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DECOLONIALIDADE Ou PENSAMENTO COLONIAL
DECOLONIALIDADE Ou PENSAMENTO COLONIAL
Então, acho que o primeiro estranhamento que surge de quando a gente fala em
decolonialidade é justamente dizer “ué, mas nós não somos mais colônia. Nós não estamos
mais no colonialismo, então, o que é necessariamente esta tarefa decolonial?” ou até “o que
seria esta tarefa de descolonização?”.
Então, a tese da colonialidade, esse conceito, que inclusive vai ser adjetivado de
muitas maneiras, “colonialidade do poder”, “colonialidade do saber”, é uma tese que,
justamente, insiste neste ponto: O fim formal do colonialismo, não significa o fim do
colonialismo como conteúdo. E o caso do brasileiro é um caso exemplar. Nós temos uma
estrutura escravocrata em todas as nossas instâncias sociais. O racismo negro é um grande
dispositivo de regulação da desigualdade social no Brasil até o hoje, no século XXI e isso é a
marca do que foi o Brasil colônia.
Então a gente percebe como que essas práticas permanecem entre nós. A defesa de
que a colonialidade não desapareceu exige uma intervenção teórico-prática e é aí, justamente,
que surgem os pensadores decoloniais. Vale uma ressalva de que esse nome engloba
pensadores e pensadoras de matrizes muito diferentes, essas pessoas que fazem parte do que
nós chamamos hoje de pensadores decoloniais não pensam a mesma coisa sobre o mundo.
Elas vêm de influências muito distintas. Muitas vezes elas são de campos epistemológicos
muito diferentes mas elas têm um ponto em comum: elas pautam em suas teorias e em suas
práticas uma crítica contundente e uma intervenção prática contundente contra este sistema-
mundo capitalista, colonial, patriarcal, moderno. Então, a gente encontra esse ponto em
comum e