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Contribuições Sensoriais

À Performance Habilidosa
Processamento de Feedback
· , no Controle Motor

PALAVRAS-CHAVE

Aparelho vestibular
Arranjo óptico
Comparador
Corrente dorsal
Corrente ventral
Efeito do olho quieto
Exterocepção
Feedforward
Fluxo óptico
Fuso muscular
M1
M2
M3
Órgãos tendinosos de Golgi
Propriocepção
Receptor cutâneo
Receptores articulares
Sistema de controle de circuito
fechado
Tau
Visão cega
PERFIL DO CAPÍTULO
Fontes de informação sensorial
Informação sensorial do processamento
Princípios de controle visual
Audição e controle motor
Resumo

OBJETIVOS DO CAPÍTULO
,• .e db k sorial no controle motor humano. Este capítulo irá ajudá-lo
o capítulo descreve os papeis do ,ee ac sen
a compreender
os tipos de informação sensorial disponíveis para controle motor,
o controle motor como um sistema de processamento de circuito fechado, .
· f de "eedback e feedforward funcionam no modelo conceituai, e
,1
N

como m ormaçoes
os papéis da visão no controle motor.

0 sucesso na performance habilidosa com (o prefixo "externo" significa que a informação é


frequência depende de quão efetivamente o exe- fornecida a partir do exterior do corpo). O outro
cutante detecta, percebe e usa informações sen- tipo de informação é denominado propriocepti-
soriais relevantes. Muitas vezes, o vencedor de vo (o prefixo "próprio" significa que a informa-
uma competição é aquele que detectou um pa- ção decorre de dentro do corpo). A exterocepção
drão de ação em um adversário mais rapidamen- fornece informações para o sistema de proces~a-
te, como em muitos esportes e jogos. O sucesso mento sobre o estado do ambiente em que exis-
pode também ser medido pela detecção correta te o corpo de alguém, e a propriocepção fornece
de erros nos próprios movimentos do corpo e nas informações sobre o estado do corpo em si. E~sas
posições, fornecendo uma base para modifica- fontes de informação são tipos de feedback me·
ções subsequentes, como na dança ou ginástica. rente (ou intrínseco). O termo "feedback" é usado
U~ c_irurgião requer percepção de toque hábil para situações em que, durante o movimento, sur·
(haptica) para detectar um crescimento anormal gem sensações porque o corpo está se mov~o<lo:
durante um exame físico de um paciente. Con- 0 que produz informações que são "retroahme;
s~quentemente, uma ênfase considerável é dire-
c10nada para melhorar a habilidade com que os
tadas" para o executante. Por exemplo, quan °
· fornia·
nos movemos de um lugar para outro, a in
execut~tes detectam e processam a informa ão
ção está disponível a partir dos músculos que:~
sensorml porque estas melhorias podem levt a
grandes ganhos em performance. contraem, e há mudanças no que vemos .enquanl a gu _
nos movemos. O feedback proprioceptivo, ro·
mas vezes, também é chamado de "feedback p
<luzido pelo movimento". a
O feedback ser "inerente" significa que 0
FONTES DE INFORMAÇÃO · f 1 ara
in armação está diretamente disponíve P,, or
SENSORIAL exe_cutante e está disponível "naturalme~te, fei·
meio dos sentidos. Uma grande distinçao / 11e-
As informações para desempenho h b T d
surgem a partir de algumas fontes e a 1 l oso
t~ adiante no livro quando discutimos O º\es
ci~ento de feedback aumentado - inforIIl~ç11 ão
categorizadas em dois tipos princi~ . potem _ser so re as quais o executante "normalmen~ef0rlle-
vem do ambiente e é denominado exta1s. m h?o tem
. d cons cienc1a;
·" · são informações " extras , uil1
eroceptivo c1 as po plo e
ruma fonte externa. Um exelll
-
vídeo que mostra uma pessoa realizando uma ha-
Aprendizagem e Performance Motora 65

bilidade. O aparelho vestibular, na orelha interna,


. sinais relacionados com o movimento , a
fornece
orientação (p. ex., de cabeça para baixo), ou am-
bos, no ambiente. Essas estruturas são sensíveis
E.xterocepção à aceleração da cabeça e são posicionadas para
A mais proeminente das fontes de informação ex- dete?tar a orientação da cabeça com relação à
teroceptiva, evidentemente, é a visão. Enxergar gravidade. Não é surpreendente que essas estru-
serve à importante função de definir a estrutura fí- turas sejam fortemente implicadas na postura e
sica do ambiente, como a extremidade de uma es- no equilíbrio.
cadaria ou a presença de um objeto bloqueando a Várias outras estruturas fornecem informações
passagem de alguém, fornecendo assim a base para sobre o que os membros estão fazendo. Os recepto-
prever eventos eminentes. A visão também forne- res na cápsula que circunda cada uma das articula-
ce informações sobre o movimento dos objetos no ções, chamados receptores articulares, fornecem
ambiente em relação aos seus próprios movimen- informações sobre as posições extremas das arti-
tos - como o trajeto de voo de uma bola enquanto culações. Embutidos nos músculos esqueléticos
você está correndo para pegá-la - o que pode ser estão os fusos musculares, orientados em parale-
usado para se fazer alguns julgamentos preditivos lo com as fibras musculares. Como os músculos
sobre a direção do movimento a se fazer. Outra mudam de comprimentos quando as articulações
função da visão é detectar seu próprio movimen- que os recobrem são movidas, os comprimentos
to dentro do ambiente (estável), como seu trajeto do fuso muscular também mudam; acredita-se que
em direção a um objeto externo e quanto tempo irá isso fornece informação indireta sobre a posição
articular e outros aspectos do movimento. Pro-
passar antes de você chegar.
ximamente à junção entre o músculo e o tendão,
O segundo tipo importante de informação ex-
estão localizados os órgãos tenclinosos de Golgi,
teroceptiva vem do ouvir, ou audição. Embora a
que são muito sensíveis ao nível de força das vá-
audição não esteja evidentemente envolvida em rias partes do músculo ao qual são fixados. Final-
habilidades motoras como a visão, existem mui- mente, na maioria das áreas da pele encontram-se
tas atividades que dependem muito de habilida- os receptores cutâneos, incluindo vários tipos de
des auditivas bem desenvolvidas; um exemplo detectores especializados de pressão, temperatura,
evidente é o dos sons de um instrumento musical toque e assim por diante. Os receptores cutâneos
que você está tocando. No entanto, a audição é im- são essenciais para a sensação háptica, a sensação
portante também para muitas outras habilidades, de toque.
como utilizar o som do casco do barco movendo-se Contudo, nenhum desses receptores respon-
na água para avaliar a velocidade da embarcação, o de a apenas uma característica física. O sinal de
som de uma ferramenta poderosa quando um car- uma fonte particular, por exemplo, os fusos mus-
pinteiro habilidoso corta diferentes materiais, ou culares, fornece informações ambíguas sobre a
os sons de um motor quando um mecânico de au- posição da articulação porque o recept~r pode ser
tomóveis ajusta o carburador. afetado por vários outros estímulos físicos (velo-
cidade do movimento, tensão muscular e orien-
tação com relação à ~ravidade) ao _mesmo tempo.
Propriocepção Por essa razão, acredita-se que o sistema nervoso
central usa uma combinação complexa de estí-
segundo tipo principal de informação é a par- mulos desses vários receptores como base para a
tir do movimento do corpo, em geral chamado de consciência corporal.
propriocepção. Esse termo refere-se à sensação Em razão dos múltiplos e complexos recep-
dos movimentos das articulações, tensões nos tores envolvidos, a percepção da trajetória de um
músculos e assim por diante, fornecendo infor- movimento pode ser afetada pelo modo com? o
mações sobre o estado das partes do corpo em vimento é produzido. Pode haver uma dife-
relação umas às outras e em relação ao ambien- mo . t e • _
a dependendo se o movimen o 101 uma açao
~e. Vários receptores importantes fornecem essa ren Ç . d .
normal, ativa ou uma ação gma a, passiva, como
informação. quando um instrutor ou terapeuta move um pa-
666~~ R~i:!ch~a~rd~A~.S~c~h~m~id~t~e~T~im~ot~h~y.:D~. .:Le'.:e: . - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - -
.:.
como quando são exploradas por en
ciente por meio do movimento. A percepção da de fatores humanos no design de equ1?enheiro8
trajetória adequada do movimento de um braço, Aumentar a res1s · na mola do .Parnento.
· t"encia
por exemplo, pode ser bastante diferente se o mo- , s1stem
direção d o automove 1 aumenta a "se _a de
vimento for guiado por um terapeuta,_ compara?º , 1 nsaçao"
que po d e tornar o ve1cu o mais fácil de ,o
com ser gerado ativamente pelo paciente. Alem e mais agradável de dirigir. Talvez p controlar
disso muitas técnicas de orientação, como a ma- d. . d ' or uma
zão seme lh ante, 1gita ores experientes ret ra.
nipulação artificial dos movimentos do aprendiz teclados que fornecem algum feedbacl h, er:rn
durante uma ação (criando o movimento dobra-
(Asundi & Odell, 2011), que fornece O grat'f~Phco
ço na natação, no salto na ginástica), podem afetar I
"clique" auditivo , indicando ao operad icante
as sensações proprioceptivas geradas de maneira . . d d . or que a
acentuada. Essas técnicas podem ser úteis nos es- tecla f 01 pbre~s10nda .ª e maneira bem-sucedida
tágios iniciais da aprendizagem, mas pelo fato de Fornecer otoes e mstrumento de aviões d f ·
distorcerem as sensações proprioceptivas (e por matos e 1oca11zaçoes
· - d 1· f erentes para diferee tor-
- t ?rna a confu s~o
fu nçoes - entre 1es menos prová-
n es
outras razões que discutiremos mais tarde), elas
poderiam ser excessivamente utilizadas em situa- vel associando sensaçoes propr10ceptivas distin-
ções instrucionais ou terapêuticas. Retornaremos tas com cada botão.
ao conceito de orientação mais tarde, quando dis- Existem muitas fontes diferentes de informa-
cutiremos aprendizagem. ção sensorial para o controle motor, que variam
No entanto, essas alterações na propriocepção não apenas em termos de onde a informação é
podem ser usadas de maneira positiva também, detectada, mas também em termos de como é

