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FFUNDAMENTOS

U N DAM ENTOS

Material de Apoio
JORNADA DO HERÓI APLICADA AO CLIENTE

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F U N DAM ENTOS

Quem é o
professor?
Ícaro de Carvalho, é um empreendedor, comu-
nicador e estrategista digital. Responsável pelo mar-
keting digital de projetos como Brasil Paralelo, O Código da Riqueza, Avenue Se-
curities e fundador d’O Novo Mercado.

Objetivo
Neste curso vamos compreender a jornada do herói aplicada ao cliente, de for-
ma que você vai adquirir uma compreensão aprofundada de como utilizar esse
arquétipo narrativo no contexto do mercado digital.

Ao explorar as nuances da jornada do herói, você será capacitado a guiar a nar-


rativa através de suas próprias jornadas, oferecendo suporte, orientação e inspira-
ção ao longo do caminho.

SKILLS DESBLOQUEADAS
Jornada do herói Storytelling Copywriting

100% 100% 60%

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Jornada do
herói aplicada
ao cliente
A origem da jornada do herói
A jornada do herói, também conhecida como monomito, descreve um padrão
narrativo recorrente encontrado em mitos, contos de fadas e histórias épicas ao
redor do mundo.

Essa jornada frequentemen-


te culmina com o retorno do
herói ao seu mundo original,
trazendo consigo um novo
conhecimento ou habilidade
adquirida durante a jornada.

Essa estrutura serve como uma base para


muitas narrativas, inclusive de marketing. Ela
ressoa com os espectadores porque reflete ex-
periências humanas universais, como desafios, crescimento pessoal e superação.

A jornada do herói não é uma fórmula rígida, mas sim uma ferramenta utilizada
para criar histórias envolventes e impactantes. Ela oferece um esquema flexível
que pode ser adaptado e modificado de acordo com as necessidades da história e
dos personagens envolvidos.

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“A jornada do herói funcio-


na e vai funcionar enquanto
nós continuarmos sendo seres
humanos.”
Ícaro de Carvalho
Desde os primórdios da nos-
sa história, nós nos reunimos ao
redor de fogueiras para contar
histórias. Todo o conhecimento
humano é transmitido por meio
de narrativas. E o storytelling,
o ato de contar histórias, nas-
ce como uma ferramenta para
capturar a atenção, promover a
compreensão e reter o interesse.

A jornada do cliente tem suas


raízes em dois momentos dife-
rentes. A primeira foi concebida
por Joseph Campbell em sua
obra “O Herói de Mil Faces” e
posteriormente expandida por
Christopher Vogler em “A Jorna-
da do Escritor: Estrutura Mítica
para Escritores”.

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Campbell, em 1949, baseou suas ideias no estudo


da mitologia grega, concluindo que todos os mitos
derivam de um mito fundamental, o qual serve como
base para os demais. Essa teoria ficou conhecida
como a teoria do monomito.
Além disso, há um evento
mais recente e próximo da nos-
sa realidade, quando George
Lucas, o criador de Star Wars,
catapultou a obra de Campbell
ao afirmar que a saga Star Wars
foi inspirada pela teoria do mo-
nomito.

Essa declaração fez com que


a obra de Campbell se tornasse um best seller. Nesse momento, Christopher Vogler
também foi impactado pela teoria de Campbell. Vogler, que trabalhava na Disney,
se surpreendeu com o padrão e decidiu aplicá-lo em algumas obras da empresa,
que se tornaram grandes sucessos na história do cinema.

O mapa da jornada
O mapa da jornada do herói é uma estrutura narrativa amplamente utilizada na
criação de histórias. Neste contexto, temos duas versões principais desse mapa
diante de nós, e abordaremos três versões da jornada do herói.

O primeiro nível foi originalmente concebido por Joseph Campbell. Ele deli-
neou uma jornada que se desdobra em doze passos, começando com o mundo
comum, passando por fases de amadurecimento do no decorrer da história, até
sua estabilização como herói.

