Você está na página 1de 21

Índice

Resumo ............................................................................................................................. 2
Abstract ............................................................................................................................. 3
Introdução ......................................................................................................................... 4
Objetivos objetivo geral.................................................................................................... 5
1.fundamentação teórica .................................................................................................. 6
1.1Anatomia funcional ..................................................................................................... 6
1.2.Síntese e secreção dos hormônios adrenocorticais ..................................................... 6
1.3-Síntese dos glicocorticoides ....................................................................................... 7
1.4-Secreção de hormônios glicocorticoides .................................................................... 8
1.5-Estruturas bioquímica ................................................................................................. 8
1.6.Colesterol como produto para produção de hormônios adrenocorticais .................... 8
1.7.Vias de síntese dos esteroides adrenais. ..................................................................... 9
1.8.Mecanismo de acção ................................................................................................. 10
1.9-Classificação dos glicocorticoides ........................................................................... 10
1.10-Metabolismo e efeitos ............................................................................................ 10
1.10.1-O acth estimula a secreção de cortisol ................................................................ 17
1.11.-Cortisol regulados por mecanismos independentes ............................................. 17
1.12.-Regulação dos glicocorticóides ............................................................................. 18
Conclusão ....................................................................................................................... 19
Referências bibliográficas .............................................................................................. 20

1
RESUMO

A síntese dos glicocorticóides é estimulada pelo ACTH (harmónio


adrenocorticotrópico) hipofisário, que se encontra regulado pelo CRH hipotalâmico,
estando relacionados por retro alimentação negativa com glicocorticóides. A molécula
precursora para a síntese de todos os hormônios esteróides adrenocorticais é o
colesterol, fornecido ao córtex supra-renal pela circulação sanguínea. Os glicocorticóides
são hormônios esteróides com 21 carbonos, que possuem um grupo cetônico localizado no
carbono 3 e hidroxilas nos carbonos 11 e 21. Praticamente, todos estágios síntese ocorrem
nas mitocôndrias e no retículo endoplasmático, e duas organelas celulares e alguns
estágios ocorrem em outras organelas. Cada estágio é catalisado por um sistema
enzimático específico.Os principais efeitos dos glicorticoides são: metabolismo dos
carboidratos, metabolismo proteico, metabolismo lipídico ,outros efeitos como em
alguns órgãos (osso,rins, Dente) e sistemas como o cardiovascular, nervoso e imune.

Palavras chaves : Glicocorticoides, Cortisol, hormônio adrenocorticotrópico (ACTH).

2
Abstract

3
Introdução

Glicocorticóides — Os esteróides do córtex adrenal (CAD) apresentam uma


estrutura básica (núcleo ciclopentanoperidrofenantreno), diferenciando-se entre si pelos
agrupamentos que a ela se associam. Na síntese dos adrenosteróides sucessivos
compostos são formados, principalmente a partir do colesterol, mediante modificações
estruturais que envolvem processos enzimáticos complexos.
Fisiologicamente, esses hormônios ligam-se a proteinas plasmáticas,
especialmente uma globulina chamada de globulina ligadora de cortisol, ou de
transcortina e, em menor quantidade, à proteína albumina (reduz a velocidade de
eliminação de cortisol do plasma).
A ligação dos esteroides adrenais às proteínas plasmáticas pode
servir como reservatório para diminuir as rápidas flutuações nas concentrações de
hormônios livres e também pode ajudar a garantir a distribuição relativamente uniforme
dos hormônios adrenais aos tecidos

4
Objetivos
Objetivo geral
• Explicar a fisiologia das hormonas adrenocorticais(glicocorticoides)

Objetivos específicos

• Descrever a Síntese e secreção dos hormônios adrenocorticais


• Descrever os mecanismo de ação dos glicocorticoides
• Explicar Metabolismo e efeitos dos glicocorticoides
• Explicar a regulação dos glicocorticóides

Metodologia

● A pesquisa é um estudo de tipo literário bibliográfico, a colecta de dados foi


feita apartir de livros, artigos, e revistas científicas.

