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Resumo de ortodontia

Ortodontia
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
19 pag.

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ORTODONTIA
Capítulo 2: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRÂNIO-FACIAL
Conceitos:

Crescimento: é o aspecto quantitativo. Processo físico-químico que ocorre desde o nascimento até a maturidade.
Pode ser o resultado direto da divisão celular ou o produto indireto da atividade biológica, isto é, ossos e dentes.
Ocorre perfeita harmonia no aumento de dimensões.

Desenvolvimento: conjunto de acontecimentos biológicos desde a fecundação até a fase adulta. Implica no
alcance de estágios mais complexos e avançados em direção à maturação.

Maturação: é a estabilização do estágio adulto, atingida através do crescimento e desenvolvimento.

Métodos de obtenção de dados sobre crescimento:

 Método longitudinal: realizado através de medições feitas num mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos,
com intervalos de tempo regulares. Comparações seriadas (estudo do padrão de crescimento). Longa
duração, custo quase sempre elevado, desgaste da amostra (desistência, morte etc.).
 Método transversal: aquele através do qual um determinado indivíduo ou amostra pode ser estudado em
diferentes períodos, cujos resultados são comparados com os que foram obtidos de outro indivíduo ou de
outra amostra. Vantagens: rapidez, custo e tamanho da amostra. Desvantagem: variação individual fica
mascarada.
 Método misto (longitudinal + transversal)

Variáveis que atuam sobre o crescimento: hereditariedade, nutrição, doenças, etnia, fatores socioeconômicos,
clima.

Osteogênese: o osso se forma a partir do tecido conjuntivo – cartilagionoso e membranoso – resultando dois
tipos de ossificação: endocondral e intramembranosa

 Ossificação endocondral: as células mesenquimais diferenciam-se em condrócitos. Estes se hipertrofiam e


a matriz começa a se calcificar. Ocorre proliferação de vasos sanguíneos e formação de osteoblastos, que
produzem osso medular. Então, o pericôndrio se transforma em periósteo. Ocorre nas epífises dos ossos
longos e nos côndilos da mandíbula. Crescimento intersticial.
 Ossificação intramembranosa: as células mesenquimais indiferenciadas se transformam em osteoblastos,
que secretam a matriz osteóide. Quando os osteoblastos continuam a formar a matriz, eles se entrelaçam
em sua própria matriz e se transformam em osteócitos. O crescimento ósseo é aditivo ou aposicional, ou
seja, as células do tecido conjuntivo próximas ao osso já formado, diferenciam-se em osteoblastos,
depositando osso novo sobre o osso anteriormente formado. Aposições e reabsorções podem ser
observadas continuamente. Os ossos crescem um em direção ao outro e no crânio, a região osteogênica
entre eles (suturas), é composta de tecido conjuntivo. O osso cresce na direção da mínima resistência e o
tecido mole que o recobre, domina seu crescimento.

Crescimento do crânio: o crescimento da caixa craniana está limitado pelo crescimento do cérebro. O
crescimento da base do crânio parece estar sob menor influência do crescimento do cérebro do que o da
abóbada. *Gradiente cefalocaudal de crescimento: há um crescimento maior dos membros inferiores do que dos
superiores durante a vida pós-natal. A mandíbula, que está mais distante do cérebro, tende a crescer mais e mais
tardiamente do que a maxila, que está mais próxima do cérebro.

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Abóbada craniana: crescimento sutural. O tecido membranoso, após o nascimento, se localiza nas
fontanelas: média anterior, média posterior, lateral anterior e lateral posterior. O cérebro, ao aumentar de
volume, favorece a separação dos ossos, o que estimula o crescimento da abóbada. BRODIE (1941): a abóbada
cresce harmoniosamente, conservando sua forma ao aumentar de tamanho.

Base do crânio: o crescimento depende das transformações da cartilagem contida nas sincondroses. É a
zona do esqueleto ósseo que menos sofre mudanças durante o crescimento, e por isso, é utilizada como
referência. No feto, é uma lâmina contínua de cartilagem, na qual aparecem centros de ossificação nas
sincondroses esfenoetmoidal, interesfenoidal, esfeno-occipital e intra occipital.

Crescimento da maxila: apresenta crescimento sutural e processo de remodelação, que juntos provocam o seu
deslocamento para frente e para baixo. Maior aumento → região posterior (aposições na face posterior da
tuberosidade) e superior. O crescimento da mandíbula está relacionado ao crescimento dos ossos aos quais está
ligada, principalmente o frontal, o zigomático e o temporal. O crescimento na região alveolar está na dependência
do desenvolvimento da oclusão. WINMANN SICHER (1955) - as suturas (fronto-maxilar, zigomático-maxilar,
zigomático-temporal e pterigo-palatina) são responsáveis pelo movimento para baixo e para frente pois todas são
oblíquas e mais ou menos paralelas entre si. Entretanto, também há evidência que a atividade sutural é
secundária, e que o crescimento endocondral da base do crânio e do septo nasal, pode estimular o crescimento
para frente e para baixo do complexo maxilar. Esse crescimento (para baixo e para frente) é uma das adaptações
para acomodar maior número de dentes na extremidade posterior (alongamento do arco). Por processos
alternados de aposição e reabsorção, os assoalhos nasal e orbitário e abóbada palatina, movem-se para baixo
paralelamente. O crescimento na sutura palatina mediana é responsável pelo crescimento em largura.

Crescimento da mandíbula: ao nascimento, os dois ramos da mandíbula são muito curtos. O desenvolvimento
condilar é mínimo e quase não existe eminência na cavidade glenóide. Entre os 4 meses e o final do primeiro ano,
a cartilagem da sínfise é substituída por osso. Segundo WINMANN e SICHER (1955), o côndilo é o maior centro de
crescimento da mandíbula e é dotado de um potencial genético intrínseco; o côndilo aumenta por proliferação
intersticial da cartilagem e crescimento aposicional (há uma densa e fina camada de tecido conjuntivo que
recobre a cartilagem hialina do côndilo).

O crescimento do côndilo associado com a aposição óssea no rebordo posterior do ramo, contribui para o
aumento no comprimento da mandíbula, e quando associado ao crescimento alveolar (desenvolvimento da
dentição), contribui para o aumento em altura do corpo da mandíbula. Quanto à largura, há um crescimento no
rebordo posterior que pode ser explicado pela divergência posterior. Os ramos também divergem de baixo para
cima, de tal modo que o crescimento aposicional do processo coronóide e côndilo também aumenta a dimensão
superior entre os ramos.

SHUDY (1965): a variação entre o crescimento nos côndilos e na área alveolar molar, é a responsável pelo
mecanismo de rotação da mandíbula em relação à face. Essa rotação pode ser no sentido horário, quando o
crescimento na área alveolar é maior que nos côndilos e anti-horário, em caso contrário.

