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O INTERESSE RECÍPROCO NOS FÚTEIS RELACIONAMENTOS DE

HOJE EM DIA: HOMENS BUSCANDO BELEZA, E MULHERES BENS


MATERIAIS

Os relacionamentos atuais. A que ponto chegaram? O quanto tornaram-se decadentes?


Foram reduzidos a quê?
Em épocas precedentes, o matrimônio era um negócio que visava garantir e manter a
reputação, a posição social, e o poder aquisitivo das famílias que decidiam se unir,
selando esta união com o casamento dos membros de suas respectivas famílias. Este
pacto era firmado, regido e administrado pelos patriarcas de ambos os lados. Atualmente,
com a costumeira e consequente quebra de paradigmas, dogmas e costumes dos quais o
mundo está sempre suscetível com o passar do tempo, nota-se que houve mudança
somente nos tipos de interesses, nos tipos de relacionamentos, e nos interessados em
finalizar a transação, pois o interesse ainda se faz presente. E sempre será dessa forma, o
que leva ao seguinte questionamento: Que tipos de interesses? Atrevo-me a dizer que, as
pessoas renegam ou não dão a devida atenção que as tantas virtudes, valores morais,
destreza, benevolência, dignidade, e outras características nobres despendam, para
salvaguardar-se única e inteiramente aos valores estéticos e monetários, de forma que,
um relacionamento limita-se a uma parceria favorável aos titulares, seja por destaque, seja
por capricho, seja por autoafirmação. Tudo com o intuito de elevar-se perante terceiros,
nada que seja para usufruir e dedicar a estima, consideração, afeto e admiração ao
parceiro(a). O pensamento difundido entre a grande maioria dos homens é o de que,
quanto mais beleza, dotes físicos, seletividade, ternura e venustidade uma mulher possuir,
maior é a sua dita conquista quando esta é adquirida perante o meio que o circunda, e a
sociedade em geral. Em contrapartida, a grande maioria das mulheres tem como
prioridade, a intuitiva ação de buscar atributos de destaque diversos, como a estabilidade
financeira, ou ambição, tônus muscular, boemia, liderança, entre outras características que
também diferem um homem em potencial que seja disputado e requisitado pelas rivais. O
desejo sempre é instigado pelo grau de destaque social que o titular detém, e os valores
morais anteriormente citados somente em última instância são levados em consideração,
por ambas as partes.
Obviamente, não faço essa análise em prol e defesa dos desprovidos de tais atributos,
como também não condeno que a busca por estes, em um dado momento da relação, seja
equivocada na íntegra. Atenho-me somente ao expor a superficialidade dos
relacionamentos atuais, e os atributos ansiados pelos interessados. Esta demanda
influenciou e muito as ideias de ambos os gêneros com o passar do tempo, levando-os a
se moldarem nas exigências impostas entre si, para beneficiarem-se de comum acordo.
Homens que trabalham, compram um automóvel, estudam e malham somente para
qualificarem-se para as mulheres e tripudiar outros homens, mulheres que recorrem à
academia, cirurgias plásticas e outros artifícios estéticos e de moda somente para humilhar
outras mulheres e conquistar homens mais destacados. É ausente o desejo de melhorar o
condicionamento físico para manter-se saudável, nem tampouco há o intuito de elevar o
poder aquisitivo para suster-se e aos familiares. Com toda certeza temos o direito de
escolher as pessoas das quais tencionamos nos envolver. Mas, ainda assim, precisamos
ponderar no que será melhor para nós, fator que é possível somente quando levamos em
consideração tanto os atributos físicos, quanto intelectuais, morais, altruístas e idôneos.
Afinal, seremos nós que iremos usufruir, partilhar, e conviver com essas características da
outra pessoa, não a sociedade em geral. Partindo do preceito de que tudo começa na
escolha, vejamos quais atributos estamos priorizando, e quais atributos estamos pondo em
segundo plano. E que, durante esse processo, não nos esqueçamos de nos avaliar
criteriosamente, pra também fazer valer o intitulado ''merecer para poder receber''. Que
possamos ser sábios e perspicazes em nossas escolhas, e resolutos no identificar,
remediar e descartar das decisões que não irão em nada nos beneficiar.

Charmoso Canalha

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