1 Um médico ou terapeuta confia no sentido d


o toque para detectar ~iõ,.i....-..--
-;:
anormalidades durante um exame-
- ocessada e usada. Ainda assim, as próximas
Aprendizagem e Performance Motora 67

~;ções consideram essa variedade de sensações mdaneiras; mas uma maneira comum ocorre quan-
o vo ,. tr
corno um único grupo, co~centrando-se nas ma- .st ce en ª com um estado desejado ou meta do
eiras comuns em que o sistema nervoso central si ~ma, como a temperatura desejada em sua casa
;rocessa esta informação para a performance ha- no inverno. A informação sensorial sobre a saída
bilidosa. (output) do siS tema (a temperatura real do ambien-
te) é medida por um termômetro e é comparada
com a temperatura esperada. Qualquer diferen-
ça entre a temperatura esperada e a temperatura
PROCESSAMENTO DA rea~ repr~senta um erro (p. ex., a temperatura está
mmto baixa); esta informação errada é transmiti-
INFORMAÇÃO SENSORIAL da para um executivo para decidir que ação tomar
para eliminar ou reduzir o erro. O executivo en-
via um comando para um efetor, neste caso ligar
Urna maneira importante de pensar sobre como a
o aquecedor, que realiza a ação. Esta ação eleva
informação sensorial é processada durante o movi-
a temperatura ambiente até o estado real igualar
mento é por analogia com sistemas de controle de
o estado esperado (em que o erro na temperatura
circuito fechado, uma classe de mecanismos usada agora é zero); esta informação é enviada para o
em muitas aplicações na vida diária. A Figura 4.1 executivo, e o executivo envia uma nova instrução
fornece um exemplo de um sistema de circuito fe- para desligar a produção de calor. Esse processo
chado simples. continua indefinidamente, mantendo a temperatu-
ra próxima do valor desejado durante todo o dia.
Esse tipo de sistema é chamado de "circuito fecha-
Sistemas de controle de do" porque o circuito do executivo para o efetor
circuito fechado e de volta para o executivo novamente é comple-
tamente "fechado" por informação sensorial, ou
O sistema de controle de circuito fechado simples feedback, formando um "circuito" que sustenta o
ilustrado na Figura 4.1 pode ser iniciado de várias mecanismo na regulação do sistema para atingir
uma meta em particular.
Os mesmos processos gerais operam na perfor-
Estado desejado mance humana, como conseguir pegar uma xícara.
Erro
A informação visual sobre a posição da mão em
relação à xícara representa o feedback. Diferenças
entre a localização da mão e a localização desejada
são sentidas como erros. Um executivo determina
uma correção, modificando o sistema efetor para
trazer a mão para o local adequado. Evidentemen-
te em habilidades mais complicadas, o feedback
c~nsiste em uma coleção de diferentes tipos de in-
Estado formação sensorial que surge de uma variedade de
esperado receptores tanto dentro como fora do corpo. Cada
. de informação é comparada com um-nível de
t ipo -
ferência correspondente, e os erros sao en1ao
re . .t
processados pelo nível executivo no sis ~ma:
Todos os sistemas de controle de circuito fe-
Sistema chado têm quatro partes distintas:
efetor
1. Um executivo para tomada de decisões sobre
erros
2. Um sistema efetor para executar as decisões
Estado real 3 Uma referência de correção contra a qual o
· feedback é comparado para definir um erro
I FIGURA 4.1 Sistema de controle de circuito fechado
básico.
68 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

4. Um sinal de erro, que é a informação realizada feedforward. O termo feedforward é usad


O
pelo executivo distingui-lo de feedback, ou das qualidad Para
. d -
soria1s a açao em si. . A 1niormação Jeedt. sen ·
. & es
representa consequencias sensoriais antec·
A • 1°rward
do movimento que devem ser recebidas cas~~odos
Controle de circuito fechado virnento esteja correto, de modo que O err m?.
dentro do modelo conceituai agora zero. o seria

Esses processos de circuito fechado ajustam-se ao O output (o movimento) resulta em infonn .


de 1.;.ee db ack propnocep
· t'1vo e exteroceptivo caçao
modelo conceitual expandido para controle do
movimento, como mostrado na Figura 4.2. Isto é
simplesmente uma expansão do modelo conceitu-
tivamente chamado de feedback produzid~ ;
movimento. Quando os músculos contraem , O se·IS•
1
r
0

a! da performance humana apresentado no Capítu- terna recebe feedback sobre forças bem como sobr
lo 2, que introduz os estágios de processamento da pressões exercidas sobre objetos em cantata co;
informação (ver Figura 2.2). No entanto, agora são a pele. Os músculos em contração causam movi-
adicionadas as noções de controle de circuito fe- mento e, corno resultado, o feedback das articula-
chado vistas na Figura 4.1 para atingir um sistema ções em movimento e as mudanças na posição do
mais completo que complementa nossa discussão corpo com relação à gravidade. Finalmente, o mo-
de performance motora humana. vimento, em geral, produz alterações no ambien-
Esse modelo conceitua! é útil para compreen- te, que são sentidas pelos receptores para visão e
der os processos envolvidos não apenas em mo- audição, gerando ainda mais feedback. Esses estí-
vimentos relativamente lentos (p. ex., posiciona- mulos produzidos pelo movimento, cuja natureza
mento lento de um membro na fisioterapia) em é criticamente dependente da produção de uma
que compensações podem ser feitas durante a ação em particular pelo executante, são compara-
ação, mas também em movimentos relativamente dos com seus estados antecipados no comparador.
rápidos (p. ex., balançar um machado) em que a A diferença computada representa erro, que é re•
correção do erro deve esperar até que os movimen- tornado ao executivo. Esse processo refina e man·
tos tenham sido completados. tém o comportamento do executante, mantendo os
O sistema executivo consiste nos processos de erros em níveis aceitavelmente baixos.
tomada de decisão discutidos no Capítulo 2 - a Observe que os estágios de processamento são
identificação do estímulo, a seleção da resposta e criticamente importantes no modelo de circuito
os estágios de programação do movimento. O exe- fechado na Figura 4.2. Toda vez que o feedback
cutivo, então, envia comandos para um sistema
de uma ação vai para o executivo para correção,
efetor que consiste em várias partes. Urna é o pro-
ele deve passar pelos estágios do processamento.
?1"am~ motor, que produz comandos para centros
Os vários estágios do processamento são todos ~u-
mfenores na medula espinal, que finalmente re-
jeitos aos mecanismos de atenção, como discutido
sultam na contração dos músculos e no movimento
no Capítulo 3. No entanto essa não é a única ma·
das ~iculações. Ao mesmo tempo, a informação é
espec1fi~ada para definir as qualidades sensoriais neira na qual o feedback ;ode ser usado, e discu·
do movimento correto, como a "sensação" de um timos vários circuitos de nível mais baixo, seme·
balanço efetivo do machado. Essa informação re- lhantes a reflexos mais adiante no capítulo. ,
presenta o fee~back sensorial antecipado do exe- O modelo de circuito fechado na Figura 4·2 e
cutante, ou seJa, as sensações que deveriam u't"l
1 para compreender a manutenção de um esta·
geradas caso o movimento fosse realizado cor::~ do ~m particular, assim como é necessár~o P:0~
tamendte., Um e_xemplo é o estado do termostato realizar muitas atividades de longa duraçao. e
quan o e configurado para 21 º; o feedback que exemplo, simplesmente manter a postura, em q~r
cheg~ da temperatura ambiente (o feedback real)
0 0 b. .
Jehvo e, uma posição natura1, ere ta ' requ er
? e~tao comparado com o feedback previsto (Z l O , feedback. Várias posturas aprendidas deve1? sar
mdicado pelo estado do termostato) e um erro é contra1adas da mesma maneira, como Pº sic10Il las na
0
computado, o que é então entregue ao exec t· corpo em uma parada de mão nas argo_d des
eorno tal , a m1ormação
• E U lVO.
que especifica que O ter- gm. ástica.
· Além disso, a maioria das h ªb"h
1 8bros
mostato deve estar prevendo uma temperatur d de movimento
· que envolvem os vanos, · IllemuIJlª
21 º é frequentemente chamada de informaçã~ d: requerem uma postura precisa estável comO .,,o
" P1ataforma". Sem essa base, o' moviment °• cow
Aprendizagem e Performance Motora 69

Erro

Identificação
do estímulo

Seleção de
resposta

Programação do
movimento

Feedback antecipado
Comparador

Programa
motor

Medula espinal

Feedback proprioceptivo
Músculos t

Feedback exteroceptivo

Movimento
1 FIGURA 4•2 . - de componentes de circuito
Modelo conceituai expandido com ad1çao . . fechado.
!7~0- ~R~ic~h~ar~d~A~.~S~ch~m~i~d~te~Ti~m~o~th~y~D~-~L~ee:..__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~~~-------------

de arremessar dardos ou atirar com uma piSíola, Sern dúvida, os modelos de controle de e·
to fechado: co~o aque 1e mostrado na Figuraircui.;
0
seria inconsistente. Acredita-se que O comp~a~or
define e mantém as posições relativas deseJa asl a- 0 os mais eficazes para compreensão de 4
s A . sses
dos vários membros assim como a onen · taça~o gera tipos de comportamento. ss1m, compreend
como esse modelo opera fornece uma ideia co ~r
no espaço. . A • p exem- &
derável sobre a per1orrnance h umana e possibilita
n~
Outras tarefas são mais dmamicas. or
plo em uma habilidade de fazer trilhas, um_ ex_e- muitas aplicações importantes. Compreender as
cut ~te tem de seguir algumas trilhas de variaçao limitações do modelo para co~trol~ do movimento
. · · u m carro
constante movendo um contro l e. Dmg~r também é importante, corno discutido em seguida.
é um exemplo clássico, em que os movimentos da
direção resultam de erros visualmente detecta~os
na posição do carro na estrada. Existem o~tr?s m- Limitações do controle
contáveis exemplos, pois essa classe de atividade de circuito fechado
é uma das mais frequentemente representadas no
funcionamento do mundo real. A inclusão dos estágios do processamento da infor-
mação no sistema, corno detalhado na Figura 4.2,

