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BIOFÍSICA E

FISIOLOGIA

Ana Paula Toniazzo


A glândula suprarrenal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar a anatomia funcional e as zonas da glândula suprarrenal.


„„ Descrever os hormônios produzidos pela glândula suprarrenal.
„„ Explicar os mecanismos de ação dos hormônios secretados pela
glândula suprarrenal.

Introdução
As glândulas suprarrenais secretam hormônios por sua porção externa
(córtex) e por sua porção mais interna (medula). No córtex são secretados
hormônios essenciais para a regulação das concentrações de íons de
sódio e potássio plasmáticos e de glicose plasmática, além de atuarem nas
respostas ao estresse na formação das características sexuais. Na porção
da medula, são produzidas a epinefrina e norepinefrina, que regulam as
reações de “luta ou fuga” em resposta ao estresse.
Neste capítulo, você vai estudar a secreção de hormônios pelas di-
ferentes camadas das glândulas suprarrenais. Além disso, vai ver como
esses hormônios realizam suas ações em tecidos-alvo e como alterações
na síntese e ações desses hormônios podem causar patologias.

Anatomia funcional da glândula suprarrenal


As glândulas suprarrenais ou adrenais estão localizadas na porção superior
dos rins. Cada glândula é composta por duas partes: a camada interna, que
corresponde à medula da glândula suprarrenal, e a camada externa, que
corresponde ao córtex (TORTORA; DERRICKSON, 2017; SILVERTHORN,
2017; RAFF; LEVITZKY, 2012). A camada da medula está funcionalmente
relacionada com o sistema nervoso simpático; ela secreta catecolaminas,
principalmente adrenalina e noradrenalina, e o córtex sintetiza hormônios
esteroides (corticosteroides) (HALL, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012).
2 A glândula suprarrenal

Hormônios sintetizados pelo córtex da


glândula suprarrenal
O córtex da glândula suprarrenal é composto pelas três camadas listadas a
seguir, que possuem características estruturais e funcionais distintas.

„„ Zona glomerulosa: camada mais externa do córtex (constitui 15% do


córtex). As células dessa camada são as únicas que produzem o mine-
ralocorticoide aldosterona, pois possuem a enzima aldosterona sintase.
„„ Zona fasciculada: camada intermediária do córtex (constitui 75% do
córtex). Secreta glicocorticoides, cortisol e corticosterona, além de
pequena quantidade de androgênios e estrogênios.
„„ Zona reticular: camada interna do córtex (constitui 10% do córtex).
Secreta hormônios androgênios como desidroepiandrosterona (DHEA,
do inglês, dehydroepiandrosterone) e androstenediona, hormônios
esteroides que determinam as características sexuais masculinas e
femininas.

A Figura 1 demonstra, de modo resumido, a estrutura funcional das glân-


dulas suprarrenais.
Os hormônios do córtex das suprarrenais, assim como todos os hormônios
esteroides humanos, são sintetizados a partir do colesterol (SILVERTHORN,
2017; RAFF; LEVITZKY, 2012). O colesterol é, em grande parte, fornecido
pelas lipoproteínas de baixa densidade (LDL, do inglês, low density lipo-
proteins) plasmáticas. Inicialmente, as LDLs ricas em colesterol ligam-se
a receptores nas células do córtex das suprarrenais, que são internalizados
(endocitados) em vesículas (HALL, 2017); posteriormente, são liberados pela
ação de enzimas chamadas de colesterol esterases (RAFF; LEVITZKY, 2012).
Ao entrar nas células, o colesterol é transportado para as mitocôndrias. Nesse
local ele é transportado entre as membranas pela proteína reguladora aguda
da esteroidogênese (StAR, do inglês, steroidogenic acute regulatory protein)
e clivado pela enzima de clivagem de cadeia lateral (SCC) citocromo P450
(colesterol-desmolase), formando a pregnenolona.
A glândula suprarrenal 3

Figura 1. Estrutura das glândulas suprarrenais.


Fonte: Adaptada de Hall (2017).

Para visualizar como acontecem os outros passos da síntese dos hormônios


do córtex da suprarrenal, observe a Figura 2.
4 A glândula suprarrenal

StAR

Colesterol

Clivagem da cadeia
lateral do colesterol
17 -hidroxilase/ 17 -hidroxilase/
17,20-liase 17,20-liase
Pregnenolona 17-OH-pregnenolona DHEA

3 -hidroxiesteroide- 3 -hidroxiesteroide-
-desidrogenase -desidrogenase

Progesterona 17-OH-progesterona Androstenediona

21-hidroxilase 21 -hidroxilase
Androgênios

DOC 11-desoxicortisol

11 -hidroxilase 11 -hidroxilase

Corticosterona Cortisol

Aldosterona-
-sintetase Glicocorticoide

Aldosterona

Mineralocorticoide

Figura 2. Síntese dos hormônios do córtex das suprarrenais.