 Rotação horária extrema → crescimento vertical da face


 Rotação anti-horária extrema → diminuição da dimensão vertical (sobremordida profunda)

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Interpretação do crescimento facial de acordo com o conceito da “Matriz Funcional”: relação existente
entre o tamanho e a forma de todo esqueleto craniofacial com a função; cada osso crescendo intimamente na
dependência de outras estruturas; MOSS (1971): a mandíbula é composta por várias unidades de crescimento,
cada uma respondendo à sua própria matriz; estudos clássicos: a remoção dos côndilos não interrompeu o
crescimento da mandíbula como um todo.

Tendência de crescimento facial: Durante o período de crescimento facial, observa-se uma estreita relação
entre a base anterior do crânio, ossos maxilares, dentes e o tecido tegumentar envolvente, e tal crescimento
geralmente processa-se para baixo e para frente de maneira e intensidade diferentes, de acordo com o padrão
herdado. Para a avaliação da tendência de crescimento facial, Tweed levou em consideração a parte média e
inferior da face, tomando como referência o ANB em um determinado espaço de tempo (12 a 18 meses de
diferença entre as telerradiografias laterais), obtendo uma superposição dos traçados na linha S-N com registro
em “S”, no qual se pode visualizar o sentido e a intensidade do crescimento. Nas Classes III, além do ângulo ANB,
considerou ainda o ângulo FMA, que indica a altura angular da face.

 Classificação:

Tipo A: a maxila e a mandíbula se deslocam para baixo e para frente harmoniosamente na mesma velocidade
(quantidade igual). Ângulo ANB constante e menor que 4,5⁰. Aproximadamente 25% dos pacientes que procuram
tratamento ortodôntico apresentam este tipo de crescimento. Os indivíduos normalmente apresentam relação
molar de Classe I; podem ter maloclusão Classe I ou protrusão maxilo-mandibular. Pacientes com essas
características devem ser submetidos a um programa de extração seriada. Inicialmente não há necessidade de
procedimentos ortodônticos, os quais estão indicados somente após o irrompimento dos caninos permanentes.

Tipo A subdivisão: relação molar Classe II e ANB maior que 4,5⁰. Podem ter maloclusão Classe II ou
protrusão bimaxilar. Pacientes com discrepância negativa podem se submeter a um programa de extração
seriada, com intervenção ortodôntica imediata. Deve-se utilizar um aparelho extrabucal tipo Kloehn para
correção da chave de molar.

Tipo B: a maxila e a mandíbula se deslocam para baixo e para frente com resultante para posterior, porém é
predominantemente vertical. A velocidade é maior na maxila do que na mandíbula. ANB varia de 4⁰ a 12⁰. Cerca
de 15% dos indivíduos possuem esse tipo de tendência de crescimento.

Tipo B propriamente dito: os indivíduos apresentam relação molar de Classe II e ANB variando de 6⁰ a
12⁰; com maloclusão Classe II 1ª divisão, Classe II 2ª divisão ou uma protrusão maxilo-mandibular e ainda uma
displasia mandibular. Esta constitui o caso mais desfavorável, com pequena possibilidade de correção
ortodôntica.

Tipo B subdivisão: os indivíduos apresentam relação molar Classe I e ANB variando de 4⁰ a 6⁰. Casos
favoráveis de ótimo prognóstico.

Tipo C: a maxila e a mandíbula se deslocam para baixo e para frente com resultante anterior, porém é
predominantemente horizontal. A mandíbula cresce em velocidade maior que a maxila e o ângulo ANB pode
variar de 6⁰ a -10⁰; 60% dos indivíduos apresentam esse tipo de tendência de crescimento.

Tipo C propriamente dito: os indivíduos apresentam relação molar Classe III e ANB variando de -1⁰ a -10⁰
e o FMA é sempre menor que 20⁰.

 Categoria A: ângulo goníaco reto; os indivíduos podem apresentar mordida cruzada (anterior,
posterior, uni ou bilaterais). Os planos oclusal e mandibular são aproximadamente paralelos entre
si. Também chamada falsa ou pseudo Classe III.
 Categoria B: faces longas e mandíbula avançando anteriormente e queixo proeminente; ângulo
FMA varia de 20⁰ a mais de 50⁰; mordida aberta; ângulo goníaco demasiadamente obtuso.

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Tipo C subdivisão: relação molar Classe I ou Classe II 1ª divisão e ANB variando de 2⁰ a 6⁰. Prognóstico
favorável desde que tratados cedo.

Capítulo 3: DESENVOLVIMENTO DA OCLUSÃO DENTÁRIA


Os 12 primeiros anos do indivíduo são divididos nos seguintes períodos: período pré-dental, período da dentição
decídua, período da dentição mista e período da dentição permanente.

Período pré-dental: também chamado período dos roletes gengivais; o arco superior apresenta forma
arredondada com a abóboda pouco profunda, e o inferior tem a forma de U com porção anterior pontiaguda e
inclinada vestibularmente. A região anterior dos roletes é mais saliente e proeminente, enquanto na região
posterior os processos se achatam. Os roletes contactam na região posterior e apresentam um espaço da região
anterior chamado de “espaço mesial anterior”. Na posição de repouso, os roletes estão separados e a língua
sobressai entre os lábios na chamada postura neonatal da língua. Lateralmente, há uma posição distal do rolete
inferior. Além disso, apresentam saliências e pregas que atuam como vedantes durante a lactação. A lactação
natural estimula fortemente o crescimento mandibular. Ocorre um surto de crescimento nesse período e a
mandíbula vai se deslocando mais à frente até atingir uma nova posição, mais mesial.

Período da dentição decídua:

 Sequência favorável de erupção:


1. Incisivos centrais inferiores
2. Incisivos centrais superiores
3. Incisivos laterais superiores
4. Incisivos laterais inferiores
5. 1⁰s molares inferiores e superiores
6. Caninos
7. 2⁰ molar inferior
8. 2⁰ molar superior

DENTE IC inf. IC sup. IL sup. IL inf. 1M C 2M


CRONOLOGI 6 a 12 6 a 12 6 a 12 6 a 12 ±14 ±18 ±24
A DE
ERUPÇÃO
(em meses)

 Estágios de desenvolvimento dentário segundo Nolla

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 Características da dentição decídua:

Inclinação axial dos dentes decíduos: paralelismo entre as raízes (ausência de inclinação axial)

Relação distal dos segundos molares decíduos: as faces distais dos segundos molares decíduos e suas raízes
funcionam como guias de erupção para os primeiros molares permanentes. Três tipos fundamentais: plano
vertical (76%), degrau distal (10%) e degrau mesial (14%).

“Leeway Space” ou Espaço Livre de Nance: diferença entre a somatória das distâncias mesiodistais do canino, 1⁰
e 2⁰ molares decíduos com a somatória das distâncias mesiodistais do canino, 1⁰ e 2⁰ pré-molares. Na arcada
inferior é igual a 1,7 mm e na superior é igual a 0,9 mm para cada lado. Na parte anterior, esta diferença é
negativa. Na posterior, é positiva.

