi,

T.brucei, Plasmodium vivax, P.falciparum, P.malariae, Babesia, Wuchereria

bancrofti, Mansonella ozzardi…;

Plasmodium e Babesia são encontrados dentro das hemácias, enquanto Trypanosoma

são detectados fora das hemácias. O estágio amastigota da Leishmania pode ser

encontrado em monócitos;

Microscópio tem sido a ferramenta mais utilizada para detecção de parasitas

através do esfregaço sanguíneo;


Microscopia (I)

Vantagens:

1. Observação direta

2. Simples e com baixo custo relativo

3. Primeiro e mais amplamente utilizado método em parasitologia até hoje

Desvantagens:

1. Depende da experiência do avaliador

2. Demorado

3. Baixo rendimento
Coloração das amostras para microscopia

A coloração das amostras è útil para:


• facilitar a identificação do parasito;
• salientar as imagens dos materiais particulados;
• evidenciar características do parasito;
• reduzir os fatores de confusão (células, restos alimentares...)
• melhorar a razão sinal/ruído.
http://www.parasite-
diagnosis.ch/virtualmicroscope;jsessionid=1A5F9813F5CA2195B9B104BD38946182
Microscopia (II)

• Microscopia tem sido a única ferramenta disponível para a detecção de parasitas através da

análise de esfregaços de sangue, tecidos, fezes, aspirados de linfonodos, medula óssea e até

fluido cerebrospinal;

• Esfregaços de sangue podem ser finos ou espessos;

• Esfregaços de sangue podem ser analisados frescos ou após marcação (coloração);

• Esfregaços de sangue podem ser preparados utilizando sangue coletados em tubos com

anticoagulantes ou após centrifugação, dependendo do nível de parasitemia;

• Técnicas para a concentração aumentam a sensibilidade do método, especialmente

quando o número de parasitas é baixo e há dificuldade para confirmar o diagnóstico.


Preparo do esfregaço de sangue

•www.youtube.com/watch?v=8CAJ6KPmtx4
(SOURCE: PHIL 3384 – CDC/Alexander J. da Silva, PhD/Melanie Moser
CONSIDERAÇÕES GERAIS

• O diagnóstico parasitológico na fase aguda da doença de Chagas baseia-se na detecção


de formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi, por meio da observação
microscópica de amostras de sangue ou de métodos indiretos

• A infecção chagásica em sua fase crônica apresenta parasitemias sangüíneas muito


baixas e irregulares. Dessa forma, a detecção parasitológica do T. cruzi nesta fase é
feita por métodos indiretos (hemocultura e xenodiagnóstico). Embora apresentem alta
especificidade, estes métodos são laboriosos e sua sensibilidade, baseada em apenas um
exame, varia de 40% a 50% nos diferentes estudos realizados
CONSIDERAÇÕES GERAIS

• The diagnosis of infection with T. cruzi is complex, mainly during the chronic
phase, due to the lack of symptoms and the low or intermittent parasitemia;

• Currently no reference test is available. Pan American Health Organization


(PAHO) suggested that at least two assays based on different techniques may be
used in parallel to increase diagnostic accuracy because a single assay is not
considered sufficiently sensitive and specific for the chronic phase
T.cruzi diagnosis

• Exame direto ou a fresco — Para realização desta técnica, uma pequena gota de sangue,
obtida por punção da polpa digital ou de sangue venoso colhido com anticoagulante, é
colocada entre lâmina e lamínula e examinada exaustivamente ao microscópio em objetiva de
(40X).
• Método de Strout modificado — Consiste em coletar o sangue em tubo capilar e após
centrifugação a baixa rotação, examinar entre lâmina e lamínula o material da interface entre
as hemácias e o creme leucocitário (buffy coat).
• Preparações coradas — O esfregaço delgado (ou estirado) e a gota espessa devem ser
preparados e corados pelo método de Giemsa ou de Leishman.
CENTRIFUGAÇÃO DO SANGUE (CREME LEUCOCITÁRIO)

