Você está na página 1de 6

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Ética Profissional é de reflexão individual, guiado por um


tema que busca reflectir sobre os factores incoerentes da ética profissional na minha instituição
de trabalho. Este tema vem procurar entender o quanto a sociedade esta preparada ou busca
soluções sobre um convívio social eficaz. De salientar que o mesmo é de carácter avaliativo e
vai como segundo trabalho de campo da cadeira.

Estudos sobre ética vêm se constituindo em objeto de interesse e estudo por parte de
pesquisadores e profissionais da área de administração e recursos humanos nas instituições de
trabalho. Sob denominações e compreensões diversas, o tema tem se tornado alvo de
investigação nas práticas institucionais. O objetivo deste estudo é perceber como a ética se
manifesta, ou pode se manifestar, nas relações do indivíduo em seu ambiente de trabalho.

Pretende se tornar mais claro o entendimento sobre ética, podendo servir de apoio para futuras
pesquisas e investigações sobre ética nas empresas

No dia-a-dia, deparamo-nos com pessoas, situações, humilhações, muitas avaliações, pré-


conceitos, etc perpetrados constantemente por pessoas ou por familiares. Desde que o mundo é
mundo é assim.
Factores incoerentes da etica profissional na minha instituição

Etica e Deontológia profissional

O vocabulário grego define "déon" como o que é obrigatório, o que é justo, o que é adequado. A
partir deste princípio e de palavra loghia, Jeremias Bentham adoptou o termo deontologia, em
1834. A Deontologia foi definida como a ciência de normas que são meios para alcançar certos
fins e aplicáveis no concreto dentro de uma Instituição de trabalho ou empresa.

Após Bentham, tornou-se comum considerar a Deontologia não só como uma disciplina
normativa, mas também descritiva e empírica que tem como finalidade a determinação dos
deveres que devem ser cumpridos em determinadas circunstâncias sociais e de modo todo
especial dentro de uma Instituição de trabalho e de determinada profissão.

Mas na actualidade a deontologia também passa por vários desafios, como é o caso da procura
insensata e a qualquer preço de competências, honestidade, reconhecimento e confiança, pois a
reputação do trabalhador numa dada Instituição é a única que interessa.

Profissão não deve ser procurada por si mesma ou a qualquer preço, mas deve ser a consequência
natural da competência e honestidade de seus membros e do grupo como um todo, na busca
honesta comprometida e inteligente do BEM COMUM para a Instituição como um todo.

Na minha Instituição, tal como tem sido em outras ou quaisquer instituições de trabalho, hoje
em dia os colaboradores, buscam de forma insensata pelo reconhecimento individual sem olhar
para os objectivos comuns. Esta busca, é gerado pelo ego, corrida pelo individualismo e
aparência de um bom colaborador. Mesmo que isso custe ironia, ética, falta de carácter, e em
certo momento divisionismo.

Os funcionários preocupam se em sustentar o seu “eu”, quanto á outra parte, pouco se importam
com as consequências das atitudes e postura que assumem. No seu entender, suas preocupações
individuais vêm em primeiro e depois dos demais. É comum nos dias de hoje nas Instituições de
trabalho, notam-se colaboradores com comportamentos que não dignificam a posição que
ocupam. A ambição, o imediatismo e auto-proclamação, são comportamentos que caracterizam
os funcionários actuais.
Não obstante, existir ainda funcionários que mesmo em número menor, colocam o trabalho e os
objectivos da Instituição em primeiro lugar. Trabalhando de forma competente, em equipe, com
respeito mútuo e de forma idônea pelos propósitos da empresa e dos colaboradores no seu todo.

Sennett (1999) no que diz respeito ao caráter. Segundo o autor, os escritores da antiguidade não
tinham dúvida sobre o que significava caráter. Para eles, caráter “[...] é o valor ético que
atribuímos aos nossos próprios desejos e às nossas relações com os outros. Horácio escreve que o
caráter de alguém depende de suas relações com o mundo” (SENNETT, 1999, p.09). E continua
o autor,

Neste sentido, caráter é um termo mais abrangente que seu rebento moderno „personalidade‟,
pois este se refere a desejos e sentimentos que podem apostemar por dentro, sem que ninguém
veja. O termo caráter concentra-se, sobretudo no aspecto a longo prazo de nossa existência
emocional. É expresso pela lealdade e o pelo compromisso mútuo, pela busca de metas de longo
prazo, ou pela prática de adiar a satisfação em troca de um fim futuro. Caráter são traços
pessoais a que damos valor em nós mesmos, e pelos quais buscamos que os outros nos valorizem
(SENNETT, 1999, p.10).

