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Universidade Veiga de Almeida

Curso: Pedagogia

Disciplina: Educação em Direitos Humanos

Aluna: Juliana Desantis Nogueira

Polo: Barra da Tijuca


Vivemos hoje em uma sociedade que busca igualdade. Igualdade de
gêneros, igualdade de poder, igualdade de salários e na comunidade de pessoas
portadoras de deficiência não é diferente.
Não é de hoje que esse grupo minoritário busca por seu espaço no
mundo. Uma calçada com rampa para facilitar o cadeirante, um corrimão na
escada que sirva de apoio, enfim, já seria de grande ajuda.
Uma pesquisa do IBGE nos trouxe dados de que em nosso país existem
mais de 45 milhões de pessoas com alguma dificuldade para ver, ouvir, se
movimentar ou algum tipo de incapacidade mental. Muitas dessas pessoas (12,5
milhões) possuem grande ou total dificuldade com essas habilidades, e são
consideradas pessoas com deficiência.
Outro estudo publicado no site Autismo e realidade, no fala que a
prevalência de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aumentou.
Em 2004, o número divulgado pelo CDC era de que 1 pessoa em 166 tinham
TEA. Em 2012, esse número estava em 1 em 88. Na última publicação do CDC,
em 2018, esse número estava em 1 em 59. Nesta publicação de 2020, a
prevalência está em 1 em 54.
Diante tais fatos precisamos, como educadores pensar em mais
intervenções e modos de adaptações da sociedade e também no âmbito escolar
tanto na estrutura e acessibilidade que a escola irá oferecer quanto na elaboração
de plano de aula, de forma a trazer para os alunos um olhar de igualdade e
respeito em meio as diferenças.
E para isso nada melhor do que entendermos com mais detalhes a
Convenção Internacional de Proteção às Pessoas com Deficiência.
O artigo 24 da Convenção nos fala a respeito da Educação. E traz um
detalhamento de como isso deve funcionar. São eles:

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência


à educação e assegura sistema educacional inclusivo em todos os
níveis, bem como aprendizado ao longo da vida com os seguintes
objetivos:
a) Pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de
dignidade e auto-estima, além do fortalecimento do respeito pelos
direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela
diversidade humana;
b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da
criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e
intelectuais;

c) A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre.

Exemplo: Esses três objetivos (desenvolvimento do potencial humano, respeito,


desenvolvimento da personalidade e talentos e participação afetiva) podem ser
alcançados quando na escola e sala de aula o professor atuar não somente como um
educador de matérias cotidianas, mas o educador formador de pessoas humanas,
cidadão do bem. É fundamental que o professor tenha um olhar acentuado para as
necessidades da criança e que saiba harmonizar as diferenças de forma que elas não se
tornem exclusas, mas respeitosas.

Atividades em duplas, grupos sobre temas que reforcem a empatia e o respeito humano
são métodos de interação do grupo. Ajudantes que auxiliem a criança na interação com
o grupo

2.Para a realização desse direito, os Estados Partes assegurarão que:

a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob
alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino
primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência;

Exemplo: Em hipótese alguma a escola pode se recusar a receber a pessoa portadora de


deficiência por conta da deficiência. É importante que a equipe/ comunidade do sistema
educacional abrace a causa e a pessoa em questão. De forma que esta não se sinta
excluída da estrutura muito menos do contexto escolar.

b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de


qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as demais
pessoas na comunidade em que vivem;

Exemplo: Fazer com que o mesmo ensino passado para todos os demais alunos seja
igualmente passado para o aluno com deficiência. Auxiliando no que for necessário mas
sempre respeitando os limites desse.

c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam


providenciadas;

Exemplo: rampas de acesso, corrimão, auxiliares para dar apoio, sistemas de alerta para
entrada e saídas nas portas, placas com escrita alternativa.

d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema


educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;

e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que


maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão
plena.
Exemplo: Para as questões “D e E”, uma alternativa seria a contratação de mediadores
dentro de sala de aula que passem o conteúdo dado em sala pelo professor de maneira
entendível ao aluno portador de deficiência.

3.Os Estados Partes assegurarão às pessoas com deficiência a possibilidade de


adquirir as competências práticas e sociais necessárias de modo a facilitar às pessoas
com deficiência sua plena e igual participação no sistema de ensino e na vida em
comunidade. Para tanto, os Estados Partes tomarão medidas apropriadas, incluindo:

a) Facilitação do aprendizado do braille, escrita alternativa, modos, meios e formatos de


comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de orientação e mobilidade, além
de facilitação do apoio e aconselhamento de pares;

Exemplo: Contratação de professores e mediadores especializados. O ingresso do aluno


em instituições especializadas, o INES por exemplo, que é o Instituto Nacional de
Educação de Surdos.

b) Facilitação do aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade


lingüística da comunidade surda;

Exemplo: Contratação de professores/ mediadores especializados, caso o aluno tenha


essa necessidade específica.

c) Garantia de que a educação de pessoas, em particular crianças cegas,


surdocegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios de comunicação
mais adequados ao indivíduo e em ambientes que favoreçam ao máximo seu
desenvolvimento acadêmico e social.