Espaços primatas: na arcada inferior estão localizados entre caninos e 1⁰s molares decíduos e na superior entre
caninos e incisivos laterais.

Tipos de arcos na dentição decídua:

 Tipo I: apresentam além dos espaços primatas, espaços generalizados entre os incisivos superiores e
inferiores
 Tipo II: apresentam somente espaços primatas, sem espaços generalizados entre os incisivos, nos quais
pode ocorrer até a ausência dos espaços primatas

Considera-se que é mais provável que os dentes irrompam regularmente, sem problemas de posicionamento, nos
arcos Tipo I.

 Biogênese da dentição decídua


o 1ª fase: erupção dos IC e IL → sobremordida profunda
o 2ª fase: erupção dos 1M → aumento da dimensão vertical e primeira definição da ATM
o 3ª fase: erupção dos caninos → estabelecimento da “guia canina” que é importante no
estabelecimento e manutenção dos espaços primatas
o 4ª fase: erupção dos 2M → relações distais que terão influência na futura erupção dos 1M
permanentes
 Modificações que ocorrem nas arcadas durante o desenvolvimento da oclusão

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Distância intercanina: aumenta ligeiramente na arcada inferior, na qual a erupção dos incisivos permanentes
provoca um movimento distal dos caninos decíduos para os espaços primatas. Na arcada superior ocorre maior
aumento.

Distância interpré-molares: não há grandes aumentos.

Distância intermolares

Comprimento da arcada: medido do ponto interincisivo até uma linha tangente às faces distais dos 2M decíduos.

Perímetro da arcada: medido a partir da face distal do 2M decíduo através de todo o contorno da arcada,
passando pelos pontos de contato entre os dentes e bordas incisais e terminando no lado oposto, na face distal
dos 2M decíduos. MOORREES (1976): redução no perímetro da arcada mandibular durante a dentição mista de
aproximadamente 5 mm devida à mesialização dos molares permanentes, à resultante póstero-anterior das
forças de oclusão durante a vida ou à inclinação lingual dos incisivos em função do tipo de crescimento da
mandíbula. Na arcada superior, o perímetro aumenta principalmente em função da inclinação vestibular dos
incisivos permanentes.

Overjet (sobressaliência): trespasse dos incisivos superiores em relação aos inferiores no plano horizontal. É
medido em mm a partir da face vestibular dos incisivos inferiores até a borda incisal dos superiores.

Overbite (sobremordida): trespasse dos incisivos superiores em relação aos inferiores no plano vertical.
Considera-se sobremordida profunda quando o trespasse é exagerado e os incisivos superiores cobrem as faces
vestibulares dos inferiores mais do que o terço incisal.

 Biogênese da dentição de transição: erupção dos primeiros molares permanentes


o Início da formação da curva de Spee e da curva de Wilson, novo aumento na dimensão vertical
o Relação terminal dos 2M decíduos:
 Degrau mesial: os 1M permanentes irrompem naturalmente em chave de oclusão
correta, segundo a descrição de Angle
 Plano vertical (terminal reto): ocorre uma relação topo a topo (cúspide a cúspide) dos 1M
permanentes, que subsequentemente poderá evoluir para uma Classe I (Segundo Baume
(1950): devido ao deslocamento anterior da mandíbula, se ajustando na cavidade
glenóide, migração mesial dos dentes inferiores após a erupção dos 1M permanentes,
migração mesial dos molares permanentes após a esfoliação dos 2M decíduos) ou Classe
II
 Degrau distal: conduz ao estabelecimento de uma Classe II. Segundo Baume,
é considerado indicativo de má oclusão na dentadura decídua, pois este não apresenta
correção fisiológica espontânea

Período da dentição mista

Início: após a irrupção dos incisivos centrais inferiores.

Os incisivos permanentes se acomodam na arcada durante a erupção através de 3 ajustes compensatórios:


pequeno aumento na largura da arcada, pode haver algum espaço interdental, os caninos decíduos são movidos

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distalmente. Mesmo assim, eles podem se apresentar ligeiramente apinhados. Segundo Baume (1950), o
fechamento dos espaços primatas e interdentais podem ocorrer durante a erupção dos 1M permanentes. Já
Clinch (1951) aceita o fechamento do espaço primata a partir da erupção do incisivo lateral, não ocorrendo
diminuição do perímetro da arcada.

 Erupção do primeiro molar permanente: o 1M inferior irrompe e quase que concomitantemente, sua
erupção é seguida pela erupção dos IC inferiores. Os 1M superiores devem irromper depois da erupção
dos 1M inferiores. A inversão nesta ordem quase sempre provoca cruzamento nos molares permanentes.
 Erupção dos caninos e pré-molares: a melhor sequência de erupção na arcada inferior é: canino, 1PM e
2PM. Já na arcada superior é: 1PM, 2PM, C ou 1PM, C, 2PM.
 Erupção dos segundos molares permanentes: o 2M inferior irrompe depois de todos os dentes
permanentes anteriores a ele, antes do 2M permanente superior. Quando esta sequência é invertida,
pode-se prever o agravamento de uma relação Classe II entre os molares.
 Terceiros molares: apresentam grande variação no seu processo de calcificação e erupção; forte
tendência à agenesias; possibilidade de provocarem apinhamento dos incisivos mandibulares? Deve-se
considerar os aspectos que ocorrem quase ao mesmo tempo em que os 3M irrompem: encurtamento do
perímetro, apinhamento suave já existente entre os incisivos que se agrava e surto de crescimento tardio
na mandíbula.

DENTE 1M sup. IC sup. IL sup. C inf. 1PM 1PM 2PM 2PM C sup.
e inf. e inf. e inf. sup. inf. sup. inf.
CRONOLOGI 6a7 6a7 7a8 9 a 10 10 a 11 10,5 a 10,5 a 11 a 12 11,5 a
A DE 11,5 11,5 12,5
ERUPÇÃO
(em anos)

Oclusão dentária

O desenvolvimento do conceito de oclusão dentária pode ser dividido historicamente em:

 Período de ficção/empirismo (até o final do século XIX): foram descritas as relações anatômicas e
fisiológicas dos dentes. Autores como FULLER (1810), CLARK (1836), IMRIE (1841), se referiam aos
antagonismos e deslizamentos dos dentes, não apresentando ainda uma definição do que poderia ser
“normal”.
 Período de hipóteses (1900-1930): ANGLE (1907) postulou a hipótese da “Chave de Oclusão”, definiu e
descreveu a “linha de oclusão”. BENNET (1908), LINSCHER (1921), SIMON (1921) e TURNER (1913)
defenderam a hipótese da ação muscular na face e na oclusão dentária. HELLMAN (1921) relacionou e
evidenciou as variações raciais, na oclusão dentária, estudou o crescimento e desenvolvimento da face
através de observações antropométricas. Em 1930, a oclusão adquiriu o significado de “contato cuspídeo
dos dentes” e a oclusão normal passou a ser entendida como a correta intercuspidação dos dentes
inferiores e superiores.
 Período dos fatos (1930 em diante): PLANER (1930) e BROADBENT (1931) introduziram os termos de
fisiologia e função às definições já existentes. PLANER (1930) → a posição de descanso fisiológico e a ação
da musculatura e da ATM passaram a ter grande importância no mecanismo mastigatório. BROADBENT
(1931) → a tríade dentes – músculo e ATM passou a ser considerada fundamental. Ideia dinâmica da
oclusão dentária. Segundo WHELLER (1958), o estudo da oclusão deve incluir os seguintes aspectos:
correto alinhamento dos dentes e contatos interdentários, curvas de compensação (Spee e Wilson),
inclinações das faces vestibulares dos dentes, forma funcional dos dentes em seus terços incisal e oclusal,
contatos oclusais em posição cêntrica e durante a função mastigatória (dinâmica mandibular).