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É agora que a atenção se desloca do mundo exterior


para o mundo interior, destacando a influência da
personalidade do herói na moldagem do ambiente
ao redor.
O passo 7 da jornada do herói é conhecido como a “Provação”. Nesta fase, o
herói enfrenta um teste significativo, muitas vezes representando um confronto
crucial ou desafio que ele deve superar para continuar em sua jornada. Abaixo
estão alguns exemplos de Provações em diferentes obras:
> Harry Potter e a Pedra Filosofal:
A Provação de Harry ocorre quando
ele enfrenta o desafio do tabuleiro de
xadrez gigante para alcançar a Pedra
Filosofal.
> O Senhor dos Anéis: A Sociedade
do Anel: Frodo e seus companheiros
enfrentam a Provação quando pas-
sam pelo território perigoso de Moria,
onde enfrentam o Balrog.
> Star Wars: Uma Nova Esperança:
Luke Skywalker enfrenta a Provação
ao participar da Batalha de Yavin con-
tra a Estrela da Morte.
> O Rei Leão: Simba enfrenta sua
Provação quando retorna para en-
frentar Scar e retomar seu lugar
como rei da Terra do Leão.
> Mulher-Maravilha: Diana Prince
enfrenta sua Provação quando luta contra Ares, o deus da
guerra, no clímax do filme.

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A segunda versão do mapa re-


Estes são apenas alguns presenta uma simplificação do
exemplos para ilustrar primeiro. Embora os passos se tor-
nem mais fáceis de compreender,
como a Provação pode algumas nuances são perdidas
se manifestar de maneiras nesse processo. A riqueza e pro-
diferentes em diversas fundidade da jornada podem ser
histórias. Cada uma um pouco diluídas.

dessas situações desafia Por fim, a terceira versão da


o herói de maneiras jornada do herói é proposta por
Ícaro de Carvalho. Neste modelo,
únicas e é crucial para
o primeiro passo começa com o
o desenvolvimento da “homem comum”, semelhante à
narrativa. abordagem de Campbell. No en-
tanto, na segunda etapa, o herói
é apresentado ao mercado, juntamente com suas circunstâncias e o contexto de
onde ele veio.

Essa terceira versão foi criada


para utilizar a jornada do
herói como um mecanismo
de marketing, capaz de fazer
a sua audiência se encantar
pela sua história.
Essas três versões oferecem perspectivas diferentes sobre a jornada do herói, cada
uma com suas próprias nuances e ênfases, proporcionando uma riqueza de possi-
bilidades para a criação de narrativas envolventes e impactantes.

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Mundo exterior e interior


A jornada do herói é um arquétipo narrativo que ocorre numa linha do tempo.
Essa jornada é elaborada para criar tensão e uma sensação de evolução não linear,
levando o herói e o público por uma montanha-russa de desafios, crescimento e
transformação.

Ela é frequentemente dividida em duas porções distintas: o mundo exterior e


o mundo interior do herói. O mundo exterior representa os desafios e obstáculos
tangíveis que o herói encontra em sua jornada.

Isso pode incluir inimigos,


armadilhas, e missões a
serem cumpridas.
O mundo exterior é o palco onde as provações
físicas e as batalhas ocorrem, e é onde o herói deve
demonstrar coragem, habilidade e determinação
para superar os desafios.

O mundo interior, por outro lado, refere-se à jor-


nada emocional, psicológica e espiritual do herói. É
onde o herói enfrenta seus próprios medos, fraquezas e dúvidas internas.

É nesse reino interior que


o herói cresce, aprende,
e se transforma. O herói
muitas vezes precisa superar
barreiras emocionais,
encontrar sua verdadeira
força, e abraçar seu destino.

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A interação entre essas duas dimensões, o mundo


exterior e o mundo interior, cria a complexidade e a
profundidade das histórias de heróis, proporcionando
uma jornada rica em significado e desenvolvimento
de personagem.

A importância das etapas


A jornada do herói consiste em 12 passos distintos.
Uma de suas características mais marcantes é que o
começo e o final tendem a ser emocionantes e inten-
sos, enquanto o meio pode parecer mais morno em
comparação.

Durante a parte inicial da jor-


No entanto, é crucial nada, o herói é apresentado a um
entender que cada etapa mundo repleto de novidades e de-
desempenha um papel safios. Eventos dramáticos, como
ataques de criaturas perigosas,
essencial na evolução do podem colocar em risco a vida
personagem. do protagonista e de seus amigos
mais próximos.