1 Foco na
PRÁTICA 4.1

Correção de erro do rebatedor


Ao balançar o taco de beisebol em um lançamento, o executante primeiro avalia a
situação do ambiente e, em seguida, seleciona um movimento para atender às deman-
das percebidas. Os estágios de processamento selecionam um programa e preparam-no
para a iniciação. Após o movimento ser iniciado, os processos de execução da respos-
ta realizam esse movimento mais ou menos como planejado. Desde que o ambiente
permaneça no mesmo estado em que estava quando o movimento foi organizado, o
movimento deve ser eficaz na concretização da demanda do ambiente, de modo que 0
taco bata na bola.
Mas e se algo no ambiente muda de repente? Por exemplo, se a bola faz uma cur-
va inesperada, agora o rebatedor quer balançar em um local diferente ou talvez parar
O
todo ~~lanço. O mod?lo conceituai possibilita uma estimativa de quanto tempo ser~a
necessarw para esse tipo de informação influenciar um movimento em curso. Tais
informações d?~em passar pelos estágios de processamento, portanto, exigindo várias
centenas de milissegundos antes de a primeira alteração no movimento poder ocorrer.
Embora ess_es processos de modificação estejam ocorrendo o movimento ainda
está sendo realizado como or1· · 1 t 1 · ' • • d
. . movimento
pnmeuo . ocorrem gma
ant men
d e P bane1ado.
d Portanto ' as pnme1ras partes 0
1 _ es e O re ate or poder iniciar a correção para pa-
rarb otuda tedrar a açao. Uma de duas ocorrências comuns no beisebol é observada se o
re a e or etecta a curvatura da bol d · d · · · l
é re a1·1zad o quase completamente resultando
ª emasia amente tarde: (a) o movimento(b)m1cia re-
batedor tenta parar ("fre ") 0 b 1• em um erro sem esperança, ou 0
levar o taco através da p~ Nª anço, mas é tarde demais para parar o seu ímpeto de
beisebol é observada se O ~=bat~d:~t;;t~ uma de ~uas outras ocorrências corn~n.s
o rebatedor ou ajusta O balanç 0 f em-sucedido em modificar o plano ongma ·
ni
taco cruzar a placa. e az cantata com a bola ou para o balanço antes de 0
____________________________.!_A~p~r::e~nd~~·,z.!ag~e~m~e~P~e~rf~o~r~m~a~n~c=e~M~o~t~o~r~a_..!_7~1
.1 stra a flexibilidade do controle do movimento
l u d ár' é . , tarefas que são relativamente lentas ou têm uma
possibilitan o v ias es~at gias e opções e alteran-
do a natureza do movimento produzido, depen- longa duração no tempo.
dendo de circunstâncias particulares. No entanto,
esses estágios de processamento representam uma Tarefas rápidas, distintas
grande desvantagem na mesma velocidade - eles
são lentos, especialmente quando há alta demanda Uma visão baseada em feedback do controle do
para tempo de. proce~samento, recurso~, ou ambos, movimento não consegue explicar, de maneira
como em multas açoes complexas (discutido no adequada, a produção de movimento em habilida-
Capítulo 3). As seções adiante descrevem casos em des que são muito rápidas, como as ações balísti-
que O modelo de circuito fechado é menos eficaz cas em habilidades esportivas (p. ex., arremessar e
para guiar o movimento. chutar) e pressionar uma tecla durante mensagens
de texto. Como regra geral, com as ações humanas
mais rápidas, o executante inicia um movimen-
Tarefas de perseguição to completamente planejado para atingir a meta.
Se mais tarde informações sensoriais indicarem
Uma generalização importante que surge dos Ca-
que este movimento será incorreto e, portanto, de-
pítulos 2 e 3 é que os estágios de processamen-
veria ser interrompido ou radicalmente alterado,
to de informação requerem tempo considerável. esta informação é processada de maneira relati-
Assim, o sistema de circuito fechado com esses vamente lenta e descuidada, de modo que as pri-
processos envolvidos nele deve ser lento também. meiras centenas de milissegundos do movimento
Os estágios de processamento são componentes inicial ocorrem mais ou menos sem modificação.
cruciais nas situações de tempo de reação (TR), Corno você verá mais tarde neste capítulo, no en-
em que apresentar um estímulo requer vários pro- tanto, a informação sensorial desempenha um pa-
cessos que levam a um movimento. O modelo de pel cada vez mais importante e eficaz à medida
circuito fechado pode ser considerado da mesma que o movimento é feito mais lentamente.
maneira, mas o estímulo neste exemplo é o erro Essa lentidão do processamento de feedback
que impulsiona o executivo, e o movimento é a tem implicações para o controle dos ajustes mo-
correção selecionada pelo executivo. Inúmeros mento-a-momento em movimentos muito rápidos
estudos de perseguição sugerem que o sistema (digamos, movimentos menores que 300 ms ou em
pode produzir respostas separadas (ou seja, cor- torno disso), como digitar urna mensagem de texto
reções) a uma taxa máxima de cerca de três por ou tanger as cordas de um banjo em uma canção
segundo. Essa é mais ou menos a taxa que seria bluesgrass. De acordo com o modelo conceituai, o
esperada se o sistema estivesse usando processos feedback decorrente do movimento rápido não te-
de TR corno um componente crítico, reagindo a ria tempo bastante para ser processado antes de o
erros fazendo correções. movimento ser completado. O feedback, portanto,
No modelo conceituai, apresentado na não influenciaria o controle fino, momento-a-mo-
Figura 4.2, cada correção está baseada em um mento. Mais do que qualquer outra observação,
coleção de informações sobre os erros que ocor- essa lentidão do controle de feedback levou os
reram ao longo dos últimos cem milissegundos. cientistas a acreditarem que a maioria dos rnovi-
Esse erro é processado no estágio de identifica- n tos rápidos devem ser organizados
mecostuma
(ou, como
ção do estímulo; uma correção do movimento é se dizer, programados ) com antece d"encia; .

escolhida no estágio de seleção da resposta; e a Nessa visão, o controle de momento-mome:1to e


correção é organizada e iniciada no estágio de incluído como parte do programa pré-o~ganizado
- é dependente dos processos relativamente
programação do movimento. Portanto, as tarefas e nao associados ao feedbac k ,,(essa i'd eia
lentos . é a·iscu-
de perseguição que envolvem mais de três m~-
dan7as de direção por segundo normalmente sao ti' d a com mai·s detalhes no Capitulo
. 5).. O feedback
realizadas de maneira precária. O que torna uma também pode atuar de m8?-eira ~eflex~va para rno-
bola de futebol difícil de ser recuperada é ª na- difiicar os movimentos mmtobmais rapidamente do
. d . . s:
que O indicado no modelo ásico e circmto ie-
tureza frequentemente imprevisível dos quiques
que e.la dá. Por esse motivo processos de controle h d 0 apresentado na Figura 4.2. Esse aspecto do
de circuito
· · fechado são mais ' c ª
controle de feedback e,, d'iscuti'do ad'iant e.
relevantes paraªs
72

Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

Controle proprioceptivo
back (o chamado circuito Ml) do músculo P
. 1 d lta
medula espma e e vo para o_mesmo músculo
----- ara a
Esse circuito é um componente importante d ·
de circuito fechado ' á' E ore.
flexo de extensão monossm tipca. sse circuit d
Até aqui, apenas uma espécie de processos d:;;~- eedback está em um nível relativamente baixo e
cuito fechado foi considerada: controle volun . 1'
fimedula espm . al .
,ára~sim as ~espostas não envolvem
ºna
· f rmação sensona • controle volunt 10 consciente e refletem res
consciente de ações pe 1a m o . sen-
Mas há outras maneiras em que a mforma~ao · d as, mvo
tas estereotipa . 1un tár'ias, gera1mentemPos..
u~
sorial está envolvida no controle do. mov~m:;:~ to rápidas a estÍmu1os.
especialmente considerando os mmtos tlp h
correções modificações e mudanças sutis nas a-
bilidades 'que ocorrem automaticamente (sem per-
Agora, suponha que você é um sujeito em
experimento simples. Você está em pé, e sua
é manter um de seus cotovelos em um ângulo reto
tar~:
cepção consciente). . ara suportar uma carga moderada em suam~
Há um número de mecanismos reflexiv_os q~e P .
tal como um 11vro. Voce t em um mostrador em ªº '
A