5
1.Fundamentação teórica

1.1Anatomia funcional

As glândulas suprarrenais estão localizadas sobre os rins e são constituídas por


duas regiões principais: a camada externa, o córtex, derivado do mesoderma
embrionário, e a camada interna, a medula, derivada de uma população de células da
crista neural. O córtex corresponde à maior parte da glândula e sintetiza hormônios
esteroides. A medula sintetiza catecolaminas, principalmente adrenalina e
noradrenalina. (Levetsky, 2012)

As duas glândulas adrenais, cada uma pesando aproximadamente 4 gramas, a


medula, que consiste nos 20% centrais da glândula, é funcionalmente relacionada ao
sistema nervoso simpático; ela secreta os hormônios epinefrina e norepinefrina, em
resposta ao estímulo simpático. Por sua vez, esses hormônios causam praticamente os
mesmos efeitos que a estimulação direta dos nervos simpáticos em todas as partes do
corpo. O córtex adrenal secreta um grupo inteiramente diferente de hormônios,
chamados corticosteroides. Esses hormônios são sintetizados a partir do colesterol
esteroide e apresentam fórmulas químicas semelhantes. Entretanto, pequenas diferenças
em suas estruturas moleculares lhes conferem funções diferentes, mas muito
importantes. Os mineralocorticoides e os glicocorticoides, são secretados pelo córtex
adrenal. Os mineralocorticoides receberam este nome porque afetam, especificamente,
os eletrólitos (os “minerais”) dos líquidos extracelulares, sobretudo sódio e potássio. Os
glicocorticoides têm este nome por seus importantes efeitos que aumentam a
concentração sanguínea de glicose. Apresentam efeitos adicionais nos metabolismos
proteico e lipídico que são tão importantes para a função corporal quanto seus efeitos no
metabolismo dos carboidratos. (GUYTON, 2017)

Mais de 30 esteroides foram isolados do córtex adrenal, mas dois deles


apresentam excepcional importância para a função endócrina normal do corpo humano:
a aldosterona, que é o principal mineralocorticoide, e o cortisol, o principal
glicocorticoide. (GUYTON, 2017)

1.2.Síntese e secreção dos hormônios adrenocorticais


Segundo Guyton(2017), O córtex adrenal é composto por três camadas
relativamente distintas:

6
1. A zona glomerulosa: uma fina camada de células, localizada imediatamente
abaixo da cápsula, constitui cerca de 15% do córtex adrenal. Essas células são as únicas,
na glândula adrenal, capazes de secretar quantidade significativa de aldosterona porque
contêm a enzima aldosterona sintase, que é necessária para sua síntese. A secreção
dessas células é controlada, principalmente, pelas concentrações no líquido extracelular
de angiotensina II e de potássio, os quais estimulam a secreção de aldosterona.

2. A zona fasciculada: a camada do meio e a mais ampla, constitui cerca de 75%


do córtex adrenal e secreta os glicocorticoides cortisol e corticosterona, bem como
pequenas quantidades de androgênios e estrogênios adrenais. A secreção dessas células
é controlada, em grande parte, pelo eixo hipotalâmico-hipofisário por meio do hormônio
adrenocorticotrópico (ACTH).

3. A zona reticular:a camada mais profunda do córtex, secreta os androgênios


adrenais desidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona, bem como pequenas
quantidades de estrogênios e alguns glicocorticoides..

1.3-Síntese dos glicocorticoides

A síntese dos glicocorticóides é estimulada pelo ACTH (harmónio


adrenocorticotrópico) hipofisário, que se encontra regulado pelo CRH hipotalâmico,
estando relacionados por retro alimentação negativa com glicocorticóides. Os primeiros
23 dos 39 aminoácidos que compõem o ACTH são essenciais e têm a mesma seqüência
em todos os mamíferos, enquanto os outros 16 variam conforme a espécie. A duração
de horas-luz, ciclo de alimentação, horas de sono e o estresse determinam o ritmo
circadiano que envolve a liberação do CRH. Em geral a produção de glicocorticóides é
maior pela manhã e menor à tarde e à noite, elevando-se novamente durante o sono.
Ocorre a ativação dos centros hipotalâmicos por estresse inespecífico, como
temperatura ambiente extrema, febre, hipoglicemia, inflamação, jejum, dor, trauma,
medo, levando a um aumento e liberação de ACTH e conseqüente atividade adreno-
cortical, principalmente da zona fasciculada.(HALL,2017)

A molécula precursora para a síntese de todos os hormônios esteróides


adrenocorticais é o colesterol, fornecido ao córtex supra-renal pela circulação
sanguínea, e pequenas quantidades são sintetizadas de novo pelas células do córtex
suprarrenal.