Observe o exemplo de Harry Potter e o Cálice de


Fogo:

No início da jornada de Harry em “Harry Potter e


o Cálice de Fogo”, somos imersos em um mundo
excitante e repleto de novidades. Ele vai pela
primeira vez à Copa Mundial de Quadribol, onde
experimenta uma atmosfera eletrizante e cheia de
emoção.

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Contudo, esse momento de euforia é abruptamente


interrompido quando os dementadores atacam,
colocando em risco a vida de Harry e de seus
amigos mais próximos. A marca de Voldemort no
céu sinaliza a ameaça iminente.

Ao retornar à escola, Harry


descobre a existência do Torneio
Tribruxo e das escolas visitantes.
No entanto, por ser mais jovem,
ele não poderia participar. Para
surpresa de todos, seu nome é
inesperadamente inserido no
cálice, forçando-o a enfrentar
desafios mortais.

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A partir desse ponto, a


narrativa transita para uma
fase mais rotineira, com
Harry enfrentando provas,
lidando com questões
amorosas e passando por
conflitos com seus amigos.

No entanto, é no meio
da jornada que ocorre
o verdadeiro crescimento do personagem. As
interações com seus amigos, os dilemas amorosos
e as discussões com seu melhor amigo trazem
elementos de identificação com o público.

Embora esses
momentos possam
parecer menos
emocionantes em
comparação com
o início e o final,
são cruciais para
o desenvolvimento
de Harry como personagem e para a construção
da narrativa.

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No clímax da história,
quando Harry enfrenta a
última prova do Torneio
Tribruxo, somos levados
novamente a uma situação
intensa. Ele acaba caindo
em uma emboscada,
resultando na morte de
Cedrico, seu amigo e outro
competidor, nas mãos de
Voldemort. Por um triz, Harry consegue escapar.

Desta forma, são os momentos aparentemente mais “mundanos” que permitem


ao público se identificar com o herói, criando uma conexão emocional e preparan-
do o terreno para a virada de chave e o clímax emocional que encerra a história.
Assim, a importância de cada etapa na jornada do herói é ressaltada.

É no meio da jornada que o persona-


gem passa por um processo de amadu-
recimento. São nesses momentos que
o espectador pode se identificar com
as inseguranças, os desafios amorosos
e as relações interpessoais do herói.

Ao final da jornada, a intensidade re-


torna quando o herói enfrenta um de-
safio crucial, muitas vezes enfrentando
seu maior adversário. Esses momentos
de clímax emocional são construídos a

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partir das experiências e transformações vividas durante a jornada.

Portanto, embora o meio da jornada possa parecer menos eletrizante, é nesse


ponto que o personagem se desenvolve e estabelece conexões emocionais com o
público. Esses momentos aparentemente “tediosos” são essenciais para o enredo,
proporcionando a base para a virada de chave do protagonista e elevando a emo-
ção da história como um todo.

Afinal, um filme repleto de ação do início ao fim pode se tornar monótono, res-
saltando a importância do equilíbrio proporcionado pelo modelo da jornada do
herói.

Ato 1 - O mundo comum


O primeiro ato da jornada do herói, conhecido como o mundo comum, tem a
finalidade de apresentar o ambiente de origem do herói. É crucial que o herói seja
retratado como alguém comum, pois isso gera identificação por parte do público.

Quando aplicamos o
conceito da jornada do
herói ao mercado digital, o
início da narrativa deve se
concentrar em um cidadão
médio levando uma vida
excepcionalmente comum.

É essencial ambientar o espectador em uma história que se assemelhe o máxi-


mo possível à vida do seu cliente. Isso se aplica também ao produto em questão.

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Estabelecer essa situação de “mundo comum” não só


atrai a atenção do público, mas também conquista
sua admiração, transmitindo a mensagem de que
é possível trilhar o mesmo caminho e alcançar o
que o herói alcançou.

A exceção a essa Ao se apresentar ao mercado, é


abordagem pode ocorrer importante compartilhar suas cir-
cunstâncias e o contexto de onde
ao vender produtos de luxo
você vem. O início da história sem-
extremamente exclusivos, pre busca demonstrar que você é
onde a narrativa pode se uma pessoa como qualquer outra,
concentrar em aspectos mostrando suas origens e trajetória.
diferentes. Resumindo, o primeiro ato de
uma história, ao apresentar o “Mun-
do Comum”, visa estabelecer uma conexão emocional com o público ao demons-
trar que o herói e sua jornada começa de um ponto comum.