A concentração do sangue pela centrifugação é o mais simples procedimento para a pesquisa de


parasitos no creme leucocitário. Esse método é empregado para a detecção da Leishmania
donovani, de tripanossomos e de microfilárias no sangue periférico
buffy coat - The thin pale (white, gray or yellow) layer of white blood cells and platelets which is
found on top of the mass of red blood cells when whole blood is centrifuged.
hematocrit (HCT) - The percentage by volume of packed red blood cells in a given sample of blood
after centrifugation; the average for healthy adults is 45%. aka PCV = packed cell volume

https://www.youtube.com/
watch?v=pPePaKnYh2I
Microscopy diagnostic of T.cruzi

CDC website
Sorologia
• Métodos sorológicos são baseados na detecção de antígenos específicos dos
parasitas
• Ou anticorpos do hospedeiro (IgG, IgM, IgA) contra esses antígenos no
soro e em outros fluidos corporais, como urina e saliva
• Podem ser usados para identificar o agente infeccioso ou determinar a
natureza da infecção (se é primária ou reinfecção, se é aguda ou crônica)
• Também são utilizados na identificação de agentes de difícil isolamento e
cultura em laboratório ou que causem doenças com progressão lenta

• Ensaio sorológico = Ensaio Imunológico


Sorologia
Vantagens:
1. Sensível
2. Rápida;
3. Pode ser padronizada e utilizada em estrutura automatizada com alto
rendimento
4. Na maioria dos casos representam o método padrão ouro

Desvantagens:
1. Necessita de materiais e equipamentos de alto custo
2. Reatividade cruzada devido a epítopos comuns
3. Necessita de controles de qualidade
Sangue, Plasma e Soro

Plasma contém fibrinogênio


Soro - plasma sem fibrinogênio
Coágulo (Clot) - Células sanguíneas em rede de fibrina
Reação de fixação do complemento
Durante muito tempo foi a única técnica sorológica para detecção da infecção pelo T.
cruzi. O método utiliza um antígeno homólogo (extrato de formas de cultura de
T. cruzi). sua sensibilidade e especificidade são tidas como controversas devido
a dificuldades técnicas (ex falta de padronização de antígeno, a discordância de
resultados entre diferentes laboratórios). Apesar de barata, está em desuso.
Teste de hemaglutinação (HA) — É uma técnica de elevada sensibilidade, largamente
empregada na triagem de doadores em bancos de sangue, bem como no diagnóstico da
infecção crônica. O método consiste em sensibilizar hemácias de carneiro fixadas com
um extrato antigênico de T.cruzi. As hemácias sensibilizadas são depositadas em placa de
96 orifícios com o fundo em forma de “U”, na presença do soro-teste em diferentes
diluições. Os anticorpos anti-T. cruzi, se presentes no soro, irão promover a aglutinação
das hemácias formando uma rede. Estudos comparativos mostraram que a sensibilidade
da HA é comparável à da imunofluorescência indireta.
Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) — Essa técnica de elevada
sensibilidade é utilizada tanto na triagem de doadores de sangue como no diagnóstico
da infecção aguda e crônica pelo T. cruzi.
Cultura de T. cruzi colhidas são fixadas em paraformaldeído a 2%. Os parasitos são
distribuídos sobre orifícios de lâminas próprias para imunofluorescência e incubados
a 37°C por uma hora com o soro diluído. As lâminas são incubadas com um conjugado
fluoresceinado anti-IgG ou anti-IgM humana por 60 minutos e observadas em
microscópio de fluorescência.
Ensaio imunoenzimático (ELISA) —