Fonte: Adaptada de Raff e Levitzky (2012).

Alterações na síntese desses hormônios, especialmente por deficiências nas ativi-


dades enzimáticas, podem levar ao desenvolvimento de patologias. Deficiências na
21-hidroxilase e na 11β-hidroxilase causam prejuízos bastante importantes na síntese de
hormônios das suprarrenais. Para saber mais sobre esse assunto, leia a seção “Síntese e
liberação dos androgênios suprarrenais”, Capítulo 65, do livro Fisiologia médica (RAFF;
LEVITZKY, 2012)
A glândula suprarrenal 5

Hormônios sintetizados pela medula da


glândula suprarrenal
A zona da medula da suprarrenal corresponde à camada mais interna da
glândula. Após estimulação por nervos simpáticos, essa camada sintetiza
as catecolaminas epinefrina (em maior concentração) e norepinefrina.
Ao serem liberadas, a epinefrina e a norepinefrina têm os mesmos efeitos que
a estimulação simpática direta, porém bem mais prolongados (HALL, 2017).
Em situações de estresse ou durante o exercício físico, impulsos hipo-
talâmicos estimulam os neurônios pré-ganglionares simpáticos, que, por sua
vez estimulam as células da medula das suprarrenais (células cromafins) a
produzirem epinefrina e norepinefrina (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
A epinefrina e a norepinefrina são hormônios derivados da tirosina e sua síntese
acontece inicialmente pela hidroxilação da L-tirosina, proveniente de alimen-
tos, em di-hidroxifenilalanina (DOPA, do inglês, dihydroxyphenylalanine)
pela tirosina-hidroxilase. Na segunda etapa, a DOPA é descarboxilada pela
DOPA-descarboxilase, formando a dopamina. A dopamina é transportada
para as vesículas, onde é hidroxilada pela dopamina-β-hidroxilase, formando
a norepinefrina.
Na camada da medula suprarrenal, 80% da norepinefrina sofre processo
de metilação (feniletanolamina-N-metiltransferase), formando epinefrina.
O controle da síntese desses hormônios é realizado por retroalimentação
negativa: a norepinefrina inibe a atividade da tirosina-hidroxilase (HALL,
2017; RAFF; LEVITZKY, 2012). Visualize todo esse processo na Figura 3.
6 A glândula suprarrenal

Figura 3. Síntese das catecolaminas.


Fonte: Adaptada de Raff e Levitzky (2012).
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Características dos hormônios produzidos


pela glândula suprarrenal

Hormônios secretados pelo córtex da glândula


suprarrenal
Os principais hormônios produzidos pelo córtex das suprarrenais são os mine-
ralocorticoides, os glicocorticoides e, em menor concentração, os androgênios.

Mineralocorticoides

Os mineralocorticoides são produzidos apenas na zona glomerulosa do córtex


das suprarrenais. Eles participam da regulação da homeostase dos minerais
de sódio (Na) e potássio (K) no plasma. A aldosterona é o principal mine-
ralocorticoide, devido à grande potência de sua atividade (90% da atividade
mineralocorticoide). Funcionalmente, ela aumenta a reabsorção do sódio e
estimula a secreção do potássio pelas células epiteliais tubulares renais, ou
seja, aumenta a excreção do potássio pela urina. A secreção de aldosterona
é, principalmente, controlada pela elevação da concentração de potássio e
angiotensina II no líquido extracelular, pelo hormônio adrenocorticotrófico
(ACTH, do inglês, adrenocorticotropic hormone) produzido pela hipófise e
também pela concentração dos íons de sódio no líquido extracelular (HALL,
2017; TORTORA; DERRICKSON, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012).