Capítulo 4: MALOCLUSÕES

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A malocusão é o desvio morfofuncional, de natureza biofísica, do aparelho mastigatório. Pode-se ter desvios da
normalidade exclusivamente dentários, numa face harmoniosa; desvios somente na parte esquelética da face,
comprometendo as relações dentárias; combinação entre os desvios dentários em conjunto com desequilíbrio
esquelético → importância de não restringir à uma análise puramente dentária

Classificação de Angle

 Fácil
 Maneira simples de agrupar maloclusões semelhantes
 Abrange genericamente quase todos os tipos de maloclusões
 Permite rápidas comunicações entre ortodontistas, odontopediatras e clínicos gerais
 Hipótese preconizada por Angle: os 1M permanentes superiores são considerados “dentes chaves” e
pontos de referência no estudo das relações anteroposteriores das arcadas dentárias
o Classe I (neutroclusão): a cúspide mésio-vestibular do 1M permanente superior oclui no sulco
mésio-vestibular do 1M permanente inferior. Harmonia entre as arcadas. Caracteriza-se por
apresentar apinhamentos na região anterior.
o Classe II (distoclusão): posição distal dos 1M inferiores em relação aos superiores
 1ª divisão: os incisivos superiores encontram-se a frente dos inferiores, criando um
“overjet”; observa-se quase sempre bom alinhamento dos dentes; curva de Spee
bastante acentuada; podendo ou não haver sobremordida profunda; frequentemente a
arcada superior apresenta forma em “V”; quase sempre está associada à hábitos bucais
(respiração bucal ou sucção de dedos)
 2ª divisão: somente os incisivos laterais se encontram à frente dos inferiores, estando os
incisivos centrais superiores verticalizados em relação aos inferiores; frequentemente
apresenta sobremordida profunda e apinhamento nos dentes superiores
 Subdivisão: relação distal de molares inferiores somente de um lado. Pode ser direita ou
esquerda
o Classe III (mesioclusão): 1M inferior relaciona-se mesialmente com o superior; pode ser
observado apinhamento inferior e/ou superior; também possui subdivisão
 Limitações: 1M considerado um dente fixo; classificação apenas anteroposterior; só pode ser aplicada a
partir da erupção dos molares;

Terminologia das más posições individuais dos dentes

 Labioversão
 Vestibuloversão
 Linguoversão
 Palatoversão
 Mesioversão
 Distoversão
 Giroversão
 Infra-oclusão
 Supra-oclusão
 Transposição
 Distogressão (mov. completo do dente)

Capítulo 5: ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES


Fator etiológico: toda causa isolada que pode contribuir para o estabelecimento da maloclusão.

 Um fator pode atuar isoladamente ou em associação com outros: anomalias diferentes

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 Diversos fatores: uma anomalia
 Único fator: uma síndrome (conjunto de anomalias)
 Um mesmo tipo de fator: anomalias diferentes em diferentes indivíduos
 Um fator pode afetar um indivíduo e não afetar outro
 Fatores mediatos (primários) → fatores imediatos (secundários) = anomalia

Classificação

 Classificação de KORKHAUS (1939)


o Fatores etiológicos:
 Origem endógena: origem sistêmica ou orgânica geral.
Hereditariedade (obter referências familiares, não somente de pais e irmãos),
endocrinopatias, raquitismo, influências nutricionais (nutrição inadequada ou
desequilibrada).
 Origem exógena: agem diretamente sobre as estruturas buco-dentárias, provenientes da
ação de fatores externos ou estranhos.
Influências sofridas pelo embrião/feto na vida intrauterina, pseudofunção ou
função insuficiente do órgão mastigatório, transtornos respiratórios, hábitos
nocivos, perdas precoces de dentes decíduos, traumas, tumores, radiações etc.
 Fatores locais e gerais: respectivamente próximos ou ligados diretamente as estruturas buco-dentárias,
ou relacionados a condições sistêmicas do organismo e que indiretamente possam afetar as estruturas
buco-dentárias.
 Fatores pré-natais e pós-natais - SALZSMANN (1966)
 Classificação adotada por BEGG (1965)
o Papel da hereditariedade: contribuição de vários genes na maloclusão, além de interação de
fatores genéticos e ambientais.
o Persistência do overbite: falta de uso dos incisivos (homem primitivo: intenso atrito → desgaste
→ relação incisal topo-a-topo).
o Falta de intenso uso do aparelho mastigatório no homem moderno: falta de desgaste natural das
cúspides → travamentos oclusais (desvios mandibulares e mal posicionamento dentário).
o Falta de coordenação entre crescimento dos maxilares e a erupção dentária: desarmonia entre
tamanhos dos dentes e maxilares.
o Mudanças de hábitos alimentares no homem moderno (relacionam-se com cárie e falta de
desgaste natural dos dentes): perda prematura dos 1M permanentes, perda precoce e falta de
desgaste oclusal dos dentes decíduos, retenção prolongada de dentes decíduos, perda de
substância dentária e/ou restaurações incorretas.
o Anquilose dentária, ausência congênita de dentes (agenesias), presença de supranumerários,
anquilose na ATM (por desuso), anormalidade de freios labiais, dimensões anormais da língua,
hábitos bucais, hipotonicidade muscular (incompetência labial), anomalias de forma dentária,
tumores e outras lesões patológicas, fissuras labiais e/ou labiopalatinas.
 Classificação adotada por GRABER (1961, 1966) ***
o Fatores extrínsecos (gerais):
 Hereditariedade
 Defeitos congênitos (fissura palatina, torcicolo, disostose cleidocraniana, paralisia
cerebral, sífilis etc.)
 Ambiente
Pré-natal: traumas, dieta materna, metabolismo materno, rubéola
Pós-natal: traumas do nascimento, paralisia cerebral, injúrias na ATM
 Condições metabólicas predisponentes e moléstias: desequilíbrio endócrino, distúrbios
metabólicos, doenças infecciosas (poliomielite)
 Deficiência nutritiva
 Hábitos anormais de pressão e distúrbios funcionais