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Ato 2 - O Chamado ou Chamado à aventura


O segundo ato, conhecido como o chamado ou chamado à aventura, repre-
senta o momento em que o protagonista experimenta uma sensação de despren-
dimento, como se não pertencesse ao lugar em que se encontra e sentisse uma
necessidade urgente de mudança.

Na visão da jornada do herói aplicada ao mercado, essa fase aborda a percep-


ção de estagnação, ou seja, a sensação de que não se encaixa na vida de um cida-
dão comum. Esse chamado surge de uma vocação ou chamado diferenciado.

Neste ponto da narrativa, o protagonista sente que existe algo mais, uma opor-

tunidade ou um propósito que o chama para além da sua realidade atual. É a par-
tir desse chamado que a jornada do herói ganha impulso, incentivando a buscar
uma transformação e a se aventurar em um novo território, onde ele poderá explo-
rar seu potencial e cumprir sua vocação única.

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Ficção Realidade

No mundo de Harry Potter, o chamado Steve Jobs, cofundador da Apple, expe-


à aventura ocorre quando Harry recebe rimentou o chamado à aventura quando
sua carta de aceitação para a Escola percebeu que a tecnologia poderia ser
de Magia de Hogwarts. Isso representa revolucionada e tornada mais acessível
uma oportunidade de escapar de sua para o público em geral. Ele sentiu a ne-
vida monótona e descobrir seu verda- cessidade de inovar e criar produtos que
deiro potencial como um bruxo extraor- transformariam a maneira como interagi-
dinário. mos com a tecnologia no dia a dia.

Em "O Senhor dos Anéis", Frodo Baggins Nelson Mandela ilustra uma poderosa
é chamado à aventura quando é desig- jornada de transformação e luta pela
nado para levar o Um Anel até a Mon- justiça. Exposto ao apartheid na África do
tanha da Perdição para destruí-lo. Essa Sul, Mandela se envolveu com ativistas
jornada o leva a deixar sua vida tran- anti-apartheid e se tornou membro do
quila no Condado e enfrentar desafios Congresso Nacional Africano (ANC).
épicos.

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Ficção Realidade

No filme da Disney "Moana", a prota- Oprah Winfrey, apresentadora de televi-


gonista é chamada à aventura quando são e empresária,vinha de um contexto
sente uma forte conexão com o oceano difícil e desafiador, sentiu uma vocação
e é designada para restaurar o coração para oferecer uma plataforma para his-
de Te Fiti. Isso a leva a deixar sua ilha tórias inspiradoras e impactantes, dando
natal e embarcar em uma jornada peri- voz a temas importantes e promovendo
gosa pelo mar. a positividade.

Ato 3 - A recusa ao chamado


O terceiro ato, conhecido como a recusa ao chamado, é um ponto sensível no
trajeto do herói. De acordo com a perspectiva de Ícaro, esse ato é definido pelo
confronto do protagonista com a realidade em que vive e a tentação de permane-
cer onde está, recusando o chamado para a aventura.

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Isso é retratado pela dificuldade que o herói


encontra ao sair da zona de conforto, mesmo que
essa zona não seja verdadeiramente confortável.
Apesar da intensidade do chamado, é mais fácil
para o protagonista manter-se no lugar familiar
do que embarcar na jornada.

Existem dois principais motivos que tornam di-


fícil para o herói atender ao chamado:

1. Sentimento de traição ou irresponsabi-


lidade:
O herói pode se sentir culpado por abando-
nar suas responsabilidades ou compromis-
sos anteriores. Essa sensação de traição
pode surgir ao deixar para trás pessoas ou
situações que dependem dele.
Exemplo: Em “O Senhor dos Anéis”, Frodo sen-
te-se responsável por cuidar do Condado e
por seus amigos. Ele inicialmente reluta em
aceitar a tarefa de destruir o Um Anel, pois
teme abandonar seus deveres e ser visto
como irresponsável.

2. Sentimento de incapacidade:
O herói pode duvidar de suas próprias habi-
lidades e se sentir inadequado para enfren-
tar os desafios da jornada. Essa auto dúvida
pode surgir como um obstáculo para aceitar
o chamado.
Exemplo: Em “Mulher-Maravilha”, Diana Prince
hesita em aceitar sua missão como a Mulher-Maravilha, pois inicialmente duvi-
da de suas capacidades e teme não ser forte o suficiente para enfrentar o mal.