7
Os glicocorticóides têm esse nome porque exercem importantes efeitos que
aumentam a concentração sanguínea de glicose. Apresentam efeitos adicionais sobre os
metabolismos proteíco e lipídico, que são tão importantes para a função corporal quanto
seus efeitos sobre o metabolismo de carboidratos.(TONDELLO, 2013)

1.4-Secreção de hormônios glicocorticoides

A secreção de hormônios glicocorticóides é controlada pelo eixo hipotálamo-


hipófise. O hormônio liberador de corticotropina (CRH) liberado pelo hipotálamo induz
as células corticotróficas da hipófise anterior e liberar o hormônio adrenocorticotrópico
(ACTH), que por sua vez induz as células da córtez suprarrenal a produzirem e
secretarem os hormônios adrenocorticais A secreção dos corticosteróides ocorre de
forma pulsátil e diurna , ocorrendo em média 10 surtos secretores ao dia, sendo esta
secreção menos intensa durante a noite e depois do adormecer. O principal surto de
secreção de cortisol ocorre antes do despertar e é responsável por metade da secreção
diária total. Uma vez que o ACTH tem padrão de secreção pulsátil e diurno, ele induz o
padrão de secreção dos hormônios esteróides. (HALL,2017)

1.5-Estruturas bioquímica

Todos os esteróides do córtex da supra-renal são modificações químicas de um núcleo


esteróide básico formado por um esqueleto de carbono que forma quatro anéis. Os
glicocorticóides são hormônios esteróides com 21 carbonos, que possuem um grupo cetônico
localizado no carbono 3 e hidroxilas nos carbonos 11 e 21. (GONZÁLEZ, 2003)

1.6.Colesterol como produto para produção de hormônios adrenocorticais

Todos os hormônios esteroides humanos, incluindo os produzidos pelo córtex


adrenal, são sintetizados a partir do colesterol. Embora as células do córtex adrenal
possam apresentar síntese, de novo, de pequenas quantidades de colesterol a partir
do acetato, aproximadamente 80% do colesterol usado para a síntese dos esteroides
é fornecido por lipoproteínas de baixa densidade (LDL) no plasma circulante.

As LDLs, com alta concentração de colesterol, difundem-se do plasma para o


líquido intersticial e ligam-se a receptores específicos, contidos em estruturas chamadas
depressões revestidas na membrana das células adrenocorticais. As depressões

8
revestidas são, então, internalizadas por endocitose, formando vesículas, que, por
fim, fundem-se com lisossomos celulares e liberam o colesterol que pode ser usado
para sintetizar os hormônios esteroides adrenais.O transporte do colesterol para as
células adrenais é regulado por mecanismos de feedback que podem alterar,
acentuadamente, a quantidade disponível para a síntese dos esteroides. Por exemplo, o
ACTH, que estimula a síntese de esteroides adrenais, aumenta o número de receptores
de LDL nas células adrenocorticais, bem como a atividade das enzimas que liberam o
colesterol da LDL. Uma vez que o colesterol entra na célula, é transportado para as
mitocôndrias, onde é clivado pela enzima colesterol desmolase, formando
pregnenolona; essa é a etapa limitante na formação de esteroides adrenais.
(HALL,2017)

Nas três zonas do córtex adrenal, esse estágio inicial da síntese de esteroide é
estimulado pelos diferentes fatores que controlam a secreção dos principais produtos
hormonais, aldosterona e cortisol. Por exemplo, tanto o ACTH, que estimula a secreção
de cortisol, como a angiotensina II, que estimula a secreção de aldosterona, aumentam
a conversão de colesterol para pregnenolona.(HALL,2017)

1.7.Vias de Síntese dos Esteroides Adrenais.

A zona fascicular do córtex suprarrenal possui as enzimas que convertem o


colesterol em cortisol como a colesterol desmolase, que converte colesterol em
pregnenolona; a 17α-hidroxilase que hidroxila a pregnenolona formando 17-
hidroxipregnenolona; a 3β-hidroxiesteroide desidrogenase que converte a 17-
hidroxipregnenolona em 17- hidroxiprogesterona; a 21β-hidroxilase e a 11βhidroxilase,
que hidrolisam as ligações dos carbonos 11 e 21, levando à formação de cortisol
(GONZÁLEZ, 2003)

Praticamente, todos esses estágios ocorrem nas mitocôndrias e no retículo


endoplasmático, e duas organelas celulares e alguns estágios ocorrem em outras
organelas. Cada estágio é catalisado por um sistema enzimático específico. Uma
alteração em uma só enzima, no esquema, pode causar a formação de tipos e proporções
relativas muito diferentes de hormônios. (FELDMAN,2000)