8
operam abaixo do nosso nível de consciência. frente para indicar a altura do livro, e você é in~~
Um dos mais bem conhecidos é chamado refl~xo truído a segurar o livro em alguma posição alv
patelar. Se alguém senta em uma maca com o Joe- De repente, sem poder prever isso, o experime~:
lho dobrado e a perna livremente suspensa e, e,?1 tador acrescenta outro livro para a carga. Sua mão
seguida, uma pequena batida é aplicada no tendao
começa a cair, mas depois de um atraso você com-
patelar (normalmente com um pequeno _martelo de
pensa a carga adicionada e traz a sua mão até a po-
borracha, como feito por um neurologista), ares-
sição alvo novamente. Em toda a probabilidade, a
posta ao toque é uma breve contração do músc~-
lo quadríceps (na coxa) e uma pequena extensao sua resposta foi quase imediata e involuntária, mas
(alongamento) do joelho. O tempo desde o toque dessa vez mais de um reflexo estava envolvido.
até que o quadríceps seja ativado é de apenas 30 a O reflexo monossináptico que acabamos de des-
50 ms. Essa resposta reflexiva ocorre sem qualquer crever era responsável por uma resposta inicial,
controle ativo, voluntário e ocorre muito rapida- muito breve, à carga adicionada. No entanto, levar
mente para vir por meio das etapas de processa- a mão de volta para a posição de destino provavel-
mento da informação. mente envolveu um ou mais reflexos adicionais.
Aqui está o que acontece. Nessa posição sen- A resposta ligeiramente mais lenta (latência
tada, um toque no tendão patelar, que liga a patela 50-80 ms) ocorre porque o músculo bíceps esten-
à tíbia da parte inferior da perna, aplica um breve dido distribuiu um sinal (neurônios da via aferen-
movimento descendente da patela. Em seguida, te dos fusos musculares) para a medula espinal.
pelo fato de a patela estar ligada ao músculo qua- Aqui, no entanto, esse sinal também é enviado até
dríceps, que (juntamente com os fusos musculares a medula espinal, e esses neurônios fazem sinapse
no quadríceps) é um pouco alongado também, os com vários neurônios de nível superior. Em segui·
fusos musculares respondem, enviando um sinal da, o sinal é enviado de volta para baixo da via na
para a medula espinal por meio de neurônios afe- medula espinal em que faz sinapse com os neurô-
rentes (sensoriais). Esses neurônios fazem sinapse nios motores que conduzem ao músculo bíceps,
(conectam) com neurônios aferentes (motores) que causando um segundo disparo de atividade do
levam de volta ao mesmo músculo que foi alonga- bíceps. Esse segundo disparo de atividade (rotu·
do (aqui, quadríceps), causando uma breve contra- lada de M2 na Figura 4.3) é mais forte e mais pro·
ção. Isso ocorre muito rapidamente, e, involunta- longado do que o primeiro (a monossináptica, Mt,
riamente, em parte porque os neurônios aferentes resposta), mas chega com um atraso ligeiramente
e aferentes trafegam em uma distância relativa- m~or (50-80 ms) porque o sinal teve de trafe!:.
me~te curta e são ligados por uma única sinapse. mais_ longe e porque várias sinapses est~vammús·
Assrm, esse reflexo foi denominado reflexo de ex- volvidas. O circuito Ml na Figura 4.3 vai do 585
tensão ~onossináptico. Quase todos os músculos culo para níveis superiores no SNC. Juntos, e~
esqueléticos do corpo podem exibir esse reflexo , • 'ptlC05
reflexos monossinápticos (Ml) e multlssina a.·
operando da mesma maneira geral. ' (M2) são apenas dois dos muitos tipos de me~er
D~ uma olhada na Figura 4.3, que é outra ex- nismos reflexivos pelos quais as ações podem tel,
P8:11sao do nosso modelo conceitua!. Dentro da modificadas rapidamente (e automaticamro de
cai:ra "efetora" (programa motor-medula espinal-
levando ao atingimento do objetivo em mo
-musculos), nós adicionamos um circuito de feed-
circuito fechado.
______ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __!_A~p~r.:
e~n~
di~z~
ag~e
~m~ e~ Pe
~ rf
~o~ r~m
~a~n~c=e=-M~o~t ~
o~ra~ - 7~3

Erro

Identificação do
estímulo

Seleção da
resposta

Programação do
movimento

Feedback antecipado (
..::=======:;;::;:3fs[=J:::::J:~J:::::z:====) Comparador
,J
M2
1

u
Progr~;a
mot= - . J

Medula espinal

Músculos
Feedback proprioceptivo

Feedback exteroceptivo
Movimento
1FIGUDa
IV\ 4.3
.çao
Modelo conceituai com ad1 - d e c1rcu1
. "t os M1 eM2 ·
. S~c~h~m~id~t~e~T~im~o~t~h[y~D'.;_,~Le=e:_,____________________
7~4~~R~ic~h~a~rd~A~ ____
(Ungerleider & Mishkin, 1982; observe
PRINCÍPIOS DE também têm sido referidos como os sist que eles
• ernas
CONTROLE VISUAL biente e foca 1, respechvamente). Inforrn. ani.
b açoes ·
suais em amhas as correntes tr~fegam pritneiro vd1-
· um pouco dife- retina do o1 o para o c 6rtex visual prirn, . a
A visão parece operar d e maneira entanto, naquele ponto pensa-se que O pano. No
rente do que os reflexos proprioceptivos que acaÍ • & - rocess
bamos de ver. A visão, naturalmente, t~m um pape mento d: 11~.1~rmaçao .torn~-~e e~pecializado. a-
infonnaçao ut1l para a 1dentificaçao de urn ob· A
muito importante nas atividades diárias, .e as pes-
é enviada para o córtex temporal inferior p Je~o
soas privadas de visão têm um tempo relativam~nte . & or via
da corrente ventra1. A m1ormaçao que é esp 'fi
_

difícil de funcionamento no nosso mun d o ?aroma-


camente uh·1·1zad a para o contra1e do movime ec1 •
do por ela. Mas a visão também parece ~nc1on8:1' de t . 1 , .
maneira um pouco diferente dos dema:s senti.d~s dentro d o amb 1en e v1sua e envia a para O córtnto
. d
. . d ex
no suporte às habilidades. Por essas razoes, a v1sao parietal posterior por me10 a corrente dorsal.
merece um lugar próprio neste capítulo. A corrente ventral é especializada para identifi-
cação consciente de objetos que ficam primariamen-
te no centro do campo visual. Sua principal função
parece ser o fornecimento de respostas para a ques-
Dois sistemas visuais
tão geral "O que é isso?" Assim, nós usamos esse sis-
Nos últimos 40 anos ou mais, tornou-se cada vez tema para olhar e identificar algo, como as palavras
mais claro que dois sistemas visuais essencialmen- nessa página que você está lendo agora. Esse sistema
te separados estão subjacentes ao funcionamento contribui para a percepção consciente de objetos eé
humano, em vez de apenas um. A informação vi- gravemente degradada por condições de pouca luz,
sual é distribuída a partir da retina do olho ao lon- como você sabe de suas tentativas de ler ou fazer
go de dois fluxos de processamento separados para trabalhos manuais finos sem luz adequada.
diferentes lugares no cérebro, e existe boa evidên- Acredita-se que a corrente dorsal é especializa-
cia de que essas duas vias distintas de informações da no controle de movimento. Distinta da corrente
são utilizadas de maneira diferente no controle do ventral, que é sensível apenas aos eventos na vi-
comportamento. são central, a visão dorsal envolve todo o cam~o
Esses dois sistemas, ilustrados na Figura visual, central e periférico. Ela opera de maneira
4.4, são chamados de corrente dorsal e corrente não consciente, contribuindo para o controle fino
ventral por causa de suas distinções anatômicas de movimentos sem a nossa consciência (ver Foco

Córtex visual primário

Olho

1 FIGURA 4.4 Ilustração de vias da corrente dorsal e ventral no cérebro.


Aprendizagem e Performance Motora 75

•1 Foco na

"Visão cega" revela processamento de corrente dorsal e ventral
O termo "visão cega" pode, a princípio, soar autocontraditório mas este fenômeno
curioso levou muitos à descoberta do sistema visual dorsal (ambiente). A visão cega
é geral1?1ente defini~a como uma condição médica na qual a pessoa pode responder
aos estimulas v1sua1s sem percebê-los conscientemente. De acordo com Weiskrantz
(2007), a ideia originalmente resultou de trabalho sobre o córtex visual dos macacos,
em que foi demonstrado que o animal, embora tecnicamente "cego", podia ainda res-
ponder a vários tipos de estímulos visuais. Estudos posteriores demonstraram o fenô-
meno em humanos também (p. ex., Humphrey, 1974;. Weiskrantz et al, 1974).
Talvez, o mais surpreendente, e mais convincente, a evidência veio do estudo de
dois pacientes neurológicos humanos, TN e DB (iniciais dos pacientes; de Gelder et
al., 2008; Weiskrantz et al. , 1974). TN havia tido dois AVCs sucessivos, que causaram
grandes danos neurológicos em seu córtex visual, o que lhe deixou "cego" dos dois
olhos por todas as medidas tradicionais de visão. Depois de considerável estudo, os
pesquisadores levaram TN para um corredor, pedindo-lhe para andar pelo mesmo sem
sua bengala habitual. Sem o conhecimento de TN, os pesquisadores colocaram vários
objetos no corredor os quais ele teria de superar. Para o espanto óbvio dos pesquisa-
dores, TN evitou todos eles, mesmo pressionando-se contra a parede para evitar uma
lata de lixo. O paciente DB, cujo córtex occipital havia sido removido cirurgicamente
devido a um tumor, também estava "cego" de acordo com as medidas tradicionais de
visão. Os pesquisadores usaram testes de escolha forçada, ~os qua~s s_e pedia a DB
para adivinhar onde, entre dois locais na ~ente d~le, um ob1eto havia sido colocad_o.
Seus palpites foram consideravelmente mais precisos d? que~ acaso, embora ele nao
pudesse "ver" os objetos. Ele também se mostrou sens1vel a mt~rvalos de te1:1~~ de
apresentação do objeto longos ou curtos, a cor, contrbaste, a~ md~v~mdento, e ao m~,c10 e
término da presença do alvo. Muito clara~ente, am os os m 1v1 uos estavam ven-
do" os objetos dos quais não estavam conscientes. . , ,
Esses ac h a d os em seg uida foram interpretados no sentido de que nos possmmos
d "f l") · t
• sistemas
d 01s • • · . um s1·stema ventral (também chama o oca ,)com o s1s
visuais. . ema
de acesso à consciência (que DB e TN tinham perdido ~ompletameTnNte ' De Bum) (sA1ste1:1a
- , 'ência (que estava mtegro em e . s vias
dorsal que nao tem acesso ª consci d Fi'gura 4 4) o fenômeno de visão
• t as são ilustra as na · ·
anatômicas para estes sis em d nder a obJ' etos em nosso ambiente de
nte que po emos respo
cega d emonstra c1arame . e _ • suais das quais somos completamente
modo inconsciente, guiados por miormaçoes vi
inconscientes. f am algumas das evidências mais fortes
. 1 b d es (1981) ornecer . ,
Bridgeman e co a ora or tr le de movimento. Ind1v1duos senta-
. t dorsal para o con o
para o papel de um s1s ema t obre a qual foi projetado um retangu1o
A

