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Prof. Dr. Felipe Gue Martini – felipe.martini@fsg.edu.br
A jornada
do herói

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// Falar sobre

A jornada do herói é um modelo narrativo que foi


sistematizado por Joseph Campbell e aperfeiçoado por
Christopher Vogler. É uma espécie de guia para a criação
de histórias que segue um modelo rígido de etapas a
serem desenvolvidas, com variações, mas estrutura
comum.

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// Ponto de Partida

Marco Antônio Pereira, 2017


// Questões

Qual o tema da história?

O que move a história?

Quais elementos estão presentes?

Notam ausência de algo? O que?

Existe um herói nessa história?

E quem é seu antagonista?

Em grupo, elaborar a história em uma linha


// O monomito

“Quer escutemos, com desinteressado deleite, a arenga


(semelhante a um sonho) de algum feiticeiro de olhos
avermelhados do Congo, ou leiamos, com enlevo cultivado, sutis
tradições dos sonetos do místico Lao-tse; quer decifremos o
difícil argumento de Santo Tomás de Aquino, quer ainda
percebamos, num relance, o brilhante sentido de um bizarro
conto de fadas esquimó, é sempre com a mesma história – que
muda de forma e não obstante é prodigiosamente constante –
que nos deparamos, aliada a uma desafiadora e persistente
sugestão de que resta muito mais por ser experimentado do que
será possível saber ou contar” (Campbell, p.15).
// O monomito

“Em todo mundo habitado, em todas as épocas e sob todas as


circunstâncias, os mitos humanos têm florescido. [...] As religiões,
filosofias, artes, formas sociais do homem primitivo e histórico,
descobertas fundamentais da ciência e da tecnologia e os
próprios sonhos que nos povoam o sono surgem do círculo básico
e mágico do mito” (Campbell, p.15).
// O monomito

“[...] os símbolos da mitologia não são fabricados; não podem ser


ordenados, inventados ou permanentemente suprimidos. Esses
símbolos são produções espontâneas da psique e cada um deles
traz em si, intacto, o poder criador de sua fonte” (Campbell, p.15).
// Assunto mobilizador

“Qual o segredo dessa visão intemporal?


De que camada profunda vem ela? Por que
é a mitologia, em todos os lugares, a
mesma, sob a variedade dos costumes? E
o que ensina essa visão?” (Campbell, p.16)

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// mitos

mundo ficcional, espiritual e sua relação com o mundo da vida


// Jornada do herói

Formas de contação de histórias presentes nos mitos


humanos ao longo de diferentes períodos e em
diferentes lugares do mundo

Objetivo: articular

MITOS + MODELOS PSÍQUICOS


estudo de narrativas + psicanálise

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// o herói

“O percurso padrão da aventura mitológica do herói é uma


magnificação da fórmula representada nos rituais de passagem:
separação-iniciação-retorno – que podem ser considerados a
unidade nuclear do monomito” (Campbell, p.36).

“Um herói vindo do mundo


cotidiano se aventura numa região
de prodígios sobrenaturais; ali
encontra fabulosas forças e obtém
uma vitória decisiva; o herói
retorna de sua misteriosa
aventura com o poder de trazer
benefícios aos seus semelhantes”
(Campbell, p.36).

diagrama simplificado: partida X, aventura Y, retorno transformador Z


// a catarse

a psiquê e a crença, a mitologia e a religião


// símbolos

mitologia como estrutura semiótica – praça Dante Aliguieri


// a jornada do herói

modelo de Vogler, inspirado em Campbell


// as 12 etapas
1 Mundo comum 8 Provação
2 Chamado à Aventura 9 Recompensa (apanhando a
3 Recusa do Chamado espada)
4 Encontro com o Mentor 10 Caminho de Volta
5 Travessia do Primeiro 11 Ressureição
Limiar 12 Retorno com o Elixir
6 Testes, Aliados e Inimigos
7 Aproximação da caverna
oculta
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1 Mundo Comum
Vida ordinária e cotidiana
Força do destino e Mundo Especial

Shrek 3 (DreamWorks)
2 Chamado à Aventura
Problema, Desafio, Aventura a Empreender

Monstros S.A (DreamWorks)


3 Recusa do Chamado (o herói relutante)
Medo, terror, o desconhecido
Memória da dor, necessidade de impulso externo

O gato de botas (DremWorks)


4 Encontro com o Mentor

Vínculo entre pais e filhos, mestres e aprendizes

Riqueza simbólica

Sábio ou sábia

Acompanha o início da jornada apenas

Pode ser interno, habitar o subconsciente

Para Campbell chama-se “auxílio sobrenatural”