9
1.8.Mecanismo de acção

Os mecanismos de feedback negativo que controlam este padrão de secreção


incluem o cortisol, inibindo diretamente a secreção de CRH Errante, pelo hipotálamo ao
actuar sobre os neurónios hipocampais. A inibição da secreção de CRH por sua vez,
inibe a secreção de ACTH pela hipófise anterior. De forma geral, os níveis plasmáticos
reduzidos de cortisol induzem a estimulação crônica do eixo CRH-ACTH e o aumento
dos níveis de ACTH, ao passo que níveis plasmáticos aumentados levam a inibição do
eixo CRH-ACTH e diminuição dos níveis de ACTH. (HALL,2017)

Os hormônios glicocorticóides são importantes na regulação de processos


fisiológicos como a gliconeogênese, reatividade vascular às catecolaminas, supressão da
resposta inflamatória e imune e modulação Estrutura química do colesterol e cortisol.
Na superfície das células adrenocorticais, existem receptores que reconhecem
lipoproteínas ligadas ao colesterol circulante, favorecendo a ligação do complexo
lipoproteína-colesterol e sua transferência por endocitose. O colesterol é esterificado e
armazenado em vesículas citoplasmáticas para a síntese hormonal, que ocorre na
presença de NADPH, oxigênio e citocromo P-450. A enzima adrenoxina redutase e a
proteína adrenoxina são compostos intermediários na transferência do hidrogênio do
NADPH para a citocromo P-450.(HALL,2017)

1.9-Classificação dos glicocorticoides

1. Cortisol (muito potente, responsável por cerca de 95% do total da atividade


glicocorticóide)
2. Corticosterona (responsável por cerca de 4% do total da atividade
glicocorticóide)
3. Cortisona (sintética, quase tão potente quanto o Cortisol)
4. Prednisona (sintética, 4x mais potente que o Cortisol)
5. Metilprednisona ( sintética, 5x mais potente que o Cortisol )
6. Dexametasona ( sintética, 30x mais potente que o Cortisol )

1.10-Metabolismo e efeitos

❖ Efeito anti-inflamatório, Sobre as células sangüíneas e sobre os ossos

10
O cortisol tem efeito anti-inflamatório e antialérgico, causando a redução da
hiperemia, da resposta celular, da migração de neutrófilos e macrófagos ao lugar da
inflamação, da exudação, da formação de fibroblastos e da liberação de histamina. Os
glicocorticóides estabilizam a membrana dos lisossomos, impedindo a saída das
enzimas hidrolíticas, que ocorre na inflamação. (AYALA, 2002)

Sobre as células sangüíneas, os glicocorticóides em geral induzem uma


neutrofilia madura, descrita na maioria das espécies animais, sendo o resultado de
diversos fatores como diminuição da migração de neutrófilos do sangue para os tecidos
e para o pool marginal e aumento da liberação pela medula óssea. A elevação das
concentrações de corticosteróides séricos gera uma resposta monocítica, mas diferenças
são observadas entre as espécies animais. Cortisol tem efeito sobre o trato
gastrointestinal levando ao aumento de secreção, de ácido clorídrico, pepsina e tripsina
pancreática; diminui a secreção de muco, favorecendo o desenvolvimento de úlceras
gastroduodenais. (FELDMAN,2000)

Apresentam efeito sobre os ossos, se administrados de forma crônica, reduzindo a


matriz óssea e a diminuição de absorção de Ca à nível intestinal e o aumento da
excreção renal de CA e P podem predispor o aparecimento de osteoporose e fraturas.
Também sobre o equilíbrio hídrico têm efeito melhorando a diurese. Os
glicocorticóidesde origem fetal reduzem a síntese placentária de progesterona e
aumentam a de estradiol, promovendo a síntese e liberação de PGF2α, um hormônio
que sensibiliza o útero à ocitocina provocando luteólise. (AYALA, 2002)

❖ Efeito do cortisol sobre o metabolismo de carboidratos:


• Estimula a Gliconeogênese:
• Indução de enzimas hepáticas
• Mobilização de aminoácidos extra-hepáticos.
• Diminui a taxa de utilização celular de glicose.
• Aumenta a Glicemia.
❖ Efeitos do cortisol sobre o metabolismo de proteínas