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Sucção anormal (amamentação), postura mandibular avançada, amamentação
artificial, pressões bucais excessivas, sucção digital, interposição e sucção da
língua, morder lábios e unhas, deglutição atípica, fonação atípica, distúrbios
respiratórios (respiração bucal), amígdalas e adenoides (postura compensatória
da língua), bruxismo
o Fatores intrínsecos (locais)
 Anomalias de número (supranumerários, agenesias)
 Perdas precoce de dentes decíduos
 Anomalias de tamanho e de forma
 Freio labial anormal e barreiras mucosas
 Retenções prolongadas de decíduos
 Sequência anormal de erupção dentária
 Atraso de erupção de dentes permanentes
 Anquilose
 Cárie dentária
 Restaurações dentárias inadequadas (fator iatrogênico)
 A etiologia de maloclusões vista por MOYERS (1979)

Equação ortodôntica de DOCKRELL (1952): “CAUSAS agem no TEMPO sobre TECIDOS produzindo EFEITOS”.
Moyers procurou desenvolver e ampliar essa equação, enumerando sete causas possíveis e como elas agem no
tempo, os tecidos ou estruturas atingidas, além dos tipos de efeitos prováveis.

Agentes físicos: perda prematura de dentes decíduos e natureza dos alimentos.

Questão da predisposição ou resistência individuais: indivíduos que mesmo expostos à condições que
supostamente levariam ao surgimento de uma maloclusão não chegam a apresentar qualquer anomalia
significante. Por outro lado, a recíproca também pode ser verdade.

Etiologia das maloclusões mais comuns

Apinhamento dentário: discrepância ósseo-dentária negativa (p. ex. dentes normais associados a arcadas
subdesenvolvidas); perda de espaço nas arcadas (devido a sequência desfavorável de erupção, perdas precoces
de dentes decíduos, cáries nas proximais, dentes supranumerários, restaurações incorretas).

Sobremordida (overbite): perdas precoces de decíduos ocasionando perda da dimensão vertical; sobre-erupção
dos incisivos em busca de contato em arcadas com relação anteroposterior inadequada; mordida cruzada
anterior.

Sobressalência (overjet): falta de desenvolvimento mandibular; hábito de sucção de dedos; deglutição atípica.

Mordida aberta anterior: padrão esquelético anômalo; anomalias de desenvolvimento do processo fronto-nasal;
hábitos de sucção de dedos ou objetos; deglutição atípica; macroglossia; traumatismos na região da pré-maxila.

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Mordida aberta posterior: colapsos de desenvolvimento alveolar na área dos pré-molares; hábitos de
interposição de língua e objetos; macroglossia.

Cruzamentos: Anteriores → Classe III de Angle; falta de desgaste fisiológico dos caninos decíduos (criança desvia
a mandíbula para evitar contatos desconfortáveis) – falsa Classe III; posições ectópicas dos germes dos
permanentes, levando a erupções ectópicas; hábitos de interposição de lábio superior e uso incorreto de
chupetas (interposição da “arruela”); retenção prolongada dos decíduos, provocando desvios de erupção dos
permanentes; traumatismos na área anterior da maxila. Posteriores → atresia maxilar; respiração bucal
(desequilíbrio funcional); erupção ectópica; retenção prolongada de decíduos; interferência de cúspides;
bloqueios por perda de espaço, Classe III (excessivo crescimento mandibular).

Capítulos 6: INTRODUÇÃO AO DIAGNÓSTICO ORTODÔNTICO


1) Exame clínico:
 Exame facial:
o Postura dos lábios: verificar se entram em contato sem esforço muscular e se o seu volume é
equilibrado um em relação ao outro.
o Respiração nasal ou bucal: pedir para o paciente respirar pelo nariz e verificar vedação suave dos
lábios e ligeira dilatação das narinas (resp. nasal) e vedação com esforço muscular e dilatação das
narinas (resp. bucal). Pode-se utilizar um espelho e observar o embaçamento ou colocar algodão
no nariz e observar seu movimento.
o Posição da língua: através da telerradiografia (mandíbula em relação de repouso) ou afastamento
suave dos lábios; pronúncia de palavras e deglutição. Na deglutição normal, há ligeiro contato dos
dentes, nenhum movimento labial que estão levemente em contato, nenhuma contração dos
músculos faciais, ligeira contração do m. temporal. Além disso, o paciente consegue deglutir com
os lábios afastados. Na deglutição atípica, os pacientes não conseguem deglutir com os lábios
afastados, pois necessitam da contração dos lábios e do m. mentoniano para efetuá-la.
o Identificar fala defeituosa, decorrente ou não da maloclusão existente.
 Exame dos dentes, da oclusão, da gengiva e bochechas
o Grau de más posições individuais dos dentes, manchas ou hipoplasias, cáries e restaurações
insatisfatórias
o Grau de sobremordida e de sobressalência (oclusão em relação cêntrica)
o Lesões gengivais podem ser reflexo de oclusão traumática, higiene defeituosa e problema de
erupção
o Exame das partes moles desde bochechas até a região das amígdalas: amígdalas inflamadas
modificam a postura da língua, a respiração do paciente e a deglutição.

2) Exames complementares
 Modelos de estudo: devem mostrar o alinhamento dos dentes, processos alveolares bem nítidos e vista
oclusal perfeita, para analisar a forma do arco, assimetrias, alinhamento dos dentes, forma do palato, mal
posições individuais dos dentes e relação oclusal entre as arcadas. Além disso, é sobre um modelo de
estudo que se executa a análise da dentição mista.
 Radiografias periapicais: somente para os casos nos quais necessitamos de detalhes quanto a ausência
congênita, impacções de dentes, supranumerários, estágios de desenvolvimento dos dentes, cáries e
problemas periapicais. Preferencialmente é feita uma panorâmica e quando necessário, solicita-se
radiografias periapicais de áreas mais importantes.

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 Radiografias oclusais: podem ser solicitadas para verificar posições de dentes inclusos e dentes
supranumerários na linha média.
 Radiografias panorâmicas: visualizar relações entre as dentições (decídua e permanente), em ambas as
arcadas e ATM, estudar os estágios de desenvolvimento dos dentes permanentes e as reabsorções dos
decíduos, e detectar lesões patológicas.
 Telerradiografias: as telerradiografias tomadas em norma lateral são as mais frequentes no diagnóstico
ortodôntico (avaliação das relações da dentição com o esqueleto ósseo). As análises do cefalograma
lateral são usadas para estudar morfologia e crescimento, diagnosticar maloclusão e displasia craniofacial,
planejar tratamento ortodôntico e observar o progresso do tratamento e a qualidade do resultado.
 Fotografias intra e extra-orais: interpretações das condições e mudanças durante o tratamento, registro
da aparelhagem utilizada, visualização de anomalias de desenvolvimento.
 Outros exames: radiografias de mão e punho (grau de maturação óssea), exames médicos
complementares (estado endócrino, comportamento psicológico), informações do fonoaudiólogo,
exames realizados pelo otorrinolaringologista.