A angiotensina faz parte do sistema renina–angiotensina–aldosterona, responsável pela


regulação da homeostasia circulatória envolvendo a ingestão de sódio e água. Esse
sistema é um dos principais reguladores da secreção de aldosterona e, portanto, de
extrema importância. Ele é ativado por meio de processos de desidratação, deficiência
de sódio e hemorragias. Esses fatores induzem a uma diminuição do volume sanguíneo
e, portanto, da pressão sanguínea. A diminuição da pressão sanguínea é percebida
por receptores nas células justaglomerulares nos rins, que secretam a renina; simul-
taneamente, o angiotensinogênio (sintetizado no fígado) é convertido pela renina
em angiotensina I. Posteriormente, a angiotensina I é convertida em angiotensina II
pela ação da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II estimula
o córtex das suprarrenais a secretarem aldosterona (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
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Ao ser liberada, a aldosterona modula o controle da pressão sanguínea.


Em excesso, esse mineralocorticoide leva à maior absorção de sódio pelos
rins; entretanto, junto ao sódio, também é absorvida uma quantidade quase
equivalente de água fazendo com que a concentração de sódio no plasma não
se altere (HALL, 2017). O aumento do volume de líquido extracelular eleva a
pressão arterial, que causa aumento na excreção renal de sódio (natriurese de
pressão) e água (diurese de pressão), normalizando a pressão arterial.
Se os altos níveis de aldosterona permanecerem, o indivíduo desenvolve
hipertensão arterial. Interessantemente, em alguns tumores das suprarrenais,
o excesso de aldosterona liberado, além de aumentar a perda do potássio na
urina, também estimula a passagem do potássio do meio extracelular para
dentro das células, reduzindo a concentração de potássio plasmático (hipo-
calemia). A hipocalemia leva a grande fraqueza muscular, devido à menor
transmissão de potenciais de ação das células nervosas (HALL, 2017).
O excesso de aldosterona também aumenta a excreção de íons hidrogênio
pelos túbulos corticais renais, diminuindo a concentração desses íons no
plasma e causando alcalose metabólica. Além de atuar nos rins, a aldosterona
desempenha suas funções em outros tecidos-alvo: aumenta a excreção de
potássio nas fezes, na saliva e no suor, evitando a hipercalemia (HALL, 2017).
Por outro lado, a diminuição de secreção de aldosterona causa grande
perda de sódio na urina, que, consequentemente, aumenta a perda de líquido
extracelular, levando à desidratação grave e ao choque circulatório. A defici-
ência de aldosterona eleva a concentração de potássio extracelular, causando
toxicidade cardíaca, desenvolvimento de arritmias e insuficiência cardíaca
(HALL, 2017). Por sua vez, o aumento do potássio circulante estimula a
liberação de aldosterona (RAFF; LEVITZKY, 2012). Outro mecanismo de
regulação da secreção de aldosterona, o ACTH é produzido pela hipófise
anterior e estimula, até em pequenas quantidades, o córtex das suprarrenais
a produzirem aldosterona (HALL, 2017).

Glicocorticoides

Secretados pela zona fasciculada do córtex das suprarrenais, os glicocorticoides


participam da manutenção de sistemas metabólicos (lipídios, carboidratos e
proteínas), das respostas ao estresse e à inflamação. A principal atividade dos
glicocorticoides é realizada pelo cortisol, ou hidrocortisona em humanos e
corticosterona em roedores (HALL, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012).
A glândula suprarrenal 9