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4 Encontro com o Mentor

Up – Altas Aventuras (DreamWorks)


5 Travessia do Primeiro Limiar

Herói aceita o desafio

Domina o medo

A. herói decide agir


B. a ação propriamente dita
C. as consequências da ação

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5 Travessia do Primeiro Limiar

Bob Sponja – o filme (Nicklodeon)


6 Testes, Aliados e Inimigos

Regras e cenários do Mundo Especial

Novos e antigos amigos, amores, desafetos

Revelação do temperamento, do passado, das


qualidades e defeitos do herói

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6 Testes, Aliados e Inimigos

Toy Story 3 (Disney - Pixar)


7 Aproximação da Caverna Oculta

Segundo grande limiar - Aproximação

Objeto de desejo

Fronteira de um lugar perigoso

Guardião

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7 Aproximação da Caverna Oculta

Megamente (DreamWorks)
8 Provação

Confronto direto com a morte

Limite da aventura

Suspense máximo, humilhação, pressão psicológica

Morte da relação

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8 Provação

Kung Fu Panda 2 (DreamWorks)


9 Recompensa (Apanhando a Espada)

Após sobreviver a morte, se apossar do tesouro

Elixir, cura, paz, simbólico

Conhecimento e experiência, apaziguar forças hostis

Herói pode se tornar mais atraente após atos heróicos

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9 Recompensa (Apanhando a Espada)

O gato de botas (DreamWorks)


10 Caminho de Volta

Lidar com as consequências da transformação

Forças hostis, perseguição

Necessidade de voltar ao Mundo Comum

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10 Caminho de Volta

Divertidamente (Disney – Pixar)


11 Ressureição

Depuração, purificação, antes do retorno

Quase-morte

Necessidade de retorno ao Mundo Comum

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11 Ressureição

A fantástica fábrica de chocolate (Warner Bros.)


12 Retorno com o elixir

Voltar com algum prêmio

Força, paz, amor, amizade, liberdade

Apenas um história para contar

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12 Retorno com o elixir

Detona Ralph (DreamWorks)


// A jornada do herói

Para recapitular a Jornada do Herói:

1. Os heróis são apresentados no MUNDO COMUM, onde


2. recebem um CHAMADO À AVENTURA.
3. Primeiro, ficam RELUTANTES OU RECUSAM O CHAMADO, mas
4. num Encontro com o MENTOR são encorajados a fazer a
5. TRAVESSIA DO PRIMEIRO LIMIAR e entrar no Mundo Especial, onde
6. encontram TESTES, ALIADOS E INIMIGOS.
7. Na APROXIMAÇÃO DA CAVERNA OCULTA, cruzam um Segundo Limiar,
8. onde enfrentam a PROVAÇÃO.
9. Ganham sua RECOMPENSA e
10. são perseguidos no CAMINHO DE VOLTA ao Mundo Comum.
11. Cruzam então o Terceiro Limiar, experimentam uma RESSURREIÇÃO e
são transformados pela experiência.
12. Chega então o momento do RETORNO COM O ELIXIR, a bênção ou o
tesouro que beneficia o Mundo Comum.

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// a jornada do herói

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// a jornada do herói

fonte: Clube do Agora


// a jornada da heroína

“Pensando nos obstáculos específicos enfrentados por heroínas,


como estereótipos, representação limitada, discriminação de
gênero, inferiorização e o papel nos relacionamentos. A estrutura
traz uma reinterpretação dos estágios da Jornada do Herói para se
adequarem à experiência feminina.
Nesses elementos vemos empoderamento, autoafirmação e
sagacidade, tão importantes forças para a verdadeira
representação do feminino. Essa quebra de estereótipos, cria uma
nova expectativa no leitor, permitindo que ele consiga entender a
formação da personalidade da heroína positivamente. ”

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// a jornada da heroína
como as etapas são ativadas?
// os arquétipos

Tipos recorrentes de personagens e relações

arquétipos designam padrões de personalidade que


são uma herança compartilhada por toda a raça
humana (Carl G. Jung)

inconsciente coletivo

relação com o onírico e com o inconsciente

funções narrativas

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// os arquétipos

os arquétipos mais comuns e úteis são:

HERÓI
ANTI-HERÓI
MENTOR (velha ou velho sábio)
GUARDIÃO DE LIMIAR
ARAUTO
CAMALEÃO
SOMBRA
PÍCARO

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// para hoje

Apontar na planilha de publicações data para


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Definições sobre atividade de extensão

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Referências

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix, 2006.

VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estruturas míticas para escritores. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2006.

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