frente de uma e1a s . d ·


dos em uma sa1a escura na d 1 m seu interior. Sem a consciencia o m-
A •

(como uma moldura) com um ponto e uz e a trás ligeiramente alguns graus, com o

divíduo , a moldura f 01 movi
'da para frente e par . s b as
d tro do quadro em movimento. 0 ess
1
ponto ficando em posição fixa sobre a te a enimentou a ilusão de que o ponto estava
condições, o indivíduo confiavelm:~:re:~~rquadro, em vez do inverso, que foi,re_al-
se movendo para frente e para n:_ás d dois sistemas visuais, o sistema ventral(~ umco
mente o caso. Em termos da ~oçao e do" 1'ulgando que o ponto estava em movimento
eia) foi "engana ,
com acesso à conscien d
• A

quando na verdade e st ava para o. > continua


76 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

> continuação O t
Em seguida Bridgeman e colaboradores tentaram manipular siS ema dorsal. Os
indivíduos for~ instruídos de que, se a moldura e O ponto fossem subitamente des-
ligados, deixando a sala em escuridão total, eles teri'!"' de •~ontar uma alavanca para
a última posição do ponto O mais rapidamente possivel. Evidentemente, a percepção
consciente do indivíduo era que o ponto estava se movendo para trás e para frente. As-
sim, se sistema ventral estivesse sendo utilizado para controlar a mão, os movimen-
tos de apontar
O
deveriam variar da direita para a esquerda também, em coordenação
com os "movimentos" (conscientemente) percebidos do ponto. Pelo contrário, quando
as luzes eram apagadas, os indivíduos apontavam para onde o ponto realmente estava,
não para onde eles percebiam que ele estava. A interpretação foi que a informação
visual para a localização do ponto estava sendo usada pelo sistema dorsal inconscien-
te, e este sistema não foi enganado pelos movimentos da moldura. Essa evidência sus-
tenta a existência de dois sistemas visuais distintos: o sistema ventral para consciência
com viés pelos movimentos da moldura e o sistema dorsal para controle do movimen-
to, que não era influenciado pelos movimentos da moldura.

Exploração adicional
1. Pa?ient?s com ata~ia óptica e agnosia visual têm sido foco de estudo por neuro-
fisrnl~gi,sta_s. ~u: mformações esses pacientes forneceram aos pesquisadores em
relaçao a distmçao entre correntes visuais ventrais e dorsais?
2· Que outros tipos de ilusões visuais foram utilizadas em pesquisas para separar
processamento de corrente dorsal e ventral?

na ~~s~uisa 4.1). Claramente, uma razão ela ual ~sso ?bvio. Você pode olhar e conscientemente
é difícil r:co1;1iecer a existência de visã: dor!J é identificar um carro vindo o que então levaria à
que ela nao e consciente Sua função é f ~ecisão de tentar evitá-lo. À visão ventral está cri-
;.espostas às perguntas: ;'Onde está?" ouº~:fcer tl~~ente envolvida aqui, e falhas para identificar
Onde eu estou em relação a ele?" vez 0 18 os de modo adequado podem levar a erros gra-
ves.. Isso é part1·cu 1armente importante
. ao d'mg1r
.. a,
:mte, ~uando a precisão do sistema ventral (acui-
Controle visual de habil"d
1 ades motoras ade visual) é degradada de modo considerável.
Como a informação visual é utT Antes de perceber que poderia haver um sis·
trole do movimento e f I izada para o con- tema dorsal d e controle de movimento os c1en · t'is·
eficácia? É útil d1' '.d. que atores determinam sua tas acredit ' · te
vi ir essa di - , . aram que um sistema ventral consc1en
separadas, em especial s_cussao em partes era a umca
. . m aneira• pela qual a informação visu· ai
distintos dos sistemas dpoorrq_ue lida com os papéis po d eria mflu enciar· a ação Nessa visão u1trap as·
sais e ventr ·
Apesar da caracteriza - . ais. . . observando um 1,,11-
sa d a, um bate d or d o be1sebol
um sistema de identifi ç~o dde visão ventral como (1>•

do cone1uu çamento vir em d'ireção à base baseou-se ap enas


.
que não tecaçao e ob1· et os, sena
. erra-
nd os proce ssos relativamente lentos nos estagi ' ·os
do movimento. A visa~om papel algum no controle
·,. · , ventral te e processam
- ent o d e mformações
. para detec tar o
c~encia, por isso é processada m ac~sso à cons- padrao de v d
g1os de processamento d . t por meio dos está- trole d º? ª bola e iniciar mudanças no eon·r
no Capítulo 2, levando à e 1:3- armação discutidos inú O movrmento. Essa ideia foi sustentada Pº
mesma forma como qual açao em grande parte da meras exp •.. . r que
o contr . eriencias que pareciam mostra 0
~ação. No modelo conc!~~:i°~tra _fonte de infor- ventral)º1e visual da ação (processamento de fll.1)(
~ao pode ser vista apenas como~ ~1gura 4.3, a vi- . infera part'icu1armente lento e pesado. N0 eil'1
tanto
• ormaç ~ isua
mformações resultantes da a - ais ~a fonte de dorsal • · oes recentes sobre o sistema v
acesso ao circuito seria or çao_, entao, seu único de flux• Juntame
. n t 8 com as ideias sobre proc essos
processamento de infor! _meio dos estágios de o óptico . ·tO nossa
compreen _ na visão, mudaram mui •0
açao. Em certo senfdl O, visual par sao do processamento da inforIIlaça
a a ação.
--------~---~---------------..!.A~p~r~e~n~d~'iz~ag~e=m~e~P~e~rf~o~rm~an~c=e~M~o~to~r:a_.!_7~7
Controle do movimento da corrente dorsal
tempo antes de uma colisão entre o ciclista
James J. Gibson (~. ex., Gibson: 19~6) alterou radi- e um objeto,
Imente a manerra como os cientistas teorizaram
direção d 0 ·
sobre O contra1e visua.
ca · 1 d o movimento.
· Um con- movimento em relação aos obje-
tos no ambiente
ceito particularmente_ importante promovido por '
Gibson era o de padroes de fluxo óptico, e como ~ovime_nto de objetos ambientais em rela-
esta informação do ambiente foi usada pelo sistema çao ao ciclista,
visual para controlar o movimento do corpo (como estabilidade e equilíbrio do ciclista, e
0 balanço) e para fornecer informações sobre O mo- v?locidade de movimento através do am-
mento dos eventos, tais como o tempo para fechar a b10nte.
lacuna entre o executante e um objeto.
Por exemplo, andar de bicicleta ao longo de Informações sobre tempo para contato A Figura
um caminho ou rua movimentada requer proces- 4.5 a~resenta exemplo de como o arranjo óptico
samento rápido de muitas fontes de informação vi- pega mformaçoes sobre um objeto visto pela primei-
sual. O ciclista precisa estar ciente das placas e si- ra vez a distância (digamos 25 m de distância - ob-
nais de trânsito, os pedestres que atravessam a rua, jeto A), em seguida, a uma distância mais próxima
carros virando para outro lado e para o caminho (15 m de distância - objeto B), em seguida, a uma
que se aproxima e, é claro, a abertura temida da distância muito próxima (5 m - objeto C). O ângulo
porta do motorista de um carro estacionado. À me- de luz determinado a partir das extremidades do ob-
dida que o ciclista olha para esse ambiente textu- jeto a uma distância A é muito pequeno (a. 1 ); aumen-
rizado, cada característica visível reflete os raios ta ligeiramente quando fica 10 m mais próximo (a. 2),
de luz, que entram nos olhos em ângulos especí- e, em seguida, expande-se a uma taxa muito mais
ficos; coletivamente, isto é chamado arranjo ópti- rápida durante os próximos 10 m (a.3).
co. Pelo fato de o ciclista estar se movendo, cada O padrão de fluxo óptico de um objeto que se
objeto no ambiente muda a sua posição em relação aproxima, tal como o carro estacionado, indica
ao ciclista continuamente, causando uma mudan- o tempo restante até que o objeto atinja o plano
ça nas informações fornecidas pelo arranjo óptico. do olho (Lee e Young, 1985). A imagem retinal
Essa mudança na informação é denominada fluxo de um objeto que se aproxima expande à medi-
óptico e pode ser considerada um "fluxo de luz" da que o objeto se aproxima, e se expande mais
através da retina. O ponto importante é que o flu- rapidamente à medida que o objeto se aproxima
xo óptico oferece inúmeros tipos importantes de mais rapidamente. Essas mudanças no fluxo óp-
informações sobre o movimento do ciclista através tico são captadas pelo sistema dorsal, fornecendo
do ambiente, tais como informações sobre a distância do objeto e o tem-
po até que o objeto entre em contato com o plano