• Este método imunoenzimático (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) é altamente


sensível e específico e permite pesquisar as subclasses de imunoglobulinas
envolvidas na resposta imune direcionada contra o T. cruzi.
• O ensaio é realizado em placas, onde os orifícios da placa são sensibilizados com
preparações antigênicas obtidas a partir de formas de cultura de T. cruzi ou com
proteínas recombinantes. Depois da adição do soro utiliza-se um anti-IgG conjugado
marcado com uma enzima, em geral a peroxidase. Após a adição de um substrato
específico, que é consumido na presença da enzima, a reação gera um produto
colorido.
• Um dos grandes problemas no diagnóstico sorológico são as reações inconclusivas
ou de título limítrofe. Nestes casos a confirmação diagnóstica deve ser feita com
novas amostras, antígenos clonados ou mesmo peptídeos sintéticos
Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay
ELISA diagnostic kits or T.cruzi detection
Reação em cadeia da polimerase (PCR) (Polymerase Chain Reaction)
Amplamente utilizada no diagnóstico de importantes doenças bacterianas, virais e parasitárias
que afetam o homem, bem como na caracterização de seus diferentes agentes etiológicos.
Baseada na geração exponencial de cópias de fragmentos de DNA ou RNA através de uma
síntese enzimática in vitro. Para tanto, utilizam-se oligonucleotídeos complementares a
regiões flanqueadoras do fragmento do gene ou seqüência-alvo, iniciadores (primers).

O diagnóstico é realizado pela observação de fragmentos de tamanho molecular


esperados, revelados através da eletroforese do produto de amplificação em géis de
agarose ou poliacrilamida.

Os iniciadores descritos na literatura e dirigidos a sequências de DNA nuclear, kDNA (DNA


cinetoplástico) ou ao RNA do T. cruzi. Dentre esses, podemos citar alguns dirigidos aos
genes do miniexon ou do rRNA 24S, aos minicírculos de kDNA ou ainda a sequências
repetitivas do DNA nuclear, os quais têm apresentado resultados promissores.
Reação em cadeia da polimerase (PCR)

Vantagens:
1. Sensibilidade, podendo detectar, em condições experimentais, até cerca de 1 a 0,1fg do
DNA total do T. cruzi, o que equivale a cerca de 1/3 a 1/300 do DNA de um único
parasito, respectivamente.
2. Pode ser automatizada com grande rendimento

Desvantagens:
1. Muitos iniciadores apresentam reatividade cruzada com outros organismos
geneticamente relacionados, como, por exemplo, o T. rangeli ou parasitos do gênero
Leishmania;
2. Elevado custo quando comparado com os métodos sorológicos convencionais
3. Necessita ser adaptada e otimizada a cada objetivo proposto
Comparação dos métodos diagnósticos para T.cruzi

Duarte LF/et al/Colombia Médica - Vol. 45 Nº2 2014 (Apr-Jun)


Teste Diagnóstico Rápido (Rapid Diagnostic Test)

Show video
Rapid Detection Test
LAMP - Loop Mediated Isothermal Amplification

A detecção de sequencias de DNA de tripanosomas no sangue, urina ou saliva do


paciente pode representar uma melhora significativa no exame parasitológico.

LAMP do DNA é uma técnica molecular promissora que apresenta alta sensibilidade e
especificidade. O teste amplifica DNA alvo a uma temperatura constante,
podendo ser realizada sem a necessidade de laboratórios equipados. Amostras
positivas podem ser observadas visualmente através da formação de um
precipitado branco, mudança de cor ou fluorescência.

https://www.youtube.com/watc
h?v=L5zi2P4lggw
Although the LAMP technique is an improvement over conventional PCR, it is still not
well positioned compared to RDTs when considering field conditions.
PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS

• O homem se infecta ao ingerir cistos, oocistos ou esporos, presentes nos alimentos e


na água contaminada com fezes, ou bradizoítos encontrados na carne de bovinos ou
de suínos infectada com sarcocistos maduros ou pelo contato boca-a-boca (Entamoeba
gingivalis).
• A maioria dos parasitos intestinais é diagnosticada pelo exame das fezes, embora
outros materiais, como urina, escarro, secreções urogenitais, aspirados, tecidos,
conteúdo duodenal e espécimes obtidos por biópsia, possam ser utilizados para a
identificação de certas espécies.
Amostra Fecal (considerações gerais)