Redução das proteínas celulares: Um dos principais efeitos do cortisol sobre os


sistemas metabólicos do organismo é a redução dos depósitos de proteínas em
praticamente todas as células corporais, exceto fígado. Isto é causado tanto pela redução

11
da síntese de proteínas quanto pelo maior catabolismo das proteínas já presentes nas
células. Ambos os efeitos podem resultar da redução do transporte de aminoácidos para
os tecidos extra-hepáticos. Na presença de grande excesso de cortisol, os músculos
podem tornar-se tão fracos que o indivíduo não consegue se levantar da posição
agachada.(HALL,2017)

Aumento da concentração plasmática e hepática de proteínas: Ao mesmo tempo em


que as proteínas são reduzidas em todas as demais partes do corpo, as proteínas
hepáticas são aumentas.

As plasmáticas também se elevam. Acredita-se que esta diferença resulte de um


possível efeito do cortisol, que estimula o transporte de aminoácidos para os interior das
células hepáticas e a produção de enzimas hepáticas necessárias para a síntese proteica.

Aumento da síntese proteica hepática: A maior concentração plasmática de


aminoácidos e o seu transporte aumentado para as células hepáticas pelo cortisol
também poderiam ser responsáveis pela maior utilização de aminoácidos pelo fígado,
causando efeitos como (1) maior taxa de desaminação de aminoácidos pelo fígado, (2)
aumento da síntese proteica no fígado, (3) maior formação de proteínas plasmáticas pelo
fígado e (4) aumento da conversão de aminoácidos em glicose, isto é, da
gliconeogênese.Assim, é possível que muitos efeitos do cortisol sobre os sistemas
metabólicos do organismo resultem principalmente de sua capacidade de mobilizar
aminoácidos a partir dos tecidos periféricos ao mesmo tempo em que aumenta as
enzimas necessárias para os efeitos hepático. (TONDELLO, 2013)

❖ Efeitos do cortisol sobre o metabolismo de lipídios

Mobilização de Ácidos Graxos: Este efeito eleva a concentração de ácidos graxos


livres no plasma, o que também aumenta sua utilização para a geração de energia.

O cortisol também parece exercer um efeito direto sobre o aumento da oxidação


de ácidos graxos nas células. O mecanismo de mobilização não é completamente
compreendido, mas parte do efeito provavelmente resulta do menor transporte de
glicose para o interior das células adiposas.

O maior uso de ácidos graxos para a geração metabólica de energia é um


importante fator para a conservação de longo prazo de glicose e glicogênio corporais.

12
Obesidade causada por Excesso de Cortisol: Apesar de o cortisol poder provocar
um grau moderado de mobilização de ácidos graxos a partir do tecido adiposo, muitas
pessoas com um excesso de secreção de cortisol desenvolvem um tipo peculiar de
obesidade, com excessiva deposição de gordura no tórax e na cabeça, gerando sinais
clínicos chamados de "giba de búfalo" e "face em lua cheia". (HALL,2017)

No metabolismo dos lipídeos o cortisol estimula a lipólise, facilitando a ação dos


hormônios ativadores da lipase, como o glucagon, a adrenalina e o GH. O corre a
oxidação de ácidos-graxos e, portanto o aumento de acetil-CoA, que é uma ativadora da
enzima piruvato carboxilase levando a gliconeogênesse.

❖ Pele:

Os glicocorticoides inibem a divisão dos queratinócitos e dos fibroblastos e


diminuem a matriz extracelular da pele, reduzindo a síntese de ácido hialurônico e de
glicosaminoglicanas. Adicionalmente, o excesso de glicocorticoides inibe a divisão das
células da epiderme, reduzindo a síntese e a produção de colágeno. (Hall, 2002)

❖ Tecido muscular:

Os glicocorticoides causam alterações catabólicas no tecido muscular, com


inibição de síntese proteica e de captação de aminoácidos pelo músculo, levando à
atrofia muscular. Além disso, os glicocorticoides induzem atrofia muscular,
aumentando os mecanismos de proteólise muscular, mediada pelo sistema ubiquitina
proteossomo, estimulando a expressão de atrogenes (genes envolvidos com atrofia),
como atrogina-1 e MuRF-1 (muscle ring finger 1).