1FIGURA 4 5 . _ esma velocidade na direção da direita para a esquerda em


direção a ObJet?s A, B, C estao trafega;dode::: :m óptica do objeto na parte posterior do olho (a retina) a
dist' . rn olho (c1rculos cinzas). Os taman os d g b. t e desloca de A para B o tamanho da imagem da
anc1as dif - Ob e quan o o o Je O s '
retina rn d erentes ~ao a,, °:2 e ª3• serve qu ma distância percorrida a partir de B para C. Essas alterações
no flux O u,0 a _em um ritmo mais lento do que para a mes do informações sobre a distância do objeto e o tempo até
1
que o ob· Pt co são captadas pelo sistema dorsal,lhfornecen
Jeto entre em contato com o plano do o o.
7!8~- R~i~ch~a~r~d~A:-~S~c~h~m~id~t~e~T~i~m~o~th~y~D~.~Le=e= - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
árvore B, por outro lado, os ângulos de luz a .
· d pela . . es t-ao expan d'm d o s1stematica
. Partir
do olho. Esse tempo-para-cantata é ab revia o do lado dueito
letra grega tau (T). A variável óptica tau (T), que f · 1 t d rnen.
te mais de ormda m a1s _end~ o que aqueles a partir
imagem da retma
é definida como o taman h d ª ° d 1
do lado esquer o. sso m 1ca que o olho vai p
dividido pela taxa de mudança de tamanho ª a árvore B com Bem seu 1a d o esquerdo.
assar
imagem. acaba por sor proporcional ao tempo_ que
resta até o cantata. Assim, T é derivadaª partir da Equilíbrio Manter o equilíbrio tem sido trad · .
, . d . f ICirJ-
informação de fluxo óptico e usada pela corrente nalmente o d 01:3-m10 e ~n º:mações proprior:ep-
dorsal para especificar o tempo para cantata c~m. 0 tivas na detecçao de osc1laçao e perda de estahi-
objeto. Essa informação de momento de ocorrencrn
é crucial em ações interceptativas que envolvem
momento coincidente, como golpear ou pegar uma
lidade. Por exemplo, quando o corpo oscila pa
a frente, a articulação do tornozelo é movida
musculatura associada é alongada, produzindo si~
t
bola, dirigir ou preparar o corpo para a entrada na nais de movimento dos fusos musculares e outros
água durante um mergulho. proprioceptores. Além disso, os receptores na ore-
Direção de movimento de objetos Uma pessoa lha interna são sensíveis aos movimentos da cabe-
pode correr na floresta, evitando árvores com su- ça, fornecendo informações sobre as oscilações do
cesso, usando informações de fluxo óptico sobre corpo e equilíbrio.
as taxas relativas de mudança nos ângulos visuais No entanto, a visão também desempenha um
das árvores. Supõe-se que os objetos mostrados na papel-chave no controle do equilíbrio. Olhe para
Figura 4.6 são árvores. Para árvore A, os ângulos frente para um objeto na parede. Sem mudar a di-
de luz a partir das bordas esquerda e direita ex- reção do olhar, mova a cabeça ligeiramente para a
pandem na mesma velocidade de ambos os lados, frente e para trás e preste atenção às mudanças na
indicando que o olho está trafegando diretamente informação visual. Você provavelmente notará que
em direção à árvore A e irá colidir com ela. Para a os objetos na visão periférica parecem mover-se

. me • a que uma cic ista de -


informações visuais sobre o am~~ntan as an a pe a ri a el u o de
iente. , a processa continuamente a mudança do
- - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - -~A~p~re~n~d~i~za~g~e::m~e~P~e~rf~o~r~m~a~n~c=e~M~o~to~r~a-~7~9

1 FIGURA 4.6 O observador, representado aqui por um olho t,


1
d
B do seu lado esquerdo; em nosso exemplo A e B são a' rvor , es avo . ta o para o ob'Jet O A e ·rra' passar pe 1o obJeto
·
, _ , es. O sistema ambiente d t ct · d 1
ambos os lados da arvore A estao expandindo mais ou menos n . e e a que os raros e uz de
1
lado esquerdo da árvore B estão expandindo mais rapidamente d~ mue:;ªu:~e~~da d~, e~q~anto os _rai?s de luz do
observador não mudar o curso ela irá colidir com a árvore A e irá pasq
8
°
1ª 0 dire rto. Isso rnd,ca que, se o
sara arvore com 8 no 1ado esquerdo do olho.

rapidamente para trás e para a frente e que estas


mudanças são dependentes do movimento de sua
cabeça. Essas informações periféricas poderiam
servir para o controle de equilíbrio?
Lee e Aronson (1974) demonstraram que o equi-
líbrio é fortemente afetado pela variação da infor-
mação visual, o que sugere que as variáveis de fluxo
óptico de visão periférica são essenciais para ele.
Em sua experiência, o indivíduo fica em uma sala
pequena, especial cercada por paredes suspensas a
partir de um teto muito alto, de tal forma que as
paredes não chegam a tocar o chão. As paredes po-
dem ser movidas, com o piso mantido parado, para
influenciar apenas a informação de fluxo óptico.
Mover as paredes um pouco longe leva o indivíduo
a balançar ligeiramente para a frente, e mover as pa-
redes para mais perto leva o sujeito a balançar para
trás. Com uma criança pequena, um movimento das
paredes para longe pode levá-la a cair para frente, e
um movimento das paredes para frente pode causar
~a queda desajeitada para a posição sentada (ver
Figura 4.7).
_ Mover a parede gera para a pessoa a informa-
çao de fluxo óptico que comumente significa que
ª cabeça está se movendo para a frente; isto é, que
ª pessoa está fora de equilíbrio e caindo para fren- 1 FIGURA 4.7 Aparelho de sala móvel de David N. Lee.
te. A compensação postural automática é balançar Mover as paredes para a frente (longe da câmera) leva
~ara l_:ás. Essas compensações visualmente basea- o indivíduo jovem a balançar para frente, e mover a pa-
f s sao muito mais rápidas do que pode ser ex- rede para trás leva o indivíduo a "estatelar" sentado.
p icado pelo processamento consciente no sistema Essa evidência sugere que a visão é fundamental para o
Ventral
& B ' com 1atencias de cerca de 100 ms (Nashner equilíbrio. (Lee é o segundo da esquerda na foto).
A •

a. ~rthoz, 1978). Esses experimentos sugerem que Reproduzida, com autorização, de Lee e Aronson 1974
0
/ armação de fluxo óptico e o sistema dorsal es-
ao critic amente envolvidos no controle d as ativ1-
..
dades no . d
E rma1s e balanceamento. didas. Ao realizar uma parada de mão nas argolas,
tanib sse papel da visão no controle do equilíbrio em que é importante manter-se tão imóvel quanto
ém tem fortes implicações para posturas apren- possível, o sistema visual pode sinalizar mudan-
80 Richard A. ::,chm1dt e 11momy u . Lo.:o.:

tem d e ser capaz de identificar cada uma (,ÍJl[J 11111


ças muito pequenas na postura, fornecendo uma rótulo verbal associado quando solicitad o. A . .
base para correções mínimas para manter a postura . d S<;irn
a corrente ventra1 em gera1 precisa e inform ,, ,
. - · · b ªf/Jes
estável. apresentadas em con d1çoes visuais em ilu . ·
das a fim de 1'd entl'fi car as m
. f ormaçoes
~ mina.
do ob·Jeto
Controle do movimento da corrente ventral que então podem ser usa d as nos processos d '
. - . t e to.
mada de d ec1sao conscien e para a ação.
A corrente ventral fornece informações sobre o
"o que" no controle motor. Um rebatedor de bei- Visão e planejamento do movimento A ident'f•
·
cação do obJeto, , d o fl uxo ventral, des 11•
atraves
sebol especialista sabe que os diferentes tipos de ·a1 ern.
arremessos têm diferentes giros - rotações da bola penha um pape1 cruc1 no p 1anejamento do mo ._
que ajudam o rebatedor a prever a trajetória de um menta antes do início de uma ação. Por exempt
arremesso. Um assistente de dentista não só deve dê uma olhada ~os objetos n: Figura 4.8 e pen~~
conhecer a diferença entre o aspecto de uma sonda sobre qual maneira de preensao usaria para peoar
falciforme e uma sonda periodontal, mas também cada objeto. Para o copo de suco (objeto a), u~a

, a ..
"-~.!.S../.::.;;..

1 FIGURA
.
4.8 A corrente ventral identifica as pro · d d .
pne a es vis · d
•- -,..~ .... · -- ·
·
1
o p a-
ne1amento da preensão de objetos a até d. No enta t u~is e um objeto com a finalidade de antecipar _ . ,
• - b _ , n o, as propned d • . d h1stori"
- rntençoes so re que açao sera realizada com um b '
• o Jeto também d t
ª es visuais
.
de obJ·etos não contam to a a
1
1
pe1 •
se em como voce pegaria o objeto d se estivesse plan . d e erm1nam qual preensão usar. Por exernP o, 10
d .
· b' eJan o escrev
pegaria O o Jeto se p lane1asse usá-lo para furar uma caixa de e! com e 1e, e compare isso com a mane ira
· co11
papelao (ver Rosenbaum et ai. 201 3).
-
P
nsão com a mão toda. Um pegar com quatro
ree é necess ár'10 para a caneca d e cerveJa
dedos , (ob'Je-
Aprendizagem e Performance Motora