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A recusa ao chamado é um momento crucial na jornada do herói, onde o prota-


gonista enfrenta dilemas emocionais e psicológicos que o impedem de embarcar
na aventura imediatamente. É um momento de conflito interno e uma oportunida-
de para o herói superar essas barreiras e evoluir ao longo da história.

Ato 4 - O encontro com o mentor


O quarto ato, conhecido como o encontro com o mentor, desempenha o mo-
mento que o protagonista tem um encontro crucial com uma figura sábia e expe-
riente que irá influenciar profundamente o curso de sua jornada.

Todo indivíduo bem-sucedido tem, em algum


momento de sua trajetória, contado com a
orientação e apoio de um mentor.
É aquela pessoa que já percorreu o caminho e, a partir de sua própria experiên-
cia, encoraja o herói a ter coragem para enfrentar os desafios que se apresentam.

“O mentor é aquela pessoa


que te ajudou a quebrar essa
inércia.”
Ícaro de Carvalho
Essa figura desempenha um papel essencial ao fornecer orientação e conselhos
valiosos, muitas vezes impulsionando o herói a superar obstáculos e a alcançar
seu potencial máximo.

No contexto do mercado, esta fase também representa uma inversão de papéis.


Ao contar sua própria história de superação e sucesso, o herói assume a posição
de mentor para aqueles que estão ouvindo. Ele compartilha suas experiências e
aprendizados, inspirando e orientando outros a trilharem seu próprio caminho em
direção ao sucesso.

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Um exemplo emblemático do “Encontro com o


Mentor” ocorre na jornada de Luke Skywalker, em
“Star Wars”. Luke encontra o sábio e poderoso Obi-
Wan Kenobi, que se torna seu mentor e o guia no
caminho para se tornar um Jedi.

Obi-Wan compartilha
seu conhecimento
e sabedoria com
Luke, fornecendo a
orientação crucial
necessária para
que ele alcance seu
potencial como um
verdadeiro herói.

Ato 5 - A travessia, o desafio menor ou o


primeiro portal
O quinto ato da jornada do he-
rói é conhecido como a travessia,
É o ato de abandonar o desafio menor ou o primeiro
a zona de segurança e portal. É um momento crucial em
enfrentar um território que o herói deixa para trás seu
ambiente familiar e se aventura no
completamente novo e
desconhecido.
desafiador.
Este é o ponto em que o herói
se vê diante da necessidade de sair

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de sua zona de conforto, encarando a incerteza e a adversidade. É um momento


que ilustra o quão custoso foi para o herói tomar a decisão de atender ao chama-
do, pois implica em deixar para trás tudo o que lhe era familiar e seguro.

Este é o momento em que o herói efetivamente adentra o mundo desconhe-


cido, deixando para trás o ambiente seguro e familiar do qual veio. É o ponto de
virada em que o herói enfrenta desafios e dificuldades, representando a transição
entre o antigo e o novo.

Por exemplo: Simba,


o jovem leão e
futuro herdeiro
do trono, enfrenta
uma travessia
do primeiro limiar
quando foge do
reino após a morte
de seu pai, Mufasa. Ele se vê em um ambiente
desconhecido e inóspito, longe de sua casa e dos
amigos de infância.

Neste momento da jornada, o herói enfrenta uma série de desafios, encontros com
personagens significativos e aprendizados cruciais. A travessia do primeiro limiar
é um passo fundamental na evolução do herói, marcando sua entrada no mundo
desconhecido e o início de sua jornada de crescimento e transformação.

Ato 6 - Encontro, provações, amigos e inimigos


O nosso herói começa a se deparar com uma série de provações, desafios e des-
cobertas. É um período de primeiros sucessos, mas também de enfrentamentos
com fracassos que servirão como oportunidades de aprendizado e crescimento.

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Além disso, o herói terá a chance de identificar tanto seus inimigos quanto seus
aliados, elementos fundamentais na sua trajetória.

É também nesse estágio que o herói pode estabelecer conexões profundas e


duradouras. Grandes amizades podem se revelar como verdadeiros pilares na vida
do herói, fornecendo apoio emocional e orientação durante os momentos mais
desafiadores.