• A maioria dos parasitos intestinais é diagnosticada pelo exame das fezes;


• Os estágios usuais de diagnóstico são os ovos e as larvas de helmintos e os
trofozoítos, cistos, oocistos e esporos de protozoários.
• Um material fecal inadequadamente colhido, velho ou mal preservado será de
pequeno valor para o diagnóstico.
• O recipiente deve ter características especiais;
• A possibilidade de encontrar organismos aumenta pelo exame de amostras múltiplas,
a emissão dos estágios de diagnóstico varia com as diferentes espécies de parasitos
• O tempo de colheita das amostras fecais influi de maneira direta na identificação dos
parasitos. Desde que os trofozoítos de protozoários não se multiplicam ou se encistam
fora do corpo humano, eles morrem e se degeneram após a excreção das fezes.
• Necessidade de preservar as amostras.
Amostra Fecal (considerações gerais)
Exame microscopico

• O exame de esfregaços a fresco pelos métodos diretos é o método mais fácil e,


talvez, o mais usado na rotina do laboratório, permitindo visualizar os estágios de
diagnóstico dos protozoários (trofozoítos, cistos, oocistos e esporos) e dos
helmintos (ovos, larvas e pequenos adultos).
• O simples exame microscópico é, em muitos casos, suficiente para o diagnóstico mas
outras técnicas pode ser associadas pela preparação das amostras como concentração;
• Pelos processos mecânicos, os elementos são concentrados por meio da
centrifugação, baseados nas propriedades físicas, como a densidade dos ovos e
cistos, aderência ao vidro etc. Nos processos biológicos, os parasitos são
concentrados ativamente de acordo com seu tropismo (hidrotropismo, termotropismo
e fototropismo).
New diagnostic tools
WHAT IS A BIOMARKER?

“A biomarker is a characteristic that is objectively measured and evaluated as


an indicator of normal biological processes, pathogenic processes, or biological
responses to a therapeutic intervention””
Biomarkers Definitions Working Groups: Biomarkers and Surrogate Endpoints: Preferred Definitions
and Conceptual Framework. Clin. Ther. Pharmacol. 2001;69:89-95

62
Biomarker development and validation
The omic’s revolution
New diagnostics test
Mass spectrometry

TRENDS in Parasitology Vol.21 No.4 April 2005


New diagnostic tools
Converting a phone into a microscope

An app on the phone then takes a video of the magnified blood sample and uses an algorithm
to look for movements in the fluid that match up with characteristics of L. loa. Based on this,
the app accurately counts how many parasites are present.
It requires simply loading a blood-containing capillary onto a 3D-printed plastic case
containing a lens. The plastic shell slides over an iPhone, aligning the device's lens to its
camera.
Quickly finding out whether patients infected with O. volvulus or W. bancrofti also have L.
loa in their blood is important for deciding whether ivermectin can be safely administered.
Magnetic Resonant Relaxometry detects malaria biomarkers

• Plasmodium parasite feeds on hemoglobin in red blood cells as the infection grows,
which leads to the release of iron. The malaria parasite, in turn, converts this to
hemozoin, which is a paramagenetic crystallite;
• Hemozoin can disrupt the normal magnetic spins of hydrogen atoms, and an outside
magnetic device such as the MRR can identify the disruption and how bad it is,
relying on a relatively small blood sample from a finger prick.
This graphic shows how a laser pulse creates a vapor nanobubble in a
malaria-infected cell and is used to noninvasively diagnose malaria rapidly
and with high sensitivity. Image: E. Lukianova-Hleb/Rice Univ.

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