Sabe-se também que a redução da produção de IGF-I (insulin-like growth factor I) e


o aumento da produção de miostatina (fator catabólico) também podem contribuir para a
atrofia muscular induzida pelos glicocorticoides. (CONSTANZO, 2011)

❖ Imunomodulação:

Os efeitos anti-inflamatórios e de imunossupressão exercidos pelos glicocorticoides


ocorrem por meio de diversos sítios. No sangue periférico, os glicocorticoides reduzem
a contagem de eosinófilos e de linfócitos, redistribuindo estes últimos no
compartimento intravascular do baço, dos linfonodos e da medula óssea. Por outro lado,

13
aumentam o número de neutrófilos. Os glicocorticoides atuam por meio de receptor
específico presente no citoplasma, que é transloucado para o núcleo após a sua ligação
com o ligante. (Hall, 2002)

No núcleo, o receptor de glicocorticoide pode interagir com genes que modulam a


resposta imune. Estes genes, geralmente, não apresentam em seus promotores os
elementos responsivos aos glicocorticoides; portanto, para que os efeitos do
glicocorticoide ocorram, outros fatores nucleares estariam envolvidos e interfeririam
negativamente com a transativação gênica mediada pelo receptor do glicocorticoide.
Estes fatores são denominados inibidores negativos dominantes e, provavelmente,
representam os mais importantes reguladores endógenos da sensibilidade aos
glicocorticoides. (Hall, 2002)

A inibição da produção de citocinas pelos linfócitos é mediada por interação do


receptor do glicocorticoide com outros fatores de transcrição, como o NFκB e a proteína
ativadora-1 (AP-1). A AP-1 é o mais estudado fator de transcrição que interfere
negativamente com o receptor do glicocorticoide. É composta por homo ou
heterodímeros dosprodutos dos proto-oncogenes jun e fos; sua atividade é modulada por
fatores de crescimento e citocinas ativadoras da proteinoquinase C e por outras
tirosinoquinases. A subunidade p65 do fator de transcrição NFκB ativa muitos genes do
sistema imune e apresenta o mesmo padrão de transrepressão em relação ao receptor de
glicocorticoide. (Hall, 2002)

❖ Rins:

Os glicocorticoides estimulam a síntese de angiotensinogênio, aumentam a taxa de


filtração glomerular, o transporte de sódio no túbulo proximal e o depuramento de água
livre. Ainda nos rins, dependendo da atividade da 11β-HSD2, o cortisol, por meio do
receptor para mineralocorticoides, pode agir nos túbulos distais, causando retenção de
sódio e excreção de potássio. (GRIFFIN,1992)

❖ Cardiovasculares:

Em condições fisiológicas, a ação cardiovascular mais importante dos


glicocorticoides é o seu efeito permissivo à reatividade vascular de fatores vasoativos,
como a ANG II e a epinefrina, que contribuem para a manutenção da pressão sanguínea.

14
Os mecanismos envolvidos neste papel permissivo dos glicocorticoides não são bem
conhecidos, mas parecem envolver um aumento na expressão de receptores
adrenérgicos em células da musculatura lisa vascular. Adicionalmente, os
glicocorticoides aumentam a captação de cálcio por estas células, contribuindo,
também, desta maneira, para maior contratilidade vascular. (GRIFFIN,1992)

A exposição crônica a concentrações elevadas de glicocorticoides resulta em


hipertensão arterial, provavelmente por diferentes mecanismos. O excesso de
glicocorticoide pode não ser inativado pela 11β-HSD2 nos túbulos renais, resultando em
maior efeito mineralocorticoide. As altas concentrações de glicocorticoides podem levar
a uma maior reatividade vascular aos fatores vasoativos endógenos. Além disso, os
glicocorticoides inibem a atividade da sintase do óxido nítrico induzida, diminuindo a
síntese de óxido nítrico, potente fator vasodilatador. (GRIFFIN,1992

❖ Osso:

Os glicocorticoides têm efeitos marcantes sobre o esqueleto. A exposição


prolongada ou crônica a glicocorticoides ,resulta em osteopenia ou osteoporose. Os
glicocorticoides apresentam efeitos diretos sobre os osteoblastos, evidenciados pela
inibição de várias funções, como diferenciação e multiplicação celular, atividade da
fosfatase alcalina e produção de colágeno tipo I e de osteocalcina. Além disso, os
glicocorticoides inibem a produção do fator de crescimento insulina-símile 1 (IGF-I) e
IGF-II pelos osteoblastos. (CONSTANZO, 2011)