3) Entrevista com os pais do paciente

ANÁLISE DE MODELO DA DENTIÇÃO DECÍDUA:

Método de CARREA (1953): “triângulo equilátero decíduo” - quando inscrito numa circunferência, determinava
pontos de referência nas superfícies oclusais de modelos de dentadura decídua. Observou-se que na maxila, a
circunferência passava nas bordas incisais dos incisivos e caninos, cortava os primeiros molares, passando pelas
cúspides mesiopalatinas dos segundos molares decíduos e, na mandíbula, tangenciava as bordas incisais de
incisivos e caninos, cúspides vestibulares dos primeiros molares e cortava os segundos molares decíduos pelas
cúspides disto-linguais. As bissetrizes dos ângulos deste triângulo passavam também por pontos pré-
estabelecidos. Após escolher as placas (27, 28, 29 ou 30 mm de lado) de acordo com o tipo de arco, procura-se
analisar os possíveis desvios, como por exemplo, o encurtamento do arco (contração uni ou bilateral).

ANÁLISE DA DENTIÇAO MISTA

Espaço presente: espaço da base óssea existente para o correto posicionamento de todos os dentes
permanentes, considerando a face mesial do 1M permanente, de um lado, e a mesial do 1M, do lado oposto. Dois
métodos são tradicionalmente usados: fio de latão e compasso de ponta seca ou paquímetro.

Espaço requerido: espaço necessário para o alinhamento de todos os dentes permanentes. A soma do maior
diâmetro mesiodistal dos incisivos permanentes inferiores é usada para a estimativa do tamanho de caninos e
pré-molares não irrompidos.

Análise de Moyers: os incisivos inferiores são escolhidos como referência porque estão entre os primeiros dentes
a irromper; apresentam boa correlação de tamanho com os demais dentes; estão na área onde ocorrem com
maior frequência os problemas de espaço e são fáceis de medir. O maior diâmetro mesiodistal dos 4 incisivos é
medido e registrado em uma ficha. Com o somatório desses diâmetros, procura-se na tabela de probabilidade o

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valor que mais se aproxima a esse valor e correlaciona-se com o valor da coluna correspondente ao nível de 75%.
Esse valor representa o somatório de canino e pré-molares de um lado. A partir desses registros, é possível
conhecer o espaço requerido.

Capítulos 7: RADIOLOGIA APLICADA À ORTODONTIA


Radiografia tecnicamente boa: máximo de detalhes, mínimo de distorções e grau médio de contraste e densidade

Exames radiográficos utilizados em Ortodontia

 Radiografia panorâmica
 Radiografias periapicais: melhor padrão de detalhes; técnica do paralelismo. Análise completa dos dentes
e regiões adjacentes: 14 radiografias periapicais + 4 interproximais.
o Aspectos a serem analisados:
 Número de dentes: dentes supranumerários ou ausentes. Segundo Graber (1974), a falta
congênita é mais frequente que a presença de supranumerários.
 Erupção e posicionamento: inclusões (verticais, mesioangulares, distoangulares,
horizontais, invertidas e transversas) → ordem crescente de frequência: incisivos (↑
sup.), pré-molares (↑ sup.), 3M sup., caninos (↑ sup.) e 3M inf. As radiografias oclusais
são elemento complementar do exame periapical. Localização vestibulopalatal (método
de Clark – “paralaxe”)
 Esfoliação prematura de dentes decíduos
 Rizólise anormal da dentição decídua
 Cáries dentárias
 Telerradiografia

Capítulo 8: ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS


Histórico: BROADBENT (EUA, 1931) e HOFFRAT (Europa, 1931) deram início à cefalometria radiológica e sua
aplicação na Odontologia. BRODIE (1940) – desenvolvimento inicial das análises cefalométricas.

A análise cefalométrica é aquela feita sobre uma telerradiografia da cabeça do indivíduo, tomada em norma
lateral, que permite avaliar a harmonia existente entre as partes ósseas que compõe a face (principalmente
mandíbula e maxila) e o grau de equilíbrio existente entre os dentes e os ossos que os suportam, entre os dentes
e o perfil facial mole.

Na telerradiografia lateral, o feixe de Rx central passa, à uma distância foca de 150 a 156 cm, perpendicularmente
ao plano sagital mediano da cabeça do paciente, estando ela, firmemente colocada no interior do cefalostato.
Tamanho da chapa radiográfica: 18x24cm

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SE (sincondrose esfeno-occipital) e SO (sincondrose esfeno-etmoidal)

 Linhas e planos de referência

SN: une os pontos S (sela túrcica) e N (násio), representa a parte anterior da base do crânio

Po-O: une os pontos Po (pório) e O (orbitário) representa o Plano Horizontal de Frankfurt

Plano mandibular: é traçado de várias maneiras – tangente à borda inferior da mandíbula; a partir dos pontos Go-
Gn; a partir dos pontos Go-Me; plano que passa, na porção anterior, pelo ponto Me, e posteriormente, pelo
ponto médio entre as bordas inferior esquerda e direta da mandíbula, na região do ângulo goníaco

NA: liga os pontos N e A (subespinhal)

NB: liga os pontos N e B (supramentoniano)

Longo eixo dos incisivos: passa pelo longo eixo dos incisivos inferiores e superiores, geralmente informando o
grau de inclinação axial destes dentes

Ramo ascendente: tangente à borda posterior do ramo ascendente da mandíbula

 Ângulos

SNA (82⁰ - Riedel): ângulo formado pela união dos pontos sela, násio e ponto A. Posição antero-posterior da
maxila em relação à base anterior do crânio (grau de protrusão ou retrusão).

SNB (80⁰ - Riedel): ângulo formado pela união dos pontos sela, násio e ponto B. Posição antero-posterior da
mandíbula em relação à base anterior do crânio (grau de protrusão ou retrusão).

ANB (2⁰ - Riedel): diferença entre os ângulos SNA e SNB. Indica a relação entre a maxila e a mandíbula (indicador
de harmonia ou não entre esses ossos).

SND (76⁰ - Steiner): ângulo formado pela união dos pontos sela, násio e ponto D (localizado dentro da sínfise).
Correlaciona-se com o SNB. Foi introduzido por Steiner, porque este demonstrou que o ponto B mudava de
posição de acordo com a mecânica empregada durante a movimentação dos incisivos inferiores.

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Ângulo do eixo Y → SGn – HF (59,4⁰ - Downs): intersecção do plano de Frankfurt pela linha que une os pontos
sela e gnátio. Indica a direção de crescimento da porção inferior da face (mandíbula).

 Ângulo aumentado: mandíbula crescendo para baixo; face longa; mandíbula retrognata
 Ângulo diminuido: mandíbula crescendo para frente; mandíbula prognata

SN – GoGn (32⁰ - Steiner): ângulo formado pela linha SN até intersectar o plano mandibular. Quando está
aumentado ou diminuído indica desarmonia na face no sentido vertical (geralmente associada à mordida aberta
ou sobremordida).