Um exemplo real que ilustra


esse estágio é a história
de Adriano, o Imperador,
famoso jogador de futebol.
Após a perda de seu pai,
Adriano enfrentou um
momento de profunda
depressão e sensação
de falta de sentido na
vida. Esse acontecimento
representou um desafio
significativo em sua jornada
pessoal.

É um momento crucial na evolução do herói, onde ele experienciará uma série


de altos e baixos, e terá a oportunidade de fortalecer laços importantes que de-
sempenharão um papel fundamental em sua jornada.

3.11. Ato 7 - Casulo


O sétimo ato da jornada do herói, conhecido como o casulo, representa um mo-

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mento de grande anticlímax na narrativa. É nesse estágio que o herói se encontra


à beira da desistência, buscando isolamento para curar suas feridas e refletir sobre
seu destino.

Este é o ponto em que o herói se prepara para


decidir se retornará ao campo de batalha ou se
permanecerá no estado de reclusão.Utilizando
novamente o exemplo de Adriano, o Imperador,
esse é o momento em que ele desiste da vida de
jogador de futebol.

O herói se encontra em um estado de desamparo e derrota, após enfrentar uma


grande traição e sofrer uma derrota significativa. O termo “casulo” é uma analogia
a essa fase de isolamento e transformação que o herói atravessa. É como se o herói
entrasse na situação como uma lagarta e, após um período de reflexão e aprendi-
zado, emergisse como uma borboleta completamente transformada.

“A grande surpresa é o quão di-


ferente é uma lagarta de uma
borboleta”
Ícaro de Carvalho
Quanto maior a derrota e o tempo de isolamento, maior é a necessidade de
transformação e aprendizado por parte do herói.

Essa fase marca a transição do período focado no mundo exterior para o perío-
do centrado no mundo interior. O protagonista começa a exercer influência sobre
o mundo ao seu redor, ao invés de ser predominantemente influenciado por ele.

É um momento de profunda evolução e metamorfose para o herói, e sinaliza o


início de uma nova fase em sua jornada.

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No exemplo de Matrix, após um confronto


devastador, Neo se vê em um estado de derrota e
quase desistência. No entanto, ele encontra uma
nova compreensão do equilíbrio entre a escolha e
o inevitável, e percebe que a verdadeira força não
vem do poder sobre os outros, mas do amor e da
aceitação de seu destino.

Quando Neo retorna à Matrix para enfrentar Smith


pela última vez, ele o faz com uma confiança e
determinação renovadas, e uma compreensão
mais profunda de seu propósito.

Sua transformação
é evidente na
maneira como
ele confronta
Smith com uma
serenidade e poder
que transcende a
luta física.

Ato 8 - Desafio maior ou provação suprema


No oitavo ato da jornada do herói, também conhecido como desafio maior ou
provação suprema, Ícaro traz uma perspectiva inovadora na visão mercadológica.

Nesta fase, ele estabelece um ponto de não retorno. Isso significa que, ao con-

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trário das narrativas épicas tradicionais, onde o herói enfrenta monstros cada vez
maiores, no contexto do mercado, o oitavo ato marca um momento de transfor-
mação tão profunda que não há possibilidade de retorno ao estado anterior.

“O primeiro milhão é uma bit-


ch, mas o segundo milhão é a
consequência.”
Ícaro de Carvalho
Isso sugere que o herói já superou desafios consideráveis e alcançou um ní-
vel de maturidade e expertise que o capacita a enfrentar novos desafios de forma
mais habilidosa e confiante.

Essa interpretação do oitavo ato como um ponto de não retorno e um marco


de maturidade ressalta a importância da evolução constante do herói, tanto na
narrativa quanto no contexto mercadológico.

É o momento em que o protagonista atinge um novo patamar de competência


e confiança, preparando-se para os desafios finais que o aguardam.

Ato 9 - A iniciação
O segundo milhão No nono ato da jornada do he-
rói, conhecido como a iniciação,
representa, portanto, a ocorre um momento singular na
consequência natural do história: é a primeira vez em que
crescimento e sucesso tudo parece estar bem. Nesta fase,
obtidos até o momento. o herói já alcançou seus desejos
e encontra-se com sua persona
completamente transformada.

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“Convicção gera conversão.”