Os glicocorticoides diminuem a absorção intestinal de cálcio, inibindo as ações


da vitamina D no enterócito e a hidroxilação hepática da vitamina D. A secreção
compensatória de paratormônio pode resultar no aumento da atividade osteoclástica. A
ressorção óssea está aumentada no hipercortisolismo, porém os mecanismos envolvidos
neste efeito não estão completamente estabelecidos. A ativação dos osteoclastos é
modulada por meio de fatores produzidos pelos osteoblastos, como a osteoprotegerina e
o ligante do receptor ativador de NFκB (RANKL). A ligação de RANKL a receptores
específicos presentes nos osteoclastos, denominados RANK, estimula a diferenciação e
ativação destas células. Os glicocorticoides aumentam a expressão do mRNA de
RANKL e, por outro lado, diminuem a expressão de osteoprotegerina, aumentando a
ativação de osteoclastos e favorecendo a ressorção óssea.(CONSTANZO, 2011)

15
❖ Sistema nervoso central:

O sistema nervoso central é local de ação de glicocorticoides, apresentando


tanto receptores para glicocorticoides como para mineralocorticoides. Os
glicocorticoides influenciam o comportamento e o humor do indivíduo. (Hall, 2002)

Os receptores de glicocorticoides (GR) estão presentes em todo encéfalo, mas


são mais abundantes em neurônios hipotalâmicos que expressam CRH e nos
corticotrofos hipofisários. A expressão do receptor para mineralocorticoide (MR) pode
ser observada em estruturas cerebrais relacionadas com o controle do apetite ao sal e da
atividade cardiovascular, como órgão subfornicial,OVLT (organum vasculosum of
lamina terminalis), núcleo pré-óptico mediano, núcleo supraóptico e divisão
magnocelular do núcleo paraventricular. Porém, a maior expressão de MR no sistema
nervoso central é observada no hipocampo (onde há coexpressão com o GR), estrutura
relacionada com o aprendizado e o processo de memória. (Hall, 2002)

❖ Dente :

Cortisol administrado a camundongos fêmeas ooforectomizadas (sem ovários)


produz osteoporose evidente no osso alveolar, reduzindo-se a altura do osso em relação
ao dente que se evidencia mais comprido; ao mesmo tempo, apresentam-se mudanças
degenerativas na membrana periodontal .

No entanto, administrando-se, simultaneamente, cortisol com estradiol, estes


fenômenos não se apresentam. Isto indica que os hormônios sexuais protegem as
estruturas alveolares e periodontais dos efeitos do cortisol. Um efeito protetor similar
ao estradiol pode ser observado com hormônio de crescimento, sendo porém menos

nítido. (Rui Curi, 2009)

❖ Cortisol e o Estresse

Qualquer tipo de estresse, seja físico ou emocional (neurogênico ), provoca um


aumento imediato e acentuado na secreção de ACTH pela hipódise anterior, seguindo,
minutos depois, por um grande aumento na secreção adrenocortical de cortiso.Embora
saibamos que a secreção de cortisol frequentemente aumenta consideravelmente em
condições de estresse, não sabemos qual o benefício desta ação.

16
Uma possibilidade seria a de que os glicocorticóides causam a rápida mobilização de
aminoácidos e gorduras a partir de suas reservas celulares, tornando-os disponíveis
tanto para a geração de energia quanto para a síntese de novos compostos, inclusive a
glicose,necessarios para os diversos tecidos do corpo. (HALL,2017)

1.10.1-O ACTH estimula a Secreção de Cortisol

Diferentemente da secreção de aldosterona pela zona glomerulosa, que é


controlada principalmente pela adição direta do potássio e controlada principalmente
pela ação direta do potássio e da angiotensina sobre as células adrenocorticais.

Praticamente nenhum estímulo apresenta efeitos diretos de controle sobre as


células adrenais que secretam o cortisol. Ao contrário, sua secreção é controlada quase
inteiramente pelo ACTH secretado pela hipófise anterior.

Esse hormônio, também chamado de adrenocorticotropina, estimula a produção


de androgênios adrenais.

O principal efeito do ACTH sobre as células adrenocorticais é a ativação da


adenilatocilcase na mebrana celular, o que induz a formação de AMPc no citoplasma
celular, atingindo seu efeito máximo em cerca de 3 minutos.