O cortisol possui efeitos muito importantes no metabolismo dos carboi-


dratos. Esse hormônio estimula a formação de glicose a partir de proteínas
e outras substâncias no fígado, processo chamado de gliconeogênese (TOR-
TORA; DERRICKSON, 2017; HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017). Para
isso, o cortisol aumenta a síntese de enzimas que participam na conversão
de proteínas em glicose pelas células hepáticas; provoca a mobilização de
proteínas de outros tecidos (tecido muscular); e antagoniza a ação da insulina
(inibe a gliconeogênese) (HALL, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012).
No tecido muscular esquelético, o cortisol diminui o translocamento dos
transportadores de glicose (GLUT4) para a membrana celular, induzindo a
resistência à insulina e, portanto, a menor utilização de glicose pelas células
(HALL, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012). O aumento da gliconeogênese,
somado ao menor aproveitamento celular da glicose, resultam no aumento
da glicose plasmática (glicemia). A elevação da glicemia provoca a liberação
de insulina; entretanto, como o cortisol diminui a sensibilidade dos tecidos à
insulina (pela diminuição do translocamento dos GLUT4 e pela maior indução
da mobilização de lipídeos), causa prejuízos no metabolismo de carboidratos
(HALL, 2017).
No metabolismo de proteínas, o cortisol aumenta a degradação e diminui
a síntese proteica (HALL, 2017; TORTORA; DERRICKSON, 2017). Simulta-
neamente à redução de proteínas dos tecidos, o cortisol aumenta as proteínas
hepáticas. Ele diminui o transporte de aminoácidos para, por exemplo, as
células musculares, reduzindo a concentração intracelular de aminoácidos
e, consequentemente, a síntese proteica. No entanto, o catabolismo proteico
continua, bem como a liberação de aminoácidos para o plasma. A maior con-
centração de aminoácidos no plasma, adicionada ao maior transporte desses
para as células hepáticas induzido pelo cortisol, leva à maior síntese proteica
e conversão de aminoácidos em glicose no fígado (HALL, 2017).
De modo semelhante à mobilização de aminoácidos, o cortisol mobiliza
ácidos graxos do tecido adiposo, elevando suas concentrações plasmáticas.
Além de aumentar essa mobilização, o cortisol aumenta também a oxidação
de ácidos graxos pelas células para utilização como fonte de energia (HALL,
2017; TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Outro papel importante dos glicocorticoides é a regulação das respostas
ao estresse. Estressores físicos ou mentais estimulam o eixo hipotálamo–hipó-
fise–adrenal (HHA), que libera como efetores finais o cortisol. O aumento da
ativação desse eixo frente a estressores acontece de modo adaptativo, ou seja, a
ativação do eixo acontece para proteger o organismo ao ativar, principalmente,
respostas fisiológicas para manter os processos vitais celulares (HALL, 2017).
10 A glândula suprarrenal

Adicionalmente, o cortisol tem efeitos anti-inflamatórios, pois aumenta


a síntese de citocinas anti-inflamatórias e inibe as citocinas pró-inflamatórias
(RAFF; LEVITZKY, 2012). É usado para o tratamento de processos inflama-
tórios crônicos, como a artrite reumatoide, e processos alérgicos (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
Os efeitos fisiológicos do cortisol estão representados, resumidamente,
no Quadro 1.

Quadro 1. Efeitos fisiológicos do cortisol

Sistema Efeitos

Metabolismo Estimula a degradação de proteínas musculares


e aumenta a excreção de nitrogênio.
Aumenta a gliconeogênese e os níveis plasmáticos de glicose.
Estimula a síntese hepática de glicogênio.
Diminui a utilização de glicose (ação anti-insulínica).
Diminui a utilização de aminoácidos.
Aumenta a mobilização de lipídeos.
Propicia a redistribuição dos lipídeos.
Permite os efeitos do glucagon e das catecolaminas.

Hemodinâmica Mantém a integridade e a reatividade vasculares.


Mantém a sensibilidade aos efeitos
pressores das catecolaminas.
Mantém o volume dos líquidos corporais.

Funções Aumenta a produção de citocinas anti-inflamatórias.


imunológicas Diminui a produção de citocinas pró-inflamatórias.
Diminui a inflamação ao inibir a síntese de
prostaglandinas e leucotrienos.
Inibe os efeitos inflamatórios da bradicinina e da serotonina.
Diminui o número de eosinófilos, basófilos e
linfócitos circulantes (efeito redistribuidor).
Prejudica a imunidade mediada por células.
Aumenta o número de plaquetas, neutrófilos e hemácias.

Sistema Modula a percepção e a emoção.


nervoso central Inibe a secreção de CRH e de ACTH.

Fonte: Adaptado de Raff e Levitzky (2012).


A glândula suprarrenal 11

Androgênios

Produzidos pela zona fasciculada e reticulada do córtex das adrenais, os


androgênios são secretados em concentrações baixas durante a vida fetal e
apresentam efeitos fracos em humanos. Esses hormônios controlam o início
do crescimento dos pelos axilares e pubianos nos dois sexos; nas mulheres,
contribuem para a libido e são fontes de estrogênios após a menopausa (HALL,
2017; TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Os principais hormônios androgênios são a desidroepiandrosterona (DHEA)
e a androstenediona (HALL, 2017; TORTORA; DERRICKSON, 2017; SILVER-
THORN, 2017). O DHEA circula em maior concentração e, após conjugado,
forma a DHEAS (DHEA sulfatada). O controle da sua síntese é realizado pelo
ACTH (RAFF; LEVITZKY, 2012).
A síntese do DHEA no córtex das suprarrenais acontece pela clivagem da
17-hidroxipregnenolona (RAFF; LEVITZKY, 2012). Em tecidos fora das
suprarrenais, a androstenediona pode ser convertida em testosterona e estró-
genos. Nas células de Leydig, nos testículos, a androstenediona é convertida
em testosterona, que, posteriormente, é convertida em di-hidrotestosterona
(forma ativa do hormônio), que estimula a produção do esperma nas células de
Sertoli (SMITH; MARKS; LIEBERMAN, 2007). Nos ovários e na placenta,
a androstenediona é convertida em estrona por intermédio de uma enzima
aromatase e em testosterona por uma enzima desidrogenase. Nesse tecido,
a testosterona é convertida por uma aromatase em estradiol (HALL, 2017).