FMA (25⁰ - Tweed): ângulo formado pelo plano de Frankfurt e plano mandibular (Go-Me). Tem a mesma função
do ângulo SN – GoGn.

FMIA (65⁰ - Tweed): ângulo formado pelo plano de Frankfurt e o longo eixo do incisivo central inferior.

IMPA (90⁰ - Tweed): completa o Triângulo Facial de Diagnóstico de Tweed. É formado pelo plano mandibular e o
longo eixo do incisivo central inferior.

NAPg (ângulo de convexidade): formado pela linha NA e pela linha Pg-A. A medida é feita através do
prolongamento da linha Pg-A.

 Perfil reto: igual a 0⁰. Média - Downs


 Perfil côncavo: ângulo negativo (prolongamento da linha Pg-A atrás da linha NA) – protrusão da
mandíbula e/ou retrusão da maxila.
 Perfil convexo: ângulo positivo – protrusão da maxila e/ou retrusão da mandíbula.

1.SN (103,5⁰ - Riedel): ângulo formado pelo longo eixo do ICI e a linha SN

Ângulo 1.NA (22⁰ - Steiner): ângulo formado pelo longo eixo do ICS e a linha NA. Quando estiver aumentado ou
diminuído de seus valores médios significa que existe protrusão ou retrusão dentária superior.

Distância 1-NA (4 mm - Steiner): segmento medido pela distância da superfície mais proeminente da face
vestibular do ICS perperdicularmente à linha NA.

1/1 (130⁰ - Downs): ângulo interincisivo. Só pode ser avaliado em conjunto com os ângulos 1-NA e 1-NB, visto que
uma diminuição de seu valor normal nem sempre significa que existe uma biprotrusão, podendo ocorrer apenas
protrusão maxilar ou mandibular.

Ângulo 1.NB (25⁰ - Steiner): ângulo formado pelo longo eixo do ICI e a linha NB. Quando estiver aumentado ou
diminuído de seus valores médios significa que existe protrusão ou retrusão destes dentes.

Distância 1-NB (4 mm - Steiner): segmento medido pela distância da superfície mais proeminente da face
vestibular do ICI perperdicularmente à linha NB.

Pg-NB: distância entre o pogônio e a linha NB obtida através de uma perpendicular traçada à linha NB. Posição do
ICI em relação ao mento e, consequentemente, ao perfil. Holdaway preconiza que a distância 1-NB seja igual à
distância desta linha ao pogônio (Relaçâo 1:1 de Holdaway). Uma variação de 2 a 3 mm desta relação é aceitável.

Plano estético H (Holdaway): plano que passa tangente ao ponto mais saliente do mento (pogônio mole) e ao
ponto mais saliente do perfil do lábio superior. Segundo Holdaway, em faces harmoniosas, o sulco formado pelo
lábio superior logo abaixo do nariz deve ter uma profundidade de 5 mm, com variação de mais ou menos 2 mm.

Capítulo 9: PROCEDIMENTOS ORTODÔNTICOS PREVENTIVOS


Aconselhamento familiar:

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Requisitos básicos: disponibilidade do profissional para praticá-lo; predisposição do paciente e sua família para
recebê-lo; ambiente adequado; elementos indispensáveis para sua prática (projeção de slides, pranchas
ilustrativas, modelos de casos – antes e depois, manequins e modelos padrão, pessoal auxiliar treinado).

Manutenção de espaços consequentes de extrações precoces:

Extrações consideradas precoces: quando a extração ocorre pelo menos 1 ano antes da erupção do sucessor
permanente; quando o sucessor permanente ainda está com sua formação aquém do estágio 6 de Nolla (haverá
neoformação óssea sobre o germe, dificultando sua erupção).

A manutenção do perímetro da arcada é uma das atividades mais importantes na prevenção das maloclusões. Um
dos primeiros passos que envolvem a manutenção do perímetro da arcada é a restauração correta da distância
mesiodistal do dente decíduo em casos de cáries proximais. O mantenedor de espaço está indicado logo após a
remoção do dente decíduo nas seguintes condições: presença do sucessor permanente, quando não ocorreu a
perda do espaço e quando a análise da dentição mista demonstra situação favorável para erupção de todos os
dentes.

A perda de incisivos decíduos, quase sempre provocada por traumatismos ou por cáries múltiplas, nem sempre
necessita de mantenedor. A indicação de colocação dos mantenedores depende do estágio de desenvolvimento
do sucessor permanente, sendo indicada também em casos de perdas múltiplas para prevenir a interposição de
língua.

A perda do 1M decíduo torna-se mais séria quando ocorre antes da erupção do 1M permanente, pois há grande
possibilidade de encurtamento da arcada. Os casos mais sérios de perda de molares decíduos atingem os 2M
(maior rapidez na diminuição do perímetro da arcada – inclinação mesial dos 1M permanentes). Quando ocorrem
perdas múltiplas de dentes decíduos, deve ser programado o tipo de mantenedor antes das extrações.

Características de um mantenedor de espaço: manter a distância mesiodistal e a altura vertical correspondente


ao dente removido; não deve lesionar ou alterar dentes que estejam servindo de suporte, bem como os tecidos
circunjacentes; devem ser de simples confecção, resistentes à atividade mastigatória; devem ser higienizáveis
facilmente; não devem impedir o crescimento e o desenvolvimento dos arcos dentários.

Tipos de mantenedor: fixos (aço inoxidável) ou removíveis (resina acrílica)

 Mantenedor banda-alça
 Arcos linguais
 Aparelhos removíveis

Aparelhos recuperadores de espaço: indicados principalmente quando a perda de espaço não é tão grande, ou a
inclinação mesial dos molares não é severa. Devem ser indicados após minucioso exame e análise da dentição
mista.

Higiene bucal: remoção e controle da placa dental

Técnica Posição das cerdas Movimento


Método de Fones 90⁰ em relação aos dentes ocluídos e gengiva Circular
Método Rotativo Apicalmente na gengiva e sobre pressão Varrer em arco em direção oclusal
Método de Stilmann Apicalmente na gengiva e sobre pressão suave, Vibratório curtos
sem introduzir no sulco
Método de Bass Diretamente no sulco. 45⁰ em relação ao longo Vibratórios curtos
eixo do dente
Técnica Horizontal 90⁰ em relação aos dentes Horizontal (vai e vem)
(dentição decídua)

Capítulo 10: PROCEDIMENTOS ORTODÔNTICOS INTERCEPTORES

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Descruzamento de dentes

Mordida Cruzada Anterior Dentária ou Simples: cruzamento é provocado por inclinações dentárias e as bases
ósseas estão bem relacionadas entre si.