O AMPc , por sua vez, ativa as enzimas intracelulares que causam a formação
dos hormônios adrenocorticais, Este é outro exemplo do AMPc como um sistema
sinalizador de segundo mensageiro. (HALL,2017)

1.11.-Cortisol regulados por mecanismos independentes

O ACTH que aumenta a secreção de cortisol e androgênios adrenais e induz


hipertrofia das zonas fasciculada e reticular, tem pouca ação da zona glomerulosa.
(HALL,2017)

• Redução da utilização celular de Glicose:

A maioria dos fisiologistas acredita que o cortisol retarda diretamente a velocidade


de utilização de glicose em algum ponto entre sua entrada na célula e sua degradação
final. Um mecanismo sugerido baseia-se na observação de que os glicocorticóides

17
reduzem a oxidação de NADH para a forma de NAD+. Como é necessária a oxidação
de NADH para permitir a glicólise, este efeito poderia ser responsável pela menor
utilização de glicose pelas células. (HALL,2017)

• Aumento da concentração Sanguínea de glicose (Glicemia):

Tanto o aumento da taxa de gliconeogênese quanto a diminuição da taxa de


utilização da glicose pelas células provocam a elevação da concentração sanguínea da
glicose. Esta elevação, por sua vez, estimula a secreção de insulina.(HALL,2017)

1.12.-Regulação dos glicocorticóides

A atividade do eixo HPA é governada pela secreção de HLC e vasopressina


(AVP) pelo hipotálamo, os quais, por sua vez, ativam a secreção do hormônio
adrenocorticotrópico (ACTH) pela pituitária, que finalmente estimula a secreção de
glicocorticóides pelo córtex adrenal.2 Os glicocorticóides, então, interagem com seus
receptores em múltiplos tecidos-alvo, incluindo o eixo HPA, onde são responsáveis pela
inibição negativa por feedback da secreção do ACTH pela pituitária e do HLC a partir
do hipotálamo. Embora os glicocorticóides regulem a função de quase todos os tecidos
do corpo, o efeito fisiológico mais conhecido desses hormônios é a regulação do
metabolismo energético. Os efeitos antiinflamatórios e imunossupressores dos
glicocorticóides são evidentes em doses farmacológicas, ao passo que, fisiologicamente,
esses hormônios possuem um importante papel regulatório no sistema imunológico.
Vários fatores regulam a atividade do eixo HPA. Há evidência de inervação direta
catecolaminérgica, serotonérgica e dopaminérgica nos neurônios produtores de HLC no
hipotálamo e esses e outros neurotransmissores parecem influenciar a liberação de HLC.
(HALL,2017)

18
CONCLUSÃO

Os glicocorticoides são hormônios esteroides, sintetizados no córtex da glândula


adrenal. A síntese e a liberação dos corticoides correm de forma natural no organismo,
de acordo com a necessidade e sob a influência do ACTH (hormônio
adrenocorticotrófico). O processo começa quando o hipotálamo sintetiza o CRH
(hormônio liberador de corticotrofina), que induz a hipófise a secretar ACTH. Em
seguida, este hormônio induz a zona fasciculata do córtex adrenal a sintetizar
cortisona. Os principais efeitos do corticoide são:metabolismo dos carboidratos,
metabolismo proteico metabolismo lipídico .

19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AYALA, A.R. Antagonistas do hormônio liberador da corticotrofina: actualização e


perspectivas.Arquivos brasileiros de endocrinologia e metabologia, v.46, n. 6 São Paulo
Dec. 2002.
CONSTANZO, Linda S. Fisiologia. Guanabara Koogan, 4ª edição, RIO DE JANEIRO,
2011.
FELDMAN, B.F. ZINKL, J.G.; JAIN, N.C. Schalm’s Veterinary Hematology. 5ª Ed.
Philadelphia:Lippincott Williams & Wilkins, 2000.1344 p.
GONZÁLEZ, F.H.D & SILVA, S.C.da. Introdução à bioquímica clínica veterinária.
Porto Alegre, UFRGS, 2003. 198 p.
GRIFFIN, J.E. & Ojeda, S.R. Textbook of endocrine physiology. 2º Ed.; New York.
Oxford UniversityPress, 1992.
GUYTON, A.C.; Hall, J. E. Tratado de fisiologia médica..10ª Ed. Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 2002
HALL, John; GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 13ª edição,
RIO DE JANEIRO, 2017
Rui Curi, j. P. (2009). Fisiologia Básica . Rio de Janeiro, Brazil: EDITORA
GUANABARA KOOGAN S.A.
TONDELLO, Giórgio C. Anotações da aula da Disciplina de Fisiologia. UNIVILLE.
31/07/2013.

20
21

Você também pode gostar