Hormônios secretados pela zona medular da


glândula suprarrenal
A epinefrina e norepinefrina são catecolaminas secretadas pela medula das su-
prarrenais em resposta a estressores psicológicos ou físicos, como hemorragias
graves, diminuição da glicose sanguínea, lesões, cirurgias ou em situações de
ameaça. Essas catecolaminas são essenciais para as reações de “luta ou fuga”
na resposta a estressores (RAFF; LEVITZKY, 2012).
Os efeitos fisiológicos dessas catecolaminas acontecem por intermédio
de receptores adrenérgicos. Ao se ligarem aos receptores α-adrenérgicos,
elas causam vasoconstrição, aumento da atividade cardíaca, dilatação das
pupilas, inibição do trato gastrointestinal, piloereção, contração da bexiga,
broncoconstrição, contração da musculatura do útero e aumento de substratos
(glicose e ácidos graxos) na circulação, entre outros efeitos (RAFF; LEVIT-
ZKY, 2012; HALL, 2017). Por intermédio dos receptores β-adrenérgicos,
12 A glândula suprarrenal

acontece vasodilatação, aceleração cardíaca, relaxamento intestinal e uterino,


broncodilatação, calorigênese e aumento de substratos (glicose e ácidos graxos)
na circulação (RAFF; LEVITZKY, 2012).

Mecanismos de ação dos hormônios secretados


pela glândula suprarrenal

Mecanismo de ação dos hormônios do córtex da


glândula suprarrenal

Ação dos mineralocorticoides (aldosterona)

A aldosterona é um hormônio lipossolúvel que atravessa facilmente as mem-


branas celulares das células epiteliais tubulares renais. No citoplasma dessas
células, a aldosterona se liga a receptores de mineralocorticoides (RM), for-
mando um complexo aldosterona–receptor. Esse complexo sofre modifica-
ções conformacionais e se transloca para o núcleo, onde se liga a elementos
responsivos no DNA, aumentando a transcrição de proteínas relacionadas à
homeostase do sódio e do potássio. Entretanto, estudos têm mostrado que
a aldosterona não possui apenas efeitos genômicos e, portanto, demorados.
Demonstrou-se que ela pode se ligar a receptores na membrana celular e
aumentar a formação de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) nas células
musculares lisas vasculares e nas células epiteliais dos túbulos renais, tendo
um efeito bastante rápido (HALL, 2017).

Ação dos glicocorticoides (cortisol)

Semelhante à aldosterona, o cortisol é um hormônio lipossolúvel que se di-


funde facilmente através das membranas celulares. Ao entrar nas células, esse
hormônio se liga a seus receptores (RG) no citosol, formando um complexo
glicocorticoide–receptor. Esse complexo sofre modificações conformacionais,
e os glicocorticoides se translocam para o núcleo, onde se ligam a elementos
responsivos no DNA, aumentando a transcrição de proteínas que modulam
seus efeitos fisiológicos. Os glicocorticoides podem ter efeitos não genômicos
e, portanto, mais rápidos, ao atuarem nas membranas celulares, auxiliando
no transporte de íons (HALL, 2017).
A glândula suprarrenal 13