Ícaro de Carvalho
Na perspectiva mercadológica, este é o momento
em que o herói compartilha com o espectador
como e por que ele pode mudar de vida. Ele pode
afirmar isso com total convicção, pois é a prova
viva do caminho que ele mesmo trilhou e criou.

Ao apresentar-se como um exem-


plo vivo de sucesso e transformação,
o herói oferece não apenas inspira-
ção, mas também uma demonstra-
ção tangível de que é possível alcan-
çar os objetivos desejados.

Essa fase da jornada do herói não


apenas ressalta o sucesso alcança-
do, mas também destaca a impor-
tância de compartilhar esse conhecimento e experiência com os outros, para que
possam encontrar seu próprio caminho de transformação e realização.

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Ato 10 - O caminho do iniciado


O Ato 10, intitulado o caminho
do iniciado, marca o ponto em
Este retorno não é que as águas turbulentas da jorna-
meramente geográfico, da do herói começam a se aquie-
mas simbólico, tar. Neste estágio, o protagonista
representando a conclusão retorna ao seu lar, triunfante e do-
tado de sucesso e poder conquis-
da jornada e o alcance do
tados ao longo da saga.
objetivo.
Agora dotado de conhecimento
e habilidades aprimoradas, o he-
rói regressa ao condado, seu lugar de origem. No entanto, sua missão transcende
o âmbito pessoal, pois ele se torna um farol para os outros.

O herói assume o papel de mentor, guiando


e inspirando outros a trilhar caminhos
semelhantes. É nesse momento que o
protagonista se consolida como verdadeiro
herói, transcende o papel de mero indivíduo
transformado para tornar-se um catalisador
de mudanças nas vidas dos outros.

Essa volta ao lar não é apenas uma celebração pessoal; é um ato altruísta, uma
entrega do conhecimento e poder adquiridos para iluminar as vidas daqueles que
ficaram para trás.

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No caso da releitura de Rapunzel da Disney,


“Enrolados”, o Ato 10 pode ser exemplificado no
momento em que Rapunzel retorna ao reino após
descobrir a verdade sobre sua identidade e superar
os desafios ao longo da jornada.

Depois de passar a maior parte de sua vida na


torre, Rapunzel descobre que é a princesa perdida
do reino e que sua verdadeira casa está além das
paredes da torre. Com a ajuda de Flynn Rider, ela
enfrenta perigos, descobre a verdade sobre sua
origem e recupera seu lugar como herdeira do
trono.

Ao retornar ao reino, Rapunzel


não é mais apenas uma
princesa distante, mas alguém
que viveu aventuras e ganhou
uma compreensão mais
profunda da vida. Seu retorno
não é apenas uma reunião
emocional com sua família,
mas também um momento
em que ela compartilha sua
sabedoria e experiências
com o reino. Ela se torna uma força transformadora,
inspirando mudanças positivas na comunidade.

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Ato 11 - Ressurreição
No Ato 11, intitulado a ressurreição, observamos uma notável divergência na
visão da jornada do herói quando contextualizada na esfera da história e do mer-
cado. Na narrativa clássica, este estágio é caracterizado pelo ressurgimento do
grande mal, desencadeando uma nova e épica batalha.

No entanto, quando transposto para o contexto do mercado, a batalha final já


foi vencida. Aqui, o desafio ressurge de uma forma ainda mais imponente. Ao su-
perá-lo, o herói não apenas alcança uma vitória, mas experimenta um segundo
despertar.

Este segundo despertar se trata de uma consciência aprimorada, uma com-


preensão mais profunda de algo que já estava presente.

Um exemplo ilustrativo desse conceito é encontrado


na jornada de Ícaro de Carvalho, que atingiu o ato
9 com O Novo Mercado. Seu segundo despertar, o
ato 11, ocorreu durante o Evento Ao Vivo O Novo
Mercado.

Nesse momento, Ícaro percebeu que sua escola


estava transcendendo o simples enriquecimento e
se tornou uma engrenagem social, onde a mudança
na vida das pessoas era o verdadeiro epicentro.

Para Ícaro, o que começou como uma vocação


transformou-se em um projeto de vida. O segundo
despertar não só alterou sua perspectiva sobre a
escola, mas também instigou uma compreensão
mais profunda do propósito subjacente à sua
jornada.

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F U N DAM ENTOS

Ao vencer o desafio último, ele não apenas


prosperou individualmente, mas passou a visualizar
o mundo sob uma nova luz, consciente de que sua
missão transcende o sucesso pessoal, tornando-se
uma contribuição significativa para o tecido social.