 Plano Inclinado em resina acrílica (PIF)


 Plano Inclinado Individual: banda metálica à qual é acrescentado um plano inclinado, com a finalidade de
aumentar a coroa clínica do dente cruzado e que servirá de guia para a movimentação do dente. A
quantidade de força aplicada ao dente dependerá da propriocepção que o paciente apresentar.
 Aparelhos removíveis com molas digitais: dependem da colaboração do paciente. A colocação de um
plano de mordida vai depender da fase de erupção do dente cruzado. Quando o dente está totalmente
irrompido, geralmente há necessidade de ser colocar o plano de mordida para eliminar o bloqueio
provocado pelo cruzamento. O plano de mordida deve ser utilizado apenas durante a fase de
movimentação do dente cruzado.

Mordida Cruzada Anterior Esquelética ou Complexa: mandíbula cresce mais do que a maxila, com tendência a
maloclusão Classe III de Angle.

Mordida Cruzada Posterior Dentária:

 Elásticos intermaxilares cruzados: descruzamento de um dente cruzado. Os elásticos são presos a botões
ou ganchos linguais superiores e vestibulares inferiores que estão soldados a bandas molares. Utilizam-se
2 ou mais elásticos tipo 1/8 pesado para auxiliar o descruzamento.
 Aparelho removível com mola digital

Mordida Cruzada Dentoalveolar: problema localizado em dentes e osso alveolar, com bom desenvolvimento
ósseo. Se o paciente apresenta desvio da linha média, pode estar ocorrendo acomodação da mandíbula em
relação ao cruzamento. Se a linha média é coincidente, está ocorrendo uma contração dentoalveolar na região
posterior.

 Quadri-hélice ou aparelho removível com torno expansor

Mordida Cruzada Funcional: para o diagnóstico, deve-se observar a oclusão habitual do paciente e verificar que a
linha média dos incisivos não coincide e há um desvio da mandíbula. Em relação cêntrica, a linha média deve
coincidir e os dentes posteriores deverão estar em relação de topo.

Mordida Cruzada Posterior Esquelética: atresia total do arco superior. A telerradiografia frontal pode se
constituir de um bom meio de diagnóstico.

 Disjuntor: disjunção da sutura palatina mediana. Está indicado em pacientes com bom potencial de
crescimento (início da puberdade)

Diastemas patológicos

Segundo TAYLOR (1939), à medida que a idade aumenta, diminuem os diastemas, de tal modo que, os 7%
compreendidos entre os 12 e os 18 anos, seriam os diastemas patológicos.

 Diastemas com os longos eixos dos incisivos paralelos entre si


o Presença de mesiodens
o Anodontia ou microdontia dos incisivos laterais
o Coalescência da rafe mediana imperfeita
o Discrepância de modelo positiva
 Diastemas com uma divergência entre os longos eixos dos incisivos
o Inserção volumosa e palatina do freio labial
 Inclinação labial exagerada dos incisivos superiores
o Casos de overjet muito grande, lábios frequentemente são hipotônicos

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Etiologia dos diastemas:

1. Freio labial hipertrófico


2. Hábitos (sucção, deglutição atípica, interposição lingual)
3. Mesiodens
4. Fatores hereditários
5. Displasia e aplasia dos incisivos laterais superiores

Agenesias

Dentes mais frequentemente ausentes, em ordem de prevalência: segundos molares inferiores, incisivos laterais
superiores e segundos pré-molares superiores.

Fatores etiológicos: hereditariedade, displasia ectodérmica, inflamações localizadas (distúrbios intrauterinos),


redução filogenética.

Agenesia de incisivos laterais: levar o canino para o lugar do incisivo lateral ou manter o espaço para futura
colocação de prótese. A escolha dependerá da idade e escolha do paciente, forma e tamanho dos caninos, e
possibilidade de movimentação dos caninos.

Agenesia do segundo pré-molar inferior: manter o espaço (com o próprio dente decíduo quando possível) para
futura colocação de prótese ou fechamento do espaço através de movimentação mesial do 1MI.

Hábitos Bucais

Os dentes são mantidos em equilíbrio e em harmonia por duas forças musculares antagônicas: uma de contenção
interna (representada pela língua) e outra de contenção externa (representada pelos mm. das bochechas e lábios
– “Mecanismo do Bucinador”). Segundo GRABER (1969), apesar de ser o tecido ósseo um dos mais duros do
corpo, é ele um dos mais plásticos e que mais responde às forças funcionais. Forma e função estão, portanto,
intimamente relacionados.

Postura normal de repouso: suave contato labial, ponta da língua na papila palatina e aproximação do dorso da
língua com o palato, dando equilíbrio aos componentes musculares internos e externos.

Fisiologia da deglutição normal:

1. Fase bucal: consciente e voluntária. Dominada voluntariamente, pode ser acelerada ou retardada (p. ex.
quando há uma partícula estranha na boca). Vai desde a apreensão do alimento até a transferência do
bolo alimentar para a faringe. A ponta da língua pressiona a papila palatina, há contração dos músculos
elevadores da mandíbula e os dentes entram em oclusão. A participação dos músculos periorais é
considerada passiva, para o vedamento dos lábios.
2. Fase faríngea: consciente e involuntária. Com a passagem do bolo alimentar para a faringe, e
continuando a parte anterior bucal vedada, a pressão bucal torna-se menor que a pressão das fossas
nasais, formando na cavidade bucal uma “pressão negativa”. Se há duas pressões diferentes em cada lado
de uma estrutura, deve-se espetar que esta estrutura tenha a tendência de ser deslocada para o lado da
pressão menor. É o que ocorre com o palato em cada ato de deglutir, concorrendo para a sua modelação.
Pacientes com deglutição atípica ou respiração bucal, geralmente tem o palato estreito e alto (ogival), já
que a língua não é sugada contra o palato no ato da deglutição para promover a “pressão negativa”.
3. Fase esofágica: inconsciente e involuntária. O bolo alimentar é levado para o estômago sob a ação dos
movimentos peristálticos.

Deglutição atípica: há pressionamento atípico da língua, ausência de contração dos masseteres e participação da
musculatura perioral. Além disso, desvios de fonação podem estar relacionados com a deglutição atípica
(fonemas apicais, que são produzidos com a ponta da língua → T, D, N, L e as sibilantes S e Z). Outros sinais:
tamanho da língua (volumosa, alargada ou ondulada), interposição do lábio interior entre os dentes (Classe II 1ᵃ

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divisão), cuspir e acumular saliva, baba noturna e dificuldade de ingestão de comprimidos. Aparelhos
empregados: placa reeducadora de ALAEL (1979) e placa impedidora de língua (com grade palatina).

Respiração bucal: pode ser por obstrução real das fossas nasais ou por hábito residual. Os pacientes geralmente
tem musculatura hipotônica, com a mímica expressiva alterada, com a conhecida “face adenoidiana”. Há
necessidade de fortalecimento da musculatura.

Onicofagia e Bruxismo

Sucção de dedos e chupeta: o autor sugere um método para eliminação destes hábitos utilizando o próprio
hábito na tentativa de eliminá-lo, visto que “o que é proibido, coercitivo, provoca reações contrárias”.

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