Exemplo: atuação de mediador/ professor de libras dentro de sala.

4.A fim de contribuir para o exercício desse direito, os Estados Partes tomarão
medidas apropriadas para empregar professores, inclusive professores com deficiência,
habilitados para o ensino da língua de sinais e/ou do braille, e para capacitar
profissionais e equipes atuantes em todos os níveis de ensino. Essa capacitação
incorporará a conscientização da deficiência e a utilização de modos, meios e formatos
apropriados de comunicação aumentativa e alternativa, e técnicas e materiais
pedagógicos, como apoios para pessoas com deficiência.

Exemplo: Contratação de profissionais especializados nas áreas as quais


necessitam de mediação, como por exemplo libras, braille, mediadores, psicólogos,
psicopedagogos e etc. Inclusive profissionais da área com deficiência.

5.Os Estados Partes assegurarão que as pessoas com deficiência possam ter acesso
ao ensino superior em geral, treinamento profissional de acordo com sua vocação,
educação para adultos e formação continuada, sem discriminação e em igualdade de
condições. Para tanto, os Estados Partes assegurarão a provisão de adaptações razoáveis
para pessoas com deficiência.
Exemplo: Acessibilidade nas faculdades e pós graduação. Profissionais que
atuem de maneira mediadora. Tratamento igual para os portadores de deficiência e as
demais pessoas, adaptação em provas para escrita alternativa e etc.

Visando a igualdade e respeito humano, assim como a empatia e conhecimento


das diferenças existentes é importante que o educador forneça aos alunos atividades
sobre o assunto em questão, que é a educação aos portadores de deficiência.

Atividades:

1) Roda de alunos:

Desenvolvimento da atividade: Os alunos sentam em circulo e o educador vai trazendo


temas como: respeito, diversidade, empatia. E os alunos interagem dando suas respostas
sobre o acham, como eles veem o tema, exemplos cotidianos.

Resultado esperado: A intenção é fazer com que o professor interaja com os alunos e
esses saibam exatamente o conceito correto do tema.

2) Leitura de roda:

Materiais utilizados: Livro que aborde o tema.

 “Aventuras na Montanha Mágica”: o livro aborda as competências e


habilidades socioemocionais. Os personagens são animais e cada um tem
características bem distintas do outro. Na história, eles vivem muitas aventuras e
aprendem que o respeito às diferenças é fundamental para a união do grupo.

Desenvolvimento da atividade: O tema agora é abordado e exemplificado através da


leitura lúdica.

Resultado esperado: A intenção é que o tema se concretize aos alunos que modo que
gere uma imagem na mente capaz de definir bem as diferenças. No exemplo do livro, os
animais.

3) Expressões faciais

Materiais utilizados: figuras de emojis que expressem emoções/ sentimentos e placas


com os nomes dos sentimentos e emoções.
Desenvolvimento da atividade: A intenção é fazer com que o aluno identifique e
expresse com gestos o sentimento. A partir disso, pode-se trabalhar na identificação de
um sentimento, enumerar de quais outros sentimentos pode ser acompanhado e contar
momentos em que as crianças se sentiram dessa maneira.

Resultado esperado: É importante que a inteligência emocional seja trabalhada, é a partir


dessa que desenvolvemos a empatia, a cidadania, respeito. Ao estimulá-la, os alunos
serão capazes reconhecer as diferenças e respeitá-las, aprender a compreender a
necessidade e o interesse do outro e procurar atendê-la quando possível.
Referências:

CLUBE DO AUGE. Inclusão para crianças: porque ensinar sobre respeito e


empatia?. Disponível em: https://clubeauge.com.br/blog/inclusao-para-criancas/.
Acesso em: 07 dez. 2020.

PLANALTO. Convenção Internacional de Proteção às Pessoas com Deficiência.


Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso
em: 07 dez. 2020.

IBGE. Pessoas com deficiência. Disponível em:


https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/nosso-povo/19622-pessoas-com-
deficiencia.html. Acesso em 07 dez. 2020.

AUTISMO E REALIDADE. Novo documento afirma que 1 em cada 54 pessoas

possui TEA. Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/2020/05/29/novo-

documento-afirma-que-1-em-cada-54-pessoas-possui-tea/. Acesso em: 07 dez. 2020.

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