po, a precisão em acertar o alvo aumentou, mas,


81

principalmente, ocorreu para os movimentos feitos


b) mas a preensão com polegar e outro dedo é com as luzes acesas. É importante notar que as pre-
to ~riada para a xícara de chá (objeto c). A caneta cisões cotn as luzes acesas versus luzes apagadas
ª~:eto d), em geral, é pega com uma preensão de foram idênticas para o TM mais curto, e as curvas
( re~isão se o executante pretende usá-la para escre- divergiram quando os movimentos tornaram-se
~er algo. No entanto, se o execut~te pretende usar mais longos no tempo. Esses dados sugerem que,
anela como uma ferramenta, digamos, para furar quando o TM foi de aproximadamente 190-250 ms,
ª c caixa de papelão, então uma preensão com for- este foi o tempo mínimo para usar feedback visual
umaeria usada. Assim,
. Illlormaçoes
. r - r
1ornec1·d
as pe1a nessas ações. Assim, movimentos mais lentos be-
ça sente ventral são combinadas com o objetivo de neficiaram-se de ter as luzes ambiente acesas.
corr . 1 nos estág10s
ação para processame~to a d'1c10na . de
Apesar das descobertas anteriores que sugerem
lanejamento do movrmento (ver Rosenbaum et al. que o tempo para usar o feedback visual pode ser
~013 para um tratamento mais completo). processado em menos de 100 ms, essa evidência
Feedback de processamento visual Anterior- aqui sugere que o tempo mínimo de usar feedback
mente, mencionamos que a informação visual visual ao apontar é de 190 ms e 250 ms. Se a com-
pode ser usada com muita rapidez (com latências pensação visual for inesperada, como na tarefa ~e
menores que 100 ms) para fazer ajustes no controle Keele e Posner, a quantidade de tempo necessária
do movimento. Em outras situações, no entanto, para processar o feedback visual é mais ou menos
correções visualmente baseadas envolvem os está- semelhante daquela para escolha de TR. Se a dis-
gios relativamente lentos de processamento da in- ponibilidade de feedback visual puder ser previs-
formação; e uma linha de pesquisa foi identificar ta, então, o tempo de processamento é reduzido
quanto tempo é necessário para efetuar essa ativi- essencialmente àquele para TR simples (Elliott,
dade de processamento. Hansen, e Grierson, 2010].
Após as tentativas iniciais de Woodworth
(1899), uma estratégia única foi projetada por Keele
e Posner (1968) para medir o tempo para processar
feedback visual. A meta do indivíduo era comple-
tar um movimento de mão de apontar para um alvo
com o mínimo de erro de espaço e temporal. A dis-
tância do alvo era de 15 cm, e havia quatro metas de 100
TM do alvo (150, 250, 350, e 450 ms). Assim, os mo-
vimentos foram concluídos em tempos que varia-
ram de muito rápido (meta de 150 ms, mas na ver- -
'i
g 80
dade eram concluídos em 185-190 ms) até bastante
lento (450 ms). Os indivíduos receberam feedback .
ãi
0

60
verbal sobre seus TMs após cada tentativa de ajudá-
g
·los a mover no TM adequado. Uma característica
clinicamente importante do projeto de pesquisa foi
.g
40
-..o••-·-
que os indivíduos concluíram algumas das tentati-
vas no escuro - luzes ambiente foram subitamente 1
li
extintas em 50% de tentativas aleatoriamente sele- Ili
.a 20
cionadas apenas no início do movimento. A previ- e
D.
são era simples: se o feedback visual fosse utilizado
Para guiar o movimento sobre o alvo, então, ter as 200 250 300 350 400 450
luzes acesas deveria produzir objetivos mais preci- TM real(ma)
sos do que quando as luzes ambiente estavam apa-
gadas. Mas, se o movimento era feito muito rapida- 1 FIGURA 4.9 Movimentos concluídos em tempos infe-
riores a 200 ms não apresentaram melhora em precisão
mente para usar feedbackvisual, então, não seria de com as luzes do ambiente acesas (em comparação com
se esperar nenhuma diferença na precisão. luzes apagadas), mas os movimentos feitos em tempos
Os resultados de Keele e Posner são apresen- de mais de 250 ms realmente se beneficiaram de ter as
tados na Figura 4.9. A primeira coisa a observar é luzes acesas.
que, à medida que o TM ficava mais longo no tem- Dados de Keele e Posner 1968.
Aprendizagem e Performance Motora 83

de certo modo ~ápido inflexível, aliment~do de mediários do sistema fazendo ajustes mínimos nas
lta para níveis relativamente baixos no sistema ações já programadas, como compensação do mo-
vorvoso central , consi·d erave lmen t e " a Jusante
· " a vimento da cabeça no balanço do golfe e alterações
ne . . ..
artir dos processos que se 1ec10nam e miciam o na postura para manter o equilíbrio nas argolas
~ovimento, mas "a montante" a partir dos mús- paradas. Por essa razão, adicionamos um circuito
los e medula espinal. Assim, pode-se pensar na de feedback a partir do movimento resultante até o
cu
visão dorsal como fu nc10nan
· d o em n í veis· mter-
· nível do programa motor na Figura 4.10.

Erro
Input (estím

Identificação do
estímulo

Seleção da
Resposta

Programação do
Movimento

Feedback antecipado
Comparador

Programa
Motor M2

Medula espinal Visão Dorsal

Músculos Feedback proprioceptivo

Feedback exteroceptivo
Movimento
1 FlGU~ 4 1 ..
- 0 Modelo conceituai com a adição de circuito de corrente dorsal.
84.__IR~ic~h~a~rd~A~-~S~c!:hm~id~t:_e~T~im~o~t~h'!,_Y~D':,_~Le: e: .,___----===:::::::::::
- ·, Foco na
PRÁTICA 4.2
ºd ntes noturnos carro-caminhão
Visibilidade em act e .
ocorre à noite - o motonsta de um carro indo
_ . um de autom Óve1 / d
Um acidente nao mcom . d-e um veículo que esta para o ou movendo-se
. de ve 1oci.dade bate na traseira
no limite . h- em uma colina). O motonsta. d o carro não teve
. t (talvez um camm ao / 1 .
mmto lentamen e tr ei'ras na parte de tras do veícu o estac10nado ou
ver as lanternas as . - .
probl emas para E disso O problema era que o motonsta nao sabia O que
movendo-se lentamente. m vez ' d
do " o que poderia estar aconteceu o aqui.
'?
.. e
as luzes estavam•t 1 azen ·motorista provavelmente consegue ver as 1uzes traseiras · a
Em uma n01 e cara, 1 0 d' )
. d l di'sta"nci'a (talvez uns 2 km ou algo em torno isso . Presumível-
partir e uma onga .
mente, a taxa de expansão visual (neste caso, as luz~s parece~do moverem-~e mmto
mais além) do fluxo óptico sobre a retina fornece a 1nformaçao de que o veiculo da
frente está parado (ou indo muito lentamente), e não está na mesma velocidade que
o carro. Mas o problema é ilustrado muito claramente na Figura 4.11 (de Ayres et al. ,
1995) - a taxa de expansão é tão pequena (menor do que o limiar para a detecção de
qualquer expansão, sendo que a taxa de limiar para ser capaz de detectar qualquer ex-
pansão é de 0,2 graus/segundo). A partir da Figura 4.11, isto significa que o condutor
atrás não consegue perceber que a expansão até o carro está a cerca de 122 m do objeto,
em que é imediatamente possível detectar que o arranjo óptico está em expansão. O
problema é que 122 m é muito próximo da distância a que um carro a 95 km/h pode
ser levado_ª. u~a frenagem completa, e isto está abaixo das condições ideais (ou seja,
um~ boa v1s1~1hdade). P?rtanto, o motorista que está atrás não percebe que o caminhão
esta em movimento mmto mais lento do que ele até que seja quase que demasiado
~arde. A men~s. que O motorista que está atrás esteja extremamente alerta, o carro pode
ater com fac1hdade no caminhão em movimento lento.

(J)
:::1
3.0

2.5
w
.9
cii
:::1
-~ 2.0
...
"5
O)
e: 1.5
Q)
"O
!2

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o
o
ãi
1.0

0.5
w
-183 -152 -122
Dist" · - 91 -61
FIG~RA 4.11 A taxa de ex - . anc1a de visualização (m) -30
caminhão em movim pansao visual de u
limiar até . ento lento (supond 0 m carro a cerca d 9
que O caminhão esteja . um veículo d e 5 km/h que se aproxima de urn
1
Reproduzida, com autorização, de A apr~x1madamente a e e ,80m de largura) permanece abaixo do
yres, Schm1dtetal., 1995. erca de 122 m de distância.
- Aprendizagem e Performance Motora

Outra questão é que, a uma distância muito longe, a visibilidade das luzes traseiras
85

não necessariamente indica ao motorista que aquilo do qual ele está se aproximando
seja realmente um caminhão. Poderiam ser luzes sobre dois objetos separados, como
os sinais de trânsito (espaçados por uma pequena distância) , ou duas luzes traseiras de
uma motocicleta, ou algo diferente de um veículo. Alguns proponentes de segurança
de veículos defenderam a colocação de material retrorefletivo adicional em caminhões
para torná-los mais visíveis ou ostensivos. Mas isso realmente não reduz o problema
de percepção visual criado aqui, porque a taxa de expansão visual do material retrore-
fletivo é essencialmente a mesma que a das luzes. Portanto, quando você está a cerca
de 150 m do caminhão, tem o mesmo problema de não ser capaz de identificar o que o
objeto está fazendo, de acordo com a velocidade.