A questão que se impõe decorrente da definição dada é: Como é possível sustentá-lo numa
sociedade impaciente em função dos ditames econômicos do imediatismo, característica que é
assumida infelizmente nos dia que correm pelos colaboradores de qualquer Instituição de
Trabalho?

A ética significa “modo de ser” ou “caráter”. Ainda pode ser definida como forma de vida
adquirida e conquistada pelo homem. Como um comportamento adquirido, ela só surge
efetivamente quando o ser humano supera sua natureza instintiva e passa a possuir uma natureza
social, ou seja, passa a ser membro de uma coletividade.

A moral representa esse conjunto de valores, normas, regras de comportamento, códigos de


conduta que as coletividades compartilham, sejam elas uma nação, uma categoria social, uma
comunidade religiosa ou uma organização (SROUR, 2000)
Desafios deontológicos da ética na área profissional

Na relação com seus pares e colegas de profissão, a norma fundamental será: Culto de lealdade,
responsabilidade e solidariedade profissional evitando críticas levianas, competição e
concorrência desleal. Sem descambar, naturalmente para o acobertamento de toda e qualquer
ação dos colegas e sem nunca ferir a verdade, a justiça, a moral ou o BEM COMUM.

Mentiras, concorrência desleal, ameaças, pactos de silêncio, corrupção, e sociedades secretas


como é o caso do lambebotismo, não são necessários.

O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem


responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa. Uma pessoa
que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de
maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da
organização .

Hoje em dia para se assumir um comportamento responsável e leal nas Instituições de trabalho
tem sido um desfio grande. Num grupo de colaboradores e gestores, estamos perante um
ambiente de todo o tipo de personalidades e diferentes maneiras de pensar e agir. Pelo que, a
consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito
importante. É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa.

Só pessoas que tenham auto-estima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir
responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam
previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente. As pessoas
que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado
em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas
(chefes ou colegas). Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes.

Prosseguindo citar a virtude da lealdade: A lealdade é o segundo dos três principais elementos
que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu
departamento é bem sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é
ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende
contra críticas.
Lealdade não quer dizer necessáriamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer
ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega ou ser ‘lambebota’.
Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter dentro do âmbito da organização.

Significa agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interesses
da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha
que poderá prejudicar a organização, a equipe de funcionários.

Iviane de Melo Pena, Thamia Leal de Oliveira e Juliana Beltrão da Silva, (2009), no seu livro A
Ética para os dias de hoje, definem a ética como a necessidade da reflexão sobre valores sociais
em meio a crise estabelecida reduzida ao individualismo e à competitividade, por isso, se torna
necessário, mais do que nunca, uma preocupação com o social. Sim, porque a crise da
Humanidade é uma crise moral. Evidencia-se aqui, a falta de ética nos vários âmbitos. A
discussão sobre a justiça social é também uma discussão moral, admitindo que os valores das
ações sociais estejam deturpados devido à lógica do sistema vigente. Bem e mal, certo e errado,
justo e injusto cederam lugar ao sentimento de sobrevivência, do “salva-se quem puder” ou do
interesse pessoal e particular numa sociedade exploradora, que mascara a liberdade, condição
fundamental para a realização de ações morais.
Conclusão

Contudo, não há receitas para o agir bem: o compromisso consigo, com os outros, com as novas
gerações exige um estado de alerta constante. Viver sob os moldes da moral não é tarefa simples
nem fácil, mas há a possibilidade de participar de um mundo moral mais modesto e
compreensivo. E tirar desta lição que os problemas éticos presenciados na atualidade não vão se
resolver apenas por tentativas isoladas de educação ou instrução ética dos indivíduos. É preciso
vontade individual e política de alterar as condições sociais geradores das diferenças sociais
como a violência, a corrupção, a exploração, vicissitudes dos que estão à margem da sociedade.
Em outras palavras: não basta “reformar o indivíduo” para “reformar a sociedade”; é preciso
reformar a ambos.

Os dois processos caminham juntos, pois formar o ser humano plenamente moral, ético, só é
possível na sociedade que também se esforça para ser justa e democrática, com direitos iguais a
todos, sem exceção.

Através de nossas escolhas, entre o certo e o errado, o bem e o mal, possuímos uma liberdade de
escolha que nos faz mais responsáveis por nossas ações e que vem a nos incentivar a colocar em
prática nosso respeito e dignidade, levando em conta o bem comum de todos á nossa volta.

Você também pode gostar