A secreção de cortisol é, em sua maior parte, controlada pelo ACTH (adre-


nocorticotropina ou corticotropina) por meio do eixo HHA. Fatores como
estressores físicos ou mentais levam à estimulação do eixo HHA, e a ativação
desse eixo inicia com a liberação do hormônio liberador de corticotropina
(CRH) por neurônios localizados no hipotálamo. O CRH, por sua vez, estimula
a hipófise anterior a liberar o ACTH, que atua no córtex das suprarrenais
para iniciar a síntese e liberação de cortisol e andrógenos (HALL, 2017;
SILVERTHORN, 2017).
O cortisol faz a regulação do eixo por meio de retroalimentação negativa.
Esse hormônio se liga a receptores localizados no hipotálamo e na hipó-
fise, diminuindo a ativação do eixo (HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017).
Ou seja, quando as concentrações de cortisol plasmático estão aumentadas,
ele se liga a seus receptores no hipotálamo (diminuindo a liberação de CRH)
e a seus receptores na hipófise, diminuindo a liberação de ACTH e baixando
sua concentração plasmática para níveis normais (HALL, 2017).
A ação do ACTH nas células do córtex das suprarrenais acontece pela
ativação de um segundo mensageiro, a adenilil ciclase (AMPc) na membrana
celular. Ativado, o AMPc ativa a enzima proteína cinase A, que inicia a
conversão do colesterol em pregnenolona (HALL, 2017).
A regulação da secreção de cortisol pelo eixo HHA está demonstrada na
Figura 4.
É importante salientar que, ao ser liberado no plasma, apenas pequena
porção do cortisol está em sua forma livre; a maior parte precisa ser transpor-
tada e ligada a proteínas plasmáticas, como a globulina ligadora de cortisol e,
em menor quantidade, a albumina (RAFF; LEVITZKY, 2012; HALL, 2017).
Os hormônios produzidos pelo córtex das suprarrenais são metabolizados
no fígado e nos rins. No fígado, são convertidos a conjugados, como o ácido
glicurônico e os sulfatos; nos rins, o cortisol é inativado quando convertido a
tetra-hidrocortisol, conjugado e eliminado (RAFF; LEVITZKY, 2012).
14 A glândula suprarrenal

Figura 4. Regulação da síntese do cortisol pelo eixo HHA.


Fonte: Adaptada de Silverthorn (2017).

Ação dos androgênios

Os hormônios androgênios (que são hidrofóbicos) circulam pela corrente san-


guínea transportados por proteínas plasmáticas, principalmente a albumina, e
globulinas de ligação específica até os tecidos-alvo (HALL, 2017). Nos tecidos-
A glândula suprarrenal 15

-alvo, atravessam facilmente a membrana celular e ligam-se a receptores no


núcleo (semelhante ao que acontece com o cortisol), levando a mudanças na
expressão de proteínas ligadas à expressão das características sexuais. Esses
hormônios possuem grande afinidade por seus receptores, necessitando de
pequenas concentrações para modularem respostas nos tecidos-alvo (COX;
NELSON, 2014; SMITH; MARKS; LIEBERMAN, 2007).

Mecanismo de ação dos hormônios da medula da


glândula suprarrenal
A epinefrina e a norepinefrina liberadas pela medula da suprarrenal na corrente
sanguínea permanecem ativas até realizarem suas ações nos tecidos-alvo. Essas
catecolaminas agem nos tecidos-alvo através de receptores, localizados na
parte externa da membrana celular e ligados a uma proteína transmembrana.
Ao se ligarem, essas proteínas sofrem uma modificação conformacional,
inibindo ou excitando a célula-alvo, geralmente por alterar a permeabilidade
da membrana celular — ou seja, canais de sódio ou de cálcio se abrem, au-
mentando o influxo desses íons para a célula (excitando a célula). No entanto,
se os canais de potássio se abrem, a saída do potássio das células inibe as
células (HALL, 2017).
Outra maneira de esse receptor funcionar é por meio da ativação de se-
gundos mensageiros, então, quando a epinefrina se liga ao seu receptor na
porção externa da célula, ocorre a ativação a adenilil ciclase e a formação da
monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) no interior da célula, iniciando a
ação efetora (HALL, 2017).
Adicionalmente, a epinefrina e a norepinefrina podem agir sobre recep-
tores adrenérgicos ligados a diferentes proteínas G. A norepinefrina possui
maior afinidade por receptores α-adrenérgicos e, em menor grau, pelos
β-adrenérgicos; a epinefrina tem afinidade igual com ambos receptores
(HALL, 2017; RAFF; LEVITZKY, 2012). Logo, se no tecido-alvo houver
mais receptores α-adrenérgicos, vai predominar a ação da norepinefrina
(HALL, 2017). O Quadro 2, a seguir, apresenta as funções dos receptores
adrenérgicos.
16 A glândula suprarrenal

Quadro 2. Funções dos receptores adrenérgicos

Receptor adrenérgico Proteína G Segundo mensageiro

Receptores Proteína GαS Ativam a adenilato-ciclase


β-adrenérgicos
β1, β2 e β3.