AUDIÇÃO E CONTROLE MOTOR

l ez uma das áreas de pesquisa menos estuda-


d1a vé O papel do feed back au d'ihvo
. em movimen-.
t:.s No entanto, sabemos que ele pode ter efeitos
profundos sobre o controle mot~r. Por exemplo,
um palestrante que fala em um microfone e~ uma
ande sala de concertos e ouve sua voz proJetada
ro sistema de som bem na parte de trás da sal? ~ai
enfrentar um atraso para ouvir o feedback auditivo
de sua voz. Tais atrasos são bem conhecidos por
aumentar erros de temporização e taxas retarda-
das do falar e por perturbar outras formas de ~o-
vimento tais como tocar um instrumento musical
(Pfordre~her & Dalla Bella, 2011). Ironicamente, .º
feedback auditivo atrasado é, algumas vezes, efi-
caz no tratamento da gagueira, talvez porque leva
os indivíduos a retardarem suas falas (Lawrence &
Barclay, 1998). ,,.
O feedback auditivo também tem outros papeis
na performance. Um defensor externo no beise~ol
pode ser enganado na previsão de que u1;11a lrne
drive vista deixando o taco do rebatedor vai passar
por cima de sua cabeça. Na verdade, o som do can-
tata taco-bola indicou corretamente que era uma
bola rebatida suavemente exigindo que o defensor
externo corresse para dentro, e não para trás. Aqui,
ª informação visual distorceu a informação correta
fornecida pelo som (ver Gray, de 2009, para mais).
Um ca~pinteiro habilidoso pode usar o s~m de u~a
O excesso de sombreamento da audição pela visão I serra co rtando a madeira como fonte de mformaçao
também é ilustrado no efeito de McGurk, discutido
em Foco na Prática 4.3.
A questão de como o feedback auditivo é pro-
cessado em controle de movimento permanece 4 10 sendo que tanto mecanismos de feedback
amplamente não respondida, embora suspeitemos ::t~ci~atório (feedforward) co~o feedback real
de que a informação é processada de acordo com t em papéis importantes no movimento.
A Com cer-
ades · - F' & • ,,
teza, muita pesquisa precisa ser 1elta nessa area.
criçao em nosso modelo conceituai na igu-
86 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

1 Foco na
PRÁTICA4.3

Quando a visão diminui a performance

N

eªPítulo 3' discutimos as várias propriedades
f' é
da atenção. Levar a atenção de al-
'd d .
em direção a uma fonte externa especf 1ca consi era o um importante me-
gu m
canismo e a visão pode fornecer m . formaçoes
- cruciais
. . para a per f ormanece ef'icaz.
No ent~to os executantes frequentemente descobrem que o controle visual domina
os outros s~ntidos e que a informação visual conduz a uma captura inevitável de aten-
ção. Na verdade, muitos acreditam que a visão tende a dominar todas as ou~r~s fontes
para nossa atenção, e este predomínio nem sempre produz desfechos positivos. Em
muitas atividades, os executantes têm a opção de escolha dos modos de controle que
eles usam, como o motorista do carro de corrida ou o piloto que pode monitorar os
sons do motor ou informações cinestésicas do "improviso", em oposição à informação
visual fornecida pelos inúmeros indicadores na cabine ou à informação vista pelo
para-brisas. E, por vezes, essa informação não visual é mais confiável do que as infor-
mações fornecidas pela visão.
A informação visual é obviamente muito importante em muitas situações, mas
em outras um excesso de confiança na visão pode resultar em performance ineficaz.
Um bom exemplo vem da corrida de veleiro, que é muito rica em informação visual
sobre as formas aerodinâmicas das velas e a maneira como o vento está soprando sobre
elas. Essa informação visual pode render performance relativamente boa. No entanto,
concentrar-se na visão é ignorar outras formas de informação, tais como os sons que
o barco faz quando atravessa a água, a ação e a posição do casco sentida pela "in-
tuição" e forças no leme, sendo que tudo fornece informações adicionais úteis sobre
a velocidade - mas somente se a pessoa no comando estiver atendendo-as. Alguns
marinheiros de corridas usaram métodos de treinamento com os olhos vendados, em
uma tentativa de aprender a diminuir a sua dependência na visão e compartilhar os
recursos de atenção com outras metas internas (sentidos) para otimizar o desempenho.
A ideia é que quando a visão é evitada por um longo período de tempo, os marinheiros
desenvolvem a sensibilidade para as fontes de informação menos dominantes.
Ilusões visuais fornecem uma poderosa demonstração de efeitos visuais de domi-
n~cia. Na ilusão de tamanho-peso, por exemplo, dois recipientes opacos, um muito
~a10r do o _outro, s~o. preenchidos com quantidades de areia, de modo que eles
tem pesos i~e~hcos. Sol~:lta~se ~ue o indivíduo levante ambos e julgue qual está mais
pesado. A v1sao (e experiencia) diz-nos que o recipiente maior é geralmente mais pesa-
do do que O menor, e quando a propriocepção não confirma isso naturalmente concluí-
mo~ que O ~po~to - que O recipiente menor deve ter mais peso nele do que o recipiente
ma10r. A~m, a mformação visual está substituindo a propriocepção.
, O ~feito McG~~ revela uma interação visão-audição. Por exemplo, um indivíduo
e convi?.ado a ,assistir e ~uvir um vídeo de alguém falando uma palavra repetidamente
(p. ex., blow' ). Se voce fechar os olhos e ouvir a part d , d' d 'deo é evidente
que t, diz d 0 " e e au 10 o v1
ª pes~•ºª es,a e~ blow''. Mas o vídeo na verdade é de al uém murmurand o
a palavra flow'_ repetid~ente, com "blow'' sendo fornecido no á!dio. A maioria das
pessoas que assistem ao video e també pes-
soa está dizendo "fl w'' b m ouvem o relatório de áudio relatam que a
, o 'em ora o que realmente se ouça se·a "blow''. E, às vezes , as
p~s_soast~ted~tesmo rdelat81:1 algo completamente diferente de J.flow" ou "blow". Aqui. a
visao es a is orcen O as mformaç ~ ( d d . . _
Esse efeito McGurk ·1 - oes ver a eiras) fornecidas pela aud1çao. o
domínio visual tende a ~~;c::~ tama~o:p~so s~o apenas dois exemp_los de colllº
contribmçoes feitas pelos outros sentidos.
Aprendizagem e Performance Motora 87

RESUMO ticularmente eficaz para a compreensão de como


ações mais lentas bem como as tarefas de perse-
A eficácia com que um execut~nte processa várias guição são realizadas. Para o modelo conceitual
f mas de informação sensorial frequentemente são adicionados vários processos semelhantes a
ttermina o nível de desempenho geral. Sinais reflexos, que respondem por correções sem envol-
ensoriais do ambiente em geral são denominados ver os estágios de processamento das informações.
se
•nformações .
exteroceptlvas, enquanto aque 1as d o Na passagem para Ml, M2 e M3 (ou tempo de rea-
1
orpo são denominadas informações propriocep- ção voluntário), estas respostas mostram flexibili-
~ivas. Para a performance humana é útil pensar dade sistematicamente aumentada e aumento da
nesses sinais como operando em um sistema de latência. Finalmente, a visão é considerada como
controle de circuito fechado, que contém um exe- um caso especial de controle de circuito fechado.
cutivo para tomada de decisão, um efetor para a Duas correntes visuais são introduzidas, uma cor-
realização das ações , feedback sobre o estado do rente dorsal para controle motor e uma corrente
ambiente, e um comparador para contrastar o es- ventral para identificação de objetos, e o papel do
tado do meio ambiente com o objetivo do sistema. fluxo dorsal no equilíbrio e na produção e corre-
No modelo conceitual de performance huma- ção de ações é considerada. Esses sistemas senso-
na, o controle de circuito fechado é adicionado aos riais são então integrados ao modelo conceitua!,
estágios de processamento de informações discu- o que ajuda a mostrar como esses vários eventos
tidas em capítulos anteriores. Esse modelo é par- sensoriais podem suportar ou modificar ações qua-
lificadas e sob quais condições operam.

AUXÍLIOS PARA APRENDIZAGEM


Aprendizagem interativa
Atividade 4.1: identificar os papéis dos órgãos sensoriais envolvidos na propriocepção
combinando cada receptor com a sua localização e função.
Atividade 4.2: identificar qual componente de um sistema de controle de circuito fechado
refere-se a cada uma de uma série de ações.
Atividade 4.3: indicar se cada um em uma lista de características aplica-se à corrente de
processamento visual dorsal ou ventral.
Atividade 4.4: escolher os rótulos para o modelo conceitual de controle motor para avaliar
seus estágios, incluindo as vias de controle de circuito fechado e informação de corrente
visual.

Exercícios de princípios à prática


Atividade 4.5: o exercício de princípios à prática para este capítulo pede para escolher uma
atividade, identificar fontes de informações proprioceptjvas e exteroceptivas durante a ati-
vidade e avaliar quais fontes de informação são úteis para o executante. Você também vai
aplicar o conceito de controle de circuitó fechado para a atividade.
88 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

Verifique sua compreensão


l. Nomeie as quatro partes distintas de um siste- tando pegar uma bola voando sobre quando e
ma de controle de circuito fechado. Descreva onde a bola irá atingir a altura da luva do de-
como cada uma dessas partes pode funcionar fensor.
para uma criança empilhando blocos de brin- 3. Como o controle de movimento de corrente
quedo. ventral desempenha um papel no planejamen-
2. Explique como o padrão de fluxo óptico pode to do movimento ao abrir várias portas duran-
informar um defensor externo que está ten- te todo o dia?

Aplique seu conhecimento


1. Várias fontes de informação sensorial estão 2. Como os processos de controle de circuito
disponíveis para uma esquiadora à medida fechado são usados (se é que o são) depende
que ela trafega seu caminho abaixo em uma da tarefa que é executada. Contraste o papel
corrida de esqui alpino. Descreva e forneça desempenhado pelos processos de controle
exemplos de informação exteroceptiva e pro- de circuito fechado para lançar uma linha de
prioceptiva que ela pode receber durante sua pesca e traçar um padrão de roupas para um
corrida e indique porque esta informação é tecido. Esse papel mudaria se qualquer uma
importante para o movimento. das tarefas fosse acelerada?

Sugestões para leitura adicional


Uma visão geral do controle de circuito fechado motor. As contribuições do processamento de cor-
do movimento é fornecida por Ghez e Krakauer rente ventral e dorsal são debatidas em Norman
(2000), com funções específicas atribuídas aos
(2002). E uma discussão mais abrangente sobre os
reflexos da medula apresentados por Pearson e
diversos temas apresentados neste capítulo podem
Gordon (2000). Elliott e Khan (2010) editaram um
ser encontrados no Capítulo 5 do Schmidt e Lee
livro e~celente que fornece muitas contribuições
(2011). Consulte a lista de referência para estes re-
a respeito dos vários papéis da visão no controle
cursos adicionais.

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