Ato 12 - A pedra filosofal e o herói


No Ato 12, intitulado a pedra
filosofal e o herói, a narrativa do
Não há mais espaço
herói atinge seu ápice, marcando
para a ansiedade, o retorno triunfante para a coroa-
pois o herói se sente ção e celebração de sua jornada.
digno, compreendendo Na perspectiva do mercado, esse
estágio representa o momento
plenamente quem é, o que
crucial em que o herói se torna o
sabe e a transformação detentor pacífico da tocha do co-
que é capaz de causar nas nhecimento.
pessoas.
O herói não apenas domina o

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seu conhecimento, mas também se torna portador de uma sabedoria distintiva


que o destaca. A jornada foi trilhada, as batalhas foram vencidas, e agora o herói
emerge como uma autoridade respeitada em seu campo.

O conhecimento, antes uma fonte de desafios e autodescoberta, torna-se uma


ferramenta, e o herói se posiciona como um líder que inspira e guia outros.

A ansiedade dá lugar à confiança, e o herói, ao ser coroado e celebrado, percebe


que a verdadeira essência da vitória vai além do sucesso pessoal. Torna-se claro
que a jornada não foi apenas um caminho individual, mas uma contribuição valio-
sa para o coletivo.

Assim, o Ato 12 não apenas conclui a jornada do herói, mas também inaugura
um novo capítulo, onde o herói se torna uma figura central na disseminação do co-
nhecimento e na orientação daqueles que buscam trilhar caminhos semelhantes.

Este é o momento da coroação, não apenas como um líder em seu campo, mas
como alguém que molda positivamente o mundo ao redor através da sabedoria
conquistada.

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Exercícios
Este exercício tem como propósito guiar você na reflexão e mapeamento
da sua própria jornada pessoal do herói.

1. O Mundo Comum: Descreva como era sua vida antes de qualquer cha-
mado para a aventura. Qual era o seu “mundo comum” em termos de rotina,
desafios diários e aspirações?

2. O Chamado à Aventura: Identifique o momento específico em que você


foi chamado para a aventura. Pode ser um evento, uma decisão importante
ou uma mudança em sua vida que o impulsionou para algo novo e desafidor.

3. A Recusa ao Chamado: Revele se houve momentos em que você hesitou


em aceitar o chamado para a aventura. Quais eram seus receios, dúvidas ou
razões para resistir?

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4. O Encontro com o Mentor: Liste e descreva as pessoas ou influências


que se tornaram seus mentores ao longo da jornada. Como esses mentores
contribuíram para sua preparação e crescimento?

5. A Travessia, o Desafio Menor ou o Primeiro Portal: Detalhe o momen-


to em que você deu o primeiro passo para o desconhecido. Quais foram as
emoções e expectativas ao atravessar esse primeiro portal?

6. Encontro, Provações, Amigos e Inimigos: Enumere alguns desafios sig-


nificativos que você enfrentou. Quem foram seus aliados durante essas pro-
vações? E quais foram os obstáculos ou inimigos que você teve que superar?

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7. O Casulo: Descreva um ponto de estagnação ou introspecção em sua jor-


nada. Como esse período de “casulo” impactou sua transformação interior?

8. Desafio Maior ou Provação Suprema: Relate um momento crucial em


que você enfrentou um desafio maior. Como você o superou e qual foi o im-
pacto disso em sua jornada?

9. A Iniciação: Reflita sobre as mudanças fundamentais em sua perspecti-


va ou identidade. Como você foi iniciado em uma nova compreensão de si
mesmo ou do mundo ao seu redor?

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10. O Caminho do Iniciado: Descreva como você voltou ao “lar” ou ao am-


biente conhecido, agora transformado. Como você compartilhou seu conhe-
cimento ou experiências para iluminar os outros?

11. A Ressurreição: Relate um último grande desafio ou crise que você en-
frentou. Como você o superou e qual foi o impacto disso em sua jornada?

12. A Pedra Filosofal e o Herói: Reflita sobre o momento da celebração e


coroação. Como você se tornou o detentor pacífico da tocha do conheci-
mento? Em que aspectos você se tornou uma autoridade, capaz de impactar
positivamente o seu entorno?

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