Receptores α1- Principalmente Em geral ativam a PLCα


adrenérgicos a família de (ativando assim a PKC via
α1A, α1B e α1D proteínas Gαq/11 DAG e aumentando os
níveis intracelulares de
Ca2+ via IP3) ou a PLA2

Receptores α2- Principalmente Podem diminuir a atividade


adrenérgicos a família de da adenilato-ciclase (efeito
α2A, α2B e α2C proteínas Gαi e Gα0 oposto ao dos receptores
β-adrenérgicos). Ativam
canais de K+. Inibem canais
de Ca2+ e ativam a PLCβ ou
a PLA2 (efeito similar aos
receptores α1-adrenérgicos)

Fonte: Adaptado de Raff e Levitzky (2012).

O aumento crônico da liberação de catecolaminas no sangue causa a ati-


vação prolongada dos receptores, podendo resultar em modificações das
respostas dos tecidos-alvo. Por exemplo, a exposição prolongada a agonistas
β-adrenérgicos (isoproterenol), como em pacientes com asma, leva à menor
sensibilidade dos receptores. Por outro lado, o uso de agonistas α-adrenérgicos
(descongestionantes nasais) resulta na redução da ação desses hormônios
(RAFF; LEVITZKY, 2012).
As catecolaminas podem ser degradas nos tecidos-alvo pela catecol-O-
-metiltransferase (COMT) ou pela monoaminoxidase (MAO), ou ainda ex-
cretadas pela urina. A ação da COMT e da MAO sobre essas catecolaminas
no fígado forma o produto intermediário ácido vanililmandélico (VMA, do
inglês, vanillylmandelic acid) que é excretado pela urina. Como podem ser
excretados pela urina, a quantificação desses metabólitos pode ser usada para
a detecção de tumores (RAFF; LEVITZKY, 2012).
A glândula suprarrenal 17

Alterações na produção dos hormônios do córtex da


glândula suprarrenal: patologias associadas

Hipoadrenalismo (insuficiência das suprarrenais)

Hipoaldesteronismo (diminuída produção de aldosterona)

A insuficiente produção de aldosterona reduz a reabsorção renal do sódio,


permitindo que esses íons, assim como íons de cloreto e água, sejam ex-
cretados pela urina. Essa excreção desencadeia uma diminuição no líquido
extracelular, hiponatremia (diminuição do sódio plasmático) e hipercalemia
(aumento do potássio plasmático). A perda de líquido extracelular leva ao
aumento de hemácias, à diminuição na pressão arterial e ao débito cardíaco
e óbito (HALL, 2017).

Hipocortisolismo (diminuída produção de cortisol)

A insuficiente produção de cortisol prejudica a manutenção dos níveis de glicose


plasmáticos, pois não permite a síntese de glicose (gliconeogênese) e reduz
a mobilização de proteínas e lipídios dos tecidos, tornando os pacientes com
doença de Addison bastante susceptíveis a outras patologias. O tratamento
para a Doença de Addison é feito com a administração diária de pequena
quantidade de mineralocorticoides e glicocorticoides (HALL, 2017).

Hipoandrogenismo (diminuída produção de androgênios)

A baixa concentração de DHEA é associada a doenças cardiovasculares nos


homens e ao aumento da incidência de câncer nas mamas e ovários antes da
menopausa nas mulheres (RAFF; LEVITZKY, 2012).
18 A glândula suprarrenal

A hiperplasia congênita da suprarrenal (HCS) é uma patologia genética causada pela


deficiência de enzimas necessárias para a síntese de cortisol e aldosterona, especial-
mente a 21-hidroxilase e a 11β-hidroxilase. Como os níveis de cortisol são baixos, a
retroalimentação negativa também é baixa e, portanto, a produção de ACTH é alta.
O aumento de ACTH causa maior estimulação do córtex das suprarrenais, ambas
suprarrenais ficam aumentadas e algumas etapas da síntese do cortisol ficam inibidas,
resultando no acúmulo de precursores para síntese desse hormônio. Alguns desses
precursores são androgênios, que são convertidos em testosterona, resultando em
formação de características masculinas (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Hiperadrenalismo (excesso de atividade das suprarrenais)

Aldosteronismo primário (Síndrome de Conn)

