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"O Direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma
organização soberana e imposta coativamente à observância de todos", segundo
RUGGIERO e MAROI, em Istituzioni di diritto privato, 8 ed., Milão, 1955, v.1, § 2º.
MIGUEL REALE, em Lições Preliminares de Direito, afirma que "aos olhos do homem
comum o Direito é a lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante
a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus
membros".
A ideia de que tudo que é direito é moral nem sempre é verdadeira. O Direito pode
tutelar o que é amoral (o que não é moral nem imoral), como a legislação de trânsito,
cuja alteração não afetaria a moralidade, e até mesmo o que é imoral (o que vai contra a
moral), como, por exemplo, a divisão do lucro em valores idênticos entre os sócios, por
mais diligente que seja um e ocioso o outro. Por maior que seja o desejo e o esforço
para que o direito tutele só aquilo que é "lícito moral", sempre haverá resíduos imorais
no Direito.
Em relação ao Direito, pode-se dizer que suas regras só são seguidas, na maioria das
vezes, porque por trás delas existe uma pena pelo seu não cumprimento, ou seja, só são
cumpridas porque são cogentes. Esta é a principal distinção entre o direito e a moral: a
sua coercibilidade. É possível ou não obedecer a uma norma de direito bem como à uma
norma moral, mas o não cumprimento da segunda resultará em uma condenação moral,
consequência abstrata, e não uma consequência objetiva, concreta. Isto significa que a
moral é incoercível e o direito é coercível, tendo a pessoa a faculdade de obedecê-los
segundo as conseqüências que sofrerá. Daí dizer que o direito e a moral são diferentes,
mas de alguma forma estão juntos.
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
O direito natural, por sua vez, diz respeito à ordem pública e social como um todo,
independente de normas materiais, pois emana da moral, da ética e da consciência de
um povo, refletindo no direito positivo, considerando que o legislador deve levar em
conta o valor social da norma, pois sua finalidade é torná-la obrigatória a todos, mas
principalmente àqueles que não respeitam