O aldosteronismo primário é causado geralmente por tumor benigno na su-


prarrenal, que leva ao excesso da secreção de aldosterona. Como discutido
anteriormente, o excesso de aldosterona leva a uma absorção aumentada de
íons de sódio e de água pelos túbulos renais, levando ao aumento da pressão
sanguínea e podendo levar à hipertensão. Outro efeito importante é a hipoca-
lemia, causada pela excreção excessiva de potássio pela urina, que pode causar
fraqueza e paralisia muscular (RAFF; LEVITZKY, 2012; SILVERTHORN,
2017).
O aldosteronismo primário é diagnosticado pela diminuição da concen-
tração plasmática de renina. Essa diminuição resulta da retroalimentação
negativa feita pelo excesso de aldosterona. O tratamento é baseado na remoção
cirúrgica do tumor ou de quase toda a glândula suprarrenal, ou através de
medicamentos que antagonizem o receptor de mineralocorticoide (espirono-
lactona e eplerenona) (HALL, 2017).
No aldosteronismo secundário, a queda da pressão arterial devido à redução
do volume sanguíneo causa uma ativação contínua do sistema renina–angio-
tensina–aldosterona, levando ao aumento da excreção desse hormônio (RAFF;
LEVITZKY, 2012; SILVERTHORN, 2017).
A glândula suprarrenal 19

Hipercortisolismo primário ou Síndrome de Cushing


independente de ACTH

Costuma ser causado por neoplasia da suprarrenal, que continua secretando


cortisol. Em excesso, o cortisol faz a retroalimentação negativa, baixando os
níveis de ACTH. De modo semelhante, a administração de dexametasona
(glicocorticoide sintético) em grandes concentrações leva à supressão do
ACTH (RAFF; LEVITZKY, 2012).

Hipercortisolismo secundário ou Síndrome de Cushing dependente de


ACTH

Pode ser causada por tumores na hipófise anterior, com liberação de grande
quantidade de ACTH (Doença de Cushing), ou pela produção extra-hipofisária
do ACTH, como em carcinomas abdominais (RAFF; LEVITZKY, 2012).

A síndrome de Cushing é uma patologia causada pelo excesso de cortisol produzido


pelas glândulas suprarrenais ou pela administração, por longos períodos, de grandes
quantidades de medicamentos contendo glicocorticoides. Se quiser se aprofundar
nesse assunto, você pode ler o artigo (em inglês) disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/twVD4

Hiperandrogenismo (elevada produção de androgênios)

Geralmente causado por tumores no córtex das suprarrenais, que causam a


Síndrome Andrenogenital e têm efeitos masculinizantes no corpo. Se acontecer
em mulher, ela desenvolverá características masculinas, como o crescimento
da barba, a masculinização da voz, calvície, distribuição masculina de pelos.
No homem antes da puberdade, provoca as mesmas características observadas
nas mulheres, e no homem adulto não são observadas características anormais
devido à ação da testosterona, que modula o desenvolvimento dessas mesmas
características (HALL, 2017). Além disso, o excesso de DHEA está associado
20 A glândula suprarrenal

ao aumento do desenvolvimento de câncer de mama após a menopausa (RAFF;


LEVITZKY, 2012).

Alterações na produção dos hormônios da medula da


glândula suprarrenal: patologias associadas

Excesso de catecolaminas

Causados por tumores nas células cromafins (feocromocitomas), o excesso de


catecolaminas nos feocromocitomas causa hipertensão paroxística, acompa-
nhada de dores de cabeça, sudorese e palpitações.

COX, M. M.; NELSON, D. L. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2014.
HALL, J. E. Guyton & Hal: tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
RAFF, H.; LEVITZKY, M. G. Fisiologia médica: uma abordagem integrada. Porto Alegre:
AMGH, 2012.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
SMITH, C.; MARKS, A. D.; LIEBERMAN, M. Bioquímica médica de Marks: uma abordagem
clínica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

Leituras recomendadas
CASTRO, M.; MOREIRA, A. C. Screening and diagnosis of Cushing’s Syndrome. Arquivos
Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 51, n. 8, p. 1191−1198, 2007. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/abem/v51n8/02.pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.
DONATTI, T. L. et al. Os glicocorticoides e seus efeitos no crescimento e na mineralização
óssea. Jornal de Pediatria, v. 87, n. 1, p. 4−12, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/jped/v87n1/v87n01a02.pdf. Acesso em: 18 ago. 2019.
FARIA, C. D. C.; LONGUI, C. A. Aspectos moleculares da sensibilidade aos glicocorticoides.
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 50, n. 6, p. 983−995, 2006. Disponí-
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FONSECA, H. P. et al. Deficiência androgênica na mulher. Revista da Associação Médica


Brasileira, v. 56, n. 5, p. 579−582, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/
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MENEZES FILHO, H. C. et al. Fatores que interferem no crescimento e na altura final de
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